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Psicologia da Educação

versão impressa ISSN 1414-6975

Psicol. educ.  no.36 São Paulo jun. 2013

 

ARTIGOS

 

Lazer e amizade na infância: implicações para saúde, educação e desenvolvimento infantil1

 

Leisure and friendship in childhood: implications towards health, education, and child development

 

Ocio y amistad en la infancia: implicaciones para salud, educación y desarrollo infantil

 

 

Luciana Karine de SouzaI; Danielle Cristina SilveiraII; Michelle Araújo RochaIII

IUniversidade Federal de Minas Gerais. Professora do Departamento de Psicologia e Estudos do Lazer da UFMG lucianak@fafich.ufmg.br
IIUniversidade Federal de Minas Gerais. Acadêmica do Curso de Psicologia da UFMG
IIIUniversidade Federal de Minas Gerais. Psicóloga

 

 


RESUMO

No presente texto, disserta-se sobre dois fenômenos bastante caros ao movimento da Psicologia Positiva: o lazer e a amizade. Pretende-se focalizar a infância como um contexto privilegiado de desenvolvimento da amizade e também de oportunidades de lazer para a criança. Acima de tudo, será dado destaque à relação entre esses dois temas e sua contribuição para a saúde, a educação e o desenvolvimento infantil.

Palavras-chave: infância; lazer; amizade.


ABSTRACT

This text discusses two phenomena very dear to the movement of Positive Psychology: leisure and friendship. It is intended to focus childhood as a privileged context of friendship development and leisure opportunities to the child as well. Above all, one will highlight the relation between those two themes and their contribution to health, education, and child development.

Keywords: childhood; leisure; friendship.


RESUMEN

En este trabajo se va a reflexionar sobre dos fenómenos importantes dentro del movimiento de la Psicología Positiva: ocio y amistad. La intención es enfocarse en la infancia como un terreno privilegiado para el desarrollo de la amistad y también de oportunidades de ocio para niños y niñas. La relación entre estos dos temas y su contribución a la salud, la educación y al desarrollo infantil, serán destacados.

Palabras clave: infancia; ocio; amistad.


 

 

Em recente oportunidade foram discutidas as relações existentes entre a Psicologia Positiva e os Estudos do Lazer (Rocha & Souza, 2011). Esse último campo de estudos e de pesquisas é de natureza interdisciplinar e, por consequência, acaba por abordar o fenômeno do lazer de forma multidimencional e plurimetodológica. Assim é o movimento da Psicologia Positiva que, apesar de partir da Psicologia, dialoga com outras áreas de conhecimento e se fortalece com a abordagem multimetodológica no trabalho com fenômenos como altruísmo, esperança, felicidade, amor, coragem, amizade (Seligman & Csikszentmihalyi, 2000).

A Psicologia Positiva é o estudo científico das virtudes e forças humanas. Caracteriza-se como uma nova forma de compreender os seres humanos, seu desenvolvimento positivo e suas potencialidades. Vem mudar o foco tradicional da Psicologia, que até então se concentrava nos aspectos patológicos e negativos da experiência humana (Paludo & Koller, 2007; Rocha & Souza, 2011; Seligman & Csikszentmihalyi, 2000).

O campo de estudos do lazer, assim como a Psicologia Positiva, é reconhecidamente novo na comparação com os demais campos de conhecimento. Nesta condição, faz parte de sua evolução e consolidação estabelecer trocas com áreas como a Psicologia e a Educação, bem como diálogos frutíferos com a Sociologia e a Antropologia. Ademais, há muito tempo tem sido objeto de interesse da Educação Física, dado que essa área de atuação tem contato mais frequente com o fenômeno do lazer. Diante desses entrelaces, concorda-se com Alves, Gomes & Resende (2005) ao afirmarem que o desenvolvimento e amadurecimento dos Estudos do Lazer estão atrelados a um constante diálogo com as áreas mencionadas.

