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Psicologia: ciência e profissão

Print version ISSN 1414-9893

Psicol. cienc. prof. vol.27 no.3 Brasília Sept. 2007

 

ARTIGOS

 

Psicologia e acupuntura: aspectos históricos, políticos e teóricos

 

Psychology and acupunture: historical, political and theoretical aspects

 

 

Delvo Ferraz da Silva*

Instituto de Psicologia e Acupuntura-Espaço Consciência

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Este artigo apresenta a evolução histórica, política e teórica da acupuntura em nossa sociedade. Explora o modelo teórico proposto pela Medicina tradicional chinesa, que tem como base o conhecimento adquirido através de observações sistemáticas que ocorreram em milhares de anos e que, quando aceitos como verdades por todos os observadores, são integrados ao conjunto de conhecimentos que os orientais chamam de As Tradições. Esses conhecimentos são transmitidos de geração a geração, até o presente. Com a aproximação entre as ciências ocidentais e as tradições orientais, resultado dos esforços das Nações Unidas que culminou com a declaração de Veneza, em 1986, buscou-se apresentar, neste trabalho, como essas tradições percebem o ser humano, em particular, a psique.

Palavras-chave: Medicina tradicional chinesa, Entidades viscerais, Psiquismo, Psicologia.


ABSTRACT

This article presents the historical, political and theoretical acupuncture evolution in our society. It explores the theoretical model proposed by the traditional Chinese Medicine whose support is the knowledge acquired by the systematic observations that occurred in millennia; if it is accepted as true for all the observers, it is integrated in the kind of knowledge that easterns entitle The Traditions. This knowledge is transmitted from generation to generation up to the present time. With the approximation of the western science and the eastern traditions, due to the United Nation's efforts that resulted in the 1986 Veneza's declaration, in this paper we explain how these traditions consider the human being, specially the psyche.

Keyword: Traditional Chinese Medicine, Heart entities, Psyche, Psychology.


 

 

A acupuntura e o psicólogo

Com a publicação da Resolução CFP nº 05/2002, através do Conselho Federal de Psicologia, que regulamentou a prática da acupuntura para o psicólogo, a exemplo de iniciativas similares dos diversos conselhos de classe profissionais, como os de fisioterapia, biomedicina, Farmácia, enfermagem, Medicina e Fonoaudiologia, os psicólogos entraram no seleto grupo dos profissionais que reconheceram a acupuntura como prática complementar ao trabalho profissional.

A Resolução CFP nº 05/2002, do Conselho Federal de Psicologia, foi um marco histórico importante, pois concluiu um ciclo que teve início em 1986, com a 8ª Conferência Nacional de Saúde - CNS. Essa conferência contou com a participação de mais de quatro mil pessoas, dentre os quais mil delegados oriundos de pré-conferências municipais e estaduais. Algumas teses, como a saúde como direito, a reforma do Sistema Nacional de Saúde, a criação do Sistema Único Descentralizado de Saúde (SUDS) e o financiamento do setor, foram exaustivamente discutidas.

As forças ali representadas, sindicatos, associações e entidades de profissionais, entre outras, foram responsáveis pela elaboração do relatório final da 8ª Conferência Nacional de Saúde, que alterou, de forma significativa, os princípios que norteavam as ações na saúde até aquele momento, como, por exemplo, a atenção centrada na doença e a doença percebida apenas através de um conjunto de sinais e sintomas físicos.

O modelo de atenção médico-hospitalar, a reclusão dos doentes em saúde mental em sanatórios, com a perda temporária de seus direitos sociais, entre outros, também tiveram os seus princípios revistos.

Nesse encontro nacional, vários grupos de trabalho foram criados para discutir documentos e teses nacionais e internacionais, como, por exemplo, a Declaração de Alma-Ata, documento elaborado na Conferência das Nações Unidas, realizada em 1978, na URSS (que propõe uma definição para saúde que vai muito além dos fatores apenas biológicos), e a Declaração de Veneza, elaborada em Veneza, com o patrocínio da Unesco, em 1986.

