SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.3 número1A formação do orientador profissional: o estado da arte no BrasilA formação do orientador profissional/vocacional índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Revista da ABOP

versão impressa ISSN 1414-8889

Rev. ABOP v.3 n.1 Porto Alegre jun. 1999

 

 

A formação do orientador profissional no LIOP – Laboratório de Informação e Orientação Profissional da UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina

 

 

Dulce Helena Penna Soares2; Edite Krawulski3

Universidade Federal de Santa Catarina - Departamento de Psicologia, Laboratório de Informação e Orientação Profissional

 

 


RESUMO

Como resultado de vários anos de atuação na formação de futuros psicólogos, lecionando as disciplinas de Seleção e Orientação Profissional, é chegado o momento de refletir sobre esta prática e poder transmitir aos colegas como entendemos e atuamos na formação de futuros orientadores. A formação do orientador profissional, deve responder a três níveis de aprendizagem: O nível teórico: conhecimentos de psicologia educacional, clínica e organizacional. As teorias de orientação profissional, teorias de escolha e decisão, e a psicologia do projeto. Em nível prático: A formação do orientador exige uma prática na condução de processos de orientação profissional individual ou em grupo com supervisão didática. Em nível pessoal: É fundamental o orientador conhecer e compreender os motivos que o levaram a escolher a sua profissão. Apresentaremos a organização e sistematização do modelo de formação de orientadores profissionais realizado no LIOP – Laboratório de Informação e Orientação Profissional do Departamento de Psicologia da UFSC, onde as autoras atuam.

Palavras-chave: Formação, Estágio, Informação e orientação profissional.


ABSTRACT

As a result of many years acted in the training of psychologists, teaching the subject Professional Counseling at the Psychology Department at UFSC, the moment has come to reflect on this practice and to be able to transmit to colleagues how and what we think of the training of future counselors. The training of Vocational Counselors, must relate to three levels of learning. The theoretical level: where the basic principles of clinical, educational and organizational psychology are fundamental. Specific knowledge of vocational psychology, the theories of professional counseling, choosing and deciding, and the psychology of the project. The level of practice: the training of the counselor demands practical work conducting professional counseling sessions with individuals or with groups with educational supervision. On a personal level: It’s of extreme importance for the counselors to know and understand the reasons he had for choosing his profession, specially the choice of vocational counseling as his professional activity. We will show the organization and methodology of a model on training professional counselors at LIOP – Laboratory of Information and Vocational Counseling, of the Psychology Department of UFSC, where we work.

Palavras-chave: Training vocational counselors, Occupational practice period, Informational and Vocational guidance.


 

 

Introdução

Nossa experiência na formação de futuros psicólogos, lecionando a disciplina de Seleção e Orientação Profissional no Curso de Psicologia da UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, nos faz refletir sobre esta prática sendo-nos importante dividir com os colegas o modo como atuamos na formação de futuros orientadores. A formação do orientador profissional, deve responder a três níveis de aprendizagem:

O nível teórico: A formação teórica do Orientador Profissional é fundamental para o adequado desempenho de sua função. O conhecimento teórico que o orientador deve ter, começa pelo referencial básico da psicologia: a psicologia do desenvolvimento, teorias sobre a psicodinâmica da família, e diferentes linhas psicoterapêuticas em geral (podendo incluir a escolha de uma linha). Conhecimento sobre a psicologia do trabalho, as questões de mercado de trabalho, empregabilidade, globalização. Informações sobre as diferentes profissões e ocupações, os diferentes cursos e universidades. As teorias de orientação profissional, teorias de escolha e decisão, e a psicologia do projeto.

O nível prático: A formação do orientador inclui necessariamente uma prática na condução de processos de orientação profissional individual ou em grupo com supervisão didática. A supervisão é fundamental, pois trabalhar com a escolha dos jovens está a todo momento colocando em questão as próprias escolhas dos orientadores; a presença do supervisor reveste-se de importância, portanto, para esclarecer os “pontos cegos” que podem interferir nas intervenções do orientador.

O nível pessoal: É fundamental o orientador conhecer e compreender os motivos que o levaram a escolher a sua profissão, em especial a escolha da orientação profissional como atividade profissional, pois ele só poderá trabalhar com clareza os conflitos dos jovens se compreender as suas próprias escolhas. A escolha profissional está intimamente ligada à dinâmica familiar pessoal, onde as relações com os pais, avós e outros parentes determinam, muitas vezes, as escolhas referentes a colocação profissional, como por exemplo: tipo de trabalho a ser realizado, tipo de vínculo empregatício, atividades desenvolvidas, relações de trabalho estabelecidas, etc.

