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Psicologia Escolar e Educacional

versão impressa ISSN 1413-8557

Psicol. esc. educ. v.5 n.2 Campinas dez. 2001

 

ARTIGOS

“Família possível” na relação escola-comunidade

 

Possible family in the school-community relation: challenge and increase

 

 

Dulce Gomes Nunes1; Lúcia Regina Goulart Vilarinho2

Universidade Estácio de Sá.

Endereço para correspondência


RESUMO

As mudanças na família afetam a sociedade como um todo e, particularmente, a educação dos filhos, refletindo também sobre as atividades desenvolvidas pela escola. Tendo essa problemática como pano de fundo, considerou-se oportuno pesquisar os novos contornos que a relação família-escola pode tomar no contexto da educação formal. Para tanto, realizou-se uma investigação no âmbito de uma instituição particular de ensino, que atende crianças da educação infantil à quinta série, na qual os avós dos alunos foram situados como uma extensão da família nuclear e configurados como a família possível. À medida que estes sujeitos assumiram, parcialmente, a responsabilidade pelos netos, fosse pela necessidade dos pais trabalharem o dia inteiro fora de casa, fosse por uma crise ou separação do casal, tornou-se indispensável realizar um projeto que promovesse a maior integração possível entre os avós e a escola. Neste sentido, desenvolveu-se uma pesquisa participante que visou, fundamentalmente, determinar o papel da família possível no contexto escolar e no processo ensino – aprendizagem.

Palavras-chave: Educação, Relação escola – comunidade, Papel da família, Família possível..


ABSTRACT

The changes in the family affect the society as a whole and, particularly, the children’s education, reflecting also in the activities developed by the school. Having this problematic as background, it was considered opportune to research the news contours that the relationship family-school can take in the context of the formal education. For so much, an investigation was done in the ambit of a private institution of learning, that assists children from the infantile education to the fifth series, in which the children’s grandparents were situated as an extension of the nuclear family and configured as the possible family. As these people assumed, partially, the responsibility of their grandchildren, should it be for the children’s parents necessity of working all day long away from home or because of a crises or separation of the couple, it became essential to make a project which promoted the major possible integration between grandparents and school. In this sense, it was developed a participant research which aimed, basically, to determine the role of the possible family in the school context and in the teaching-learning process.

Key words: Education, Relationship school-community, Family role, Possible family.


 

 

INTRODUÇÃO

A família nuclear contemporânea e a instituição do casamento parecem estar em crise. Alguns autores, entre eles Glick (1975), situam como causa principal da sua dissolução as mudanças socioeconômicas das últimas décadas, que fizeram emergir um número cada vez maior de jovens esposas com pequenas famílias e que se tornaram financeiramente independentes. Este autor registra, também, outras causas: uma maior aceitação social do divórcio como meio de resolver uniões difíceis; a crescente movimentação em direção à igualdade entre os sexos; e as leis sobre o divórcio e a união estável. Já Ariès (1973) considerou que a ampliação excessiva do conceito de individualismo, à custa do conceito de família, explicaria o decrescente desinteresse por essa instituição.

Crosby (1975) trata essa questão por outra óptica. Para ele não têm fundamento as críticas de que a família seria a maior causa, o principal agente de doença mental dos seres humanos; isto é, que ela seja percebida como uma instituição que oferece modelos rígidos que impedem o desenvolvimento saudável das crianças. Os que situam a família nesse plano confundem mudança com destruição, deixando de observar as demandas impostas pela sociedade contemporânea, marcada por aceleradas mudanças. Nessa perspectiva restrita estão aqueles que procuram debitar a conta de diversos problemas sociais, como abuso de drogas, alcoolismo, aids ou homossexualismo, à família permissiva.

De fato, as transformações sociais levam mudanças à estrutura familiar, embora autores como Jourard (1975) acreditem que a falência do casamento é a falência da nossa cultura em prover modelos e expectativas razoáveis para os relacionamentos humanos.

Há, também, os que, como Ramey (1975), se voltam para a Revolução Tecnológica que levou à emancipação econômica do indivíduo, afastando-o e desobrigando- o da vida familiar, até, então, percebida como seu abrigo, a maneira mais fácil de enfrentar o mundo hostil. Esse mesmo autor entende que essa emancipação alterou profundamente as relações da mulher na família.

