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Psicologia da Educação

versión impresa ISSN 1414-6975

Psicol. educ.  no.30 São Paulo jun. 2010

 

Os laboratórios de Análise do Comportamento na Universidade Federal de Minas Gerais1,2

 

The Behavior Analysis Laboratories at Universidade Federal de Minas Gerais

 

Los laboratorios de Análisis de la Conducta en la Universidade Federal de Minas Gerais

 

 

Rodrigo Lopes MirandaI; Sérgio Dias CirinoII

IMestre em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais. Doutorando pelo mesmo Programa. Bolsista de Doutorado CAPES. E-mail: dingoh@gmail.com
IIDoutor em Psicologia pela Universidade de São Paulo. Professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: sergiocirino99@yahoo.com

 

 


RESUMO

Este texto objetiva construir uma narrativa histórica sobre os laboratórios de Análise do Comportamento da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na década de 1970. A caixa de Skinner foi o principal objeto estudado, por sua centralidade para os referidos laboratórios. A década de 1970 foi escolhida, uma vez que os laboratórios de Análise do Comportamento foram instalados na UFMG, nessa época. A Historiografia foi o método de trabalho, especificamente o campo da História da Psicologia. As fontes utilizadas foram documentos escritos e orais. O principal resultado foi que o laboratório de Análise do Comportamento, a partir de seu uso didático, funcionou como um centralizador de agentes em prol de uma psicologia científica no recém-criado curso de Psicologia da UFMG.

Palavras-chave: história do ensino de psicologia; laboratório didático de análise do comportamento; caixa de Skinner; curso de Psicologia da UFMG.


ABSTRACT

This paper aims to construct a historical narrative about the Behavior Analysis laboratories at Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) in the 1970s. The Skinner box was the main object studied due to its centrality for those laboratories. The 1970s was chosen because it was when Behavior Analysis laboratories were installed at UFMG. Historiography was the method of study, specifically, the field History of Psychology. The sources for the research were written and oral documents. The main result shows that the Behavior Analysis didactic laboratory served as a centralizing agent in favor of a scientific psychology in the newly created UFMG Psychology course.

Keywords: history of Psychology teaching; behavior analysis didactic laboratory; Skinner box; UFMG Psychology undergraduate course.


RESUMEN

Este texto objetiva construir una narrativa histórica acerca de los laboratorios de Análisis de la Conducta de la Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) en la década de 1970. La caja de Skinner fue el principal objeto estudiado, por su centralidad para los referidos laboratorios. Se eligió la década de 1970, pues en este periodo se instalaron los laboratorios de Análisis de la Conducta en la UFMG. La Historiografía fue el método de trabajo, específicamente el campo de la Historia de la Psicología. Las fuentes utilizadas fueron documentos escritos y orales. Como principal resultado, se observó que el laboratorio de Análisis de la Conducta, a partir de su uso didáctico, funcionó como un centralizador de agentes a favor de de una psicología científica en el recién creado curso de Psicología de la UFMG.

Palabras clave: historia de la enseñanza de Psicología; laboratorio didáctico de análisis de la conducta; caja de Skinner; curso de Psicología de la UFMG.


 

 

O objetivo deste trabalho é apresentar uma narrativa histórica dos laboratórios de Análise do Comportamento da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na década de 1970. O principal objeto estudado é a caixa de condicionamento operante que, como instrumento científico, permite a elaboração de discursos sobre aqueles que a utilizaram. Este trabalho apresenta a prevalência da utilização didática do laboratório de Análise do Comportamento, em detrimento de seu uso como espaço de pesquisa no início da década de 1970, na UFMG. Para tanto, indica-se a condição de ensino, a partir das fontes pesquisadas, destacando-se pela: (1) implantação de dois laboratórios didáticos, com sustentação de material didático brasileiro recém-publicado no período; (2) criação de condições materiais para o desenvolvimento de disciplinas de graduação em Psicologia, via aquisição de instrumentos de laboratório didático; (3) confecção de documentos em que a função didática prevalece sobre a de pesquisa; e (4) participação de estudantes que se utilizaram do laboratório didático de Análise do Comportamento em um evento produzido a partir das condições de ensino.