O lazer tem sido bastante estudado como contraponto à sobrecarga de trabalho e à necessidade de tempo livre no mundo laboral, através da liberdade de escolha por atividades prazerosas. É considerado como oportunidade de desligamento de compromissos e de preocupações diárias, caracterizado por descanso, divertimento e desenvolvimento, promotor de socialização e de aprendizagem (Gomes & Pinto, 2006; Melo & Alves Jr., 2003). Estudos empíricos têm demonstrado a distribuição do lazer em sete interesses: estético/artístico, intelectual, físico, social, turístico, manual e virtual (Camargo, 1993; Dumazedier, 1979; Gomes & Pinto, 2006; Melo, 2004; Melo & Alves Jr., 2003; Schwartz, 2003). Assim, a amizade encontraria lugar, nessa classificação, na dimensão social do lazer, pois ela oferece oportunidades de encontro livre de comportamentos submetidos às relações de trabalho ou educacionais, por exemplo.

A felicidade é um dos fenômenos de destaque e interesse dos pesquisadores que seguem o movimento da Psicologia Positiva (Giacomoni & Hutz, 2009). Sobre esse conceito, Argyle (2001), após extensa e intensa pesquisa com dados de distintos países, indica três principais dimensões responsáveis pela felicidade humana: os relacionamentos sociais, o trabalho e o lazer.

No entanto, não se tem observado até o momento, no Brasil, um interesse científico equilibrado entre relacionamentos, trabalho e lazer. A título de exemplo, uma busca simples na base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde-Psicologia lista uma quantidade muito superior de estudos científicos sobre o fenômeno do trabalho do que sobre o lazer.

Segundo Hills & Argyle (1998), a felicidade e a satisfação pessoal advindas do lazer se devem a seu caráter voluntário e por ele proporcionar liberdade de escolha pessoal sobre a diversidade de atividades possíveis para seu exercício. Para Argyle (2001), há também grande satisfação nessas experiências em virtude das interações sociais significativas e continuadas delas advindas e da criação de consequentes vínculos afetivo-sociais. Ademais, na visão de Argyle (2001), necessidades humanas como autonomia, relaxamento, atividades em família, fuga da rotina, relações interpessoais e boa saúde são satisfeitas mediante experiências de lazer.

Merece destaque na discussão sobre os reflexos sociais das vivências com o lazer o fato de que grande parte da satisfação adquirida com esse fenômeno advém dos relacionamentos dos quais ele é facilitador (Hills & Argyle, 1998). Tais relacionamentos proporcionam desenvolvimento pessoal na medida em que envolvem aspectos como o companheirismo que, de acordo com Argyle (2001), potencializa o compartilhamento de experiências e atividades e de auxiliar na resolução de problemas. E há um relacionamento interpessoal que privilegia o companheirismo para sua continuidade e qualidade: a amizade.

Ao contrário dos trabalhos sobre lazer, a produção científica nacional sobre a amizade, no Brasil, já ultrapassou o nível de novidade. Os últimos dez anos têm demonstrado um investimento regular no estudo das relações de amizade da infância à velhice, tratando de temas variados, como bullying, competitividade no ambiente de trabalho, história de vida, relações sociais diante de transtornos do desenvolvimento, moralidade e educação, amizades internacionais, orientação profissional, dentre outros (Garcia, 2005, 2010; Lisboa, 2005; Sena & Souza, 2010; Souza, 2004; Souza & Hutz, 2007; Souza & Lassance, 2010; Tortella, 2012).

A amizade é um relacionamento composto por três características principais: companheirismo, ajuda e apreço mútuo (Bukowski, Newcomb & Hartup, 1996). Esses são os ingredientes mínimos para que esse relacionamento evolua a partir de uma díade de pessoas apenas consideradas "conhecidas" entre si. A partir da continuidade das interações entre os dois amigos, e do consequente fortalecimento do vínculo entre eles, outras características passam a dominar a relação, como a confiança, a segurança emocional, o apoio (não apenas prático, mas também socioemocional), a autorrevelação, a proximidade relacional e a autovalidação (Souza & Hutz, 2007).