Ferree (1976) afirma que o trabalho doméstico vem se desvalorizando: os filhos e a casa não são mais a razão de ser da mulher urbana contemporânea. O planejamento familiar é outro item que merece ser analisado. O número reduzido de filhos provoca uma mudança de foco do relacionamento da família para o casal. Em 1980, a família americana típica era composta de marido, mulher e 2,4 filhos. No censo de 1990, essa imagem foi destruída, revelando que apenas 7% dos 82 milhões de domicílios pesquisados ajustavamse àquela descrição. Na verdade, nos Estados Unidos dos anos 90, de acordo com Rapp e Collins (1996): (a) quase 55% de todos os domicílios tinha apenas um ou dois membros; (b) o número de pessoas solteiras, morando sozinhas, aumentou 31% entre 1980 e 1992, representando um quarto de todos os domicílios; (c) a taxa de natalidade por 1.000 mulheres americanas caiu de 87,9% (1970) para 70,9% em 1980, enquanto o número de imigrantes elevou-se de cerca de 500.000 (1980) para mais de 1.500.000 (1990).

Esses dados não deixam dúvida de que as características da população estão mudando. As mulheres estão cada vez mais trabalhando fora. Hoje, elas representam mais de 45% da força de trabalho total, o que significa, entre outras coisas, que muitas mães trabalham.

Toffler (1993) destacou um novo tipo de família crescendo aceleradamente: a família agregada. Duas pessoas divorciadas, com filhos, casam novamente, trazendo os filhos de ambos os matrimônios para a família ampliada.

Assim, nas sociedades caracterizadas pela heterogeneidade e complexidade dos domínios sociais e simbólicos, a família tem se constituído em locus importante de análise e de investigação acerca da mudança e da permanência de padrões sociais e culturais. O seu futuro como instituição vem sendo colocado em questão no momento em que a sociedade se depara com a presença de organizações familiares diferentes.

Conseqüentemente, pesquisadores e a sociedade, em geral, vêm se preocupando com os possíveis caminhos a serem trilhados pelas famílias, principalmente, as da classe média urbana. Essas preocupações dizem respeito às novas formas de casamento; à gravidez e partos distintos das gerações anteriores, à separação de casais; aos projetos de casal e de família construídos para descolar a família conjugal do conjunto da parentela; ao espaço aberto para as mães solteiras e para homens e mulheres celibatários, separados ou, simplesmente, afastados do cotidiano da vida familiar, assim como aos tios e avós que se agregam aos núcleos familiares.

As mudanças na família afetam a sociedade como um todo e, particularmente, a educação dos filhos, refletindo também sobre as atividades desenvolvidas pela escola.

Tendo esta problemática como pano de fundo, considerou-se oportuno pesquisar os novos contornos que pode tomar a relação família-escola no contexto da educação formal. Neste sentido, realizou-se uma investigação no âmbito de uma instituição particular de ensino que atende crianças da educação infantil à quinta série. Nesta escola, situou-se a ampliação da família, configurada como família possível, integrada por um grupo de avós, que assumiu parcialmente a responsabilidade pelos netos à falta dos pais, fosse pela necessidade do casal de trabalhar o dia inteiro fora de casa, fosse por uma crise ou separação entre os cônjuges, como o objeto de estudo a ser construído.

 

O PROCESSO DE INVESTIGAÇÃO

É notória a importância da família no processo ensino- aprendizagem desenvolvido pelas escolas. Crianças que percebem uma afinidade entre suas famílias e a escola tendem a se sentir mais seguras e, naturalmente, a apresentar melhor desempenho nas atividades acadêmicas.

A pesquisadora, orientadora educacional da instituição em tela, vivenciou, durante um certo período, uma aparente rejeição da comunidade à escola. Os pais eram constantemente convocados para reuniões, mas poucas vezes apareciam na instituição. Este fato retardava a integração com a comunidade. Foi neste contexto que surgiu a idéia de se trabalhar com a família possível – representada pelos avós das crianças, buscando-se a sua inserção em atividades que marcam esse vínculo. Tendo em vista que não se encontrou, na literatura educacional mais recente, estudos que discutam a relação escola-família ampliada, julgou-se pertinente a pesquisa. Nela, propõe-se uma nova abordagem da relação família-escola, baseada na ação de avós que se (re)aproximam, (re)estabelecendo laços que pareciam frágeis entre escola e família.