 

Estruturação da formação do Orientador Profissional no LIOP (www.cfh.ufsc.br/~liop)

As atividades relativas à formação de orientadores profssionais no LIOP ocorrem em duas modalidades formadoras: uma primeira, a fase profissionalizante do curso de graduação em psicologia, abangendo os acadêmicos através de disciplinas e estágios. Uma outra, atingindo profissionais já formados, oriundos de diversas formações, por meio de Cursos de Extensão. Abordaremos separadamente cada uma delas, visando maior clareza ao texto.

A formação do futuro orientador profissional no curso de graduação em psicologia da UFSC inicia-se na disciplina Seleção e Orientação Profissional I (8ª fase), parte do currículo obrigatório, onde o aluno tem contato com as questões referentes ao mundo do trabalho e os processos de seleção e desenvolvimento de pessoal dentro da Psicologia do Trabalho. Na disciplina Seleção e Orientação Profissional II, subseqüente e de caráter optativo, o aluno estuda principalmente a teoria e a prática da orientação profissional, sendo pré-requisito para a realização do Estágio Supervisionado no LIOP. Sendo optativa a disciplina SOP II, considera-se este o primeiro critério de aprendizagem: “escolher” fazer esta disciplina.

Os Objetivos Gerais da disciplina são:

1) Possibilitar o conhecimento de um referencial teórico e prático em Orientação Profissional, através de uma visão que considera a relação homem-trabalho no seu contexto sócio-histórico.
2) Promover uma reflexão sobre a questão da escolha profissional e a importância do trabalho de Orientação Profissional nos diferentes espaços de atuação do psicólogo.
3) Apresentar instrumentos de trabalho: técnicas projetivas, técnicas de O.P. e técnicas grupais para a intervenção nas diferentes modalidades de O.P.
4) Capacitar os alunos para a elaboração de um planejamento em O.P. em seus aspectos informativos, psicodinâmicos e psicossociais.
5) Despertar o interesse dos futuros psicólogos para esta área de atuação em Psicologia
6) Vivenciar algumas técnicas de Orientação Profissional, assim como o papel do orientador, através da realização de um estágio pré-curricular em O. P.
7) Participar um trabalho de Informação Profissional via INTERNET bem como acessar aos dados da Rede para um trabalho mais atualizado em OP.
8) Participar de eventos (seminários, simpósios, encontros, feiras) em Orientação Profissional

 

O Conteúdo Programático está assim concebido:

Análise Histórica da O.P. no mundo e no Brasil, Histórico da O.P. no mundo (AIOSP), Inserção da O.P. no Brasil (ABOP), A identidade e o papel do orientador profissional

As diferentes abordagens da Orientação Profissional: O.P. na Clínica (individual e grupos), O.P. na Escola (1° e 2° grau e vestibular), O.P. na Empresa (planejamento de carreira e re-orientação profissional)

Aspectos Teóricos da O.P.: A pessoa que escolhe (o adolescente, o adulto) e a possibilidade de escolha, A Psicologia do Projeto e a influência da família, A genealogia e a questão da escolha profissional.

Aspectos Técnicos da O.P.: A entrevista em O.P. e o 1° diagnóstico, Técnicas artísticas e de Dinâmica de Grupo e O.P., Genoprofissiograma, Ancoras da Carreira, R-O, Planejamento por encontros em O.P., Informação Profissional via INTERNET (www.cfh.ufsc.br/~liop)

O LIOP presta Serviços de Informação e Orientação Profissional junto ao Serviço de Atendimento Psicológico – SAPSI - do Departamento de Psicologia, tedo como coordenadoras signatárias do presente artigo. Este Serviço caracteriza-se por oferecer um atendimento à comunidade em Orientação Profissional além de constituir-se numa oportunidade de Estágio Supervisionado em Psicologia à nível curricular e pré-curricular aos alunos do Curso de Psicologia e um Campo de Pesquisa ao alunos do Mestrado em Psicologia.

O estagiário do LIOP, pode desenvolver o seu projeto junto ao SAPSI, ou ainda em escolas da comunidade. A carga horária do estágio é de 360 hs/a. As principais atividades realizadas pelos estagiários do LIOP no SAPSI são:

1) Orientação Profissional, com oobjetivo de trabalhar as questões e dificuldades referentes à escolha de uma profissão, tendo por público alvo adolescentes e adultos.