A década de 1970 foi eleita porquanto, nessa época, foram instalados os laboratórios de Análise do Comportamento, na UFMG. Além disso, grande parte das fontes sobre a história da Análise do Comportamento, no Brasil, privilegia a década anterior (e.g. MATOS, 1998; TODOROV, 2006). Assim, explorar outro período permite a formulação de novas análises. O campo de pesquisa foi selecionado porque a UFMG se tornou, no período, um modelo sedutor para a promulgada modernização do ensino superior (CUNHA, 1988). Isso se deve ao fato de que a UFMG não estava envolvida em crises políticas e policiais pelas quais a nascente Universidade de Brasília (UnB) passava. E, em adição, por desvincular a solução de dificuldades e problemas preexistentes nas universidades brasileiras do modelo da UnB, "[...] erigida a partir de um plano diretor sem antecedentes institucionais" (CUNHA, 1988, p. 118).

A caixa de Skinner foi selecionada como objeto principal de análise por ser um dos principais elementos a servir de divulgador da Análise do Comportamento (CIRINO e MIRANDA, 2009; CIRINO, LATTAL, MIRANDA e CRUZ, 2009). Além de se constituir como um dos elementos mais característicos da metodologia analítico-comportamental (LATTAL, 2004), ela é, também, um instrumento para fazer ver o comportamento, objeto último de análise do behaviorismo, já que simplifica a unidade de análise a uma instância facilmente observável. Ao facilitar a visualização do comportamento, a caixa de Skinner permite que seu usuário aprenda não apenas a vê-lo, mas também a falar sobre ele e a pensar a partir da teoria operante. Concorda-se, assim, com a afirmação de Bennett (1998), na qual os instrumentos científicos cumprem não somente o papel de ensinar a teoria na qual se embasam, como ainda o de observar e de medir um fenômeno.

 

Método

A Historiografia foi o método principal de trabalho, principalmente o campo da História da Psicologia. Esse campo pode ser definido como uma maneira de, a partir de relatos de eventos passados, fazer-se uma (re)construção daquilo que aconteceu para, posteriormente, analisar e interpretar tais relatos (CAMPOS, 1998). Em diálogo com a História da Psicologia, foram utilizadas referências dos Estudos Sociais da Ciência, além de técnicas de Análise do Documental e História Oral.

Utilizaram-se dois tipos de fontes: (1) documentos escritos e (2) depoimentos orais. Deu-se prioridade às fontes primárias, ou seja, àquelas produzidas por pessoas que vivenciaram e relataram momentos da história aqui enfocada. Contudo, tem-se em vista que as fontes, por si mesmas, não são primárias ou secundárias, porém são categorizadas dessa maneira a partir das perguntas que se objetiva responder. Alguns dos documentos escritos analisados foram: cronogramas, ementas e planos de ensino de disciplinas; cartas; relatórios de atividades; relatórios de compra de equipamentos; periódicos; anais de eventos, dentre outros. As fontes orais, por sua vez, são produtos de entrevistas com cinco professores que atuaram nos laboratórios de Análise do Comportamento da UFMG, na década de 1970. Os entrevistados foram: Adélia Maria Santos Teixeira, Ione Scarpelli Pereira, João Bosco Jardim, Maria José Esteves de Vasconcellos e Sônia dos Santos Castanheira3.

 

Resultados e discussão

Ocorreu na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FaFiCH) da UFMG, em 1969, um curso ministrado por Carolina Bori, o qual versava sobre Psicologia Social Experimental. A esse curso é creditado o início do desenvolvimento da Análise do Comportamento na UFMG (Jardim, 1998). É interessante observar, de antemão, que é por intermédio da Psicologia Social Experimental que o behaviorismo skinneriano foi inicialmente institucionalizado na UFMG. Segundo as recordações de Jardim (2009): "[...] Carolina nos trouxe uma visão de Psicologia Social diferente daquela que até então conhecíamos. [...] Logo percebemos que ela trazia também uma visão da Psicologia muito mais consistente do ponto de vista científico" (JARDIM, 2009). Contudo, nas lembranças de Pereira (2009), o curso ofertado por Carolina Bori não foi de Psicologia Social Experimental, mas, sim, de Análise do Comportamento. Há uma contradição entre as lembranças dos entrevistados que é compreendida à luz de outras de suas afirmações. Jardim (1998) afirma que a Psicologia Social Experimental não foi incorporada à Psicologia da UFMG, mas a Análise do Comportamento ali frutificou. Pereira (2009), por sua vez, diz que

[...] houve uma aceitação muito grande. Houve uma certa modificação da abordagem, no sentido de querer [...] Análise Experimental do Comportamento, achando que seria uma coisa muito boa porque, não só do ponto de vista teórico, mas do ponto de vista prático, e de aplicação, [...] aplicações no próprio ensino! (PEREIRA, 2009)

Assim, os dois entrevistados fazem menção ao que permaneceu na UFMG: a Análise do Comportamento, vinculada a um discurso cientificista da Psicologia. Jardim (1998) é ainda mais contundente: "[...] daquela ocasião em diante, a Psicologia Experimental ensinada em Belo Horizonte não seria mais a mesma" (p. 117).