A Declaração de Veneza, por exemplo, desencadeou intensos debates quando sugeriu que "...o conhecimento científico, no seu próprio ímpeto, atingiu o ponto em que pode começar um diálogo com outras formas de conhecimento. Nesse sentido, e mesmo reconhecendo as diferenças fundamentais entre Ciência e Tradição, vemos ambas em complementaridade, e não em contradição. Esse novo e enriquecedor intercâmbio entre a ciência e as diferentes tradições do mundo abre as portas para uma nova visão da humanidade, e mesmo para um novo racionalismo, o que poderia induzir a uma nova perspectiva metafísica..."

Essa proposta de aproximação entre os conhecimentos advindos das ciências e os conhecimentos contidos no que os orientais chamam de As Tradições abre uma nova possibilidade, pois coloca, a serviço do homem, "conhecimentos" que podem ser utilizados para resolver ou aliviar o sofrimento humano, quer seja ele físico ou mental, independentemente do país, sistema político, raça ou região do planeta.

Temários contendo teses sobre a utilização de práticas alternativas nos serviços de saúde também foram apreciados e aprovados, e constam do relatório final da 8ª Conferência Nacional de Saúde (reforma do Sistema Nacional de Saúde - art. 3º, item "c", inclusão, no currículo de ensino em saúde, do conhecimento das práticas alternativas).

Com relação ainda ao temário práticas alternativas ou complementares (onde se discutiam as terapêuticas acupuntura e homeopatia, entre outras) a 8ª Conferência Nacional de Saúde foi, sem dúvida nenhuma, um marco importantíssimo, pois avança, e muito, na direção da democratização das ações e do acesso a novos recursos de intervenção existentes na área da saúde e propõe, ainda, ações que privilegiem o coletivo, o homem integral e os vários fatores determinantes no processo do adoecimento, além de romper o ciclo de intervenções que beneficiavam e alimentavam os interesses de alguns grupos. Embora a Oitava CNS tenha sido um marco importante, outras ações também foram necessárias para a implantação e a efetivação das reformas ali discutidas, como, por exemplo, as intervenções que facilitaram a disponibilidade do conhecimento advindo das tradições tanto para profissionais como para usuários.

Em 1990, ocorreu o 1º Encontro Metropolitano de Práticas Alternativas, patrocinado pelo governo de Estado de São Paulo, que definiu qual seriam as práticas alternativas utilizadas no serviço público. Em 1992, o 1º Seminário sobre a Implantação das Práticas Alternativas, patrocinado pela prefeitura da cidade de São Paulo, determinou que práticas como acupuntura, fitoterapia e homeopatia seriam implantadas na rede pública municipal de saúde de São Paulo.

Nessa mesma época (1990 a 1993), a Prefeitura da cidade de São Paulo já tinha um projeto- piloto de implantação das chamadas práticas alternativas em andamento, coordenada por um psicólogo acupuntor, que já havia realizado cinco mil atendimentos de acupuntura.

Esse projeto piloto foi apresentado e aprovado nesse evento, e utilizado como modelo de implantação nos equipamentos da área da saúde (postos de saúde e hospitais) na esfera municipal e estadual de São Paulo.

Outra ação do governo estadual, a Portaria CVS1, de 02 de janeiro de 2002 (que dispõe sobre o Sistema Estadual de Vigilância Sanitária - SEVIS), definiu o Cadastro Estadual de Vigilância Sanitária-CEVS e deu outras providências no que se refere à utilização da terapêutica acupuntura. Redefiniu, por exemplo, as normas para a expedição de alvará para clínicas de acupuntura. A expedição de alvarás de funcionamento para essas clínicas era condicionada anteriormente à exigência de um responsável técnico com formação em Medicina. A partir dessa Portaria, o texto foi revisto e modificado, e passou a exigir profissionais com formação universitária que atuassem na saúde, caso do profissional psicólogo acupuntor.

Na esfera federal, através do Ministério do Trabalho e Emprego, foi publicada a Portaria nº 397, de 09/10/2002 - CBO 2002, que reorganizou as ocupações no Brasil e as redefiniu (Código Brasileiro de Ocupações, CBO 2002), acrescentando, à ocupação do psicólogo, o psicólogo acupunturista, Código nº 2515-10.