Sendo objetivo da pesquisa evidenciar a importância da família possível para a relação escola-comunidade, escola-pais, foi necessário escolher um tipo de estudo que permitisse um mergulho nas atividades escolares que contassem com a participação desses atores, desvelando as múltiplas dimensões do seu processo de envolvimento com a instituição. Assim, após o estudo da literatura específica referente à metodologia da pesquisa em educação, julgou-se mais pertinente realizar uma pesquisa participante, a qual: (a) faz uso da observação participante e da observação simples; (b) possibilita a interação constante entre o pesquisador e o objeto pesquisado; c) enfatiza o processo; (d) preocupa-se com o significado, isto é, com a maneira própria como as pessoas vêem a si mesmas e as suas experiências e o mundo que as cerca;(e) privilegia o trabalho de campo; e (f) faz uso de grande quantidade de dados descritivos.

Segundo Gil (1995), a pesquisa participante se caracteriza pelo envolvimento do pesquisador e dos pesquisados no processo de pesquisa. Dessa forma, distancia-se dos princípios da pesquisa ancorada na racionalidade científica. Nela, a realidade não é fixa, o observador e seus instrumentos desempenham papel ativo na coleta, análise e interpretação dos dados.

Neste tipo de pesquisa, privilegia-se a abordagem qualitativa na análise dos dados, ou seja, o intento de ir à essência dos dados, descrevendo e interpretando a realidade como é vista pelos participantes do estudo, no caso, a pesquisadora e grupo de avós configurado como família possível. É importante destacar que, nessa abordagem, aceita-se a interpretação subjetiva do fenômeno em estudo.

Uma vez definido o tipo de estudo a ser conduzido e sua abordagem, passou-se, de modo muito flexível, às etapas e procedimentos do processo de investigação. Inicialmente estudou-se na literatura especializada a crise da família nuclear urbana atual, tentando-se registrar tudo o que fosse possível, de modo que se pudesse abordar a situação social sem ter por trás questões específicas, mas somente uma questão geral, a saber: O que está acontecendo aqui? Quem são os atores?

Na ida ao campo, os dados foram discreta e sistematicamente coletados. Buscou-se desempenhar o duplo papel destacado por Demo (1983) para aqueles que se envolvem com a observação participante: o papel de observador participante passivo e o de observador participante moderado. O trabalho de campo teve início com a observação participante passiva. A pesquisadora – presente na cena da ação – não participava e interagia o mínimo necessário com outras pessoas. Ela era uma espectadora. Movendo-se na escala de engajamento, caminhou para uma observação participante moderada, quando procurou manter um equilíbrio entre estar e não estar sendo membro do grupo. Nessa linha, devotou uma grande quantidade de tempo e de energia à observação do campo, a fim de conseguir apreender as nuanças e os significados profundos do objeto de estudo.

Durante o processo da observação participante, foi aplicado um questionário bem abrangente, com o objetivo de coletar dados sobre os participantes do estudo e esclarecer aspectos relativos ao contexto familiar das crianças. Nessa fase, também foram realizadas entrevistas informais, sempre que as oportunidades se apresentavam. Nelas foram feitos questionamentos importantes para o desenvolvimento da pesquisa, apropriados à temática da investigação. De acordo com Lakatos e Marconi (1995) a entrevista informal, devido à naturalidade com que acontece, é mais importante que a formal.

Simultaneamente foi sendo realizado o registro dos dados. Compreendeu-se, desde logo, que o sistema de registro dos dados primários na pesquisa participante é vital, pois a memória do projeto deve ser acessível a outros pesquisadores que pretendam usá-la em estudos posteriores. As formas mais comuns de registro são: os protocolos de registro de observação participante, o protocolo de registro de entrevistas formais, as fotografias, mapas e diário de campo. Nesta pesquisa, usou-se o protocolo de registro de observação, estando aí incluída a tabulação do questionário inicial, fotografias e o diário de campo. Nos registros, manteve-se a linguagem coloquial do pesquisador e a linguagem literal dos atores, tendo-se o cuidado de evitar o jargão das ciências humanas, transcrevendo-se, o mais literalmente possível, a fala dos entrevistados. O protocolo de registro da observação participante foi feito por meio do registro cursivo. Este foi sendo confeccionado durante o transcorrer da observação participante, sendo, ao final desta, complementado com informações adicionais.

No diário de campo foram registradas, também, as experiências, idéias, erros, confusões, medos, problemas que surgiram durante o trabalho de campo. Os dados obtidos nas entrevistas informais foram registrados tanto no diário de campo como no protocolo de registro de observação participante. Para as fontes documentais escritas e não-escritas foi organizado um arquivo.