Movidos pela "aceitação" (PEREIRA, 2009) da nova abordagem, entre 1969 e 1971, intensificaram-se os intercâmbios entre os professores da UFMG, interessados em Análise do Comportamento, com os docentes da Universidade de São Paulo (USP), onde Carolina Bori lecionava. Jardim (1998, 2009) relata que ele e um colega, ainda em 1969, foram à USP com o intuito de ter acesso a programas de disciplinas de Psicologia Experimental e às respectivas bibliografias. Sua cicerone foi Maria Amélia Matos. A definição de "cicerone" auxilia a entender o relato de Jardim (2009) sobre a visita à USP, em 1969. Segundo o dicionário Silveira Bueno (1989, p. 149), cicerone é uma pessoa que acompanha viajantes, mostrando-lhes o que há de importante em um local. Quais foram, então, os locais eleitos como importantes para serem mostrados nessa visita? Jardim (2009) diz:

[...] a primeira coisa que a Maria Amélia [Matos] nos mostrou foi o laboratório de aranhas do César Ades. [...] Dali fomos ver o laboratório de comportamento operante que a Maria Amélia [Matos] tinha acabado de montar. Vimos uma caixa de Skinner que ela havia trazido dos Estados Unidos [...] Depois fomos ver o laboratório de formigas do Walter Hugo, a oficina do Mário Guidi e o laboratório de Psicologia Sensorial da Dora Fix. Enfim, tivemos com a Maria Amélia [Matos] uma primeira impressão do que era um departamento de Psicologia Experimental, antes de conversar com a Carolina sobre programas e bibliografia.

A partir desse relato, observa-se que, antes de ter contato com programas e bibliografias, era importante ver como "[...] era um departamento de psicologia experimental [...]" (JARDIM, 2009). Isso quer dizer: ver os laboratórios e seus animais, bem como o local em que os instrumentos eram produzidos. A forma como o entrevistado sugere que ocorreu a visita à USP remete a uma leitura latouriana: "Ele [o modelo experimental] não deseja a opinião dos cavalheiros, mas sim a observação de um fenômeno produzido artificialmente em um lugar fechado e protegido, o laboratório [...]" (LATOUR, 2008, p. 23). Assim, a concepção de Análise do Comportamento, como uma Psicologia Experimental, levada para a UFMG, estava atrelada ao laboratório e seus instrumentos ou, mais especificamente, aos equipamentos de laboratório que começavam a se destacar como imperativos para o estabelecimento da Análise do Comportamento e de uma psicologia científica, na UFMG.

Em 1971, um laboratório precário começou a ser utilizado para atividades práticas nas disciplinas de Psicologia Experimental (CASTANHEIRA, 2009). Nas palavras de Castanheira (2009), "[...] nessa mesma época começou aquele boom aqui [...] Então a gente começou a acreditar que era possível fazer um laboratório". Os experimentos realizados eram baseados no manual de Rachel Kerbauy, Análise Experimental do Comportamento: exercícios de laboratório. O prefácio desse livro sugere importantes elementos sobre o desenvolvimento inicial de práticas de laboratório de Análise do Comportamento, na UFMG:

Um problema de difícil resolução é lecionar Psicologia Experimental para um curso de graduação, quando se deve mostrar o controle experimental de variáveis e dar ao aluno experiência pessoal de técnicas de trabalho em laboratório, e se dispõe de pouca ou nenhuma verba para equipamento. (KERBAUY, 1970)

Essa era a situação dos professores da UFMG. Vasconcellos (2009) diz: "[...] o primeiro lugar onde nós montamos as caixas foi no banheiro do segundo andar da FaFiCH [...]. A gente não tinha um laboratório preparado [...]". Dessa maneira, em condições precárias - em um banheiro - foi iniciado o trabalho de laboratório de Análise do Comportamento, na UFMG. Castanheira (2009) fornece mais informações sobre o funcionamento desse espaço:

[...] fazíamos uma caixa de pombo de papelão corrugado, ensinávamos os alunos, cada um, a fazer a sua própria caixa; a gente dava o papelão, tirava do bolso da gente o dinheiro pra comprar aquelas folhas de papelão. Ensinávamos a eles como fazer as caixas, eles as faziam, cada um deixava sua caixa em casa, uma caixa muito bem bolada. Igual à que a Rachel [Kerbauy] sugeria no livro. [...] nós estávamos montando um laboratório experimental de animais num curso de Psicologia, lotado em área de Humanas. Imagina chegar pombo na FaFiCH? Não podemos ter um pombal no prédio da faculdade. Então a gente fez isso, o aluno fazia em casa porque a gente acredita nesse assunto aqui e queremos ver se esse negócio funciona. [...] E nós tínhamos o nosso pombo, na nossa caixa, lá na faculdade, que ficava dentro de um banheiro! Ficava no hall de entrada de um banheiro feminino, no segundo andar do prédio da antiga FaFiCH. Ali a gente colocava nossa caixa, com permissão da chefia do departamento, e ali a gente fazia, com nosso pombo nossos experimentos. Nós, os professores... Pra gente comparar com os dos alunos.