Ainda em 2002, após a regulamentação da acupuntura para os psicólogos através da Resolução CFP nº 05/2002, registrou-se, no Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, a Sociedade Brasileira de Psicologia e Acupuntura - SOBRAPA, que já servia a sociedade brasileira com orientações e divulgações de pesquisas na área da acupuntura, dentro do campo da Psicologia, desde os anos oitenta.

Em 24 de abril de 2003, a Sociedade passa a fazer parte do seleto grupo de entidades brasileiras de Psicologia que compõem o Fórum de Entidades da Psicologia Brasileira - FENBP.

Nesse ano, 2006, outro importantíssimo passo foi dado na esfera federal, na 162ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Saúde, onde foi aprovada a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde, ratificada pela Portaria nº 971, de 03/05/2006, do Ministério da Saúde, e publicada no Diário Oficial da União em 04/05/2006.

Essa Portaria regulamenta a implantação da acupuntura em todo o território nacional, através do SUS e cria as condições necessárias para que profissionais universitários que atuam na área saúde sejam os responsáveis pela implantação da acupuntura no órgão, entre os quais está o profissional psicólogo.

Hoje, após essas ações, a milenar acupuntura já faz parte da agenda de discussões do governo brasileiro e de suas autarquias, caso do Conselho Federal de Psicologia. Está também presente em encontros científicos, como o que ocorreu na cidade de São Paulo, nos dias 5 a 9 de setembro de 2006, no II Congresso Brasileiro de Ciência e Profissão, onde foi possível debater e discutir vinte e um trabalhos científicos que envolvem as interfaces entre a Psicologia e a acupuntura.

 

O homem na visão da acupuntura tradicional

A acupuntura é a única terapêutica sustentada por um sistema filosófico que, além do mais, nos faz entender o homem em si e no seu relacionamento com o meio ambiente e, por extensão, com o Universo, o que torna o ato terapêutico praticado na sessão de acupuntura o mais perfeito, correto e adequado (Cordeiro, 1994, p.25).

A milenar acupuntura foi fundamentada e estruturada em bases filosóficas, e não científicas, há milhares de anos. Tymowski (1986) afirma que a Medicina tradicional chinesa é fundamentada no conceito filosófico taoísta de integridade e unidade do todo, a unidade do organismo humano em si e a unidade maior do ser humano com a natureza; ela representa a condição vital para nossa sobrevivência.

Dumitrescu (1996, p.220), pesquisador dos mecanismos científicos que explicam a ação da acupuntura, acrescenta: "Numa expressão simbólica, através de uma terminologia específica, a acupuntura sustenta a integração do organismo vivo no macrocosmo com o qual esse entretém ligações intercondicionais. Do ponto de vista filosófico, encontramos aí uma perfeita semelhança com a teoria dos sistemas, segundo a qual todo sistema se encontra numa ligação de interdependência com o macrossistema do qual ele deriva, e a perturbação de um provoca reflexos na funcionalidade do outro. A permanência das formas materiais, energéticas ou informacionais, com a translação recíproca de uma forma na outra, é conhecida na acupuntura há mil anos".

Como se pode ver, a Medicina tradicional chinesa, em particular, a acupuntura, percebe o ser humano como uma unidade menor (microcosmos) dentro de uma unidade maior (macrocosmos), sendo um influenciado pelo outro, e vice-versa, no qual o primeiro faz parte incondicional do segundo e contribui para a evolução do todo.

Segundo Mann (1971, p.17), "foi há 5000 anos que o legendário Imperador Amarelo chamou o seu médico-chefe e ordenou-lhe: 'Relate-me tudo sobre a Natureza, o Tao e as leis da acupuntura.' O diálogo que se seguiu a essa ordem foi escrito mais tarde, em vinte e quatro volumes, e constitui o primeiro registro de que dispomos sobre a acupuntura ..."

