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Psicologia da Educação

versão impressa ISSN 1414-6975versão On-line ISSN 2175-3520

Psicol. educ.  no.39 São Paulo dez. 2014

 

ARTIGOS

 

Estado da arte sobre formação de professores e trabalho docente

 

Estate of the art on teacher training and teaching work

 

Estado del arte sobre la formación de profesores y el trabajo docente

 

 

Tatiane Cristina dos Santos da MaiaI; Marcia de Souza HoboldII

IUniversidade da Região de Joinville - UNIVILLE
IIProfessora do Departamento de Psicologia e do Programa de Mestrado em Educação Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE. marcia.hobold@univille.br

 

 


RESUMO

A presente pesquisa, do tipo Estado da Arte, realiza um balanço das produções sobre as pesquisas de formação e do trabalho docente, apresentadas no Grupo de Trabalho da Psicologia da Educação (GT-20), da ANPED, nos últimos doze anos (2000/2011). Embasaram teoricamente esta investigação os seguintes autores: André (2001 e 2006), André e Ens (2005), Antunes (2008) e Schlindwein (2011). Dentre os 165 trabalhos apresentados neste GT, em doze anos, nove trabalhos foram selecionados em virtude de discutir os aspectos relacionados à formação e ao trabalho dos professores. Contudo, a maior ênfase desses trabalhos recai sobre a formação dos professores e, percebe-se, que a discussão sobre as reais condições do trabalho docente ainda é escassa neste GT. De forma geral, os resultados indicaram que a região Sudeste, mais precisamente o estado de São Paulo, produziu o maior número de trabalhos no período sobre as temáticas mencionadas, e o maior número de publicações aconteceu nos últimos seis anos. Constatou-se pela leitura dos resumos, para selecionar os trabalhos, que esse ainda necessita de uma elaboração mais adensada especificando dados relevantes para a apresentação e definição da pesquisa. Destaca-se, por fim, que no âmbito da formação de professores o componente afetivo, implícito na dimensão relacional entre professor e aluno, tem sido objeto de interesse das pesquisas do GT da Psicologia da Educação.

Palavras-chave: Psicologia da Educação; formação de professores; trabalho docente.


ABSTRACT

This study, Estate of the Art type, conducts an assessment of the production of research into teacher training and teacher work, presented at the Psychology of Education Working Group (GT-20), from ANPED (National Association of Post-Graduate and Education Reserarch), in the last twelve years (2000/2011). The research was theoretically based by the following authors: André (2001 e 2006), André and Ens (2005), Antunes (2008) and Schlindwein (2011). Among the 165 studies presented in this Working Group, in twelve years, nine papers were selected due to the aspects discussed related to training and teacher work. However, the emphasis of these studies is on teacher training and, we realize that the discussions about the real conditions of teaching are still scarce in this working group. Overall, the results indicated that the Southeast region, specifically the State of São Paulo, produced the largest amount of papers on the above topics, being the largest number of publications in the last six years. It was observed, reading the summaries to select the works, that it is necessary a further development, specifying relevant data for the presentation and definition of the research. Finally, we emphasize that, in the area of teacher training the affective component, implicit in the relationship between teacher and students, has been a subject of interest in the researches of the Psychology of the Education Working Group.

Keywords: Psychology of Education; teacher training; teaching work.