Junto à implementação de um laboratório de Análise do Comportamento em um banheiro, havia uma concepção partilhada por essa equipe da UFMG sobre as funções e objetivos do laboratório de Análise do Comportamento. A utilização desse laboratório resultou da crença, dos professores responsáveis, no modelo e na teoria operante. Essas crenças podem ser entendidas como um imaginário. Ariès (2005) trabalha com o imaginário como um não consciente coletivo, em suas palavras: "[...] Coletivo: comum a toda uma sociedade em determinado momento. Não-consciente: mal percebido [...] ideias percebidas ou no ar [...]" (p. 235). Assim, os professores responsáveis pelo laboratório de Análise do Comportamento, instalado em um banheiro, partilhavam um conjunto de crenças sobre a importância e a pertinência do laboratório, tanto para a teoria operante, quanto para a Psicologia e seu ensino. Nessa direção, Teixeira (2009) afirma:

[...] eu acho que o laboratório é fundamental, certo! [...] porque, em um laboratório, você aprende rigor, você aprende controle de variáveis... Você aprende a registrar dados. Você aprende a interpretar dados. Então, isso é só num laboratório, porque quando você lê num livro, eles dão o resultado sem muitos detalhes... Você não sabe... Baseado em que dados? Então assim... Acho que a postura científica exige um pouco de experimentação.

Castanheira (2009), em concordância com Teixeira (2009), diz:

Para mim, [...] a parte prática do curso, feita no laboratório era imprescindível para os alunos entenderem o que nós estávamos ensinando na parte teórica. Eu acredito até hoje que ensinar conceito teórico sem o aluno ver como ele funciona na prática não faz o menor sentido.

Nessas colocações, observa-se que o laboratório era tido como fundamental. Teixeira (2009) afirma que, apenas no laboratório, realizando práticas, os estudantes aprenderiam as habilidades necessárias ao trabalho de pesquisa experimental. Segundo Castanheira (2009), o laboratório permitia ao estudante ver como a teoria funcionava. Para desempenhar o papel de ensinar habilidades iniciais de pesquisa experimental e demonstrar a teoria em ação, a caixa de Skinner surge como um instrumento central: ela permite o desenvolvimento de habilidades envolvidas no trabalho experimental e possibilita ao seu usuário ver o comportamento. Esse quadro remete a mais uma colocação latouriana. Este autor propõe que "[...] os modernos veem, em todos os povos que encontram, adoradores de objetos que não são nada [...]. É moderno aquele que acredita que os outros acreditam [...]" (LATOUR, 2002, p. 15). Em complementação a esse raciocínio, ele afirma que os modernos destroem os fetiches dos povos com quem encontram e, em seu lugar, reestruturam novos fetiches, ou seja, os antigos objetos mágicos são substituídos por outros que lhes asseguram certeza e não crença. Dessa forma, a crença no modelo e na teoria operante fomentou a importância do laboratório entre os professores da UFMG, mesmo que sua instalação inicial tenha acontecido em um banheiro, com instrumentos de papelão. Isso porque a crença no modelo experimental, promulgado pelo behaviorismo, implicou a centralização do laboratório de Análise do Comportamento como um espaço de formação de certezas sobre a Psicologia. Diante disso, portanto, observa-se que orbitava um conjunto de crenças nas relações entre os professores orientados pela Análise do Comportamento.