Esse clássico, conhecido como Imperador Amarelo ou "Nei King ou Nei Jing", é considerado, entre os estudiosos, a base de consulta de todo o conhecimento sobre a teoria e a prática do acupunturista. A diferença na grafia de "Nei King" para Nei Jing reside no fato de alguns autores utilizarem a grafia proposta por Morant (Nei King), que introduziu a acupuntura na Europa nos anos trinta ou pela grafia proposta pelas escolas chinesas modernas (Nei Jing). Neste trabalho, utilizaremos a primeira grafia, proposta por Morant.

O clássico - Nei King - contém todo o conhecimento a respeito do ser humano escrito acerca de 2.453 a.C., e até hoje é fonte de informações para diagnóstico, terapêutica e propedêutica, além dos ensinamentos oriundos da filosofia taoísta. É fonte riquíssima de informações sobre o ser humano e sobre como ele era percebido nas suas dimensões físicas e psíquicas.

Segundo Tymowski (1986, p.18), o "Nei-King" (O Livro do Interno) (453 a.C.-220 d.C.), verdadeiro monumento do pensamento chinês, resume todos os conhecimentos transmitidos desde as origens pelas diferentes escolas e contém, na sua primeira parte - o "So-Uenn" -, toda a patologia, higiene e terapêutica pelas agulhas e pelos medicamentos, e, na segunda parte - o "Ling-Chu" -, um verdadeiro tratado da acupuntura clássica, que ainda hoje constitui a obra de base de todos os acupuntores".

Concordando com esse pensamento, Dumitrescu (1996, p.20) conclui: "O mais importante tratado médico proveniente da antiga China foi, sem dúvida, o Huangdi Nei Jing (Cânon de Medicina), conhecido pelos europeus numa variante compilada desde o período das guerras (474 -221 d.C.), uma apresentação em sumário do saber médico e filosófico..."

Nghi (1984, p.53), considerado pelos acupunturistas como uma das maiores autoridades ocidentais na acupuntura, escreveu: (...) "L´homme répond au ciel et à la terre" (O homem responde ao céu e à terra). Tal afirmação sintetiza, de forma magistral, os princípios que norteiam as teorias da filosofia da Medicina tradicional chinesa.

É possível encontrar, em Faubert (1990, p.16), ainda: "De fato, a originalidade do pensamento chinês, com relação à nossa, reside na visão de síntese do cosmos. Ele não procura opor os diversos elementos, mas sim, ligá-los por grandes leis de mutação que explicam os diversos fenômenos como outras tantas manifestações da mesma unidade subjacente. O ser humano, em particular, não vive separado do resto do universo, mas em harmonia com ele. Do macrocosmo ao microcosmo, as mesmas leis regem, assim, a vida e a morte, e exprimem o princípio universal: o Tao".

O pensamento antigo chinês também considera que, em relação à organização desse ser humano, quer em seus aspectos físicos, quer nos aspectos psíquicos, tais componentes são indissociáveis, como pode ser visto em Faubert (1990, p.95): "Segundo a tradição chinesa, o ser humano constitui uma só entidade energética, e não é suscetível de ser dividido. O psiquismo não pode, portanto, em caso algum, ser dissociado do físico: ambos representam manifestações diferentes da mesma energia, eles seguem as mesmas leis e estão em interdependência completa, como as duas faces da mesma folha de papel. No caso de perturbações, seja do psiquismo ou do organismo, não se poderia, em absoluto, tratar de um sem referência ao outro..."

Segundo Cordeiro (1992, p. 63), "Tudo é energia. O corpo humano, físico, material, difere do que chamamos de energia apenas pela diferença e intensidade de vibração. Assim, a diferenciação de tudo o que existe no universo é resultado do tipo de vibração, sendo esta dependente do sol, da lua, dos planetas e do globo terráqueo, que, em perpétuo movimento cíclico, apresentam variações energéticas que afetam o homem e toda a vida na Terra". Logo, esse ser humano (microcosmos), unidade indivisível, está em constante inter-relação com esse todo (macrocosmos).

Quando ocorrem desequilíbrios na energia interna do homem, estes podem alterar sua relação com o macrocosmo, e vice-versa; logo, desequilíbrios do macrocosmo podem ser capazes de influenciar a organização interna do homem.