RESUMEN

Esta investigación, del tipo Estado del Arte, lleva a cabo una evaluación de las producciones sobre la investigación de la formación y el trabajo docente, presentadas en el Grupo de Trabajo de Psicología de la Educación (GT-20), de la ANPED, en los últimos doce años (2000/2011). Esta investigación fue fundamentada teóricamente por los siguientes autores: André (2001 e 2006), André y Ens (2005), Antunes (2008) y Schlindwein (2011). Entre los 165 trabajos presentados en este GT, en doce años, se seleccionaron nueve trabajos en virtud de discutir los aspectos relacionados con la formación y el trabajo de los profesores. No obstante, el mayor énfasis de estos trabajos recae sobre la formación de los profesores y, nos damos cuenta, que la discusión sobre las reales condiciones del trabajo docente todavía son escasas en este GT. En general, los resultados indicaron que la región Sudeste, específicamente el Estado de São Paulo, produjo el mayor número de trabajos sobre los temas mencionados, siendo el mayor número de publicaciones de los últimos seis años. Se constató, por la lectura de los resúmenes para seleccionar los trabajos, que todavía se necesita un desarrollo más profundo especificando datos relevantes para la presentación y definición de la investigación. Por último, se destaca que en el ámbito de la formación de profesores, el componente afectivo, implícito en la relación entre profesor y alumno, ha sido objeto de interés en las investigaciones del GT de la Psicología de la Educación.

Palabras clave: Psicología de la Educación; formación de profesores; trabajo docente.


 

 

Nos últimos tempos, pode-se constatar um aumento considerável nas produções acadêmicas que abrangem como tema central a formação de professores (André e Ens, 2005). Tais produções demonstram que a formação de professores tem sido alvo de estudos e discussão, principalmente no sentido de aperfeiçoar essa formação em virtude de recorrentes críticas.

Ao elegermos o tema formação de professores, não podemos esquecer que qualquer prática que objetive a atuação sobre a realidade escolar precisa estar ciente de que a escola é o espaço em que o professor atua e, ao mesmo tempo, é identificado como um território institucional e de mediação social que revela em seu interior as diferentes formas de ser, as relações sociais e políticas, os valores e ideologia que constituem as práticas dos professores. E essas condições institucionais são constituídas, singularmente, pela ação dos professores e de outros profissionais que na escola trabalham, convivem e se relacionam (Aguiar, 2000).

A Psicologia, por ter conseguido um papel importante na educação, precisa conhecer a realidade do cotidiano escolar, pois:

[...] o conhecimento do cotidiano escolar é necessário por duas razões. Primeiro, porque sendo conhecido é possível conquistá-lo e planejar ações que permitam transformá-lo, assim como lutar por mudanças institucionais no sentido desejado. [...] Segundo, porque o cotidiano, sendo conhecido, por fornecer informações a gestões institucionais democráticas que queiram tomar medidas adequadas para facilitar o trabalho no nível cotidiano das escolas e melhorar a qualidade do ensino aí realizado. (Penin, 1995, p. 161)

O sujeito do cotidiano é atuante, ativo, e, no que diz respeito ao cotidiano escolar, o professor é um dos sujeitos mais ativos, uma vez que é, segundo Brzezinski (2001, p. 2):

[...] o profissional dotado das capacidades, entre tantas outras, de produzir conhecimento sobre seu trabalho, de tomar decisões em favor da qualidade cognitiva das aprendizagens escolares e, fundamentalmente, de atuar no processo constitutivo da cidadania do "aprendente", seja ele criança, jovem ou adulto.

Para exercer essas funções é preciso uma formação docente de qualidade, e "a Psicologia como um dos fundamentos do processo formativo do educador deve propiciar o reconhecimento do educador/professor como sujeito do processo educativo, traduzindo na necessidade de mudanças profundas das políticas de formação inicial e continuada desse protagonista fundamental da educação" (Antunes, 2008, p. 474).

Além da formação do professor vale destacar que o trabalho que realizada também precisa ser alvo de pesquisa e estudos. Entende-se a categoria trabalho como aquela que engendra uma permanente reconstituição da atividade humana, responsável pela modificação do indivíduo, bem como do meio em que vive. Esse processo de constituição humana, que reverbera diretamente no meio em que o indivíduo vive, só é possível ocorrer em virtude da consciência, propriedade majoritariamente humana, que diferencia o homem dos outros animais.