As possíveis abordagens de análise dos dados coletados começaram a ser gestadas depois de intensa participação na realidade social em estudo, de vez que elas supõem um conhecimento abrangente de todos os fatores envolvidos. Assim, só foi possível analisar os dados após o processo ter sido suficientemente observado. Nesta perspectiva, recusou-se a formulação a priori de categorias de análise. Esta etapa constituiu a terceira fase da investigação, tendo sido construída no contexto experienciado, ou seja, a partir das reações do grupo de avós-participantes, sendo sua preocupação básica preservar a integridade do fenômeno. Ela foi desenvolvida por tentativas e estágios, tendo crescido à medida que o envolvimento com o grupo de avós-participantes se ampliou.

É importante destacar que, tão logo se iniciou o contato com a família possível, houve a preocupação de esclarecer aos avós que não estavam substituindo os pais, mas cumprindo de forma mais efetiva a função de avós, dando respaldo aos netos para enfrentarem as adversidades vividas com os desentendimentos dos pais ou com a ausência dos mesmos, resgatando os laços familiares, os valores que permearam cada família, prejudicados pela crise familiar.

 

RESULTADOS OBTIDOS

A Instituição: um pouco de sua história

A instituição, palco da pesquisa, está situada na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. Ela se originou de uma sociedade formada por três mulheres, tendo sido criada legalmente em junho de 1996; em fevereiro de 1997 começou seu primeiro ano letivo.

Na Educação Infantil, atuam cinco professoras, das quais uma só possui a formação específica para trabalhar nesse nível: Curso Normal e especialização em Educação Infantil. As demais, além dessa formação, têm curso universitário completo, ou o estão concluindo.

No primeiro segmento do primeiro grau, as regentes das turmas de primeira e segunda séries estão cursando faculdades e, nas terceira e quarta séries, todas as professoras têm curso universitário completo nas respectivas matérias que lecionam.

Vale a pena destacar que cerca de 10% dos alunos têm algum tipo de deficiência, o que os exclui de muitas escolas convencionais. A instituição desenvolve um currículo diferenciado, onde o ensino de idiomas, as práticas de laboratório, as oficinas de arte e música, assim como a intensa utilização da área verde, são integrados ao projeto educacional, buscando atender às necessidades específicas das crianças.

Embora a escola esteja legalizada e autorizada a funcionar – da Educação Infantil ao Segundo Grau – ficou estabelecido, pela direção, que, inicialmente, funcionaria da Adaptação II à quinta-série e, gradativamente, conforme os alunos fossem tendo acesso às séries mais avançadas, ir-se-iam acrescentando outras séries. No momento, não é levantada a possibilidade de se trabalhar com o Maternal e a Adaptação I.

No primeiro ano de funcionamento, a escola contou apenas com 17 alunos, distribuídos da Adaptação II à quarta série do ensino fundamental. Já no segundo ano, contava com 34 alunos. Em 1999, terceiro ano da existência, a escola possuía 57 alunos. Em 2000 atendia 79 alunos. A clientela da escola é formada por crianças representantes da família nuclear urbana: profissionais liberais, funcionários públicos e técnicos de nível médio.

Para chegar ao ponto em que está, a instituição investiu muito nos profissionais que permaneceram e nos novos que chegaram, oferecendo-lhes cursos de atualização profissional, dentro e fora da instituição. Além disso, a escola deixa disponível, para todos os seus membros, assinaturas de dois jornais cariocas e de uma revista semanal, bem como viabiliza a aquisição de livros ou outros materiais requisitados pelos professores, desde que pertinentes às práticas propostas.

Há um contraste acentuado entre o espaço físico exterior à escola – rua esburacada, enlameada, sem pavimentação e calçada – e o interior, delimitado por um muro bastante alto e extenso. Dois portões de ferro, cobertos com chapas de aço, distantes entre si, isolando qualquer possibilidade de se vislumbrar aquilo que guardam, dão acesso à escola.

A instituição, edificada em estilo colonial americano, arquitetonicamente pode ser vista como um Centro de Excelência, a começar pela sua área privilegiada. Construída em um terreno de trezentos e sessenta mil metros quadrados, atende bem às necessidades da proposta educativa da escola3 . Possui, também, uma vasta área verde que circunda os prédios, com um imenso gramado e muitas árvores frutíferas. Esta área é utilizada como extensão da sala de aula, para a recreação dirigida, o lazer, servindo também à educação física.

Existe uma horta, onde as crianças colhem as hortaliças, com as quais preparam – com o auxílio das professoras – as saladas que adoram comer na escola e, quase sempre, rejeitam em casa. Dali saem também as ervas que servirão, quando necessário, para o preparo dos remédios caseiros, de uso comum naquela região.

