EDITORIAL

Escrevemos este editorial em um momento político muito especial para o Brasil: a eleição presidencial de Luis Inácio Lula da Silva. Sem dúvida temos o que comemorar por conquistarmos, enquanto sociedade civil, a efetivação de uma candidatura que representa dentre outros aspectos, a possibilidade de mudançã nas relações de desigualdade social existentes em todos os espações institucionais deste país. O que poderia significar para a Psicologia esta eleição ou, mais especificamente, para nós, psicólogos? Por certo, o desejo de avançarmos mais e com mais velocidade em conquistas sociais no que se refere à ampliação do acesso aos serviços de saúde, à educação que atenda a todas as camadas sociais com qualidade, a relações de trabalho mais justas e humanas, ao fim das práticas de violência nas instituições, dentre outras. Sabemos que os profissionais de Psicologia vêm atuando de maneira fundamental para o vanço das mudanças sociais. O Congresso Brasileiro de Psicologia, que aconteceu no mês de setembro, foi uma amostra do quanto a Psicologia e os psicólogos brasileiros têm se empenhado na luta por uma atuação profissional comprometida com a uma sociedade mais justa, mais humana e menos desigual, indicando alguns caminhos a serem construídos coletivamente. E muito ainda temos que trabalhar, unindo esforços com os segmentos mais progressistas, nessa direção. consideramos que a revista Psicologia: Ciência e Profissão tem contribuido para manter um espaço público e amplo de debate de idéias em torno dos mais diversos temas e áreas de aplicação da Psicologia. Embora a profissão de psicólogo complete 40 anos de regulamentação no Brasil, nossa atuação profissional carece ainda de sistematização, reflexão e crítica, explicitando os pressupostos que sustentam tais prática profissionais e principalmente refelando claramente as finalidade de nossas ações no campo da Psicologia. O número 22.3 apresenta em seu conjunto dez artigos que revelam, de alguma maneira, estas preocupações. São eles: O Psicólogo e Sua Prática na Escola Pública. Apontamentos para Uma Reflexão Sobre a Criticidade, a Ousadia e a Angústia de Leandro Alves Rodrigues dos Santos; Os Desafios Constantes de uma Psicóloga no Abrigo de Daniela Pacheco Rotondaro; Uma Contribuição à História do Movimento Psicanalítico: A Trajetória de Wilhelm Reich de Amadeu de Oliveira Weinmann; A Lógica do Discurso Penitenciário e Sua Repercussão na Constituição do Sujeito de Patrícia Oliveira Lira & Glória Maria Monteiro de Carvalho; A Influência do Afstamento por Acidente de Trabalho Sobre a Ocorrência de Transtornos Psíquicos e Somáticos de Elizabethe Cristina Borsonello, Leila Cristina dos Santos, Maria Luiza Gava Schmidt & Telma Gonçalves Carneiro Spera de Andrade; A saída do Sujeiro Sem Alta Médca. A Discussão Sobre a Autonomia e a Postura do Profissional Psicólogo de Adison Rodrigues Coelho; O Processo de Orientação Vocacional Frente ao Século XXI: Perspectivas e Desafios de Josemberg M. de Andrade, Girlene R. de Jesus Maja Meira & Zandre B. de Vasconcelos; Por um Programa Preventivo em Saúde Mental do Trabalhador na Brigada Militar de Fernanda Spanier Amador, Kátia Santorum, Charlotte Spode da Cunha & Sandra Maria Braum; Contemporaneidade X Trânsito Reflexão Psicossocial do Trabalho dos Motoristas de Coletivo Urbano de Nemésio Dario Vieira de Almeida; A Histeria e a Beleza: uma Expressão no Contexto Cultural da Atualidade de Lilian Freire.