Segundo a Medicina tradicional chinesa, as desarmonias ou desequilíbrios podem ser verificados através de sinais físicos ou psíquicos, já que ambos os aspectos pertencem à mesma unidade. Esses sinais servem de base diagnóstica para se conhecer a causa inicial dos desequilíbrios. Os sinais e sintomas são classificados, agrupados e direcionam a hipótese diagnóstica para conclusões a respeito do que, na MTC, é denominado causas externas, internas ou nem internas e externas. Poder-se-ia dizer, ainda, que o desequilíbrio entre homem-cosmos poderia levar a um desequilíbrio físico-psíquico, em que um influencia o outro, causando sofrimento.

Sobre a relação psíquico-física, por exemplo, pode ser encontrado, em Wang (762 d.C./2001), in Su Wen: "A excitação dos humores, como alegria excessiva, raiva, etc., pode danificar as vísceras, então, fere a energia vital do homem" (cap. 05, p. 52).

Cordeiro (1994, p.37) afirma: "A Medicina tradicional chinesa ensina que o mental e o físico têm origem na mesma essência, que, em sua manifestação maior, se apresenta como corpo físico - inn -, e, em sua manifestação menor, como mental - iang. Trata-se, pois, da mesma energia em níveis diferentes, podendo-se concluir que há uma interação total entre esses aspectos do homem e, portanto, as atividades mentais dependem da energia dos órgãos, do mesmo modo que, reciprocamente, influenciam a energia do físico".

Conforme Chenggu (1987, p.5), "Por enfermedades mentales, se entienden aquellos tipos de anomalias en los que, debido a diversos motivos, em particular la excessiva excitación espiritual y psíquica, las funciones de los órganos y las vísceras del cuerpo humano pierden su normalidad, se dañan y se debilitan el qi, la sangre, los líquidos corporales, el jing (...) Todo esto causa disfunción del corazón y del cerebro, que se manifiesta em cambios extraños en los diversos tipos de conciencia, sentimientos, ánimo, habla y conducta".

A acupuntura busca, então, devolver esse equilíbrio através de intervenções nesse corpo físico, nessa unidade psíquico-energético-socio-ambiental, através de estímulos em pontos de acupuntura, "aconselhamento" sobre as causas dos desequilíbrios, entre outras orientações, para ajudar o restabelecimento da "harmonia" perdida, que é, segundo a Medicina tradicional chinesa, a causa dos sofrimentos, sejam eles de natureza física ou psíquica.

Cordeiro (1994, p.37) explica que "o pensamento chinês não separa o corpo da mente (...) considera o indivíduo como um todo, de maneira global, e, por isso, as características psíquicas de cada um orientam o terapeuta para o diagnóstico concomitante do estado físico e psíquico do paciente. Em conseqüência, a ação da acupuntura, no corpo físico, repercute inevitavelmente no estado psíquico".

Stiefvater (1996, p. 223) ensina que: "Quem se ocupa durante muito tempo com acupuntura não pode deixar de considerar o seu aspecto psicossomático".

A Medicina tradicional chinesa considera impossível dissociar o psiquismo da unidade total do ser humano integrado ao "Universo", mesmo que didaticamente. Sobre a pesquisa e o estudo do psiquismo, encontramos Faubert (1990), que afirma: "O conjunto do psiquismo é formado por cinco funções, geralmente designadas por Charles Leville-Méry pelo termo "entidades viscerais".

 

As entidades viscerais ou funções psíquicas

Na concepção da filosofia taoísta, base da Medicina tradicional chinesa, o ser humano é composto por cinco elementos: Fogo, Terra, Metal, Água e Madeira. Estes são a base da concepção do Universo e de todos os seus componentes, logo, todas as estruturas, sistemas fisiológicos, órgãos, vísceras ou estruturas psíquicas, na sua concepção, estão relacionadas a um dos elementos. Sendo cinco os elementos (Madeira, Fogo, Terra, Metal e Água), e, segundo a concepção oriental, há cinco órgãos, cinco emoções básicas, cinco cores, cinco odores, cinco tipos "psicológicos" (conhecidos na acupuntura como acupuntura constitucional), e, dessa forma, todas as coisas poderiam ser correlacionadas segundo suas características predominantes, que são as mesmas encontradas nos elementos.

