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PsicoUSF

versão impressa ISSN 1413-8271

PsicoUSF v.13 n.1 Itatiba jun. 2008

 

EDITORIAL

 

É com grande satisfação que apresentamos este número da Psico-USF, o primeiro sob responsabilidade de uma nova equipe editorial. Assumimos a revista com a disposição de mantê-la com o padrão de qualidade que a distinguiu até então, sabendo não ser essa uma tarefa fácil, diante do crescente rigor com que os periódicos científicos vêm sendo avaliados. Tal rigor contribui enormemente para o avanço da produção científica em nosso país, monitorando a qualidade da informação veiculada, mas coloca um grande desafio para aqueles que se propõem a levar a missão adiante.

Contudo, a experiência adquirida pelos editores e equipes que nos precederam facilita o caminho, o qual esperamos continuar trilhando rumo à ampliação de produção divulgada, condição necessária para avanço da psicologia como um todo.

Assim, este número da revista é composto por 14 artigos elaborados por pesquisadores de universidades nacionais e internacionais. Os cinco primeiros enfocam estudos de validação de instrumentos de avaliação psicológica, enquanto os demais abordam temas variados de diversas áreas da psicologia.

O primeiro trabalho, realizado em parceria entre uma universidade brasileira e uma canadense, apresenta estudos de validade para um instrumento que visa avaliar o nível de motivação de atletas na prática do esporte e traz resultados que demonstram tratar-se de um instrumento promissor para avaliações psicológicas no contexto do esporte. O trabalho que segue, de um colega do Rio Grande do Sul, professor visitante da Universidade Federal da Bahia, apresenta a versão brasileira de um instrumento útil no contexto organizacional e na orientação profissional. O terceiro trabalho constitui uma contribuição de professores do Paraná e Rio Grande do Sul para as avaliações neuropsicológicas, mais especificamente relacionadas às falsas memórias influenciadas pelas emoções. Na seqüência encontra-se o estudo de colaboradores de Maringá e Porto Alegre sobre a adaptação brasileira da Escala URICA, cujo objetivo é avaliar a motivação para a mudança do hábito de usar drogas ilícitas, tão útil no planejamento dos tratamentos de usuários. Encerrando esse bloco o leitor terá acesso a mais um dos estudos sobre instrumentos de avaliação da personalidade, realizado por professores do interior de São Paulo, baseado no modelo dos Cinco Grandes Fatores, no qual os autores investigam as relações entre habilidades sociais e fatores da personalidade, encontrando correlações positivas que permitem afirmar a influência da personalidade em diferentes aspectos de habilidade social.

Entre os trabalhos sobre temas variados, este número traz primeiramente um estudo sobre problemas de sono na infância, no qual os colegas de Portugal apontam para a incidência de psicopatologias na vida adulta correlacionadas com histórico de distúrbios do sono na infância. Em seguida encontra-se o trabalho sobre estresse em policiais e suas relações com as dificuldades de enfrentamento de situações estressantes. Essa pesquisa, conduzida por colegas da Universidade Federal de Uberlândia, Minas Gerais, conclui sobre a importância de acompanhamento psicológico no contexto de trabalho desses profissionais.

A seguir, um estudo realizado na Universidade Federal de São Paulo, teve como objetivo demonstrar as relações existentes entre o transtorno da compulsão alimentar e distúrbios no processamento cognitivo, verificando por meio do Rorschach as alterações de pensamento relevantes para a manutenção do quadro e a presença de habilidades que podem favorecer o tratamento desses pacientes.

Colegas do Rio Grande do Sul apresentam sua experiência no atendimento de mães portadoras de HIV, discorrendo sobre suas expectativas em relação ao tratamento preventivo de seus bebês e trazendo subsídios importantes para o acompanhamento psicológico nesse contexto. Ainda do Rio Grande do Sul, temos a contribuição de colegas a respeito do tema abuso sexual, no seu estudo sobre a visão que os abusadores têm a respeito das crianças e o modo estereotipado e politicamente correto como estas são descritas.

Na seqüência encontramos a pesquisa desenvolvida na Paraíba sobre a representação que coordenadores de grupos de idosos têm sobre a Aids na velhice e, em seguida, o estudo desenvolvido na Universidade de São Carlos sobre o significado do trabalho para pessoas com deficiência física, destacando sua importância para o desenvolvimento pessoal desses indivíduos.

Para finalizar, este número traz a investigação de colegas, também da Paraíba, a respeito das representações sobre a doença mental de profissionais da saúde e de familiares dos doentes e concluem sobre a presença de velhos estereótipos nesse contexto e o sentimento ainda arraigado de que o modelo tradicional de tratamento seria ainda a melhor forma de proteger a sociedade.

Na certeza de que este número oferece aos leitores contribuições importantes para a atuação do psicólogo, provenientes de diferentes grupos de pesquisa no país, encerramos este editorial com um convite para submissão de trabalhos, visando à ampliação da divulgação da produção científica em psicologia.

Anna Elisa de Villemor-Amaral
Editora
Junho de 2008