Digna de registro é a existência de uma nascente d’água em morro dentro do terreno, de onde se origina um riacho que serpenteia a escola. Neste terreno, foram construídos três viveiros de grandes dimensões – cerca de 80 metros quadrados cada, que abrigam araras azuis e vermelhas. Há, também, uma gaiola da mesma dimensão, com macacos pregos, que alegram as crianças e são estímulos para muitas aulas divertidas. Além disso, há patos e galinhas, inclusive d’angola, em imenso galinheiro. Um filhote de cão vira-lata, abandonado no portão da escola foi, de imediato, adotado pelas crianças. Todos os animais são cuidados por veterinário, contratado pela escola para esse fim, e as crianças são orientadas sobre o trato com os animais.

Grande parte das aulas acontece no espaço externo, bem explorado pelos professores de todas as matérias. Assim, a ecologia é respeitada em todos os seus aspectos. As salas são amplas, têm boas condições de ventilação e iluminação, com piso de material de fácil limpeza. As instalações sanitárias são adequadas à faixa etária dos alunos e em número suficiente. Os bebedouros são equipados com equipamentos filtrantes, de dimensões e características que facilitam o uso pelas crianças, em quantidade compatível com o número de alunos. O mobiliário é adequado, em número suficiente, proporcionando conforto e segurança aos alunos. Como a região em que a escola está localizada é muito quente, resolveu-se instalar ar refrigerado em todas as suas dependências.

Há um princípio básico que norteia a proposta pedagógica: não fazer distinção de qualquer natureza, quanto à condição social, raça ou credo das crianças. Todas são únicas e especiais, fazendo parte de um todo harmonioso. Constata-se, hoje, que a Instituição tem uma inspiração construtivista.

 

O TRABALHO DE APROXIMAÇÃO À FAMÍLIA POSSÍVEL

A vida urbana contemporânea tem exigido cada vez mais a presença dos avós na escola, trazendo e levando os netos. Por tê-los tão próximos, foram considerados como a família possível, com vistas a um trabalho pedagógico mais satisfatório com as crianças.

Esses sujeitos tinham idades que variavam de 50 a 76 anos, sendo 6 homens e 17 mulheres. Quase todos eram casados, proprietários das casas em que residem. A maioria era católica praticante, e existia uma bisavó que criava o bisneto sem ajuda dos pais.

O primeiro contato com os avós foi planejado para não assustá-los com qualquer tipo de apelo. O que se desejava configurar era a importância da presença deles. O convite era para passar uma tarde na escola, onde todos se conheceriam melhor e participariam de um lanche, após as atividades programadas. Foram desenvolvidas algumas dinâmicas para desinibir e entrosar o grupo. Quando o grupo estava bem envolvido, foi falado o propósito do encontro. A receptividade foi muito boa; eles destacaram também as preocupações que tinham acerca da situação de crise da família que estavam presenciando. Salientaram problemas causados pela ausência prolongada dos pais no dia a dia dos filhos: casos nos quais pai e mãe trabalham fora, saindo e retornando com os filhos ainda ou já dormindo. Neste contato inicial, percebeu-se que muitos se achavam excluídos do processo educativo de seus netos, sentindo-se sem condições de intervenção.

Naquele momento, com a chamada à escola para debater o assunto, sentiram voltar o vigor e a animação para tentar mudanças nas situações vivenciadas. Perceberam que eram capazes de fazer uma tentativa no sentido de dar sustentação aos netos e filhos, voltando a ocupar um lugar de importância na família. Comprometeram-se, então, a sair da posição de espectador passivo para a de membro atuante, passando, dessa forma, segurança aos netos, mostrando-lhes, no momento adequado, que a separação ou ausência dos pais não significava o fim da família; que eles – os avós – estavam junto dos netos, procurando meios que evitassem a todos, pais, filhos e avós, ficar como barcos à deriva.

Ao final dessa reunião, foi pedido aos avós que preenchessem um questionário que permitiria conhecêlos melhor e encontrar características pessoais que facilitassem a interação e, conseqüentemente, resultassem em condições favorecedoras do trabalho pedagógico com as crianças.

Na semana seguinte, após o recebimento e a tabulação dos resultados dos questionários, foi feito outro convite aos avós para nova reunião, que teve como objetivo básico a elaboração conjunta de um plano de ação.

Nesse encontro, uma das avós foi eleita, por aclamação, coordenadora do grupo dos avós, e todos os demais avós presentes à reunião passaram a se intitular seus assessores diretos, ficando a pesquisadora (observadora-participante) como supervisora do grupo de trabalho.

O resultado imediato desse primeiro encontro foi a elaboração de um conjunto de ações, que foram postas em prática, visando algumas melhorias no trabalho pedagógico a ser desenvolvido com as crianças.