Assim, cada entidade visceral está relacionada a um sistema que leva o nome de um órgão físico ocidental. Cada sistema possui uma fisiologia própria que inclui sentimentos, emoções, dor, cor, manifestações específicas de excesso, de insuficiência e tratamento específico.

Na Medicina tradicional chinesa, então, o sistema chamado Coração (C), como foi visto anteriormente, diferente do órgão coração dos ocidentais, pois, para os orientais, esse sistema Coração, além do órgão, abrangeria também as emoções, o calor, a cor vermelha, a alegria, o riso, o sabor amargo, está relacionado à entidade visceral Chenn.

De acordo com Faubert (1990, pp.96-99), cada uma das entidades viscerais se acha em relação com um órgão e, portanto com um elemento, e apresenta características e manifestações psíquicas que lhe são específicas; por esse motivo, possuem correspondentes fisiológicos,sendo que o equilíbrio do psiquismo em geral provém do equilíbrio mútuo das entidades.

Segundo a Medicina tradicional chinesa, a condição de saúde é resultante da condição da existência de certo equilíbrio entre todos os sistemas internos físicos ou psíquicos. Saúde em sentido amplo. A situação de desequilíbrio é expressa por sinais de hiperfuncionalidade, excitação, excesso, ou por uma manifestação de hipofuncionalidade, como a depressão ou uma insuficiência. Tais sinais poderiam apontar a direção de uma condição que levará ao sofrimento, seja ele físico ou mental.

Para Auteroche (1992, p.127), "A manifestação da emoção revela a natureza do distúrbio (excesso ou insuficiência) que afeta o órgão..."

Dessa forma, usando-se as emoções como um dos indicadores, é possível conhecer o desequilíbrio da energia que afeta a unidade homem e, através da terapêutica proposta pela MTC, por exemplo, a acupuntura, corrigir esse desequilíbrio.

Wang (762 d.C/ 2001, p.52) afirma que "(...) as cinco vísceras do homem produzem as cinco energias, que surgem, respectivamente, como excesso de alegria, raiva, melancolia, ansiedade e terror".

Para denominar as entidades viscerais, são utilizados termos chineses, por não haver, no vocabulário ocidental, correspondentes exatos.

Na Medicina tradicional chinesa, então, o sistema chamado Coração (C) está relacionado à entidade visceral Chenn; o Fígado (F), à entidade visceral Roun; o Pulmão (P), à entidade visceral Pro; o Baço-Pâncreas (BP), à entidade visceral I, e o Rim (R), à entidade visceral Tche.

Para Faubert (1977, p.166), "Nous définirons les `entités viscérales' comme étant les différentes activités mentales rattachées et conséquentes à chaque organe. L'organisme est pourvu de cinq organes et, par conséquent, de cinq entités viscérales, qui sont: le CHENN, qui est rattaché au coeur; le ROUN, qui est rattaché au foie; le PRO, qui est rattaché aux poumons; le I, qui est rattaché à la rate, e le TCHE, qui est rattaché aux reins".

Cada uma dessas entidades é representada por um ideograma que, segundo V. Alleton, citado por Campos (1994), "são caracteres primitivos (pictogramas) que representam objetos. São elementos figurativos representativos de idéias. Propõem revelar ao leitor do ideograma a essência do objeto observado. Sendo o ideograma um símbolo, comunicar-se-ia diretamente com o inconsciente".

 

A entidade visceral "Chenn"

O Chenn está relacionado ao sistema Coração e ao elemento Fogo.

Morant (1990. p.127), ao buscar possibilidades para tradução do ideograma chinês Chenn, diz: "O ideograma está formado pelo elemento: o que cai do céu e atravessa o corpo" ou ainda, "o elemento imaterial da energia astral, a força cósmica, as ondas que animam a forma e dão a razão. A inteligência, a razão guiada pelos princípios e pela moral, e não pelos instintos e pelas necessidades". Segundo o autor, é a energia da energia, em referência à energia muito sutil, a energia psíquica.

Ainda buscando melhores traduções para esse conceito, a entidade visceral Chenn é a razão mesclada com a inspiração moral, é a razão e a sabedoria.

