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Psicologia: ciência e profissão

versão impressa ISSN 1414-9893

Psicol. cienc. prof. v.24 n.2 Brasília jun. 2004

 

HOMENAGEADO

 

 

Eliezer Schneider

 

 

Eliezer Schneider foi um dos pioneiros da Psicologia no Brasil, contribuindo com seu esforço pessoal para a regulamentação da profissão e dos cursos de Psicologia.

Formado pela Faculdade de Direito da Universidade do Brasil, em 1939, Schneider nunca exerceu essa profissão. A oportunidade de ingresso na Psicologia surge por meio de um concurso do DASP3, em 1941, para “Técnico de Assuntos Educacionais”, o que lhe possibilitou ingressar no Instituto de Psicologia, que era um órgão suplementar da Universidade do Brasil, atual UFRJ, e dedicar-se às atividades de “psicologista”. O título de Mestre veio em 1947, pela Iowa University, onde, orientado por Gustav Bergman, defende sua tese sobre as teorias emergentistas da personalidade.

Na segunda metade dos anos 50, tem início o movimento para regulamentar a Psicologia e seus cursos. Diversos cursos então são criados após a regulamentação, em 1962. Schneider foi um dos primeiros professores de cada um deles: da UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde já trabalhava; da UERJ Universidade do Estado do Rio de Janeiro; da UGF - Universidade Gama Filho; da FAHUPE. Em todos os ambientes onde atuava, uma característica mantinha-se, o esforço em introduzir a disciplina “Psicologia Jurídica” no currículo dos cursos.

Schneider, entretanto, ele não se restringiu à formação de psicólogos. Atuou também na Pós-graduação, tanto no ISOP, como no IESAE - Instituto Superior de Estudos Avançados em Educação, na UFRJ e na UGF. Nas três primeiras, trabalhou nos anos setenta e oitenta. Já na Gama Filho, onde ingressou nos anos sessenta para a constituição do curso de graduação, permaneceu até 1998. Foi também diretor do Colégio Hebreu Brasileiro; diretor do Instituto de Psicologia da UERJ; diretor substituto do Instituto de Psicologia da UFRJ; Chefe do Departamento de Psicologia da FAHUPE; e chefe do Departamento de Psicologia Educacional do IESAE.

Com o amigo Antônio Gomes Penna criou, em 1951, o Boletim do Instituto de Psicologia, periódico que manteve excelente periodicidade até 1974. Em 1978, publicou seu livro que traz, no subtítulo, a síntese de seu pensamento: Psicologia social - histórica, cultural, política.

Schneider foi um professor interessado no contato com os alunos, acompanhando seu crescimento, sempre com bom humor. Vale reafirmar que a principal influência de Schneider encontra-se, sem dúvida, na formação de toda uma geração de psicólogos sociais que, com ele, aprenderam a estender os olhares além do paradigma individualista que caracterizam a Psicologia. Eliezer Schneider faleceu em 26 de agosto de 1998.