EDITORIAL

O II Congresso Brasileiro Psicologia: Ciência e Profissão causou enorme impacto às milhares de pessoas que a ele compareceram e que participaram de sua realização. Na verdade, o construíram. Nesse sentido, ao elaborar o editorial deste terceiro número da nossa revista, percebemos o elo comum entre a missão desta revista e a do II CBP, que é o de favorecer o encontro entre a ciência e a prática profissional da Psicologia.

Valendo-nos do relatório produzido pela Secretaria Executiva do evento, verificamos que tomaram parte do congresso quase seis mil pessoas, das quais mais de 50% eram estudantes de Psicologia. Mesmo ocorrendo pela segunda vez na cidade de São Paulo, a maioria dos participantes era de outros Estados brasileiros, visto que o evento contou com a presença de três mil, cento e quarenta e uma pessoas vindas de todos os Estados do Sudeste e das demais Regiões brasileiras. Somente um Estado, o Amapá, não esteve representado no evento. A escultura humana, que, no dia 7 de setembro, foi realizada com os congressistas no Memorial da América Latina, "desenhou" a força da presença da Psicologia na realidade brasileira.

Na tentativa de efetuar mais um registro da história da nossa profissão, destacamos a grande quantidade de atividades alternativas que compuseram o leque de possibilidades de encontro ao longo do Congresso. Foram cinqüenta e duas conferências, trezentos de trinta e sete mesas-redondas, duzentos e quinze simpósios e dois mil, quatrocentos e setenta pôsteres. Ao lado disso, outras propostas, especialmente voltadas para a formação, ocorreram em setenta e quatro cursos, sessenta e nove `Como eu faço...', cento e quarenta e três `Conversando sobre...'. Destaque especial deve ser dado aos simpósios temáticos nomeados pelo tema central do Congresso: "Enfrentando as Dívidas Históricas da Sociedade Brasileira" no contexto do trabalho, da educação e da saúde, que propiciaram momentos especiais de reflexão sobre a temática.

Simultaneamente ao Congresso, a realização do evento dos Diálogos Latino-americanos foi um acontecimento memorável, que possibilitou uma aproximação maior entre os nossos fazeres profissionais e os dos nossos colegas de países da América Latina, mostrando o potencial de resistência e luta do multiculturalismo no enfrentamento dos desafios com os quais nos deparamos.

Foi palpável a satisfação com que congressistas das diversas Regiões e de diferentes abordagens se encontraram para trocar idéias e experiências. Sob essa perspectiva, reitero a similaridade entre o propósito da revista Psicologia: Ciência e Profissão e do CBP, que querem se constituir como mais um espaço de divulgação da diversidade de estudos e de experiências da nossa área. O avanço da Psicologia deve, sem dúvida, se dar a partir do fortalecimento e aproximação entre os saberes e fazeres da Psicologia no Brasil.