Considerando-se o companheirismo como um dos pilares da amizade, fica facilitada a conexão entre amizade e lazer. Como apontado por Hills & Argyle (1998), o lazer é um contexto que demanda interações sociais, que as promove e desenvolve, e que se beneficia de sua presença. Da mesma forma, a amizade requer, no companheirismo, que uma atividade esteja sendo compartilhada, e em grande parte ela tem um caráter de lazer, como jogar tênis, passear no parque ou ir ao cinema.

A relação entre o lazer e a amizade em adultos brasileiros foi recentemente discutida por Souza, Queiroz & Rocha (2010), que investigou as atividades de lazer de 59 estudantes universitários que indicaram a preferência por experiências de lazer envolvendo amigos. Trinta e oito participantes indicaram que seu lazer preferido é sair/estar/ficar com amigos. A esse respeito, destaca-se novamente o companheirismo como promotor de amizade e de experiências de lazer. Ademais, pode-se argumentar que a busca por determinadas atividades de lazer aproxima pessoas, promove companheirismo e pode gerar relacionamentos de amizade (Monteiro, 2004; Pratta & Santos, 2007; Zonta, Robles & Grosseman, 2006).

Na infância, a amizade se evidencia especialmente através das interações de pares mediadas pela brincadeira. Selman (1980) empiricamente demonstrou uma relação estreita entre nível de amizade e tipo de brincadeira em crianças. A esse respeito, é digno de nota que grande parte dos estudos sobre lazer infantil faz referência à atividade de brincar, daí sua relação com os temas trabalhados neste texto.

Como visto, lazer e amizade ocupam tempos e espaços de forma privilegiada na vida da criança. São capazes de promover desenvolvimento social, emocional e cognitivo, além de apresentarem potencial para promover saúde e prevenir doenças. Sobre essa última característica atribuída aos fenômenos de lazer e de amizade, é digno de nota que, segundo a Organização Mundial da Saúde, saúde é definida como bem-estar físico, social e psicológico, o que coloca em destaque o lazer como capaz de oportunizar saúde plena na infância e envolver a amizade como companheira nesse empreendimento.

 

LAZER E AMIZADE NA INFÂNCIA: O QUE DIZEM AS CRIANÇAS

Em recente pesquisa desenvolvida por Rocha (2011) com 41 crianças de 9 a 10 anos de idade provenientes de escolas particulares e públicas da cidade de Belo Horizonte (MG), ficou evidente em algumas das falas a relação entre lazer e amizade. Respondendo a uma entrevista individual que abordou o tempo liberado da escola bem como a experiência de lazer sob distintos aspectos (emocional, atitudinal, comportamental, motivacional, prático, em família), algumas crianças deixaram nítida a relação que estabelecem entre seu tempo de lazer e o papel de suas amizades nessas experiências. A seguir serão reproduzidos trechos significativos das entrevistas conduzidas e que ilustram, de forma evidente ou diferenciada, a relação entre lazer e amizade na infância.

No primeiro trecho em destaque, um menino de 9 anos, estudante de escola particular, responde sobre a importância do futebol como lazer em sua vida, visto que se trata de uma atividade social, na visão dele:

[Por que você acha que isso é importante?]

Ah, porque conhecer outras pessoas pra fazer amigos é importante, porque toda vez eles vão te ajudar quando você mais precisar.

É possível identificar, no trecho reproduzido, a dimensão de ajuda como uma das características fundamentais da amizade. Na continuidade de sua entrevista, sobre seu lazer, o mesmo menino afirma:

Eu também gosto de passear, mas com os meus amigos eu gosto muito de conversar com eles, aí a gente fica saindo, a gente bate um papo, aí depois a gente joga bola, joga Playstation, aí eu convido eles pra ir na minha casa, eu vou na casa deles e a gente fica saindo aí, andando, brincando, conversando muito. [E você acredita que o lazer te ensina alguma coisa?] O lazer? É... ele ensina a gente a se caracterizar mais com outras pessoas, tipo que eu te falei: fazer mais amizades, a gente conhecer pessoas novas, tipo passeando assim a gente bate um papo e conversa mais com as pessoas, a gente conversa e fica feliz, a gente se anima, a gente fica planejando coisa pra brincar, fazer alguma coisa quando num tem nada pra fazer assim, a gente fica fazendo outras coisas gostosas que a gente gosta.