A categoria trabalho docente é compreendida como uma atividade humana interativa constituinte e constituidora de subjetividades. Aquilo que Tardif e Lessard (2005, p. 8) compreendem "como uma forma particular de trabalho sobre o humano, ou seja, uma atividade em que o trabalhador se dedica ao seu 'objeto' de trabalho, que é justamente um outro ser humano, no modo fundamental da interação humana".

Com base nessas conceituações e compreensões, o presente artigo tem como finalidade apresentar um balanço das pesquisas sobre formação e trabalho de professores no Brasil, levando em consideração os trabalhos publicados no Grupo de trabalho da Psicologia da Educação (GT-20) da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED) nos últimos doze anos (2000-2011). O Estado da Arte foi o tipo de pesquisa escolhido como a estratégia de mapear e analisar os trabalhos publicados sobre essas duas temáticas. O desdobramento da pesquisa centrou-se em descobrir quais abordagens teóricas perpassaram os trabalhos apresentados no referido GT, quais os tipos de pesquisa e em que região do país. Tal estudo permite conhecer como têm sido realizados os relatos das pesquisas na área da Psicologia da Educação, especificamente no referido GT, sobre as temáticas investigativas do trabalho e da formação docente.

 

FORMAÇÃO DE PROFESSORES E TRABALHO DOCENTE

A educação é uma prática social e humanizadora, intencional, que tem por finalidade transmitir a cultura construída historicamente pela humanidade. O homem não nasce humanizado, mas por seu pertencimento ao mundo histórico-social e pela incorporação desse mundo em si mesmo se torna humano, e é para esse processo que contribui a Educação. A escola pode ser considerada como uma instituição gerada pelas necessidades produzidas por sociedades que demandavam formação específica de seus membros, por sua complexidade crescente (Antunes, 2008).

Na história da Educação no Brasil, essa nem sempre foi direito de todos. O ensino público gratuito, laico e obrigatório começou a ser defendido em 1932 através do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, porém a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) foi promulgada em 1961 (Lei n. 4.024/61), passando por várias reformas até chegar ao que é hoje (Lei 9394/96), na qual a educação é direito de todos, mas que necessita de mudanças para que ocorre a democratização do ensino, iniciada nos anos de 1980.

Para suprir as necessidades da educação, foram criadas escolas destinadas ao preparo específico dos professores para exercer funções ligadas à institucionalização da instrução pública no mundo moderno. Antes que fossem fundadas as primeiras instituições destinadas a formar professores para as escolas primárias, terminologia utilizada na época, as preocupações no sentido de selecionar professores já existiam. Iniciativas pertinentes não somente antecedem às de formação, como também permanecem concomitante com essas, uma vez que, quando as escolas normais foram criadas, essas seriam por bastante tempo insuficientes para preparar o pessoal docente das escolas primárias (Tanuri, 2000).

A formação de professores para nível de educação básica ainda hoje é um dos grandes desafios para as universidades, no que diz respeito a sua formação técnico-científico-cultural e, por isso, é fundamental o desenvolvimento de pesquisas sobre a formação de professores (Santos et al., 2006).

Vale ressaltar que, principalmente até o final dos anos 1970, os currículos de formação de professores eram norteados pela racionalidade técnica, marcados fortemente pelo paradigma positivista, e o professor deveria resolver os problemas da prática por meio da aplicação de teorias e técnicas científicas.

Nesse sentido, para atender as exigências de melhor qualificação dos estudantes, a formação de professores, visava à instrumentalização dos mestres com técnicas e métodos de ensino eficazes na transmissão dos conteúdos, pois os estudantes eram tidos como receptores das informações transmitidas pelos mestres/professores. Nesse modelo, da racionalidade técnica o professor é visto como:

Um técnico, um especialista que rigorosamente põe em prática as regras científicas e/ou pedagógicas. Assim, para se preparar o profissional da educação, o conteúdo científico e/ou pedagógico é necessário, pois servirá de apoio para a sua prática. Durante a prática, professores devem aplicar tais conhecimentos e habilidades científicos e/ou pedagógicos. (Diniz-Pereira, 2008, p. 260)

