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Psicologia da Educação

versão impressa ISSN 1414-6975versão On-line ISSN 2175-3520

Psicol. educ.  no.43 São Paulo dez. 2016

http://dx.doi.org/10.5935/2175-3520.20160006 

ARTIGOS

 

Produção em psicologia escolar de 1962 a 2011 na base index Psi

 

School psychology production from 1962 to 2011 in index Psi database

 

Producción en psicología escolar de 1962 hasta 2011 en la base índex Psi

 

 

Alexandre Masson MaroldiI; Ana Maria da SouzaII; Luis Fernando Maia LimaIII

IDepartamento de Ciência da Informação, Universidade Federal de Rondônia. alexandre.maroldi@gmail.com
IIPrograma de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Federal de Rondônia
IIIDepartamento de Economia Universidade Federal de Rondônia

 

 


RESUMO

A Psicologia Escolar caracteriza-se por propor um olhar para o processo de escolarização e para o contexto sócio-político-cultural em que estão inseridos os processos educativos. Assim, o objetivo deste estudo foi identificar, através de uma análise bibliométrica, a produção científica em Psicologia Escolar presente na Base de dados Index Psi Periódicos Técnico-científicos, de 1962 a 2011. A Base de dados Index Psi Periódicos Técnico-científicos reúne a literatura técnico-científica em Psicologia publicada em revistas, com acesso ao texto completo. Utilizou-se a bibliometria, que permitiu elaborar indicadores para avaliar o atual estágio de desenvolvimento da temática Psicologia Escolar. No total, foram recuperados 209 registros, destacando-se entre os mesmos, o periódico Psico. Na análise de autoria dos artigos recuperados, 62, 1% dos autores contribuíram com apenas uma publicação. Quanto ao vínculo institucional dos autores, a Universidade de São Paulo (USP) é a que prevalece e a palavra-chave mais frequente é Psicologia Escolar. O estudo bibliométrico contribuiu para a identificação da visibilidade e o estágio de desenvolvimento da produção científica em Psicologia Escolar nessa base de dados.

Palavras-chave: psicologia escolar, bibliometria, produção científica.


ABSTRACT

School Psychology proposes a look at the schooling process and the socio-political-cultural environment in which the educational processes are inserted. The general objective of this study was to identify, through bibliometric analysis, the scientific production of School Psychology present in the Index Psi Technical-Scientific Journals Database from 1962 to 2011. The Index Psi Technical-scientific Journals Database gathers technical and scientific literature in psychology published in journals with access to full text. The methodology used was bibliometrics, through which indicators were established to evaluate the current stage of development of School Psychology. 209 records were found, and the most used journal is Psico. , About 62.1% of the authors had only one contribution. Most articles come from São Paulo University (USP) and most cited key-word is School Psychology. The bibliometric approach brings visibility to the scientific production on School Psychology area in this database.

Keywords: school psychology, bibliometrics, scientific production.


RESUMEN

La Psicología Escolar se caracteriza por estudiar el proceso de la educación y el contexto social, político y cultural en que se insertan los procesos educativos. El objetivo de este estudio fue identificar, a través de un análisis bibliométrico, la producción científica en Psicología Escolar presente en la Base de datos Index Psi Periódicos Técnico Científicos, de 1962 hasta 2011. Las revistas científicas de la Base de datos Index Psi reúnen la literatura técnica y científica en psicología publicada en revistas con acceso al texto completo. El método utilizado fue la bibliometría, que permitió establecer indicadores para evaluar el actual estadio de desarrollo temático en Psicología Escolar. En total, se recuperaron 209 registros, destacándose entre ellos, la Revista Psico. En el análisis por escrito de los elementos recuperados, el 62, 1% solo contribuyeron con una publicación. Con respecto a la afiliación institucional de los autores, la Universidad de São Paulo (USP) es la que presenta la palabra Psicologia Escolar, con mayor frecuencia, como palabra clave. El estudio bibliométrico contribuyó para identificar la visibilidad y el estadio del desarrollo de la producciones científicas en Psicología Escolar, en esta base de datos.