Nesse segundo trecho, o menino faz referência aos aspectos principais envolvidos tanto na amizade como no lazer: o companheirismo, a atividade compartilhada, o prazer. Faz referência também à reciprocidade, necessária para a consolidação das relações de amizade, e demonstrada através das trocas nos convites para brincar na casa de outro. Destaca muito a questão emocional e motivacional em seu lazer, ao relatar sentimentos de felicidade, ânimo e prazer. De modo espontâneo, essa criança parece posicionar as amizades como algo muito importante nas suas vivências de lazer. De outro lado, parece ser suas vivências de lazer que possibilitam a manutenção e o desenvolvimento de suas amizades.

Outro menino, de 9 anos de idade e de escola particular, também ao eleger o futebol como uma de suas atividades de lazer, faz referência a suas amizades. Ele também cita outros tempos e espaços de lazer que compartilha com seus amigos:

Por exemplo, também, o meu amigo M., meu melhor amigo, mas ele estuda de tarde. Ah e também no lazer eu também vou pra casa dele. Eu vou pra casa de quase todo mundo no final de semana! E sexta-feira eu só vou pra casa da minha amiga M., minha melhor amiga.

(...) No lazer também eu chamo meus amigos, tipo por exemplo, no dia do meu aniversário, ao invés de eu fazer uma festa, eu convidei uns 4 ou 5 amigos. Aí a gente ficou brincando lá, aí meu amigo levou o Nintendo Wii dele e a gente ficou jogando. Isso que eu lembrei.

Esse segundo menino menciona, inclusive, suas melhores amizades de infância. Ele inicia lamentando que uma de suas melhores amizades estuda no turno alternado ao seu (em outro tempo), o que é contornado com as visitas nos finais de semana (espaços dos lares das crianças amigas). Também uma situação de espaço-tempo especial à criança foi mencionada, como a festa de aniversário. Em seguida ele faz referência a uma atividade compartilhada e muito prazerosa na infância atual: o videogame.

Uma menina de 9 anos, aluna de escola particular, indica a atividade extraclasse de estudar um idioma como um momento no qual encontra vários amigos. Em virtude disso, é compreensível a aliança que a menina faz entre lazer e a aula citada por ela, conforme segue:

[Dessas coisas todas que você me falou que você faz, o que você mais gosta de fazer?]

Eu gosto de fazer inglês, por causa que eu encontro vários amigos. A M., que é minha amiga aqui, a gente brinca, tem o G. e o A. que são meus amigos, e tem a minha amiga G., que a gente brinca, a gente estuda. [(...) E no final de semana, o que vocês fazem de lazer, você e sua família?]

Tem dia que a gente faz churrasco, tem hora que eu vou nadar na minha casa, tem hora que chamo minhas amigas pra brincar de boneca, tem hora que eu vou pra casa da M. que é minha, uma das minhas melhores amigas.

Um aspecto que chama a atenção na fala da menina é sua resposta à pergunta sobre o lazer em família ao final de semana. Primeiramente é mencionada uma atividade prazerosa, preparar churrasco, da qual muito provavelmente a menina só participa de sua consequência - a refeição em conjunto. De toda forma, a garota lembrou de uma atividade prazerosa em família, e espera-se que não seja a única que possua em sua vida familiar. Acima de tudo, e como se pode perceber no restante de sua fala, a família desaparece, e as boas amizades vêm à tona para tomar o espaço de lazer no final de semana.