No início da década de 1970, foi feita a solicitação de equipamentos para um laboratório de Análise do Comportamento, com ratos (JARDIM, 2009; PEREIRA, 2009). Dessa forma, de um banheiro feminino com caixas de papelão, o laboratório de Análise do Comportamento ascende a outro espaço, destinado especificamente a um laboratório, e com equipamentos industrializados. De acordo com o orçamento encaminhado pela Fundação Brasileira para o Desenvolvimento do Ensino de Ciências4 (FBDE), foram solicitadas dez caixas de Skinner. O responsável por esse pedido foi João Bosco Jardim e, segundo ele,

[...] o laboratório de análise experimental teve esse papel no ensino, quando foi criado: o de ser o primeiro ambiente relativamente controlado para as práticas experimentais, que nós passamos a chamar de exercícios de laboratório [...] Era, enfim, uma prática experimental estruturada. [...] É verdade que era uma receita, receita da USP. E continuou sendo uma receita durante muito tempo. (JARDIM, 2009)

Percebe-se, no relato de Jardim (2009), que foi a partir de um laboratório equipado com caixas de condicionamento operante, fabricadas pela FBDE, que passaram a ser realizadas, na UFMG, práticas experimentais controladas. A sua fala possibilita múltiplas análises. Primeiramente, o entrevistado pôs em evidência a questão do controle de variáveis possibilitado pela caixa de Skinner industrializada. Assim, por meio do instrumento da FBDE, é que passava a existir algum controle "experimental" das práticas didáticas. Esse controle é indicado por Teixeira (2009) como um dos principais elementos ensinados no laboratório didático de Análise do Comportamento. Em segundo lugar, Jardim (2009) não evidencia as práticas didáticas desenvolvidas no laboratório com caixas de papelão e pombos como sujeitos, indicando que práticas estruturadas só passaram a ocorrer a partir da compra das caixas de Skinner da FBDE. Por fim, destaca-se na fala de Jardim que, para o desenvolvimento das práticas no laboratório didático de Análise do Comportamento, havia a necessidade de instrumentos especiais: nesse caso, a caixa de condicionamento operante industrializada e não mais as caixas de papelão.

Diante dessas análises, percebe-se, mais explicitamente com as caixas da FBDE, a importância da caixa de Skinner no laboratório de Análise do Comportamento. Se o controle experimental era um fator saliente, como alguns entrevistados apontam (e.g. TEIXEIRA, 2009), as caixas industrializadas permitiam um maior controle das atividades no laboratório. Com elas, não era mais necessário que os professores realizassem as práticas para se assegurarem do trabalho dos estudantes. A caixa de Skinner garantia-lhes a fidedignidade dos registros. Além disso, possibilitavam aos professores acompanhar de perto o trabalho dos alunos. Esse acompanhamento criava condições para uma maior exigência do trabalho prático por parte dos estudantes, como foi aprendido na USP, na qual: "[...] Maria Amélia [Matos] era muito rigorosa. Exigia [...] dedicação total, registros perfeitos [...]" (JARDIM, 2009). Essa alta exigência também passou a compor as práticas do laboratório de Análise do Comportamento da UFMG, como relata Vasconcellos (2009): "Eles [os alunos] achavam exigentíssimo! E eu hoje, olhando pra trás, falo: era muito mesmo! [...]". Nessa apropriação da caixa de Skinner, observa-se o fator apontado por Bennett (1998) como constituinte dos instrumentos científicos: eles ensinam a observar e a medir. Verifica-se, assim, que as caixas de Skinner da UFMG eram elementos importantes na criação de condições para a aprendizagem das habilidades de pesquisador e que a exigência de medição e controle fazia parte das colocações dos professores.

Com o funcionamento do laboratório de Análise do Comportamento com caixas de Skinner industrializadas, surge a necessidade de regularizar seu uso. Para tanto, foi criado o "Regulamento do Laboratório de Psicologia5", que expõe as regras de utilização e os objetivos desse espaço. Em seu artigo 3º, que versa sobre as finalidades do laboratório de Psicologia, um aspecto se destaca:

Art. 3º - O Laboratório de Psicologia tem as seguintes finalidades:

a - propiciar condições de treinamento para professores e alunos em técnicas experimentais.

b - propiciar condições de ensino para alunos de cursos mantidos pelo Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG.

c - criar condições para o desenvolvimento de pesquisa básica em Psicologia.

Nesse documento, são abordadas duas finalidades gerais: ensino e pesquisa. O documento fornece mais indícios da prevalência da utilização do laboratório de Análise do Comportamento como um espaço didático. Dos três termos do referido artigo, os itens (a) e (b) são destinados a condições de ensino, gerando oportunidades para o desenvolvimento de habilidades relacionadas a técnicas experimentais, focados em alunos e professores. A finalidade de pesquisa estava vinculada à pesquisa básica e aparecia em apenas um termo do Regulamento do Laboratório de Psicologia, o item (c). A própria ordenação desses itens - em que os termos (a) e (b) marcam condições de ensino e antecedem ao (c), destinado à pesquisa - indica a prevalência das condições didáticas em detrimento das de pesquisa. Além disso, apresenta que o ensino da teoria e do modelo operante tornava-se imperativo para a realização de pesquisas básicas em Análise do Comportamento.