Já na década de 1980, após muitas críticas a esse modelo, muitos dos professores dos cursos de licenciatura passaram a assumir o compromisso político da formação, considerando a "função social da universidade" (Candau, 1997, p. 36). Nessa década, houve uma mudança de concepção educacional, e passou a ser considerado o desenvolvimento político dos estudantes por parte dos professores. Assim, o papel do professor, nas diferentes modalidades de ensino, deveria ser o de emancipar socialmente e politicamente os estudantes. Na época, ressaltava-se prioritariamente "a importância de o professor em seu processo de formação conscientizar-se da função da escola na transformação da realidade social dos seus alunos e ter clareza da necessidade da prática educativa estar associada a uma prática social mais global" (Diniz-Pereira, 2000, p. 27).

Essa situação, de formação inicial cindida entre teoria e prática, também foi confirmada por Tardif (2002, p. 270), quando menciona que:

[...] os cursos de formação de professores são normalmente programados de acordo com um modelo "aplicacionista", no qual os estudantes têm, numa primeira fase, as disciplinas e só depois é que têm um estágio para "aplicarem" os conhecimentos adquiridos nas disciplinas teóricas.

Nesse sentido, as análises diagnósticas do sistema educacional no Brasil apontam, também, para problemas crônicos nos cursos de formação de professores, esses evidenciados por diferentes tendências do decorrer do tempo, cada uma enfatizando aspectos diferentes do fazer pedagógico (Paraskeva, 2004; Souza, 1999). Acredita-se que a formação inicial de professores necessita enfatizar a interação entre formador-licenciando, por meio de discussões, troca de ideias, e não apenas de transmissão de conhecimento, ou seja, uma formação que oferece momentos significativos para apropriação de teorias e aprendizagens, fundamentais para o trabalho do futuro professor. Pode-se pensar neste processo pelo viés da "educação libertária" que, para Paulo Freire, centra-se em um processo de construção de estruturas cognitivas que propiciem "leitura de mundo" no que tange aos aspectos políticos e sociais. Nessa abordagem, o homem é:

[...] situado no tempo e no espaço, e inserido num contexto social, econômico, cultural e político, ou seja, num contexto histórico, chegará a ser sujeito por meio da reflexão sobre seu ambiente concreto, tornando-se gradualmente consciente, comprometido a intervir na realidade para mudá-la. (1987, p. 132)

Considerando a Educação como uma fonte fecunda para a mudança social e como oportunidade de desenvolvimento da criticidade e de autonomia, pensa-se que a Psicologia também pode ajudar os professores nesta tarefa. Dentre a ciência da Psicologia, encontra-se o campo da Psicologia da Educação, que pode auxiliar o professor a desenvolver conhecimentos, habilidades, competências, atitudes e valores que contribuam para que esses profissionais construam saberes e fazeres docentes partindo das necessidades e desafios que o ensino, como prática social, lhes coloca no cotidiano. Dessa forma, pode propiciar que o professor desempenhe a capacidade de investigar a própria atividade, para que, a partir dela, constitua e transforme os saberes e fazeres docentes, num contínuo processo de sua identidade profissional docente (Raposo, 2006).

Diante de tantas questões a respeito da formação e, consequentemente, do trabalho dos professores, as produções científicas vêm aumentando consideravelmente. Uma indicação disso é a ampliação do número de dissertações e teses sobre o tema, defendidos em programas de pós-graduação de Educação, que, em dez anos (1992/2002), passa de 35 para 502 (André & Ens, 2005).

