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Psicologia: ciência e profissão

versão impressa ISSN 1414-9893

Psicol. cienc. prof. v.20 n.3 Brasília set. 2000

 

ARTIGOS

 

Entre Viena e Londres: uma visita à casa de Sigmund Freud

 

 

Rafael Andrés Villari*

Universidade Federal de Santa Catarina

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O texto pretende - pela via da crônica-homenagem - retratar o contexto cultural e social de Viena e Londres - através da visão de Sigmund Freud - nos momentos que antecederam a Segunda Guerra Mundial para, a seguir, relatar os efeitos de uma visita ao - agora - Freud Museum.

Palavras-chave: Freud, Nazismo, Judaísmo, Crônica de viagem.


ABSTRACT

The text intends - for the road of the chronicle-homage-to portray the cultural and social context of Vienna and London. through Sigmund Freud’s vision, in the moments that preceded Second World War to tell after the effects of a visit to the -actually - Freud Museum.

Keywords: Freud, Nazism, Judaism, Trip chronicle.


 

 

Sigmund Freud viveu em Viena setenta e nove anos de sua vida. Tinha nascido no seio de uma família judia, na vila morávia de Freiberg - atual República Tcheca, nesse momento parte do Império Austro-húngaro - como Scholomo Freud, em 6 de maio de 1856. Havia emigrado junto a sua família - ainda criança - para Leipzig, e logo - 1859 - para Viena. Ao que parece, o fracasso comercial de Jacob Freud, seu pai, levou a família - junto a milhares de judeus do leste europeu - a procurar melhores possibilidades na capital do então império.

No outono de 1891 - já médico, com trinta e cinco anos e pai de três filhos dos seis que teria - instalou-se no número 19 da rua Berggasse onde viveria e trabalharia quarenta e sete anos. Esse lugar - seu quartel-general - presenciou o nascimento e desenvolvimento da Psicanálise. Por isso o fascínio que exerce, hoje, em seu visitante, embora saibamos que este endereço onde atualmente funciona o Sigmund Freud Museum - junto à Sociedade Psicanalítica de Viena - não oferece, ao visitante, o ambiente onde à família Freud morou, muito menos o lugar de trabalho do pai da Psicanálise. Somente a sala de espera - onde se realizavam as reuniões da famosa “Sociedade das quartas-feiras” encontra-se - graças a Anna Freud - relativamente reconstituída.

Devemos lembrar que, em 1938, Sigmund Freud foi obrigado a abandonar a Áustria ante a ocupação nazista do dia 12 de março desse ano. Nesse triste dia, Freud escrevia na sua Chronik: “Finis Austriae”. Por isso, após longas e penosas negociações com os nazistas, parte da família Freud - quatro irmãs morreriam mais tarde nos campos de concentração - em 4 de junho de 1938, graças à ajuda inestimável de seus amigos e discípulos, principalmente, Ernest Jones e Marie Bonaparte, pôde deixar Viena, via Paris, rumo a Londres.

Na primeira carta enviada desde Londres percebemos a profunda ambivalência do exílio e seu afeto por Viena; Freud diz: “O sentimento de libertação vem muito interessantemente mesclado com a tristeza, pois ainda amava-se muito a prisão da qual se fora libertado.” (Gay, 1989 p.568). Sigmund Freud e sua família encontraram, na capital inglesa, um acolhedor refúgio. Numa carta dirigida a seu irmão Alexander diz: “Esta Inglaterra... apesar de tudo o que nos impressiona como esquisito, singular e difícil - e disto temos bastante - é um país bendito, feliz, habitado por um povo bem-intencionado e hospitaleiro [...] Recebemos uma recepção cordial, mais do que podem expressar as palavras. [...] Depois do terceiro dia, o correio nos entregou cartas sem error dirigidas ao “Dr. Freud, Londres”, ou a “Frente a Regent Park”; um motorista de táxi que trouxe a Anna exclamou, ao ver o número: “Oh, é a casa do Dr. Freud!”, (Rodrigué, 1996, p.484)2

S. Freud passou seus últimos quinze meses e vinte e cinco dias de vida na Inglaterra. Cumpria, desta forma, um sonho acalentado durante muitos anos, já que em repetidas ocasiões tinha manifestado seu interesse de viver na ilha. Sua vida em Londres lhe daria muitas satisfações pessoais, assim como, reconhecimentos oficiais de instituições, associações e do governo britânico; finalmente, a capital inglesa deu-lhe uma morte que o poupou da barbárie do horror nazista.