Em decorrência disso, os professores responsáveis pelo laboratório passaram a desenvolver práticas alternativas para complementar o livro texto utilizado nas aulas. Desse desenvolvimento, duas atividades foram elaboradas: "Comportamento exploratório em função da mudança estimulatória6" e "Valor reforçador do gosto doce não-nutritivo7". Retornando ao artigo 3º, do Regulamento do Laboratório de Psicologia, que diz da condução de pesquisas, observa-se que, efetivamente, produziam-se novos conhecimentos no espaço do laboratório. Todavia, sua produção não coincide com a realização de pesquisas básicas, como o referido documento afirma em seu item (c). Ficam em destaque, assim: (1) não foram realizadas pesquisas básicas como o documento afirma e (2) a produção de conhecimentos novos estava ligada ao contexto do ensino. Percebe-se, mais uma vez, o enfoque didático das práticas executadas. Elas não foram planejadas, de acordo com seus respectivos roteiros, para serem realizadas em condições ou com intuitos de pesquisa. Foram, por outro lado, elaboradas para ser desenvolvidas no laboratório didático e fornecer mais elementos com os quais os alunos aprendessem a ver/ler o comportamento, na perspectiva da Análise do Comportamento.

Ainda como impacto da produção de conhecimentos novos, advindos do laboratório didático, um novo projeto foi organizado, durante a década de 1970: a realização de um Encontro de Psicologia Experimental, na UFMG. Sobre esse movimento, Vasconcellos (2009) se recorda da seguinte maneira:

Nessa época [1971] nós começamos a pensar em promover um Encontro de Psicologia Experimental aqui em Belo Horizonte. A gente começou a estimular os alunos a produzirem trabalhos que pudessem ser apresentados no encontro de Psicologia Experimental. E quando esses trabalhos já estavam bem encaminhados nós convidamos - aí já não foi o Departamento de Psicologia, foi o setor de Psicologia Geral e Experimental - que promoveu a vinda novamente da Maria Amélia [Matos], nos meses de novembro e dezembro de 71. Então, era pra trabalhar com os trabalhos que os alunos [haviam feito]. O negócio chamou assim: "Seminário de Supervisão de Projetos de Pesquisa e Metodologia Experimental". E aí a gente já tava pensando seriamente no Encontro. Então tivemos a oportunidade de submeter a ela os trabalhos dos nossos alunos e os nossos, e ficou marcado para fevereiro de 72... Todos esses que foram apresentados passaram pelo crivo da Maria Amélia [Matos].

Por esse relato, nota-se que, aparentemente, dois eventos foram realizados. Um menor, em novembro de 1971, para apresentação dos trabalhos dos alunos de Maria José Vasconcellos à Maria Amélia Matos, a fim de que ela pudesse analisar o que foi desenvolvido. O critério de validação de Maria Amélia Matos fica em evidência no relato exposto, possivelmente pelo seu rigor, como apontado por Jardim (2009). Desse movimento é que, em fevereiro de 1972, ocorreu o I Encontro de Psicologia Experimental na FaFiCH/UFMG8. De antemão, verifica-se que o laboratório didático de Análise do Comportamento criou condições, mesmo que minimamente, para que os alunos desenvolvessem habilidades de pesquisador experimental em Psicologia. Uma das consequências disso é o fato de terem apresentado trabalhos em um congresso. Dos dezoito trabalhos encontrados nos Anais, treze tinham participantes da UFMG. Pode-se interpretar o ocorrido por meio das colocações de Bennett (1998), de que os instrumentos científicos são utilizados, sobretudo, com objetivos de ensino. Nesse caso, no laboratório didático de Análise do Comportamento, os alunos aprendiam a observar e a medir o comportamento de animais pela utilização de caixas operantes. Em seguida, pela aprendizagem dessas habilidades, desenvolveram procedimentos para serem apresentados no referido evento. Assim, observa-se, mais uma vez, a prevalência da função ensino. Embora os trabalhos dos estudantes no I Encontro de Psicologia Experimental tenham sido apresentados como pesquisas, eles foram realizados em um contexto eminentemente didático. Logo, situaram-se em um contexto de aprendizagem de habilidades básicas de pesquisa experimental em laboratório de Análise do Comportamento, com caixas de Skinner. A realização do Encontro coincide com a produção de conhecimentos novos em um contexto didático, mas não com o desenvolvimento de pesquisa básica, como indicado no Regulamento do Laboratório de Psicologia.