Palabras clave: Psicología Escolar, bibliometría, producción científica.


 

 

O objetivo deste trabalho é identificar como está configurada a área da Psicologia Escolar no Brasil através das produções científicas localizadas na Base de Dados bibliográfica Index Psi Periódicos Técnico-Científicos, disponibilizada pela Biblioteca Virtual em Saúde - Psicologia Brasil (BVS-PsiBrasil).

Marinho-Araújo (2010), estudando a evolução histórica da Psicologia no Brasil, destaca a sua interface com a Educação ainda na Primeira República, sendo um campo reconhecido por acadêmicos, pesquisadores vindos da Europa e os que estavam aqui instalados, como uma área do conhecimento que alimentava, nos sistemas educacionais vigentes, os ideais capitalistas, o que consolidaria uma tendência psicométrica, experimental e tecnicista.

Entre os anos de 1930 a 1962, emerge uma produção de publicações de livros e de periódicos de educação e psicologia, que contribuíram para divulgar a psicologia educacional em nosso país. Nesse sentido, destacam-se as seguintes publicações: Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Revista de Pedagogia, Revista de Psicologia Normal e Patológica, Arquivos Brasileiros de Psicologia Aplicada (Hoje intitulado Arquivos Brasileiros de Psicologia, publicado pelo ISOP), Boletim de Psicologia e Boletim da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (Antunes, 2003; Waeny & Azevedo, 2009).

A década de 1960 é marcada no Brasil pelo início do controle da ditadura militar, na qual o controle social passa a ser mais evidenciado, o que acabou comprometendo a liberdade das pesquisas. Por outro lado, num território fértil para as teorias tecnicistas, inicia-se a desvalorização das Ciências Humanas e Sociais (Barbosa, 2011).

Nesse contexto, a Psicologia Escolar, assim como a Psicologia como um todo, debruçou-se sobre as práticas individualistas, visando alcançar horizontes com o comportamento adaptado às exigências sociais, ou, em outras palavras, "ajustatórias, em um processo de ensino com ênfase nos processos de aprendizagem e nos procedimentos remediativos (modelo médico), como solução dos chamados problemas escolares" (Yazlle, 1997, p. 33).

A partir da década de 1960, com a ampliação do sistema educacional em suas diversas modalidades e consequentes solicitações por serviços de atendimento aos alunos, a Psicologia passou a constituir-se como uma prática profissional mais sistematicamente presente nas escolas, ainda que marcada por objetivos fortemente adaptacionistas. Surgiu, com uma identidade pouco definida, a figura do psicólogo escolar ou psicólogo educacional chamado a resolver ou enfrentar as situações problema oriundas da escola (Marinho-Araújo, 2010).

Os anos da década de 1970 se caracterizaram, no âmbito da Educação, pela promulgação da Lei nº 5.692/71, que ampliou o sistema educacional e efetivou a expansão da escolaridade obrigatória e gratuita, trazendo mudanças significativas no contexto escolar, como o aumento no quantitativo de alunos advindos das mais diversas realidades socioculturais, abrindo portas para os problemas, suscitando os desafios de adaptação à nova realidade, tanto em termos de infraestrutura das escolas, quanto em termos de concepções e metodologias de aprendizagem adequadas aos novos alunos (Barbosa & Marinho-Araújo, 2010).

Assim, a identificação da Psicologia como profissão cujo comprometimento se associava ao conservadorismo, ao reprodutivismo social, ao tecnicismo e ao individualismo refletia-se na Psicologia Escolar, que sustentou a psicologização das questões educacionais, tratando os problemas escolares de forma adaptativa e remediativa com ênfase no ajustamento (Marinho-Araújo, 2010).

A relação entre a Psicologia e a Educação nesse momento foi polêmica, contudo rica em possibilidades críticas que começaram a emergir. Esse marco deve-se ao fato de, na década de 1970, a Psicologia ter recebido críticas da Pedagogia, devido à maneira como utilizava os testes e as consequências para os educandos (Waeny & Azevedo, 2009).