Durante quatro meses, as reuniões foram semanais, e a partir daí quinzenais, com a duração de uma hora e trinta minutos, cada uma. Ficou decidido que todos os componentes do grupo – incluindo a pesquisadora – tratar-se-iam por você, na tentativa de quebrar a formalidade, que se notava entre eles. O resultado foi excelente, aproximando o grupo que, com o decorrer do tempo, ficou íntimo, achando até graça das dificuldades iniciais de referirem-se uns aos outros, tratando-se por você.

Nas reuniões iniciais, conforme cada um colocava a sua própria história, era ressaltada a diferença entre os padrões da educação passada e a atual. Isto levou à discussão do tema até a sala de aula, de vez que, após os encontros, o grupo de avós saia cheio de idéias para conversar com os netos. As professoras aproveitaram para fazer um estudo comparativo entre esses dois momentos distintos da educação.

Como muitos avós moravam na mesma casa que os netos, foi sugerido, por um deles, a volta do hábito do jantar em família, com todos sentados à mesa, com a TV desligada. Em muitos casos, este passou a ser um momento de reunião precioso, quando todos os membros da família puderam comentar o dia que tiveram.

Também foi de grande sucesso, entre as crianças e seus avós, a elaboração em conjunto de um álbum de família com fotos de bisavós, avós e demais parentes, bem como uma seleção de fotos de momentos importantes de cada família, tais como casamentos, batizados, aniversários, devidamente identificados e datados. Em alguns casos, houve a elaboração de um quadro flanelado no quarto do neto, com retratos dos avós e dos pais quando crianças, buscando, avós e netos, através das fotos, verificar a semelhança física e comparar os hábitos infantis das diferentes épocas

Tudo isso acabou por resultar no resgate dos antepassados queridos e de acontecimentos importantes vividos pela família, bem como propiciou momentos de muita conversa e reflexão entre as gerações envolvidas. A chamada dos avós e a conseqüente aceitação da proposta de trabalho junto aos netos trouxeram uma mudança de postura da comunidade em relação à escola.

A partir da terceira reunião, uma vez por mês, os avós passaram a levar à escola personagens importantes da comunidade, com experiência em uma determinada área de atuação, que pudessem ser de algum interesse para as crianças. Nessas ocasiões, todos os integrantes da escola também participavam. No terceiro mês, o sucesso extrapolava a escola, merecendo citação no Jornal “O Globo”, edição do dia 25/ 09/99, no encarte “Jornal da Zona Oeste”. A essa altura, os avós começaram a participar do planejamento dos eventos da escola.

A participação efetiva desses atores na escola levou: ao resgate da memória-viva familiar, que constitui história social; à criação do “Jornal dos Avós”; ao aprendizado e preparo de comidas especiais e remédios caseiros, de acordo com os hábitos de cada grupo familiar, todos retirados das plantas medicinais da horta da vovó e do vovô; à montagem do Museu de Objetos do Tempo da Vovó e do Vovô; à participação no planejamento escolar, atuando eles como contadores de histórias, planejadores de festas, ou criadores e atores do Auto de Natal, evento este que marcou o encerramento do ano letivo de 1999. A culminância desse trabalho foi a integração do idoso no social e no familiar.

A presença dos avós no contexto escolar, como mediadores das relações educativas, foi muito significativa. Ao sentirem-se valorizados e apoiados, estimularam os netos na aprendizagem e na adaptação escolar. Colaboraram por sentirem-se motivados, satisfeitos e, sobretudo, assumiram a necessidade de ajudar seus netos de forma concreta, gerando resultados positivos para toda a família.

Este trabalho, de certo modo, permitiu à escola ser um elemento de ligação da família, integrando seus membros, apesar das dificuldades que apresentavam. É importante destacar que o entrosamento do grupo muito se deveu aos diálogos francos e livres promovidos nos encontros realizados na escola. Por meio dos questionários, entrevistas e diálogos foi possível estabelecer o perfil social do grupo de avós e identificar a emergência de três eixos constantes em suas falas, a saber: (a) suas trajetórias sociais; (b) seus modelos ideológicos; e (c) suas lembranças e perspectivas de mudança.

Em relação à leitura feita pelos indivíduos de sua trajetória social, verificou-se que ela se realiza através de um código de valores comum ao meio em que estão inseridos. Este código estabelece critérios básicos capazes de distinguir grupos de indivíduos, formando grupos de status a partir de marcas de distinção. Essas marcas, expressões de uma ordem simbólica distinta da ordem puramente econômica, designam estilos de vida e privilégios de honra próprios a cada grupo de status (Weber, 1969).