Nessa terra também pôde trabalhar. Apesar de ter sofrido os efeitos dolorosos e terminais do câncer que o acompanhou em seus últimos dezesseis anos de existência; atendeu alguns pacientes e iniciou os textos: Esboço de Psicanálise e Algumas lições Elementares de Psicanálise. Foi em Londres onde conseguiu retomar e finalizar um de seus textos mais apreciados e polêmicos: Moisés e o Monoteísmo: Três Ensaios. Desejava, não somente finalizar o texto, mas também, vê-lo publicado na Inglaterra e nos Estados Unidos. No meu modo de ver, trata-se do último desafio daquele que, com a descoberta do inconsciente, conseguiu atingir o narcisismo do homem moderno. As hipóteses levantadas nesse trabalho atingem diretamente o judaísmo e o cristianismo e com isto, a religião de forma geral: trata-se do questionamento do anti-semitismo enquanto enigma a ser resolvido. Devemos lembrar as circunstâncias desses momentos sinistros na história mundial onde a raça e a religião podiam marcar a diferença entre a vida e a morte. Parece difícil imaginar, para um judeu intelectual de reconhecimento internacional, algum momento histórico mais adverso do que aquele da invasão das tropas nazistas num país como a Áustria, de forte história anti-semita, para indagar uma questão tão latente.

O texto consta de três partes. As duas primeiras foram publicadas separadamente, em revistas psicanalíticas. A terceira parte que, mais tarde, viu a luz em forma de livro acrescida das duas primeiras, contém dois prefácios que testemunham os anseios e os temores de S. Freud. O primeiro prefácio é subintitulado Antes de março de 1938, em Viena. Nele fica claro a profunda luta interior - e exterior - que o texto sobre Moisés provocou em Freud. Nele podemos ver, “Com a audácia daquele que tem pouco ou nada a perder, proponho-me pela segunda vez a romper uma intenção bem fundada e acrescentar a meus dois ensaios sobre Moisés, aparecidos em Imago, a parte final que retive” (1975, p.71), o que nos faz pensar que finalmente o texto seria publicado. Mas, logo começa uma argumentação na qual pondera as circunstâncias dominantes. Principalmente em relação ao povo alemão protagonista de “uma recaída numa barbárie quase pré-histórica” (1975, p.72) e a Igreja Católica que - paradoxalmente - “ergue - pensava Freud nesse momento - uma defesa poderosa contra a disseminação desse perigo à civilização - a Igreja que até aqui constituíra o incansável inimigo da liberdade de pensamento e dos progressos no sentido da descoberta da verdade!” (1975, p.72). Nessas condições, como fazer público um texto que atinge a religião em geral e o judaísmo e o cristianismo em particular? Finaliza esse primeiro prefácio dizendo:

“Assim, não entregarei este trabalho ao público. Mas isso não precisa impedir-me de escrevê-lo, especialmente se já o pus por escrito no passado, há dois anos atrás, [...]. Ele pode então ser preservado às ocultas até que, algum dia, chegue a hora em que possa aventurar-se à luz sem perigo, ou até que se possa dizer a alguém que chegue às mesmas conclusões: ‘Houve alguém, em épocas mais sombrias, que pensou o mesmo que você!” (1975, p.73).

Freud apresenta, então, neste primeiro prefácio, o movimento de seu pensamento em relação às circunstâncias político-sociais na Viena ocupada. Sagaz e paradoxalmente parece dizer, “Não farei o que já fiz”.

Mas Freud superestimou a força e as intenções da Igreja Católica nesse momento. A barbárie programática nazista superou qualquer tímida resistência - que a Igreja Católica, de modo muito ambíguo, poderia ter esgrimido - levando-o ao exílio. Em Londres ele poderia escrever um segundo prefácio e fazer público seu pensamento.

No segundo prefácio subintitulado, Em junho de 1938, em Londres, encontramos:

“ As dificuldades bastante especiais que pesaram sobre mim durante a composição deste estudo relacionado à figura de Moisés - dúvidas internas, assim como obstáculos externos - resultaram no fato de este terceiro e conclusivo ensaio ser introduzido por dois prefácios diferentes, os quais se contradizem e, na verdade, se anulam mutuamente, pois , no breve espaço de tempo existente entre os dois, ocorreu uma mudança fundamental nas circunstâncias do autor. Na data anterior, eu estava vivendo sob a proteção da Igreja Católica, e temia que a publicação de meu trabalho resultasse na perda dessa proteção e conjurasse uma proibição sobre o trabalho dos adeptos e estudiosos da psicanálise na Áustria. Então, subitamente, veio a invasão alemã e o catolicismo mostrou ser, para empregar as palavras da Bíblia,”uma cana quebrada”. Na certeza de que seria agora perseguido não apenas por minha linha de pensamento, mas também por minha “raça”, acompanhado por muitos de meus amigos abandonei a cidade que, desde minha primeira infância, fora meu lar durante setenta e oito anos.