Por seu turno, a década de 1980, no bojo das profundas transformações socioeconômicas, traz uma nova organização política no cenário nacional; Estado e a Sociedade brasileira estavam se recompondo após vinte anos de ditadura militar. O Brasil passa a se preocupar mais com as condições sociais, como saúde, educação, moradia e trabalho.

O contexto histórico e político dessa época, principalmente com o processo de redemocratização do país, oferecia condições favoráveis à retomada das discussões educacionais numa perspectiva crítica; nessa acepção, houve implementação de medidas inovadoras nos sistemas de ensino e a reação contra o dogmatismo teórico que predominara na década anterior (Mainardes & Pino, 2000; Maluf & Cruces, 2008).

Diante desses acontecimentos, a Psicologia e a Educação não ficaram imunes. O psicólogo insere-se nos problemas sociais, fazendo emergir novas práticas e questionamentos teóricos acerca da sua atuação. Eventos científicos, encontros de conselhos, de sindicatos e outros movimentos de organização social levaram a Psicologia a recorrer às concepções e teorias histórico-críticas para auxiliar na compreensão dos impasses presentes na Educação brasileira (Marinho-Araújo, 2010).

Pode-se considerar a década de 1980 como um marco representativo na história da Psicologia Escolar; o esforço é o de repensar o seu papel, a sua relação com a escola. No ano de 1984, foi publicado o livro Psicologia e Ideologia: uma introdução crítica à Psicologia Escolar, de Maria Helena Souza Patto, gerando nova discussão a respeito da formação e atuação do psicólogo escolar.

As páginas desse livro desnudava mas principais filiações teóricas das práticas psicológicas levadas a efeito na escola, os métodos empregados destacavam que é a criança a causadora dos problemas escolares, à forma restrita como a Psicologia interpretava os fenômenos escolares. Discutia-se a serviço de quê e de quem estaria a Psicologia Escolar, concluindo-se que caminhava a passos lentos para a melhoria da qualidade da escola, assim como os benefícios que a instituição escolar deveria propiciar a todos, em especial, às crianças, oriundas das classes populares (Souza, 2007a; Souza, 2009).

Ademais, a obra Psicologia Escolar, de Maria Helena Novaes (1970), relatava as experiências brasileiras entre 1958 e 1968, com o intuito de divulgá-las na tentativa de esclarecer as dúvidas sobre as atividades do psicólogo escolar, bem como os problemas de aprendizagem e adaptação escolar.

As obras Ação da psicologia na escola, de Masini (1978), Psicologia escolar, de Khouri (1984), Acompanhamento psicológico à professora: uma experiência, de Albuquerque (1972) ou Acompanhamento psicológico à professora: seus rumos, de Albuquerque (1976), são alguns dos primeiros títulos feitos por e para os profissionais da área. Esse aumento de publicação de livros, de certa forma é uma resposta, assim como também resulta da crítica ao modelo de atuação então vigente, na qual a atuação do Psicólogo Escolar era pautada geralmente pelo modelo clínico (Waeny & Azevedo, 2009).

Vale destacar que a fundação da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE), no ano de 1990, foi um importante marco para a delimitação da área de Psicologia Escolar. Desde então, a entidade vem contribuindo com a divulgação de reflexões acerca da identidade do psicólogo escolar, dos conhecimentos psicológicos que se aplicam à área e das possibilidades de atuação em espaços educacionais.

A ABRAPEE teve origem a partir da iniciativa de Raquel Souza Lobo Guzzo, Solange Wescheler, Geraldina Porto Witter, Samuel Pfromm Netto e Vera Gomes. A ABRAPEE ainda instituiu, em 1996, a Revista de Psicologia Escolar e Educacional, como um importante instrumento de divulgação de pesquisas para a Psicologia Escolar e Educacional. De acordo com Barbosa (2011, p. 34), essa revista é a "primeira com conteúdos específicos na área".

