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Psicologia: ciência e profissão

Print version ISSN 1414-9893

Psicol. cienc. prof. vol.22 no.4 Brasília Dec. 2002

 

BIOGRAFIA

 

Arthur Ramos

 

 

 

Nascido na cidade de Pilar (AL) em 1903, produziu durante seus 46 anos de vida várias obras de altíssimo valor científico para a Psicologia. Formou-se pela Faculdade de Medicina da Bahia em 1926. Com apenas 23 anos defendeu sua erudita tese de doutorado, publicada no mesmo ano pela Imprensa Oficial do Estado da Bahia, com o título Primitivo e loucura. Para escrever a tese, Arthur Ramos se inspirou nos clássicos estudos de Levy-Brühl, Freud e Jung.

Dividida em cinco capítulos, a tese trata de assuntos como: esquizofrenia, paranóia, distúrbios psíquicos da linguagem do alienado e do primitivo, além de propor algumas considerações de natureza conclusiva. O tema era relevante na época e muito estudado pelos psiquiatras de Zurique.

Em 1928, foi nomeado médico legista do serviço Médico do Estado da Bahia, atualmente Instituto Nina Rodrigues. Durante seu trabalho como médico na Bahia realizou pesquisas que o levaram a redigir sua tese de livre-docência: a Sordície nos alienados. Ainda na Bahia, redigiu importantes obras para a Psicologia como Estudos de Psicanálise (1931), Freud, Adler e Jung (933) e Psiquiatria e Psicanálise (1933).

Em 1934, muda-se para o Rio de Janeiro para assumir a direção da Seção Técnica de Ortofrenia e Higiene Mental do Departamento de Educação e Cultura do Distrito Federal. Nesta época, Arthur Ramos publica obras direcionadas à educação infantil. Entre elas: Educação e Psicanálise, com base principalmente em Adler (1934); Família e a escola (1934); Os furtos escolares (1939) e O desenho infantil e sua significação psicanalítica (1936).

Com a criação da Universidade do Distrito Federal, em 1935, devido ao empenho de Anísio Teixeira, Arthur Ramos assume a cadeira de Psicologia Social. Em 1936, publica a obra Introdução à Psicologia Social. Nesta publicação, Arthur Ramos deixa transparecer suas inclinações para a Antropologia, mas ainda prevalece a sua orientação psicanalítica. O progressivo interesse por temas antropológicos levou Ramos a publicar anos antes a obra O negro brasileiro e o folclore negro no Brasil (1934).

Em 1940, muda-se para os Estados Unidos e ministra curso sobre raças e culturas no Brasil na Lousiana State University. Em 1946, de volta ao Brasil conquista a cadeira de Antropologia da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, atualmente conhecida como Universidade Federal do Rio de Janeiro. Arthur Ramos falece em 1949 em Paris na França.