 

LAZER E AMIZADE: FORÇAS PARA A SAÚDE, A EDUCAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO NA INFÂNCIA

Falar em amizade e em lazer na infância é falar em qualidade de vida infantil. Segundo o grupo de trabalho WHOQOL da OMS, qualidade de vida é "a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto de sua cultura e dos sistemas de valores em que vive e em relação a suas expectativas, seus padrões e suas preocupações" (Patrick, 2008, p. 34). O grupo encontrou quatro dimensões mais robustas na avaliação da qualidade de vida: física, psicológica, relações sociais e meio-ambiente. É nessa última dimensão que se insere a faceta "participação em e oportunidades de recreação/lazer" (Power, 2008, p. 55).

No caso da criança, tem sido abordadas sua saúde física, mental e psicológica, bem como sua satisfação com a família e com a escola. São, ainda, desafios à avaliação da qualidade de vida infantil questões como diferenças entre grupos etários, linguagem, seu papel nos contextos dos quais participa, suas atividades cotidianas (Bernal, 2010). Em se tratando de amizade, o contexto dos grupos de pares faz parte da avaliação da qualidade de vida infantil; já o lazer pode estar inserido na avaliação das referidas atividades cotidianas que dentre as quais provavelmente constam também as de maior significância para a criança, como brincar e demais experiências de lazer (Rocha, 2011).

A avaliação da qualidade de vida na infância, ainda em fase de aperfeiçoamento, vai requerer uma abordagem que envolva a percepção da criança sobre seus estados e experiências, a percepção dos principais cuidadores (seus pais), podendo-se inquirir também seus educadores, e a percepção dos profissionais de saúde que dela tratam. O mais comum, no entanto, é o levantamento de informações sobre a criança, e não com a criança, através da abordagem à mãe (na maioria das vezes é a que mais sabe sobre a saúde da criança) e ao profissional de saúde - por exemplo, o médico (Bernal, 2010).

Se os pais pouco sabem das amizades dos filhos e pouco proporcionam lazer em família, sobre sua saúde física são capazes de informar. Todavia, se o conceito de saúde conforme preconizado pela OMS abrange o bem-estar físico, psicológico e social das pessoas, os aspectos psicossociais dos filhos são pouco conhecidos pelos pais. É nesse sentido que as experiências de lazer e de amizade podem fornecer indicadores importantes sobre a saúde psicológica e social das crianças. Carvalho (2008) já vem argumentando nesse sentido, apontando o papel do lazer na promoção da saúde.

A amizade é capaz de prevenir contra depressão e ansiedade, proporcionando bem-estar psicológico mediante ajuda de todo tipo, confidência, proteção contra medos e situações estranhas, bem como valor às características pessoais do amigo - suas virtudes, também alertando para seus defeitos (Berndt & Perry, 1986; Hartup & Stevens, 1997; Newcomb & Bagwell, 1995). A amizade apresenta, inclusive, potencial para levar ao bem-estar físico quando, por exemplo, amigos se acompanham em atividades físicas, em cuidados com alimentação e na aquisição de hábitos saudáveis.

Ainda que geralmente as pesquisas sobre amizade em crianças se encontram mais na área da Psicologia (Garcia, 2005; Souza & Hutz, 2012), há trabalhos na interface com a educação. Garcia (2005) notou que a bibliografia que une Educação e Psicologia no estudo da amizade infantil se apresenta em uma das seguintes categorias de estudos: a) o impacto da amizade na adaptação à escola; b) a amizade em crianças com necessidades educativas especiais; e c) poucos trabalhos sobre o papel das amizades nos conteúdos escolares. Dessa forma, ainda há espaço para investigações que unam as relações de amizade das crianças e a educação escolar. É socialmente relevante e cientificamente justificado que o campo da Psicologia Educacional se dedique mais à questão da influência da amizade na aprendizagem de conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais. Estudos por vir podem contribuir com educadores que frequentemente buscam melhores recursos para lidar com a dimensão socioafetiva que interage com os processos de ensino-aprendizagem no contexto escolar. Isso porque a Psicologia Educacional, dedicada aos "processos de mudança comportamental relacionados com as atividades e as situações educativas" (Salvador et al., 2000, p. 68), também focaliza nas relações interpessoais que promovem ou inibem comportamentos no contexto de ensino-aprendizagem.