No ano de 1990, Maria Helena Souza Patto publica a obra A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia, publicação em que apresenta e analisa o quadro complexo que envolve os meandros da produção das dificuldades de escolarização; a autora também discute como a escola produz essas rotulações da criança que não aprende, alterando novamente, os rumos da produção científica da Psicologia Escolar no Brasil para uma produção mais crítica.

Ainda no início da década de 1990, marcado por uma grande inquietação da Psicologia brasileira, com questões relacionadas à sua identidade e seu compromisso social, instituiu-se o Grupo de Trabalho de Psicologia Escolar/Educacional da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP).

Diante desses aspectos, o desenvolvimento da pesquisa na área de Psicologia Escolar teve um interesse crescente a partir dos anos de 1980, e sua expansão foi realizada a partir do final dos anos de 1990, fruto dos vários centros de formação em Psicologia, tanto na graduação quanto na pós-graduação, passando, portanto, a desenvolver uma série de pesquisas nesse ramo do saber.

Vários espaços de discussão científica foram criados na década de 1990; destacam-se o I Congresso Nacional de Psicologia Escolar, a realização conjunta do XVII Congresso Internacional de Psicologia Escolar e do II Congresso Nacional de Psicologia Escolar.

Em 1994, a partir do V Simpósio, da ANPEPP, foi criado o Grupo de Trabalho (GT) Psicologia Escolar/Educacional, atuante até o momento, objetivando o desenvolvimento e a consolidação da Psicologia Escolar por meio da pesquisa e de políticas de formação no âmbito da Pós-Graduação em Psicologia no Brasil (Souza, 2007b; Marinho-Araújo, 2010).

Nesse contexto e ao longo de sua trajetória, a Psicologia Escolar foi se firmando e se constituindo, gerando uma grande quantidade de trabalhos, como dissertações, teses, livros, artigos de periódicos, comunicações de eventos científicos, entre outros, estabelecendo, dessa forma, uma consistente produção cientifica de referência na área.

Assim, o presente trabalho se dispôs a verificar como a temática Psicologia Escolar está representada nos registros dos textos recuperados na Base de Dados bibliográfica Index Psi Periódicos Técnico-Científicos de 1962 a 2011.

Considera-se que o âmago da produção científica é a comunicação, o que torna disponível o resultado de pesquisas para a comunidade científica. Nesse sentido, como sugere Carpintero (1981):

O estudo da comunicação parece particularmente verdadeiro no caso da ciência (...), uma análise detalhada do corpo das comunicações é um meio necessário na abordagem de uma imagem da ciência. Esta é a razão pela qual temos aplicado uma metodologia de pesquisas bibliométricas na ciência, mais especificamente, na Psicologia. (p. 67)

A bibliometria pode ser entendida como um instrumento que possibilita minimizar a subjetividade inerente à indexação e recuperação das informações, produzindo conhecimento em determinado campo do saber. Contribui também para as tomadas de decisão, na gestão da informação e do conhecimento, na medida em que pode auxiliar na organização e na sistematização dos dados científicos. (Guedes & Borschiver, 2005)

 

MÉTODO

Procedimento. Nesta pesquisa, utilizou-se a base de dados Index Psi Periódicos Técnico-Científicos da Biblioteca Virtual em Saúde Psicologia. A Base de dados IndexPsi Periódicos Técnico-Científicos é coordenada pela BVS-Psi Brasil (http://www.bvs-psi.org.br/php/index.php) e reúne a literatura técnico-científica na área de Psicologia, com publicações em revistas on-line, permitindo o acesso aos textos completos dos autores, quando disponíveis, num portal reconhecido com mais de 36.900 itens.

Escolheu-se essa base de dados, pois de acordo com Oliveira et al. (2007), desde a criação da Biblioteca Virtual em Saúde Psicologia Brasil (BVS-Psi Brasil), houve um diferencial no que se refere à divulgação da produção de conhecimento científico na Psicologia, tornando a área distinta em acesso, produção e divulgação do conhecimento das demais no que se refere à divulgação da produção científica nacional.