Encontrei a mais amistosa recepção na encantadora, livre e magnânima Inglaterra. Aqui vivo agora, hóspede bem-vindo; posso exalar um suspiro de alívio agora que o peso foi tirado de mim e mais uma vez posso falar e escrever - quase disse ‘e pensar’ - como quero ou devo. Aventuro-me a apresentar ao público a última parte de minha obra”(1975, p.74).

Trazemos estas linhas porque parecem-nos que enunciam claramente o sentimento de liberdade que Freud encontrou na Inglaterra. E permitem-nos perceber o que significou, no final de sua vida, poder morrer exercendo sua liberdade pessoal e intelectual.

Por isso quando pensamos na casa - e lugar de trabalho - de Sigmund Freud, 20 Maresfield Gardens - local definitivo de sua instalação em Londres - rivaliza com a conhecida Berggasse 19. Ambas as residências fazem parte da história da Psicanálise. Simbolicamente, Berggasse e a Viena que a circunda foram testemunhas do nascimento e desenvolvimento do pensamento freudiano. Também de sua perseguição e desterro. Londres representa o lugar de reunião de uma família perseguida, onde através da reconstituição do ambiente de trabalho, nos moldes de Viena - os livros escolhidos por Freud de sua biblioteca e seus objetos pessoais foram instalados por seu filho Ernest e por sua governanta Paula Fichtl - criou-se o entorno querido e cotidiano onde receber a morte.

Visitar a bonita casa do subúrbio londrino é uma experiência mobilizadora. Todos aqueles que percorremos a formação - interminável - de psicanalistas, tentamos reconstituir, na nossa leitura dos textos freudianos, o percurso de uma saga que marcou nossa cultura: a descoberta do inconsciente e seus efeitos. Um trabalho de leitura que é significado - necessariamente - pela experiência de nossa análise.

Assim, quando nos dirigimos àquilo que se anuncia, hoje, como o Freud Museum - onde sabemos encontrar-se a casa na qual Sigmund Freud viveu seus últimos dias - o que esperamos encontrar? Não propriamente um museu...

Janet Malcolm afirma que“é lugar-comum para os visitantes de lugares onde alguma coisa aconteceu constatar que nenhum vestígio resta desses fatos; o visitante fica surpreso diante da ausência do que veio a ver” (1995, p.71). Não é o que acontece quando entramos em 20 Maresfield Gardens. Nela, os vestígios fazem a diferença...

A casa fica numa simpática e tranqüila rua da cidade. Num lugar onde - na época na qual Freud morou nela - configuravam-se os arredores de Londres; hoje é mais um bairro contíguo à grande metrópole. Alguns minutos de viagem no tube - como os londrinos chamam carinhosamente seu metrô - e a metros da estação Finchley Road encontramos, seguindo pequenos cartéis espalhados nas redondezas, uma rua de arquitetura equilibrada onde nos deparamos com uma bonita e cuidada residência rodeada de um correto e britânico jardim. A casa destaca-se pelas placas, muito comuns em Londres, que anunciam seu antigo morador. Ainda sem entrar, a sensação é de familiar estranheza. Quem, que esteja dentro da cossa nostra - como diz Emílio Rodrigué -, não conhece, através de fotografias o último refúgio de Sigmund Freud? O qual foi transformado - em 1986 - em museu, conforme o testamento de Anna Freud, falecida em 1982.

Tive a oportunidade de reconhecer este sítio num agradabilíssimo dia de outono, uma tarde tíbia que nos oferecia sua luz decadente e parelha que - antecipadamente - sabíamos, inundaria aquela casa. A emoção tomou conta de nós: estávamos entrando na casa, atravessando os mesmos vãos que algum dia acolheram Sigmund Freud. Impossível não sentirmo-nos apanhados pelo sentimento de reverência. Poucos freqüentadores. Silêncio, diria, respeitoso.

No térreo, à direita do hall de entrada - de repente, sem aviso prévio - e excluído da luz natural que banhava toda a residência - deparamo-nos com a sala de trabalho onde encontramos - separados dos mesmos por uma corda que nos lembrava estarmos num museu - o divã, a escrivaninha, a biblioteca, os tapetes orientais, suas inumeráveis peças antigas, as gravuras e fotografias queridas; quer dizer, o ambiente que Freud soube construir, o cenário onde se desenvolveu parte importante do pensamento ocidental. Um detalhe me impressionou particularmente: em cima da escrivaninha encontravam-se sua caneta e seus óculos, da mesma forma em que os abandonamos, por um instante, para logo retomá-los. Inevitável não sentir a proximidade do mestre. Não se precisa de muita imaginação para fantasiar seu aparecimento, seu olhar estranhado, a boca tensa de lábios finos de seus últimos anos, quiçá um pouco a desgosto com a nossa intromissão.