O lazer, no entanto, apresenta grande potencial de proporcionar saúde integral ou plena. Muitas atividades de lazer escolhidas pelas pessoas levam à saúde física. Algumas dessas atividades são coletivas, o que muitas vezes conduz ao desenvolvimento de laços afetivos entre os envolvidos, a exemplo de um time esportivo. Nessa mesma direção, o lazer pode prevenir contra solidão e isolamento social. Por fim, a literatura empírica tem relatado os benefícios psicológicos do lazer ao proporcionar satisfação, prazer, motivação, bom-humor, elevação da autoestima, dentre outros aspectos (Argimon, Stein, Xavier & Rezende, 2004; De Gáspari & Schwartz, 2005; Pondé & Caroso, 2003; Zonta, Robles & Grosseman, 2006).

Em condições típicas, o lazer e a amizade são fenômenos participantes do cotidiano da criança, constituindo-se em forças positivas para sua saúde, educação e desenvolvimento. No entanto, se são elementos importantes para seu desenvolvimento físico, social e cognitivo na ausência de adversidades, será na presença dessas que ambos adquirirão ainda maior relevância.

Um dos contextos que a princípio inibem ou dificultam o surgimento, a manutenção e o desenvolvimento de amizades e de experiências de lazer é o contexto da internação hospitalar. Crianças hospitalizadas, a despeito da causa que conduziu a essa situação, estão submetidas a condições adversas ao universo infantil típico. No hospital, a criança está retirada de ambientes familiares a ela, como o lar e a escola. Ao contrário, ela se encontra em um ambiente estranho, interagindo com pessoas estranhas que submetem seu corpo a exames, testes, máquinas, agulhas, substâncias; longe de seus brinquedos e de seus amigos, encontra-se em um ambiente branco, frio e sério; está fragilizada em virtude da doença ou condição que a trouxe à instituição (Kurashima & Shimoda, 2010).

Algumas medidas já têm sido utilizadas para minimizar os efeitos psicológicos da hospitalização e internação infantil. A título de exemplo, há ações como os Doutores da Alegria (Masetti, 2010; Oliveira & Oliveira, 2008) e a instalação de brinquedotecas nos hospitais (Viegas & Laranjeira, 2010). No espaço dessas últimas, inclusive, as crianças podem conhecer outras crianças em condições de internação, compartilhar experiências, solidarizarem-se umas com as outras, experienciar empatia, confortarem umas às outras, incentivarem umas às outras através de vínculos socioafetivos, com companheirismo, apoio e apreço. A experiência de lazer no hospital, mesmo que em condições restritas, pode colaborar na manutenção de experiências básicas de lazer e de amizade, importantes para o desenvolvimento infantil.

No que diz respeito ao desenvolvimento na infância, cabe lembrar a importância que o suíço Jean Piaget atribuiu às relações de pares como condição para o avanço cognitivo da criança. Para esse autor, o sentimento de respeito mútuo (Piaget, 1932/1994), por exemplo, que só emerge a partir do sentimento de respeito unilateral pelos pais e pelas figuras de autoridade admirada, será capaz de fornecer à criança a habilidade de reconhecer o companheiro de brincadeira como indivíduo que também porta experiências e perspectivas, inclusive distintas, e que, portanto, para com ele interagir é necessária sua consideração, percebido como merecedor de abordagem com atitude de escuta e de negociação. Nesse sentido, é o sentimento de respeito mútuo, necessário para o surgimento e a manutenção das amizades ainda na infância.