2) Orientação ao Vestibulando, com o objetivo de trabalhar as questões referentes ao Exame Vestibular, ansiedades e angústia frente à prova, e o público alvo são vestibulandos.

3) Re-Orientação Profissional, com o objetivo de trabalhar uma segunda escolha profissional, com a clientela que já teve uma experiência prévia (como estudante ou profissional) e o público alvo é de estudantes universitários que pensam em trocar de curso e adultos

4) Orientação a Pais, com o objetivo de trabalhar a postura frente a escolha do filho, para que possa ser um elemento a auxiliá-lo na escolha.

5) Grupo de Avaliação da Experiência do Vestibular- GAEV, com o objetivo de trabalhar as causas da ansiedade frente a prova do vestibular e levantar os motivos que levaram o jovem a ser reprovado. As questões de auto-imagem e auto-estima são discutidas. O público alvo é de vestibulandos que foram reprovados em vestibulares anteriores

6) Plantão de O. P. com o objetivo de trabalhar com os jovens num momento de urgência para a tomada de decisão, as suas reais possibilidades de escolha, enfatizando que a escolha urgente, sem reflexão, pode ser uma escolha imatura. O público alvo são vestibulandos no momento de realizar a inscrição no vestibular

Ainda como atividade de estágio, o estudante deve escolher um Grupo de Trabalho para participar:

1) Grupo Internet: responsável pela homepage, responder aos e-mails referentes ao Serviço de Informação Profissional via INTERNET, coordenar e estar ligado no CHAT nos horários de atendimento.

2) Grupo Novas Técnicas e Videoteca: responsável pela criação, confecção e registro de novas técnicas, para futura publicação.Também éresponsável por organizar os vídeos sobre as profissões, registrar entrevistas e trabalhos realizados pelo LIOP, matérias de jornais sobre o vestibular, pesquisar filmes e programas da TV que falem sobre a questão da escolha, da profissão e das transformações no mundo do trabalho (empregabilidade, globalização, desemprego, novas carreiras).

3) Grupo Divulgação: responsável pela divulgação dos tipos de atendimento oferecidos pelo LIOP, elaboração de folders, cartazes, releases, palestras em escolas e cursinhos, entrevistas nas rádios e televisões e divulgação via INTERNET.

4) Grupo Informação Profissional: responsável pela busca de informações atualizadas sobre o mundo do trabalho, sobre novas profissões e cursos que estão surgindo, sobre vestibulares, data de inscrições etc. É importante também recolher materiais de revistas sobre o mercado de trabalho, globalização e empregabilidade, temas que estão tão atuais e que as revistas abordam de maneira bem interessante.

A participação nas Supervisões, obviamente, também compõe as atividades de estágio. Há um momento de supervisão coletiva que consta de 3 partes: leituras partilhadas, notícias dos grupos e questões administrativas (formação dos grupos e das duplas de trabalho). Esta supervisão é complementada por supervisão em duplas de estagiários, onde se trabalha o planejamento e desenvolvimento dos grupos.

O trabalho de coordenação dos grupos é realizado por duplas de estagiários, sendo prevista a inclusão de estagiários pré-curriculares. Temos constatado que o trabalho das duplas tem se mostrado muito eficiente na aprendizagem, pois proporciona uma possibilidade única para o estudante de estar sendo acompanhado por um colega que fará seus comentários sobre a condução do trabalho. As duplas se organizam conforme suas características particulares, sendo que em alguns casos um estagiário é responsável pela coordenação das atividades e o outro é o co-coordenador. Em outras duplas, forma-se uma unidade funcional e os papéis não ficam definidos, sendo os dois coordenadores ao mesmo tempo.

Ambas as professoras coordenadoras do estágio têm formação em psicodrama o que faz com que nossa linha de atuação siga esta abordagem. Porém, preocupamo-nos não sómente com os resultados, mas com a condução do processo grupal, estando atentas aos diferentes momentos da formação dos grupos. Durante as supervisões, os textos teóricos trabalhados dizem respeito aos aspectos práticos da condução dos grupos como a questão da dinâmica de cada grupo, as intervenções dos coordenadores e também a aspectos teóricos relacionados à questão do trabalho, do mercado atual e das diferentes possibilidades de formação profissional.

Este direcionamento encaminha para a constatação feita por Krawulski (1998) de que, em alguma medida, estes alunos, “ao coordenarem os grupos de O.P., com a proposta de auxiliarem jovens em suas escolhas profissionais, deflagram ou completam em si mesmos processos de escolha ou “sub-escolha” profissional, “provocados” pela prática que estão vivenciando, aliada ao momento de proximidade da conclusão do curso e formatura, que os chama a escolher, de algum modo, área(s) a abraçarem profissionalmente.”