No andar térreo encontramos também, no fundo da residência - lindando com o jardim traseiro - um jardim de inverno - originalmente uma varanda aberta - onde podemos encontrar, além da cordialidade inglesa, algumas publicações e souvenirs. Uma sala de jantar com mobília austríaca que, conforme o museu, pertenciam à casa de campo que Anna Freud e Dorothy Burlingham tinham em Hochrothern na Áustria, completa o espaço à disposição do visitante no andar térreo.

Porém, como sair desse gabinete onde sabemos se encontra, pairando no ar, o que vimos procurar? Saímos somente com a promessa de que no primeiro andar encontraríamos - subindo uma luminosa e ampla escada - a sala onde se exibe uma fita que contém - entre outras coisas - cenas de Sigmund Freud e sua família naquela mesma casa. Trata-se de seu último aniversário, registrado numa filmagem caseira que outorga ao registro o encanto dos vídeos familiares. Nele o vemos, num momento, segurando o braço de sua filha Anna, entrar pela porta-janela que une o jardim à mesma sala que acabávamos de visitar no andar térreo. Vislumbram-se, no interior, as mesmas coisas mantidas hoje. Fiquei com esse instante presente, quase fotográfico. Talvez pelo carinho da filha denunciado no movimento de ajuda ao pai, lembremos dessa particular relação pai-filha que se inscreve na história da Psicanálise.

Um detalhe comovedor é o som da fita. Originalmente trata-se de uma filmagem muda, porém a versão oferecida aos visitantes contém a voz de Anna Freud. Uma voz idosa que nos narra de maneira coloquial e íntima o que acontece frente aos nossos olhos: “Meu pai, meu irmão”, “Esse é Ernest Jones”, “Aí está ele brincando com seus netos, Lucien ...”.

Mas, o que realmente impressiona é a modulação e o ritmo emocionado da respiração de Anna. Seus silêncios também são marcantes. Não podemos deixar de sentir que está sentada ao nosso lado, seus amigos e colegas, relembrando tempos felizes.

Recuperando-nos desse momento, pudemos apreciar também, a sala onde se encontram pertences de Anna Freud. Entre eles seu divã e o tear que ficava em seu dormitório. Anna gostava muito de tricotar e tecer. Na sala de exibições contígua pudemos apreciar mais uma parte da coleção de peças egípcias, romanas, gregas e orientais de Sigmund Freud. Em frente das escadas, a gravura feita por Schumutzer, em 1926, junto a uma carta de Freud agradecendo o trabalho do artista, assim como também o retrato feito por Salvador Dalí, ao dizer de Freud “aquele jovem espanhol, com seus cândidos olhos fanáticos e sua inegável mestria técnica.”

Antes de ir embora, outra passada no gabinete do andar térreo, uma última olhada à biblioteca, à escrivaninha, ao divã, quer dizer àquele divã onde tudo começou, pelo menos para nós enquanto psicanalistas. Difícil despedir-se. Não é todo dia que se retorna a Londres. A modo de consolo, sabemos que não será a última.

Assistindo ao registro de seu último aniversário - oitenta e três anos - a voz do Outro me interrogou sobre o dia em que nos encontrávamos: 23 de setembro. Quer dizer, dia de outro aniversário, o da morte de Freud. Nossa presença naquele dia, na casa onde morreu numa madrugada, há quarenta e nove anos, marcava minha homenagem: o inconsciente em ato. Saímos à rua ensolarada, não sem antes dar uma última olhada à fachada. Que o tom reverente destas linhas se confundam com o carinho, e que sirvam como testemunho de um momento no qual a emoção deixou seu traço para sempre.

“Londres - Florianópolis, outubro de 1998”.

 

Referências bibliográficas

Gay, P. (1989) Freud. Uma vida para o nosso tempo. São Paulo: Companhia da Letras,. Trad. Denise Bottman.        [ Links ]

Freud, S. (1975) Moisés e o Monoteísmo: Três Ensaios. In Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: editora: Imago,. Trad. Jayme Salomão.        [ Links ]

Malcolm, J. (1995) A mulher calada. Sylvia Plath e os limites da biografia. São Paulo: Companhia das Letras        [ Links ]

Rodrigué E.(1996) El siglo del Psicoanálisis. Buenos Aires: Sudamericana.        [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência
Rafael Andrés Villari
Av. Tromposwky, 265 ap. 1002-B
88015-300 Florianópolis-SC
Tel.: +55-48 222-8398
E - mail: villari@cce.ufsc.br

Recebido em 05/04/99
Aprovado em 02/10/99

 

 

* Psicólogo,Psicanalista. Mestre em Letras (UFSC) e doutorando em Literatura (UFSC)
1 -Too good to be true. Em inglês no original.
2 -A tradução é nossa.