Ao se comparar a quantidade de registros encontrados sobre as atividades didáticas e as de pesquisa, observa-se que os dessa segunda modalidade são bem inferiores. Dois motivos para isso são fornecidos pelos entrevistados. Primeiramente, informam que fazer pós-graduação não era comum e era oneroso (CASTANHEIRA, 2009; JARDIM, 2009). É justamente nesse contexto educacional em que se fomentam, prioritariamente, o desenvolvimento de pesquisas e a formação sistematizada do pesquisador. Em segundo lugar, alguns professores orientados pela Análise do Comportamento iniciaram seu desligamento da UFMG, de forma temporária ou definitiva. Em 1974, Adélia Teixeira foi para a USP iniciar seu doutorado, sob a orientação de Carolina Bori. Em 1975, João Bosco Jardim foi para a UnB trabalhar com João Cláudio Todorov. Vasconcellos (2009) também relata o período, incluindo um terceiro fator aos poucos registros de pesquisa:

Tenho uma lembrança de que o João Bosco [Jardim] colheu dados, fez pesquisa no departamento. Mas nessa época eu já tava meio desiludida de fazer isso, sabe! Então, assim... com pesquisa! Até porque eu não tava fazendo mestrado [...].

Dessa maneira, os entrevistados explicam a baixa produção de pesquisas em laboratório e suas respectivas publicações por: (1) não estarem envolvidos com a pós-graduação; (2) alguns membros da equipe terem se desligado da UFMG e ausência de equipamentos necessários para a realização de pesquisas em Análise do Comportamento; e (3) perda do interesse pela produção na área. Em adição, pode-se interpretar esse fato pelo interesse acentuado na promoção de condições de ensino em laboratório didático de Análise do Comportamento, característica essa em destaque nas fontes pesquisadas.

 

Considerações finais

A partir da introdução sistematizada do behaviorismo skinneriano na UFMG, com o curso de Carolina Bori, em 1969, o laboratório de Psicologia Experimental se fortaleceu, congregando agentes e atenções em diferentes disciplinas do curso de Psicologia. Com o desenvolvimento do behaviorismo, o laboratório foi eleito como principal elemento a guiar as atividades e as relações do grupo de professores atrelados à Análise do Comportamento. O laboratório não foi o destinado à pesquisa, mas, sim, o que cumpria funções de ensino. Isso foi percebido por quatro ocorrências. Primeiramente, houve a implementação de dois laboratórios destinados ao ensino - um, em 1971 e outro, em 1972. O segundo laboratório, instituído em 1972, contou com sua estruturação pela compra de instrumentos industrializados, destinado ao ensino e, não, à pesquisa. Em terceiro lugar, os documentos produzidos nesse e para esse laboratório indicaram o destaque das condições de ensino. Além disso, mesmo quando novos conhecimentos eram produzidos, eles estavam atrelados ou eram destinados ao ensino de Psicologia Experimental, pelo viés da Análise do Comportamento. Nesse contexto, observou-se a necessidade de um laboratório para se ministrar disciplinas, mesmo que ele tenha sido seja implementado no banheiro, com instrumentos de papelão e rudimentar controle das atividades. Na formação dessa comunidade de professores dentro do laboratório de Psicologia Experimental, orientada pela Análise do Comportamento, "[...] tudo era lixo... só a Análise do Comportamento que era ciência..." (TEIXEIRA, 2009). Isso se deu, conforme os documentos sugerem, pela crença no rigor experimental subsidiado pela demonstração do funcionamento da teoria no laboratório didático. Para que a equipe de professores da UFMG aprendesse a ver o comportamento como a Análise do Comportamento propunha, a caixa de Skinner foi apropriada como um recurso didático.

Poucos registros foram encontrados sobre a produção de pesquisas no laboratório de Análise do Comportamento. Parte substancial da produção de conhecimentos novos estava em íntima relação com as práticas didáticas, ou seja, a produção de conhecimentos novos ocorreu, durante o período, dentro do laboratório destinado ao ensino. Essa baixa quantidade de produtos de pesquisas é justificada por poucos terem cursado pós-graduação na época; membros da equipe terem se desligado da UFMG; falta de equipamentos indispensáveis para a condução de pesquisas em Análise do Comportamento; e, finalmente, perda do interesse pela produção na área. Todavia, compreende-se como um forte concorrente ao desenvolvimento de pesquisas o interesse dos professores da UFMG, vinculados à Análise do Comportamento, na criação de condições de ensino. Esse aspecto se salienta pelas fontes pesquisadas.