Elegeu-se como busca o termo 'Psicologia escolar' no campo 'termos em português' para saber se esse mesmo termo era ou não indexado. Como estratégia, optou-se pelo módulo Formulário Avançado, de forma a inserir o termo 'Psicologia escolar' no campo descritor psi português.

Vale ressaltar que, em nenhuma das buscas, delimitou-se o período; dessa forma, considerou-se desde o registro mais antigo até o mais recente. Para a coleta de dados, utilizou-se o sistema Terminologia em Psicologia (usado no controle de vocabulário em Psicologia e na indexação das bases de dados da BVS-Psi Brasil) da própria BVS-Psi (http://newpsi.bvs-psi.org.br/cgi-bin/wxis1660.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&lang=P&base=TERMINOLOGIA), eque define o termo específico como ramo da Psicologia que dá ênfase ao treinamento e ao certificado legal dos psicólogos trabalhando em ambiente escolar. Os dados foram coletados em 12 de janeiro de 2012.

Foram utilizados os seguintes indicadores: ano de publicação; periódicos; autoria; vínculo institucional dos ahttp://newpsi.bvs-psi.org.br/cgi-bin/wxis1660.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&lang=P&base=TERMINOLOGIAutores e palavras-chave utilizadas nos artigos. Os indicadores seguiram a seguinte descrição: a) ano de publicação: delinear a produção ao longo do tempo; b) periódicos: quais são os periódicos que publicam artigos com a temática psicologia escolar; c) autoria: responsável intelectual pela publicação; d) vínculo institucional: verificar a incidência das instituições e seu papel no desenvolvimento científico na área da psicologia escolar; e) descritores: identificar quais são as palavras-chave mais e menos utilizadas nos artigos recuperados.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A base de dados Index Psi Periódicos Técnico-Científicos recuperou 209 registros no total, de acordo com a Figura 1. Esta base é a mais antiga da BVS-Psi Brasil, funcionando desde o ano de 1998. Atualmente reúne mais de 34.330 artigos indexados publicados desde 1949, até os dias atuais com a temática de Psicologia e áreas afins, com 190 periódicos indexados. Nesse sentido, pode-se dizer que a maior parte da produção nacional publicada em revistas científicas está reunida, organizada e disponibilizada nessa base de dados.

Observa-se que o registro mais antigo indica o ano de 1962, e o mais recente o ano de 2011, data do último registro recuperado. Para Amorim (2010), o reconhecimento da Psicologia como profissão no Brasil, só ocorrida em 1962, justifica a escassez de documentos recuperados anteriores a essa época. Também a ausência de um programa de Pós-Graduação e a falta de uma homogeneidade de concepções que considerassem a interface entre a Psicologia e a Educação contribuem para a escassez de publicações anteriores ao ano de 1962.

Na década de 1980, nota-se um incremento da produção, com picos de crescimento nos anos de 1983 e 1988. A década de 1980 é marcada por eventos científicos, encontros de conselhos e de sindicatos e outros movimentos de organização social, que levaram a Psicologia a recorrer às concepções e teorias histórico-críticas para auxiliar na compreensão dos impasses presentes na educação brasileira, o que contribuiu para esse aumento da produção científica (Marinho-Araújo, 2010).

Também, uma pesquisa, realizada por Leite e Guirado (1987), revelou que as áreas de atividade principal apontadas pelos psicólogos foram: 1) Consultórios - 57, 5%; 2) Organizações - 21, 2%; 3) Escolas - 11, 9%; 4) Ensino de Psicologia - 6, 9%; 5) Pesquisa - 1, 3%; 6) Comunidade - 1, 1%.

Esses dados revelam que 11, 9% dos psicólogos atuavam em escolas e que apenas 1, 3% tinham interesse pela pesquisa. Ademais, ainda na década de 1980, a pesquisa de Leite e Guirado (1987) também apontou que a Psicologia Escolar apresentava-se como uma área multifacetária e em franco desenvolvimento científico, teórico e prático, o que reflete ainda a baixa produção científica nessa década. Todavia, ressalte-se que durante o II Encontro de Psicólogos da Área de Educação, ocorrido no ano de 1982, existia uma preocupação entre os participantes em organizar e ampliar o seu campo de discussão com criação de um banco de dados que concentraria desde relatos de experiências a materiais teóricos e até mesmo a criação de uma revista em Psicologia que concentraria a publicação de várias áreas (Prates, 2015).

