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Psicologia: ciência e profissão

Print version ISSN 1414-9893

Psicol. cienc. prof. vol.26 no.2 Brasília June 2006

 

HOMENAGEADA

 

 

 

Maria Amélia Matos

Maria Amélia Matos nasceu na cidade de Birigüi, interior de São Paulo, em 14 de abril de 1939. Foi uma das pioneiras da Psicologia no Brasil. Quando estudante, militou no processo de regulamentação da profissão de psicólogo em companhia da sua então professora Carolina Martuscelli Bori (1924-2004), com quem veio a fortalecer laços de amizade e de companheirismo ao longo de toda a vida.

A liderança na sua trajetória acadêmica foi marcante. Participou ativamente de sociedades científicas, em especial da Sociedade Brasileira de Psicologia, da qual foi secretária na primeira gestão.

Contribuiu para a criação e a manutenção do Programa de Pós-graduação em Psicologia Experimental da Universidade de São Paulo e, na USP, montou o primeiro laboratório de pesquisa em análise experimental do comportamento do País.

Em 1958, ingressou na primeira turma do curso de Psicologia da Universidade de São Paulo. No último ano de sua graduação, em 1962, sob o incentivo do professor Fred S. Keller, viajou aos Estados Unidos, onde cursou pós-graduação em Análise Experimental do Comportamento/Psicologia Experimental na Columbia University, lá permanecendo até 1969.

Maria Amélia foi aluna de ilustres mestres em análise do comportamento, entre eles o professor Keller e o professor William Nat Schoenfeld. Em 1969, retornou ao Brasil e iniciou as suas atividades como docente da Universidade de São Paulo. Como professora, buscava tratar a todos individual e igualmente no que diz respeito à capacidade de aprendizagem.

Em análise do comportamento, Maria Amélia revelou a sua liderança e deixou relevantes contribuições, em aspectos teóricos e conceituais, ao behaviorismo. Experimentalmente, lidou com processos comportamentais e de aprendizagem em linhas de pesquisa sobre controle aversivo e controle de estímulos. Realizou pesquisas básicas com animais e, desde a última década, passou a investigar, em humanos, processos comportamentais subjacentes à leitura recombinativa a partir de unidades mínimas.

No dia 17 de maio de 2005, recebemos a notícia do falecimento de Maria Amélia após um longo período em que lutou contra um câncer, com muita serenidade, lucidez e esperança. Maria Amélia deixa contribuições científicas de uma enorme grandeza e, principalmente, deixa marcas permanentes aos que tiveram a oportunidade de se expor às contingências que se estabeleciam na convivência afetuosa com ela.