Com a finalidade de mapear a produção acadêmica no campo da formação de professores, surgiu no final dos anos de 1980 estudos do tipo 'estado da arte' ou 'estado do conhecimento' (Schlindwein, 2006, apud Simó & Silva, 2010). Esse tipo de estudo não serve apenas para mapear produções acadêmicas, mas serve também como meio de discussão de tais produções em diversos campos do conhecimento, como pode ser observado em Ferreira (2002, p. 258):

[...] pesquisas conhecidas pela denominação "estado da arte" [...] definidas como de caráter bibliográfico, parecem trazer em comum o desafio de mapear e de discutir uma certa produção acadêmica em diferentes campos do conhecimento, tentando responder que aspectos e dimensões vêm sendo destacados e privilegiados em diferentes épocas e lugares, de que forma e em que condições têm sido produzidas certas dissertações de mestrado, teses de doutorado, publicações em periódicos e comunicações em anais de congressos e de seminários. Também são reconhecidas por realizarem uma metodologia de caráter inventariante e descritivo da produção acadêmica e científica sobre o tema que busca investigar, à luz de categorias e facetas que se caracterizam enquanto tais em cada trabalho e no conjunto deles, sob os quais o fenômeno passa a ser analisado.

No Brasil, há pesquisas denominadas estado da arte que tomam como base estudos sobre formação e trabalho docente como, por exemplo, de André, intitulada Pesquisas sobre formação de professores: uma análise das racionalidades, que faz um questionamento se os trabalhos produzidos tratam efetivamente do tema formação de professores "e, como se caracterizam em termos de temáticas privilegiadas, de metodologias utilizadas e de materiais de apoio" (André, 2006, p. 90).

Além dessa pesquisa mencionada, André também realizou um estado da arte intitulado A pesquisa sobre formação de professores no Brasil - 1990-1998, fazendo um balanço da pesquisa sobre formação de professores no Brasil, considerando os trabalhos publicados na ANPEd. Na pesquisa foram examinados 410 títulos que tivessem o descritor "formação de professores", o que possibilitou evidenciar a distribuição de trabalhos a respeito da formação de professores, em termos de frequência e porcentagem, no período de 1990-1998; a distribuição dos trabalhos pelos diferentes programas de pós-graduação em Educação do país; os temas (formação inicial, formação continuada, identidade e profissionalização docente), subtemas (disciplina do curso, professores, alunos) e conteúdos privilegiados nesses trabalhos e sua frequência no período; os conteúdos emergentes (meio ambiente, educação e saúde, desempenho do professor, etc.) e os conteúdos silenciados (formação política do professor, condições de trabalho, salário, carreira, etc.) a respeito do tema; tipos de estudos realizados e a frequência, de acordo com os subtemas e conteúdos abordados.

Visto que há um grande número de pesquisas sobre formação e trabalho docente, é importante que sejam realizadas investigações para mapear as temáticas e a finalidade desses estudos (André & Ens, 2005). Contudo, o intuito que guiou a realização desta pesquisa é sobre a identificação de estudos sobre as duas temáticas na Psicologia da Educação. Neste caso, um espaço de referência deste campo de estudo, a Psicologia da Educação, é encontrado nas reuniões dos pesquisadores que constituem o grupo de trabalho 20 da ANPEd, em que pesquisas qualificadas pelos pesquisadores da área são aprovadas e apresentadas para os que se dedicam às investigações da Psicologia da Educação.

 

MÉTODO

A presente pesquisa, do tipo "Estado da Arte", segundo André (2006) é caracterizada como de natureza documental-bibliográfica. É caracterizada por Ferreira (2002) como uma pesquisa de caráter bibliográfico, que propõe mapear e discutir produções acadêmicas em algum campo de conhecimento, na tentativa de achar resposta sobre os aspectos e dimensões que vêm ganhando destaque em determinado período e lugar. Esse tipo de pesquisa também é reconhecido por utilizar procedimentos inventariantes e descritivos sobre um tema em estudo, por meio de análises de dissertações/teses, publicações em periódicos e/ou comunicações em anais de eventos.