Outro conhecido autor tanto da Psicologia como da Educação, o russo Lev Vygotsky, deu maior destaque do que J. Piaget ao fenômeno do brincar na infância. Considerando-se que o brincar é a atividade mais citada pelas crianças como experiência de lazer, as propostas de Vygotsky (1930/1998) sobre o brincar infantil tornam-se relevantes para a discussão. Segundo esse autor, o brincar possibilita, de modo mais amplo, a apropriação transformadora dos significados compartilhados culturalmente e, de forma mais específica, promove aprendizagem e desenvolvimento mediante trocas com objetos, pessoas, símbolos e por meio do exercício da imaginação e livre fantasia.

Dessa forma, tanto para J. Piaget como para L. Vygotsky as relações de pares e a brincadeira impulsionam o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social. Outros autores fazem eco a esses dois grandes autores, e as pesquisas científicas ainda têm encontrado respaldo em suas afirmações.

É na vida escolar que essas questões serão mais salientes a todos. Atualmente, muito se vem discutindo sobre o bullying, por exemplo, e a esse respeito não serão aqui repetidos os problemas que ele cria para a criança, tanto para sua saúde como para sua vivência de ensino-aprendizagem. É fato que a ausência de uma rede de amizades que proteja a criança também do bullying é algo ameaçador ao desenvolvimento infantil. Todavia são poucos os trabalhos que demonstram como as relações de amizade podem contribuir para o processo de ensino-aprendizagem, por exemplo, no trabalho em grupo. Piaget (1935/1998) dedica um texto especificamente para tratar dos aspectos psicológicos do trabalho em grupo em crianças, apontando o papel desse método ao longo do desenvolvimento cognitivo infantil. Ele também dedica algumas linhas a esclarecer ao leitor-professor que o "mau aluno" em muito tem a avançar com o trabalho em grupo quando os esforços individuais do professor não surtem efeito. Nas palavras de Piaget (1935/1998), "o mau aluno que não consegue ceder diante do professor (...) vê-se tão naturalmente requisitado num grupo de trabalho que suas inibições desaparecem pouco a pouco" (p. 147). Outrossim, seria ingênuo pensar que uma tal situação bem-sucedida não tem como pré-requisito o bom entendimento entre os colegas de sala de aula, ou seja, um mínimo coleguismo mútuo.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O lazer infantil parece carecer de atenção no que tange alguns aspectos. Primeiro, e como evidenciado por Rocha (2011), os pais parecem estar ausentes nas experiências de lazer das crianças. Essa ausência pode ser depreendida das falas de meninos e de meninas ao descreverem o lazer em família do qual desfrutam. Foram principalmente referidas atividades de realizar refeições fora de casa, viajar para visitar parentes e acompanhar os pais em atividades como fazer compras, ir à igreja ou ao cabeleireiro.

Assim como é fortemente sugerido pela literatura em relacionamentos que um casal procure usufruir ao menos uma atividade de lazer conjunto (Belsky, 2010), é recomendado que a família procure aproveitar de experiências conjuntas de lazer e que verdadeiramente sejam prazerosas para todos seus integrantes, proporcionando um compartilhamento importante para o fortalecimento dos laços emocionais entre pais e filhos, e entre irmãos. Acredita-se que esse seria um aspecto pronto a investimentos futuros na orientação a pais e famílias, com o auxílio de estudos científicos de abordagem multimetodológica, como se propõe nos Estudos do Lazer e incentivado pelo movimento da Psicologia Positiva.

Nessa mesma direção, o trabalho de Sena (2009) em crianças com e sem Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade demonstrou que os pais desconhecem as amizades de seus filhos. Em seus depoimentos, os pais alegavam ou conhecer as amizades, embora indicando nomes de crianças diferentes daqueles referidos por seus filhos em entrevista, ou afirmavam que a relação do(a) filho(a) com a criança indicada como amiga não era uma relação de amizade. Assim, acredita-se que o lazer em família também pode abrir oportunidades para o envolvimento dos amigos das crianças, fazendo com que esses sejam conhecidos e absorvidos pela família. O valor dado pela família aos amigos das crianças vai não apenas validar a escolha destas por seus relacionamentos de pares, mas também colaborar para a trajetória da criança em termos de desenvolvimento social e de habilidades interpessoais. Não seria descartada, também, a possibilidade de os pais conhecerem as amizades de seus filhos, dados os resultados sobre um elevado desconhecimento das companhias próximas das crianças no trabalho de Sena (2009).

