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Psicologia: ciência e profissão

versão impressa ISSN 1414-9893

Psicol. cienc. prof. v.8 n.1 Brasília  1988

 

Contraponto

 

 

Genaro leno Neto

Depto. de Psicologia Universidade Federal da Paraíba

 

 

A intranqüilidade que a autora do artigo acima expressa não é dela só e nem é produto apenas dos "dias de hoje": qual o nosso papel enquanto técnicos assalariados de instituições públicas ou privadas frente ao conflito entre os interesses dessas instituições, que pagam nosso trabalho, e as expectativas da clientela sobre a qual devemos excercer nossa prática profissional? Devemos optar por um dos pólos do conflito ou servir de intermediação entre eles?

Essas questões vêm sendo discutidas e enfrentadas em uma área de atuação, a Educação Popular, há pelo menos vinte e cinco anos: qual o papel do educador junto às camadas populares de nossa sociedade? As respostas a essas questões têm sido dadas diferentemente, conforme a conjuntura política do País e a opção política do educador no que diz respeito a que tipo de interesses ele está disposto a servir em sua prática educativa.

A palavra política aparece no centro da caracterização das condições em que as respostas às questões propostas pela autora vêm sendo dadas, pelo menos na área da Educação Popular, ou se quisermos na área do Trabalho Social (vide o movimento de "Reconceitualização" no Serviço Social). A palavra política nos remete a seu conteúdo básico que é a questão do poder. E no contexto particular sobre o qual estamos falando nos deparamos com a relação poder/saber ou poder/cultura. Compreender essa relação tem sido fundamental no Trabalho Social e em práticas de Educação Popular, principalmente, para se ir pesquisando e criando condições de trabalho que superem o impasse e a intranqüilidade apontadas pela autora.

Quem sabe, a experiência acumulada em Educação Popular não poderia ajudar, a nós, psicólogos, a compreendermos melhor o nosso papel junto às camadas populares? Afinal, prática educativa e prática terapêutica não trabalham ambas com um mesmo objeto: a cultura?

 

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