Entende-se a Historiografia como um esforço deliberado de pessoas, no tempo presente, em compreender as relações e as produções humanas no passado, por meio da interpretação de registros deixados para a posteridade. Nesse sentido, toda história é parcial, na medida em que só foram encontrados alguns registros do passado, os quais foram deixados por outras pessoas, com determinadas intenções, conscientes ou inconscientes. Diversas eram, e ainda são, por conseguinte, as possibilidades de análise da história da Análise do Comportamento, no que diz respeito a parcelas dessa história. Portanto, o presente trabalho não tem a pretensão de responder a todos os questionamentos que surgiram no decorrer de sua realização, mas permite observar novas possibilidades de pesquisa nessa mesma temática.

 

Referências

Ariès, P. [1978] (2005). A história das mentalidades. In: Le Goff, J. (org.). A História nova. São Paulo, Martins Fontes.         [ Links ]

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1 Este trabalho foi desenvolvido com recursos FAPEMIG, Capes e CNPq.
2 Os autores agradecem às críticas e sugestões de Letícia Siqueira Lemos e Paulo Guerra Soares. Todavia, quaisquer equívocos ou imprecisões são de responsabilidade dos autores.quais a nascente Universidade de Brasília (UnB) passava. E, em adição, por desvincular a solução de dificuldades e problemas preexistentes nas universidades brasileiras do modelo da UnB, "[...] erigida a partir de um plano diretor sem antecedentes institucionais" (CUNHA, 1988, p. 118).
3 As entrevistas foram realizadas em 2009 e seus arquivos se encontram com os responsáveis pela pesquisa que originou este artigo. Os entrevistados concederam a possibilidade de identificá-los, conforme atestado no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido aprovado pelo COEP/UFMG (ETIC 590/08) e assinado por cada um dos participantes. Jardim (1998) é ainda mais contundente: "[...] daquela ocasião em diante, a Psicologia Experimental ensinada em Belo Horizonte não seria mais a mesma" (p. 117).
4 DOCUMENTO, assinado e carimbado por Antônio Vazamim e identificado junto ao departamento de vendas da FBDE. Versa sobre um orçamento de dez gaiolas de Skinner, no valor de Cr$ 710,00 cada. Total do orçamento: Cr$ 8.378,00. Endereçado ao Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais, à Rua Carangola, n. 288 - 2º andar, aos cuidados de João Bosco Jardim de Almeida e datado de 6 de julho de 1972. 1f.Era, enfim, uma prática experimental estruturada. [...] É verdade que era uma receita, receita da USP. E continuou sendo uma receita durante muito tempo. (JARDIM, 2009)
5 DOCUMENTO, cujo título é Regulamento do Laboratório de Psicologia. Versa sobre as regras de utilização do laboratório de Psicologia Experimental da UFMG e os deveres de seus usuários. Datado de agosto de 1971. Assinado com as inicias SSC. 3f. Por essas iniciais, acredita-se que o documento foi assinado por Sônia dos Santos Castanheira.
6 DOCUMENTO, sem autoria e datação identificadas. Título "Instruções para realização do Experimento III - Comportamento exploratório em função da mudança estimulatória". Constam as seções Introdução, Método (subdividido em sujeito e equipamento) e Procedimento. Mimeografado. 3f.
7 DOCUMENTO, sem autoria e datação identificadas. Título "Instruções para a realização do Experimento I - Valor reforçador do gosto doce não-nutritivo". Consta apenas a seção Procedimento experimental. Mimeografado. 1f."Seminário de Supervisão de Projetos de Pesquisa e Metodologia Experimental". E aí a gente já tava pensando seriamente no Encontro. Então tivemos a oportunidade de submeter a ela os trabalhos dos nossos alunos e os nossos, e ficou marcado para fevereiro de 72... Todos esses que foram apresentados passaram pelo crivo da Maria Amélia [Matos].
8 ANAIS, fotocopiado, cujo título é Anais do I Encontro de Psicologia Experimental. Consta na capa a filiação ao Setor de Psicologia Experimental do Departamento de Psicologia da FaFiCH e ao Conselho de Extensão da UFMG. Constam dezoito trabalhos assinados por diferentes autores e diferentes instituições brasileiras. Todas as folhas, no pé da página, têm a inscrição mjev/aa. As primeiras iniciais parecem se referir à Maria José Esteves de Vasconcellos. Não foi identificada a autoria das segundas, pois não parecem ser as iniciais de nenhum dos nomes entrevistados ou ouvidos dos entrevistados. 18f. Datado de 9, 10 e 11 de fevereiro de 1972.do Encontro coincide com a produção de conhecimentos novos em um contexto didático, mas não com o desenvolvimento de pesquisa básica, como indicado no Regulamento do Laboratório de Psicologia.

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