A percepção da decadência do modelo familiar vigente dá aos entrevistados posição e situação na sociedade (Bourdieu, 1974). A história de vida ilustra a visão dessa mudança: mistura-se à história familiar e o processo de transformação de suas famílias de origem e de procriação é também um processo de mudança da situação social. Os projetos de vida dos filhos são hoje uma demonstração dessas mudanças, que parecem indicar o sentido de uma insegurança no presente e uma interrogação quanto ao futuro. O estilo de vida dos entrevistados limitou o leque maior de escolha de projetos de vida para seus filhos. Aliado a ele as sucessivas crises econômicas por que o País vem atravessando nos últimos anos fez desses indivíduos, de camadas médias de profissionais liberais, pessoas inseguras em suas posições sociais. As opções de vida da geração que os segue oferecem espaços para a entrada de soluções consideradas mais individualizantes, mais modernizantes ou não-tradicionais (Velho,1983 & Salem,1985).

As diferenças no universo pesquisado são multifacetadas e permeiam essas representações hierárquicas da sociedade. A religião é uma das formas que marca fronteiras simbólicas no interior desse universo (Prandi, 1975). Apesar da maioria dos entrevistados ser católica, a vivência dessa prática religiosa e a interferência de outros ethos, religiosos ou não, conferem variedade e sutileza aos limites simbólicos, definidos pela religião. Alguns se dizem religiosos e afirmam ter Jesus no coração.

Complementarmente, em relação aos modelos ideológicos, observou-se que os participantes fazem interpretações naturalistas e intervencionistas acerca do tema família, sobretudo quando as relações familiares entre as gerações entram em cena (Foucault, 1979). Percebeu- se variações acerca do modelo comum definidor dos papéis de gênero, de pai, mãe, filhos, avós e netos.

A força de uma ordem natural se apresentou como algo dado e, de certa forma, incontrolável. Foi comum a idéia de que a vida é permeada de momentos difíceis (muitos) e agradáveis (menos): o que importa é conscientizar-se disso, pois esses momentos fazem parte da vida.

Na definição de família surgiu a força de algo dado e imponderável em que conflitos e contradições são naturalizados. Preocupo-me com a família; Família é a célula da sociedade. Dessa forma, a trajetória de vida foi constantemente avaliada, não só pelos avós, mas também pelo grupo social. Os discursos desses personagens evidenciaram a preocupação constante com autocrítica e diálogo, termos estabelecidos como base das relações familiares e que se apóiam em conceitos como o de amor. A visão vigilante e controladora da vida de cada indivíduo pareceu ser mais forte naqueles que tinham uma percepção de sua posição social dentro da família. Assim, como a importância conferida à aquisição dos bens de família dá valor e peso especiais à auto-representação na hierarquia social, esta auto-representação também se situa na valorização do desempenho individual.

O peso desta valorização acabou surtindo um efeito particular na visão que os avós tinham de suas relações com filhos e netos. As possibilidades abertas na escolha de vidas para os filhos, baseadas na importância do desempenho de cada um, esbarraram com a força e a vigilância desse modelo intervencionista do indivíduo e da família.

A preocupação evidenciada pelos avós em relação ao futuro dos netos, levou-os ao passado. Nos encontros, alguns deles passaram a falar de seus avós e se propuseram a colaborar nas atividades propostas pela equipe da escola. Essas atividades visavam o resgate dos antepassados queridos e acontecimentos importantes vividos pela família, como foi anteriormente relatado.

Nessa perspectiva, as diferentes possibilidades de representação da família, vistas pela história da vida, permanecem como fatos presentes hoje, embora de forma diferente. Sentir-se como membro ou não, da família dos filhos ou mudando o centro de referência, incluindo, ou não, os filhos e seus netos no que chamam de família, é uma forma de escolha e de percepção do momento propício para cada uma dessas situações. A escolha não se restringe ao alargamento ou à retração dos limites familiares, mas refere-se, sim, ao fato de se perceber como centro ou elemento periférico do grupo doméstico.

Assim, os diálogos em torno do passado específico de cada um desses personagens abriu espaço para o (re)pensar das formas de intervenção junto à família, com vistas ao bem-estar dos netos.

 

CONCLUSÕES

O estudo permitiu estabelecer algumas conclusões que podem subsidiar a prática pedagógica e, mais especificamente, propostas e atividades que busquem a interação escola-família-comunidade. Ficou evidenciada uma nova dimensão para a família que, hoje, ultrapassa as perspectivas do casamento por amor, da união indissolúvel do casal e que se reflete na dinâmica escolar.