Ao final do estágio, o aluno deve entregar um Relatório que contém um referencial teórico, a vivência nos grupos de orientação e nos grupos de trabalho e uma avaliação final do estágio e do seu crescimento enquanto profissional.

Mais recentemente, temos estimulado o envolvimento dos estagiários no levantamento e organização de materiais relativos à Informação Profissional, haja vista a importância destas informações dentro do processo de O . P ., conforme já assinalava Bohoslavsky (1991). Neste sentido, durante a formação dos orientadores estimulamos uma postura de constante busca de material informativo, sob a forma de reportagens em jornais e revistas, folders, folhetos, prospectos, catálogos, manuais, livros e outras publicações sobre cursos superiores, cursos técnicos, novas áreas e/ou possibilidades de inserção e atuação profissional, modificações no mercado de trabalho, bem como novos perfis e características profissionais exigidos em decorrência dessas mudanças.

No processo de intervenção em O. P., este conjunto de informações subsidia, enriquece e alimenta a evolução dos orientandos na direção da sua escolha profissional, residindo aí sua maior importância, pois ninguém escolhe o que não conhece. No entanto, orientamos para que o contato com a informação profissional por parte dos orientandos não se limite ao material disponibilizado pelos coordenadores dos grupos e sim se amplie para uma busca própria e pessoal, atendendo aos interesses específicos despertados, podendo estas informações serem colhidas também de modo bastante informal, através de entrevistas com profissionais, observação do desempenho de tarefas profissionais, acompanhamento de um dia de trabalho de um profissional, entre outras possibilidades.

Após a realização de todo este percurso acreditamos que o formando em Psicologia da UFSC, que realizou o estágio no LIOP, está apto a propor um trabalho de Orientação Profissional em escolas, cursinhos, empresas e em consultórios particulares. Apesar da recessão em que se encontra o mercado de trabalho, temos acompanhado inserções destes novos profissionais atuando na área, o que nos mostra que há perspectivas concretas de atuação profissional em orientação.

Neste aspecto, constatamos a importância das leituras, com o objetivo de oferecer um embasamento teórico sobre o tema da escolha da profissão e das transformações do mundo do trabalho. Também é importante destacar a importância que é dada à questão da definição dos objetivos de cada encontro de grupo para a escolha das técnicas, sempre enfatizando que não se pode utilizar a técnica pela técnica, mas sempre avaliar o contexto de sua utilização. Abaixo relatamos uma avaliação de estágio que ilustra o resultado da formação recebida:

Consideramos o estágio reaizado no LIOP de imensa riqueza, em diversos sentidos. Pudemos entrar em contato com extensa bibliografia através de livros, revistas, filmes, etc., o que nos proporcionou uma boa preparação e segurança para a atuação prática. Possibilitou-nos bastante experiência prática, o que é fundamental para um bom desempenho profissional. Possibilitou o exercício de nossa autonomia e criatividade pois as demandas que surgem são específicas de cada momento pelo qual passa cada grupo, o que implica em se ter uma postura flexível e sempre pronta para inovações. A partir daí, pudemos refazer planejamentos e criar novas técnicas que atendessem às diferentes demandas grupais. Também tivemos que aprender a “dar conta” da nossa ansiedade para poder lidar bem com a ansiedade trazida pelo grupo o que, em certos momentos de nosso trabalho, representou um desafio a ser superado. Esta foi mais uma conquista extraída da imensa riqueza deste estágio. Como representantes do LIOP, tivemos a oportunidade de divulgar através dos meios de comunicação (rádio, jornal e TV), o serviço que o LIOP oferece à comunidade. Assim, percebemos a importância da divulgação do trabalho junto ao público a que se destina. Também aprendemos como e onde buscar as informações necessárias para oferecer um serviço atualizado e da melhor qualidade, buscando constantemente estabelecer pontes entre a teoria e a realidade do mercado de trabalho. Em síntese, o presente estágio superou nossas expectativas, em todos os sentidos. Foi um estágio que se desenvolveu de forma bastante dinâmica, envolvendo-nos bastante não só na coordenação de grupos mas também fora dela, em outras tarefas como divulgação do trabalho, produção de vídeo, criação de novas técnicas, informação via INTERNET, apresentação do trabalho em encontros e congressos de profissionais da área, etc...(Carla e Márcia, 2º semestre 1998).

