EDITORIAL

Este número da revista Psicologia da Educação traz uma gama variada de artigos, que tratam de diferentes temas e sob diferentes enfoques. São abordadas questões de ordem teórica, metodológica, pesquisas sobre aspectos específicos no âmbito da psicologia da educação e a partir de diferentes referenciais teóricos, experiências práticas, além de uma discussão sobre ensino e uma resenha.

O artigo de Castorina e Barreiro, "El problema de la individuación de las representaciones sociales: uma perspectiva interdisciplinaria", trata de maneira original a articulação entre representações sociais e individuação, a partir de uma discussão teórica que avança para elaborações que extrapolam a contribuição de cada uma dessas categorias, em direção a uma possibilidade de síntese, sem dúvida bastante relevante para a psicologia em geral e para a psicologia da educação em especial.

Dois artigos tratam, sob aspectos diversos, questões de ordem metodológica. O artigo de Trindade, Santos e Baptista, "De observador a participante: considerações sobre a identidade do pesquisador", põe em foco o pesquisador, abordando a constituição de sua identidade a partir de sua atividade investigativa; essa abordagem é particularmente importante, pois trata de um dos pólos da pesquisa que, em geral, é pouco discutido. Também cercado de especial originalidade é o artigo de Kohatsu, "O uso do vídeo na pesquisa de tipo etnográfico: uma discussão sobre o método", em que se discute como o vídeo pode ser utilizado como instrumento criativo na pesquisa, especialmente no caso em que pessoas com deficiência mental mostram seu olhar para o mundo a partir das filmagens por elas produzidas.

Dois artigos abordam a infância. Hillesheim e Guareschi, com o artigo "De que infância nos fala a psicologia do desenvolvimento? Algumas considerações", põem em questão a concepção de infância tal como ela é tratada na psicologia do desenvolvimento, proporcionando relevante contribuição à análise dessa subárea da psicologia, particularmente relevante para a psicologia da educação, dado que é um de seus mais importantes fundamentos. Garcia, Yunes, Chaves e Santos, no artigo "Educando meninos e meninas: transmissão geracional da pesca artesanal no ambiente familiar", relatam uma pesquisa extremamente interessante, em que são tratados os temas gênero, trabalho e família, numa perspectiva em que a historicidade é considerada como linha de interpretação.

Três importantes contribuições para a discussão sobre a prática relacionada à psicologia da educação encontram-se nos artigos de Miranda, Lima, Teixeira, Chaves e Barros, "Perspectivas de atuação do psicólogo escolar na rede pública de ensino: um estudo exploratório em uma escola de Fortaleza"; de Souza, "Educação para a paz e educação moral na prevenção à violência", e de Chamon, "Um modelo de formação e sua aplicação em educação continuada". O primeiro contribui para a discussão sobre a atuação da psicologia escolar na escola pública; o segundo relata uma experiência relevante para a prática pedagógica articulada à discussão sobre os fins da educação, e o terceiro versa sobre uma proposta de formação de professores.

Na sessão AMPLIANDO, Gioia e Fonai trazem interessante contribuição sobre ensino, abordando "A preparação do professor em análise do comportamento". Uma resenha sobre a publicação A Educação de pessoas talentosas, de Witter, em COMPARTILHANDO, traz à discussão um tema que tem sido pouco abordado pela psicologia da educação e que demanda, sob o ponto de vista da prática educativa e da pesquisa, mais atenção.

Esperamos que este número da revista Psicologia da Educação possa contribuir, mais uma vez, para a difusão do conhecimento na área, suscitando discussão e contribuindo para o avanço da pesquisa.

Informamos a nossos leitores e colaboradores que a partir do número 27 Psicologia da Educação circulará apenas em caráter digital.

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