Ao todo foram identificados 41 periódicos que publicaram artigos em Psicologia Escolar. A Tabela 1 apresenta os periódicos que publicaram quatro ou mais artigos de Psicologia Escolar e sua respectiva qualificação.

Conforme apontado na Tabela 1, o periódico com o maior número de trabalhos indexados com a temática Psicologia Escolar foi o periódico Psico, com 34 artigos. Esse periódico é uma publicação da Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, com periodicidade trimestral, fundada no ano de 1971 e destinada a profissionais da Psicologia e áreas afins. Visa divulgar trabalhos nas modalidades relatos de pesquisa, revisões sistemáticas de literatura e resenhas de livros em Língua Portuguesa, inglesa e espanhol que privilegiem a temática da Psicologia.

Procurando respostas para algumas lacunas, detecta-se que no ano de 1983 (pode-se verificar um grande pico na Figura 1), a revista Psico publicou uma edição exclusivamente com os trabalhos apresentados no I Encontro de Psicólogos Escolares do Rio Grande do Sul. Os trabalhos apresentados nas modalidades palestras, debates e painéis foram posteriormente publicados nessa mesma edição.

O EPERGS, promovido pelo Departamento de Psicologia Escolar da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, teve como objetivo debater os rumos da Psicologia Escolar no Estado do Rio Grande do Sul. Também no ano de 1988 (novo pico na Figura 1), a revista Psicopublica, novamente, uma edição somente com trabalhos apresentados no V EPERGS.

Além de publicar artigos com a temática Psicologia Escolar nos anos de 1983 e 1988, a revista Psico publicou um artigo no ano de 1980, quatro artigos no ano de 1984, um artigo no ano de 1986, um artigo no ano de 1987 e um artigo no ano de 1991, o que pode significar uma frequência irregular de publicações sobre a temática de Psicologia Escolar e desinteresse por esta área a partir da década de 1990.

Ainda, na Tabela 1, encontram-se dois outros periódicos que se destacam pelo número de publicações: Psicologia Escolar e Educacional, com 31 artigos indexados, e Arquivo Brasileiro de Psicologia, com 29 artigos indexados com a temática de Psicologia Escolar.

O periódico Psicologia Escolar e Educacional, criado em 1996, é um dos principais veículos de divulgação e pesquisas no campo da Psicologia Escolar e Educacional. Vinculado a ABRAPEE, seu interesse é publicar trabalhos incluindo processos básicos, experimentais, aplicados, naturalísticos, etnográficos, históricos, artigos teóricos, análises de políticas e sínteses sistemáticas de pesquisas, entre outros com essa temática. Também tem interesse em publicar revisões críticas de livros, instrumentos diagnósticos e softwares.

Destaque-se que o periódico Arquivo Brasileiro de Psicologia é um dos mais antigos do Brasil, tendo sido lançado no ano de 1949, ainda com o nome Arquivos Brasileiros de Psicotécnica, o que justifica o grande número de artigos sobre a temática da Psicologia Escolar.

Quatro periódicos publicaram entre 10 e 15 artigos, quais sejam Estudos de Psicologia (Campinas), Psicologia: Ciência e Profissão;Psicologia em Estudo; e Psicologia Argumento, respectivamente com 15, 12, 11 e 10 artigos. Com número menor de publicações (entre 4 e 6 artigos) aparecem Revista de Psicologia, Psicologia da Educação, Estilos da Clínica, Psicologia: Reflexão e Crítica, Revista do Departamento de Psicologia da UFF.

Quando somados todos os periódicos que publicaram artigos com a temática Psicologia Escolar, incluindo-se os que publicaram menos de quatro artigos e que não constaram da Tabela 1, atingiu-se o número de 41 periódicos. Considerando-se que a Base Index Psi Periódicos Técnico-científicos possui 190 títulos diferentes indexados, verifica-se que em apenas 21, 6% dos periódicos que compõem essa Base são publicados artigos com a temática Psicologia Escolar.