Como já mencionado, nesta pesquisa foi realizado um balanço das investigações sobre a formação e o trabalho de professores, levando em consideração os trabalhos publicados no GT-20 da ANPEd nos últimos doze anos (2000-2011). A análise focou sobre a quantidade de trabalhos publicados, as abordagens e os tipos de pesquisa, metodologia e região do país. Em síntese, foram realizadas as seguintes etapas que constituíram o caminho metodológico:

• Leitura dos títulos e resumos dos artigos publicados no GT-20 da ANPED nos últimos doze anos, identificando os trabalhos referentes aos dois temas. Inicialmente foi pensado utilizar um período de dez anos, porém foram identificados poucos trabalhos a respeito da temática e decidiu-se expandir o período para doze anos (anos que estavam disponíveis no site da ANPEd no ano da pesquisa - 2012);

• Consulta e seleção dos trabalhos apresentados no GT 20, sobre a formação e o trabalho docente, nos anos de 2000 a 2011, por meio da identificação dessas temáticas nos títulos, resumo e/ou palavras-chave;

• Leitura na íntegra dos trabalhos selecionados;

• Análise dos dados por meio da técnica da análise de conteúdo, organizando e sistematizando os achados da pesquisa.

A seleção dos trabalhos foi feita a partir de três critérios: o primeiro foi pelo título, o segundo palavras-chave e o terceiro por meio da leitura dos resumos. Depois dessa seleção, como mencionado, foi realizada a leitura na íntegra dos trabalhos, identificando os autores, as universidades (localizando as regiões em que foram feitas as pesquisas), a abordagem teórica utilizada para a produção dos trabalhos, os sujeitos de pesquisa, os objetivos e principais achados.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Vale destacar que, somente pela leitura dos títulos, resumos e palavras-chaves dos trabalhos, a dificuldade seria grande, tendo em vista que muitos dos resumos não destacam as informações essenciais, tais como: abordagem da pesquisa, principais aportes teóricos, sujeitos da pesquisa, tipo de estudo, metodologia utilizada, etc., ou seja, os resumos se apresentaram, muitas vezes, de forma sucinta e incompleta. Essa também foi uma dificuldade apontada por André (2001), ao fazer o balanço das teses e dissertações defendidas no período de 1990 a 1998.

Por isso, decidiu-se pela leitura completa dos trabalhos que indicavam pesquisa que se constituísse nas temáticas do trabalho docente ou da formação de professores.

Após essas de classificação/seleção e leitura, foram destacados os seguintes trabalhos:

 

Figura 1

 

Nos últimos doze anos, no GT-20 (Psicologia da Educação), da ANPEd, foram publicados 165 trabalhos, e apenas nove abordaram a temática da formação e do trabalho docente, o que representa 5,5% das publicações do GT. Com isso percebe-se que estudos e pesquisas nessa área ainda são escassos. Tal escassez pode ser atribuída ao fato de o grupo de trabalho da Psicologia da Educação ser recente, ou seja, teve início como Grupo de Trabalho (GT) em 1999.

Também vale ressaltar que a Psicologia da Educação é um campo de estudo recente. Segundo dados levantados por Souza (2009), a Psicologia Escolar e a psicologia Educacional até pouco tempo permaneceram como campos distintos, sendo a Psicologia Escolar como o campo da prática profissional e a Psicologia Educacional como área de pesquisa em Psicologia. Contudo, essa distinção foi sendo questionada, pois teoria e prática não podem estar separadas. Na década de 1980, a tarefa do psicólogo passa a ser repensada e se começa a defender a necessidade de mudança nos referenciais teóricos que culpabilizavam os estudantes e suas famílias pelo fracasso escolar.

Desse modo, concorda-se com Souza (2009,p. 181) que a Psicologia Escolar é considerada como "[...] área de estudos da Psicologia, de atuação e de formação do psicólogo que busca compreender o fenômeno educacional como produto das relações que se estabelecem no interior da escola". Para compreender tal funcionamento é preciso que a Psicologia entenda o cotidiano escolar e a importância da formação e do trabalho docente.