Além da ausência dos pais no lazer e no conhecimento das amizades de seus filhos, um segundo aspecto que merece mais discussão acadêmica é a relação entre lazer infantil e brincadeira. Parece haver demasiado investimento no estudo do lazer infantil como sinônimo do brincar, em detrimento de outras experiências de lazer em crianças que não envolvem brincadeiras infantis, mas outras manifestações socioculturais, relacionais e de relevância para a criança e para os que a acompanham.

É certo que, por proporcionar contentamento, interação social e outros ganhos, a criança tende a indicar a atividade de brincar como seu lazer. Especialmente em crianças ainda em fase de desenvolvimento cognitivo, e que pouco elaboram sobre o que pensam e realizam em termos de lazer, trata-se da realidade, e nossos dados de pesquisa fazem essa demonstração. No entanto, por vezes é uma resposta automática, como se quase tudo o que fizesse no tempo livre fosse brincar de alguma coisa: brincar de correr, brincar de ler, brincar de videogame...

No entanto, pais e filhos que decidem ocupar o domingo livre com uma pescaria conjunta estão compartilhando uma experiência de lazer, e é assim por eles admitido. Pais e filhos que se divertem levando a criança ao circo é outro exemplo de lazer que não se enquadra na categoria do brincar infantil tradicionalmente abordado nos estudos até então. Contudo, apenas o investimento científico vai poder tomar contato com essas possibilidades de lazer infantil, e espera-se que esforços nessa direção não tardem a surgir.

O presente texto teve como ponto de partida o movimento da Psicologia Positiva ao destacar a relação entre lazer e amizade como forças para a saúde, a educação e o desenvolvimento infantil. Tanto os Estudos do Lazer, como área nova e interdisciplinar de pesquisa, como a tradicional subárea do desenvolvimento social infantil apontam a característica protetora, preventiva e promotora de saúde e de desenvolvimento dos dois fenômenos discutidos ao longo deste trabalho. Exemplos com falas de crianças de Belo Horizonte foram trazidos para ilustrar a argumentação. Discutiu-se, inclusive, a importância da atenção à porção da vida infantil dedicada às amizades e ao lazer e sua relação com a qualidade de vida na infância, especialmente em crianças vivenciando condições adversas, como a internação hospitalar. Também foram brevemente relembrados J. Piaget e L. Vygotsky ao atribuírem papel importante ao brincar e às relações de pares no desenvolvimento infantil de modo integral. Por fim, foi dado destaque ao lazer infantil para além do brincar, ao desconhecimento dos pais sobre as amizades de seus filhos, e à escassez de experiências de lazer verdadeiramente em família - problemas a serem melhor investigados cientificamente.

Cuidadores e educadores de crianças concordam com a fortaleza que se constrói em termos de proteção à saúde e em prol do desenvolvimento infantil através do lazer e da amizade. A criança que não brinca nem usufrui de atividades que promovem divertimento ou descanso, bem como a criança que não interage com pares, dispara sinais de alerta aos pais e educadores atentos ao mundo social dos filhos e educandos.

Espera-se que o presente texto tenha despertado interesse para o papel do lazer e da amizade na vida da criança, a associação entre esses dois fenômenos, sua relação com os pais e a família, bem como suas características protetoras, preventivas e promotoras de saúde e de desenvolvimento. Há bastante ainda a ser feito, tanto em termos de produção científica como na aplicação desses conhecimentos nos contextos de cuidado e de educação infantil. A saúde integral e o pleno desenvolvimento infantil em muito têm a ganhar com tais esforços.

 

REFERÊNCIAS

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1 Apoio: PPG-Estudos do Lazer da Universidade Federal de Minas Gerais: FAPEMIG FUNDEP/SANTANDER.