Hutz, Rocha, Spinke Menandro (2010), estudando quais temas são os mais aceitos pelos periódicos brasileiros em Psicologia, detectaram que a maior parte dos periódicos, em sua linha editorial, explicita ter característica generalista, aceitando contribuições de todos os campos da Psicologia e de todas as vertentes teóricas que a compõem. Isso mostra que existe o interesse por parte dos periódicos em publicar artigos com a temática da Psicologia Escolar. É provável, porém, que a comunidade científica dessa área tenha seus próprios nichos de escolha de periódico, optando por publicar os resultados de suas pesquisas nos periódicos B2, B1 e A2, que no ano da coleta de dados correspondiam aos sete primeiros periódicos da Tabela 1.

Dos doze periódicos com quatro ou mais publicações, apenas Psicologia: Reflexão e Crítica foi classificada como A1 pela Capes. É uma publicação do Curso de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que preferencialmente publica trabalhos originais nas subáreas de Psicologia do Desenvolvimento, Avaliação Psicológica e Processos Básicos.

Atualmente, as comunidades científicas brasileiras vêm sofrendo uma enorme pressão para publicar os resultados de suas pesquisas(Rego, 2014). A Psicologia não ficou imune a essa pressão, com um agravante: a novidade hoje é que o chamado produtivismo aumentou consideravelmente o número de autores na área, sem que o número de periódicos o acompanhasse, principalmente com interesse em publicar artigos especificamente com a temática da Psicologia Escolar (Guedes, 2011).

Assim, esses pesquisadores buscam desenvolver o maior número de projetos e atividades que resultem em produtos quantificáveis representados pelos indicadores de resultados que vão fornecer elementos para registro, contabilização e avaliação do conjunto da produção entre os cientistas, pois existem cotas que devem ser cumpridas, especialmente para quem está vinculado a programas de pós-graduação.

Os registros recuperados na presente pesquisa geraram um total de 10 autores que tiveram maior produção, com quatro ou mais aparições de autoria, conforme Tabela 2.

 

 

Os autores que mais publicaram foram: Geraldina Porto Witter, com 11 artigos; Maria Helena Novaes Mira, com sete aparições; Marilene Proença Rebello de Souza, Marilda Gonçalves Dias Facci, Solange Muglia Wechsler, com seis artigos; Claisy Maria Marinho-Araújo, Maria Lucia Boarini, Mariita Bertassoni da Silva, Viviana do Carmo Rios Balbino e Raquel Souza Lobo Guzzo, com quatro artigos.

Verificando o curriculum lattes dos pesquisadores com seis ou mais trabalhos, detecta-se que todos foram ou são professores universitários vinculados ainda a programas de Pós Graduação, o que permite afirmar que a comunicação da produção científica se apoia no desenvolvimento de pesquisas, um dos pilares de sustentação do princípio de indissociabilidade sobre o qual as universidades se sustentam (Pucci, 1991).

Ficou evidenciado que a produção científica da Psicologia Escolar é gerada, em sua maioria, por docente de importantes universidades brasileiras, com destaque para as que apresentam ainda programas de Pós-Graduação em nível de mestrado e doutorado. Ressalte-se que não se encontrou participação estrangeira entre os autores mais frequentes.

Considerando-se o vínculo institucional, a partir do primeiro autor do artigo, verificou-se que as universidades com maior produção foram a Universidade de São Paulo (10, 5% dos autores); Universidade de Brasília (8, 1%); a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (7, 0%), Pontifícia Universidade Católica de Campinas (5, 7%). Com menor produção, a Universidade Estadual de Maringá; a Universidade Federal de Santa Catarina; a Universidade Federal de Uberlândia; a Universidade Federal do Ceará; a Universidade de São Paulo, Campus de Ribeirão Preto; a Universidade Federal do Rio Grande do Sul; o Instituto de Seleção e Orientação Profissional (ISOP); a Pontifícia Universidade Católica do Paraná; a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; a Universidade Mackenzie; a Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" de Assis - SP; a Universidade Federal Fluminense; a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

A Tabela 3 apresenta os descritores mais frequentes nos artigos na área de Psicologia Escolar.