O LIOP, conforme já referido, também forma orientadores profissionais através da oferta de Cursos de Extensão com duração de 40 horas/aula para profissionais. Estes cursos realizam-se durante um período de 4 meses com um encontro mensal de 10 horas/aula. Muitos profissionais têm procurado o LIOP interessados em realizar um curso onde possam estar se atualizando para poderem atuar nesta tarefa específica que é a orientação profissional. Este curso é ministrado pelos professores coordenadores do LIOP, tendo também a participação dos estagiários como uma atividade didática.

Os objetivos do Curso são de capacitar, qualificar e aperfeiçoar psicólogos para atuarem em Orientação Profissional e apresentar um referencial teórico e metodológico em Orientação Profissional dentro das diferentes abordagens: clínica, educacional e organizacional. Até o presente momento foram realizados 4 Cursos de Extensão Universitária com a participação de aproximadamente 60 profissionais de Florianópolis e de diferentes regiões do Estado de Santa Catarina. Cada um destes cursos teve ênfase em algum conteúdo: os dois primeiros sobre as diferentes abordagens e metodologias; o terceiro aprofundou a questão da abordagem clínica e o quarto apresentou também uma proposta de trabalho com Grupos de Vestibulandos.

Os colegas, psicólogos, em sua maioria, sendo alguns orientadores educacionais, que participaram dos Cursos de Extensão do LIOP expressaram sua satisfação em conhecer com mais profundidade todas as possibilidades de atuação do orientador profissional não só a nível de escolas como também em empresas através da orientação de carreira e a nível de consultório particular. Muitos deles escolheram a orientação profissional como área de atuação profissional propondo intervenções neste sentido.

 

Considerações finais:

Consideramos o percurso realizado durante a realização da formação no LIOP serve de instrumentalização para que os alunos possam transpor os conhecimentos adquiridos para outras situações onde se faça necessário. Temos constatado nossos ex-alunos serem chamados a realizarem trabalhos não só numa perspectiva da orientação profissional “tradicional”, isto é, para jovens que buscam escolher um curso superior, mas também propondo trabalhos diferenciados para outras clientelas, em empresas e escolas, ou com alunos que buscam cursos profissionalizantes, no CIEE, SENAC etc. Os ex-alunos têm se mostrado competentes para realizarem palestras em escolas e empresas sobre o tema como também para apresentar trabalhos em encontros científicos na área.

Nossa experiência enquanto “formadoras” é apaixonante e envolvente. Aprendemos muito com cada grupo novo de estagiários. Constatamos um certo ritmo que se repete: inicilamente nos sentimos nutridoras, somos nós que devemos dar “as diretrizes do trabalho”, acompanhar a formação dos grupo e planejamento dos mesmos. Num segundo momento, os “aprendizes de orientadores” começam a se soltar e a trabalharem um pouco mais autônomamente para num terceiro momento, vivenciarmos um rico momento de troca, onde cada estagiário, já mais seguro no seu papel de orientador, pode atuar com mais liberdade e segurança, criando técnicas e procedimentos diferenciados conforme a necessidade do grupo. Como isto, nós as supervisoras, só temos a aprender.

 

Bibliografia:

KRAWULSKI, Edite - Reflexões sobre o ensino e a prática em Orientação Profissional, Boletim da ABOP n º 21, março, 1998        [ Links ]

SOARES, Dulce Helena – As diferentes abordagens em Orientação Profissional – in: A orientação profissional em ação – formação de orientadores profissionais. Ed. Summus, SP, 1999.        [ Links ]

BOHOSLAVSKY, R. (1981). Orientação profissional: a estratégia clínica. São Paulo: Martins Fontes.        [ Links ]

 

 

2 Professora Adjunta do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina e Coordenadora do LIOP – Laboratório de Informação e Orientação Profissional da UFSC. Professora do Curso de Formação e de Especialização em Orientação Profissional de INSTITUTO DO SER- Psicologia e Psicopedagogia. Presidente da ABOP – Associação Brasileira de Orientadores Profissionais – gestão 97/99. Mestre em Psicologia Educacional na UFRGS e Doutora em Psicologia Clínica na França. lucch@mbox1.ufsc.br.
3 Professora Assistente do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina e Coordenadora do LIOP – Laboratório de Informação e Orientação Profissional da UFSC. Tesoureira da ABOP – Associação Brasileira de Orientadores Profissionais – gestão 97/99. Mestre em Administração pela UFSC. edite@cfh.ufsc.br.

Creative Commons License