Quanto aos dados dos nove trabalhos encontrados no GT 20, destaca-se que oito são pesquisas de campo. Para Marconi e Lakatos (1999, p. 85), a pesquisa de campo é "[...] aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimento acerca de um problema para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese que queira comprovar, ou ainda, descobrir novos fenômenos de relação entre eles". Assim, pode-se depreender que os pesquisadores foram ao encontro do tema de estudo, de modo que pudessem ter suas próprias percepções e integrassem teoria e prática. Um nono trabalho foi considerava como estudo bibliográfico.

Outro dado interessante é sobre a concentração das pesquisas oriundas da região Sudeste, mais precisamente o estado de São Paulo. Uma justificativa para este fato pode ser depreendida das palavras de André (2001, p. 85), quando afirma que:

Essa distribuição regional dos trabalhos pode ser explicada, em parte, pela concentração dos programas de pós-graduação nas regiões Sudeste e Sul. É nessa região também que estão os programas já consolidados, com linhas de pesquisa bem definidas, muitos deles priorizando o tema da formação docente.

Porém, conclui-se que o maior número de publicações aconteceu nos últimos seis anos, e nos períodos de 2000/2001 e 2008/2009 não houve nenhum trabalho com essas duas temáticas apresentadas no GT 20, e que no ano de 2010 houve duas publicações, sendo elas da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP Esse fato merece destaque pois a PUC-SP tem um Programa de Pós-Graduação (sctricto sensu) voltado diretamente à Psicologia da Educação. Segundo dados do site da PUC-SP:

[...] tal Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: Psicologia da Educação iniciou suas atividades de Mestrado em 1969 e de Doutorado em 1982. Foi o primeiro programa do Brasil de pós-graduação em Psicologia da Educação e um dos primeiros na área de Educação, tendo papel fundamental na origem da própria Pós-Graduação da PUC-SP [...]. Durante seu percurso, o Programa foi responsável pela formação teórico-científica de grande contingente de profissionais, especialmente da área de Educação. A produtividade acumulada nesses anos é expressiva: foram cerca de 535 dissertações e 163 teses concluídas e defendidas, das quais muitas foram publicadas (de 1971 a 2008).

Vale ressaltar que, nos últimos doze anos, não houve nenhuma pesquisa sobre a temática em questão (formação e trabalho docente), na região Sul, apresentada no GT20 da ANPEd.

Quanto à abordagem teórica utilizada nas pesquisas, elas não estão especificadas com clareza, e apenas um dos trabalhos fez menção explícita a abordagem sócio-histórica, tendo como autor base Vygotsky, em paralelo com a ergonomia francesa atual, proposta por Yves Clot.

Já os tipos de estudo, como mencionado, não estavam especificados, sendo possível apenas identificar que oito deles eram pesquisas de campo, utilizando de instrumentos para a coleta de dados, entrevistas, questionários e observações participantes. Em apenas um dos trabalhos o tipo de estudo foi bibliográfico. Dentre as pesquisas selecionadas:

• Duas delas abrangeram a dimensão afetiva na formação de professores;

• Duas, a relação Psicologia e formação de professores;

• Uma, a questão da escrita na formação universitária de professores;

• Uma, a atuação dos professores em sala de aula;

• Uma, as estratégias de participação dos pais na formação contínua de professores;

• Uma, os aspectos simbólicos da formação contínua de professores;

• Uma, a formação de professores e as matrizes pedagógicas.

Para facilitar a visualização dos trabalhos apresentados no GT 20, apresenta-se um quadro síntese, elaborado com dados dos próprios trabalhos/autores, com o título, ano de apresentação do trabalho, autores e instituição, objetivo central e os principais achados da pesquisa.