 

 

Com relação aos descritores, verifica-se que todos os 209 artigos tinham o descritor Psicologia Escolar. O segundo descritor com mais aparições foi Psicologia Educacional, com 49 menções, seguido de Psicólogos Escolares, com 37 menções. Os descritores Educação e Formação em Psicologia tiveram 18 menções. Os descritores Identidade Profissional, Prática Profissional, Brasil e Aprendizagem tiveram entre 13 e 11 menções. Psicologia Clínica, Alfabetização, Atuação do psicólogo, Entrevistas e Escolas tiveram entre 10 e oito menções.

Nos 209 artigos recuperados, houve menção a 622 descritores no total, demonstrando que existe uma vasta quantidade de assuntos relacionados a esse campo do saber. Verificou-se que existem alguns descritores (Educação, Brasil, Alfabetização, Entrevistas, Escolas, por exemplo) que são amplos, ou seja, não sintetizam conteúdo/conceitos que indiquem o enfoque dos estudos no campo da Psicologia Escolar.

Chama atenção o fato de que, em 23, 4% dos registros, o descritor Psicologia Educacional vem acompanhado do descritor Psicologia Escolar. Ao longo do tempo, foram muitos os objetos de estudo, finalidades, métodos e técnicas de investigação e intervenção no campo de conhecimento da Psicologia Educacional e Escolar (Barbosa & Souza, 2012), significando dizer que ainda existe uma crise identitária da Psicologia Educacional e Escolar.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No presente estudo, foi possível verificar a visibilidade da produção científica em Psicologia Escolar presente na Base de Dados Index Psi Periódicos Técnico-científicos que compõe a Biblioteca Virtual BVS-Psi Brasil.

A revista Psicologia Escolar e Educacional é o canal preferencial da comunidade científica para publicação de artigos. Isso faz sentido, uma vez que o periódico é um importante veículo de divulgação e debate da produção científica em Psicologia Escolar.

Quanto aos indicadores de autoria na Base Index Periódicos técnico-científicos, percebe-se que os mais frequentes estão vinculados aos Programas de Pós-Graduação e as instituições que mais se destacam no indicador vínculo institucional do primeiro autor são a USP; UnB; PUC-RS.

Os descritores que mais acompanharam o termo Psicologia Escolar foram Psicologia Educacional; Psicólogos Escolares; Educação e Formação em Psicologia. Verificou-se que foram utilizadas inúmeras palavras-chave nos artigos, muitas delas amplas ou vagas, que por si só não caracterizam bem um determinado conteúdo, como por exemplo, o descritor Educação ou o descritor Brasil.

Esses dados indicam a necessidade de os pesquisadores da área da Psicologia Escolar consultarem a Base Terminologia em Psicologia, a fim de que as palavras-chave que serão utilizadas nos artigos científicos sejam de fácil recuperação e relacionadas à Psicologia Escolar.

É importante salientar que houve, no presente trabalho, dificuldades no levantamento dos dados sobre a temática Psicologia Escolar na Base de Dados Index Psi Periódicos Técnico-Científicos por falta de melhor padronização dos dados, principalmente no que tange ao nome correto dos autores. Ainda, grande parte dos links que dão acesso direto ao texto encontra-se desatualizada, levando o leitor a páginas inexistentes.

Sugere-se que novos estudos sejam realizados em outras bases de dados da própria BVS-Psi Brasil, como PePSIC, SciELO, Index Psi TESES e Index Psi Livros.

Espera-se que os indicadores elaborados ao longo da presente pesquisa possam cooperar para o desenvolvimento e fortalecimento da Psicologia Escolar, como também contribuir para identificar as possíveis lacunas que ainda necessitam de maior atenção por parte da comunidade científica dessa área.

 

REFERÊNCIAS

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