Da pesquisa de campo pôde-se concluir que é viável à escola encontrar apoio na família possível. Os avós exerceram, de forma efetiva, sua função, dando respaldo aos netos para enfrentar as adversidades vividas com os desentendimentos ou ausência dos pais, fortalecendo os laços familiares, os valores que permeavam cada família, prejudicada pela crise, aparente ou não.

A lembrança das dificuldades passadas no início de sua própria vida conjugal, no momento em que a maioria das avós, também, teve de deixar os filhos para trabalhar, pois os maridos não mais tinham condições de manter sozinhos as famílias, possibilitou uma identificação com a situação vivida pelas filhas e noras. As angústias da emancipação feminina, revividas naqueles momentos de reunião, tornaram-se essenciais para que o grupo de avós se voltasse, mais atentamente, para o bem-estar dos netos. Vale lembrar que os avós consideraram-se importantes na transmissão de conhecimentos e valores. Do mesmo modo, valorizaram as relações afetivas e o carinho dado aos netos, conscientes de que as responsabilidades pela educação cabiam aos pais. Dessa forma, esses atores ajudaram na educação dos netos, sem, no entanto, reivindicar o lugar dos pais.

Ao conhecer a história pessoal de cada um, o grupo pôde interagir mais satisfatoriamente, identificando- se, muitas vezes, uns nas histórias dos outros. Pouco a pouco, de acordo com o relato de muitos, eles foram se integrando nos movimentos da escola e da comunidade: cada elemento do grupo passou a ter uma função, dentro e fora da escola, e dessas atividades configurou-se a efetiva integração dos avós na escola e na comunidade.

A Escola foi bastante dinamizada com a presença desses sujeitos que, a todo momento, traziam idéias para serem discutidas, tentando viabilizar o seu desenvolvimento.

Outro fato importante foi que os professores passaram a valorizar os encontros com os avós, percebendo- os como um elo integrador do eixo família-escola.

O trabalho com os avós instigou os pais; estes movidos pelo sucesso da colaboração, por ocasião da última Reunião de Pais, de 1999, por unanimidade, pediram que lhes fosse dado o mesmo espaço obtido pelos avós, para que formassem também um grupo de trabalho efetivo.

Ao final da pesquisa, com a institucionalização da família possível, as reuniões passaram a ser alternadas, ora o grupo de avós, ora o de pais. E, a cada 45 dias, passou a ocorrer um encontro geral, bastante produtivo e agradável, no qual temas de interesse comum eram discutidos.

Todas essas conquistas permitem que se recomende às escolas, que valorizam a relação com as famílias e a comunidade, que não desistam dessa convivência quando verificarem a pouca receptividade dos pais aos convites para as reuniões. As instituições, diante das novas configurações da família, devem partir em busca de alternativas que possam acompanhar essas mudanças que se sucedem cada vez mais rapidamente. Para isso, é preciso ter disposição e ousar, criando novos meios de interação; se um caminho não puder ser trilhado, que se busque outros, até chegar àquele que atenda à demanda inicial.

Os avós constituíram-se em elemento mediador. Para tanto, foi importante chamá-los a colaborar, buscando compreendê-los e aceitando suas idéias, discutindo suas trajetórias de vida e experiências; situandoos como parceiros na tarefa pedagógica de promover o desenvolvimento de seus netos.

 

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Endereço para correspondência
e-mail: nunes30@globo.com

Recebido em: 14/06/2001
Revisado em: 24/08/2001
Aprovado em: 13/11/2001

 

 

1;Psicóloga Educacional, Pós-Graduada em Psicologia Clínica/PUC-RJ. Mestre em Educação. Universidade Estácio de Sá.
2;Doutora em Educação – UFRJ. Professora do Curso de Mestrado em Educação da Universidade Estácio de Sá.
3 14 salas de aula; 01 sala de arte, 01 sala de música; 01 sala de vídeo, com seus respectivos equipamentos; 01 sala de professores; 01 sala de Orientação educacional; 01 Biblioteca; 02 laboratórios; 01 gabinete da diretoria; 01 secretaria; 01 salão reversível para vários eventos, com
120 poltronas, dispondo de palco, tela de 3 x 3m para exibição de filmes, recursos sonoros especiais, um piano (servindo de auditório ou de área
coberta); 11 instalações sanitárias; 01 campo de futebol; 01 quadra polivalente; 01 play ground; 01 piscina; 01quadra de tênis.