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Psicologia: ciência e profissão

versão impressa ISSN 1414-9893

Psicol. cienc. prof. v.8 n.1 Brasília  1988

 

CARTAS

 

Um projeto piloto na Cadeia Pública de Santos

 

 

Estimulada pela leitura do Depoimento de Clarisse Duro Goldberg, Presídio: uma nova possibilidade de atuação, edição n° 2/87, a psicóloga Rosa Maria Val Benes enviou-nos um relato sobre seu próprio trabalho. O objetivo da Revista ao publicar este tipo de carta é o de divulgar quem trabalha com o quê, no País. Extraímos alguns trechos do relato da colega:

"(...) Atuo em conjunto com o assistente social José Luiz Benes, na Cadeia Pública de Santos, Estado de São Paulo, há quase um ano e meio. Na realidade, estamos desenvolvendo um projeto piloto nesta cadeia, coligado à Vara de Execuções Criminais do Fórum de Santos, sendo que, pelo seu resultado satisfatório, será estendido às demais cadeias da Baixada Santista.

Este projeto vem servir de "abertura" para a continuidade de idéias que temos em mente: a implantação de equipes multiprofissionais atuantes dentro do regime carcerário, estendendo-se à saída do regime fechado no que se refere às Casas dos Presos Albergados que, no nosso ponto de vista, são fundamentais para a reintegração do detento à sociedade, desde que tenha uma infra-estrutura apropriada para atingir os objetivos propostos.

Atualmente estou desenvolvendo um trabalho apenas de atendimento individual aos reeducandos, sendo os mesmos selecionados — dada a importância e problemática de cada caso — pelo Assistente Social, pela Direção da Cadeia, pelo Juiz de Direito da Vara de Execuções Criminais, pelos advogados, pelos presos portariados, e até mesmo pedidos diretos através de bilhetes e/ou de contatos pessoais nas galerias ou lugares correlatos.

Tenho atendido reeducandos que estão para submeter-se a exames psicológicos ou psiquiátricos, ou ainda que forarr reprovados na área de Psiquiatria Forense, com o intento de conseguir seus benefícios albergues. Atendo também reeducandos que se encontram em estado de deterioração mental (por exemplo, psicose carcerária em plena progressão), ou ainda problemas emocionais manifestos. E reeducandos com as chamadas "medidas de tratamento" impostas por lei, para acompanhamento psicológico.

Atualmente, estão sendo enviados a mim, pelo Juiz, os reeducandos para serem examinados e, a seguir, dar o 'parecer' sobre sua compatibilidade psicológica para atingir o benefício de prisão albergue, o que antes era realizado somente pelo setor de Psiquiatria Forense."

 

 

Para contatos com Rosa M. Val Benes, o telefone é (0132) 66-1927.