 

Figura 2

 

Nessa apresentação síntese de cada pesquisa encontrada no GT de Psicologia da Educação, sobre a formação e o trabalho docente, entre os anos de 2000 e 2011, percebe-se que há uma diversidade de temas sobre a formação e o trabalho docente, que tem uma relevância para o processo de ensino-aprendizagem. São estudos que contemplam a educação infantil, o ensino fundamental e médio e os cursos de formação inicial (licenciaturas). Pode-se contatar que as pesquisas apresentadas não se furtaram em discutir o espaço pedagógico, ou seja, o locus de aprendizagem e interação entre professores e estudantes: a sala de aula.

Ao analisar as diferentes pesquisas, mesmo com sua pouca quantidade, neste caso nove estudos, pode-se constatar a diversidade de sujeitos, em sua maioria professores da educação básica, mas que também apareceram dados de pais/familiares e de futuros professores, neste caso, estudantes dos cursos de licenciatura. Os estudos ocorreram tanto no viés da formação inicial, como nos espaços de formação continuada, perpassando também pelo trabalho efetivo dos professores, ou seja, pesquisas sobre a prática pedagógica docente.

Nesse sentido, diante dessa diversidade de estudos, sujeitos, instituições, modalidades, etapas, períodos, etc., pode-se deduzir que a Psicologia da Educação tem realizado investigações que podem contribuir para a melhoria do processo de formação e de trabalho dos docentes. É muito bom contatar que neste GT da ANPEd existam trabalhos, mesmo que em minoria, que se preocupam com o processo de ensino e aprendizagem, ou seja, que enfatizam a investigação com professores, futuros professores e familiares.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pesquisas sobre os temas formação e trabalho docente no GT-20 da ANPEd vêm aumentando nos últimos seis anos, visto que tal grupo de trabalho é recente comparado à fundação da ANPEd, no ano de 1976, e dos primeiros GT's em 1981.

As pesquisas denominadas Estado da Arte surgem para auxiliar no levantamento de dados de pesquisas principalmente na área da educação, pois possibilita não somente uma amostragem geral de uma determinada temática, mas situá-la em determinado contexto.

Considerou-se difícil a análise feita somente a partir dos resumos dos trabalhos publicados, uma vez que esses em parte são incompletos ou muito sucintos, e, para a realização desta pesquisa, optou-se por ler os trabalhos na íntegra. Essa situação, de dificuldade com os resumos, já foi apontada por Schlindwein et al. (2011), quando em sua pesquisa realizou a discussão sobre a falta de cuidado com a elaboração dos resumos, uma vez que o resumo expressa (ou não) os elementos constitutivos da pesquisa. Consideraram que um bom resumo deve contemplar a problemática da pesquisa, o eixo teórico-metodológico, o desenho metodológico, os procedimentos de análise e os resultados e suas possíveis considerações.

Os estudos de André (2005) afirmaram que as pesquisas a respeito da temática formação e trabalho docente vêm aumentando, porém, ainda há necessidade de intensificação, principalmente de alguns assuntos considerados silenciados pelas pesquisas, tais como: condições de trabalho dos professores, questões de gênero, a dimensão política na formação do professor, etc. Assim, são temáticas que precisam ser mais exploradas na Educação e, também, pela Psicologia da Educação. Mas é preciso que tais pesquisas sejam mais bem relatadas, para que haja uma melhor compreensão e facilidade de extrair dados para futuras pesquisas do tipo Estado da Arte.

Por meio da análise das temáticas de estudo dos trabalhos selecionados conclui-se que a temática mais evidente é a de formação de professores. As pesquisas sobre o trabalho docente, no referido GT, ainda são escassas. Também foi possível observar que a maior parte das pesquisas abrange a dimensão afetiva discutida no âmbito da formação de professores, bem como sobre o ensino de Psicologia e formação de docente. Esses dois indícios podem demonstrar uma aproximação entre a Psicologia e Educação, no âmbito do GT 20, nos últimos seis anos, como constatado na pesquisa. Sabe-se que pesquisas sobre a formação e o trabalho docente, no campo da Psicologia da Educação, são cada vez mais necessárias para se conhecer a efetiva prática de trabalho e de formação dos docentes das instituições educacionais brasileiras.

 

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