Morant (1990, p.127) afirma que "Chenn se emprega, correntemente, para denominar os seres notáveis, os gênios, os espíritos tutelares de uma região, um assunto. Diz-se que os tontos e os loucos estão despojados de Chenn".

Faubert (1977, p.168) esclarece, ainda, que "(...) o Chenn é recebido na concepção: significa inteligência global. É a possibilidade mais ou menos desenvolvida de analisar e sintetizar o conjunto das informações recebidas com o propósito de torná-lo operacional. Influencia permanentemente as outras entidades viscerais e constitui o elemento referencial da vida mental. Quando se afirma que o Chenn se localiza no Coração, trata-se do coração celeste, o do psiquismo, cuja síntese se efetua no cérebro e pode ser de dois tipos: (...) Chenn individual - de cada um - e Chenn global, dos aspectos mais universais e coletivos". Logo, o seu bom funcionamento é indispensável para o equilíbrio do psiquismo.

Faubert (1990, p.97) afirma: "O Chenn representa a inteligência global, que sintetiza as informações recebidas, o julgamento que decorre das referências ao passado. Todo o psiquismo lhe é ligado, e ele simboliza a Consciência, a Razão, a Sabedoria, o Amor (não no sentido de amor-paixão ou de amor-emoção, mas sim, de amor transcendente, em que o ego desaparece para se unir à energia universal). (...) As manifestações exteriores do Chenn são a alegria, o riso, a afetividade, a busca espiritual do absoluto".

Na clínica da acupuntura, costuma-se dizer que, quando há insuficiência de Chenn, essa falta é expressa através de sinais e sintomas como: timidez, medo, queixas contínuas, inquietação e esquecimento; pelo contrário, quando há excesso de Chenn, os sinais e sintomas são percebidos como super-excitação mental, riso inextinguível, depressão (por excesso do elemento Fogo, isto é, com sinais de calor, rubor, transpiração) e ressecamento dos líquidos nutrientes (boca seca, por exemplo). Segundo, ainda, essa terapêutica, é possível, através do diagnóstico desenvolvido pela Medicina tradicional chinesa (MTC), avaliar excessos e insuficiências, e, a partir da análise das causas (fatores etiológicos) responsáveis pelo desequilíbrio, eleger a melhor intervenção; é possível, por exemplo, através da seleção de acupontos (pontos de acupuntura), sedar os excessos e tonificar as insuficiências, de forma a promover o equilíbrio das funções desarmônicas. Segundo ainda a MTC, todo sofrimento humano (físico ou mental) decorre de um desequilíbrio energético; logo, os sinais e sintomas físicos e/ou emocionais são apenas sinais que evidenciam a existência de uma desarmonia do conjunto. Resta ao psicólogo acupunturista identificar os desequilíbrios, seus fatores desencadeantes (internos ou externos) e as condições do próprio indivíduo para fazer frente ao desequilíbrio (para a fisiologia ocidental, mecanismos homeostáticos) e escolher a melhor proposta terapêutica.

 

A entidade visceral "I"

A entidade visceral I está relacionada ao sistema Baço-pâncreas e ao elemento Terra.

Morant (1990, p.128) diz: "El ideograma I está formado por los elementos: el sol (o la palabra) que se eleva por encima del Corazón-espíritu" (O ideograma está formado pelos elementos: o sol (a palavra) que se eleva por cima do Coração-espírito).

Outras interpretações possíveis para o ideograma I são: a imaginação, a ideação, a concentração de espírito, a memorização, a reflexão, a intuição e a compreensão.

Para Faubert, (1977, p.175) "Ao I, correspondem a possibilidade de reflexão, o desejo e a memória".

O I é dedutivo e funciona por distinções e analogias. Fazem parte do I as experiências que passam pelo consciente, a memorização, o conhecimento, a capacidade de reflexão e a inteligência, o "tesouro das idéias".

Afirma ainda Faubert (1990, p.97): "(...) Ele se manifesta nos hábitos, na receptividade, nas preocupações, nas idéias fixas. O I pertence, sobretudo, ao domínio do adquirido. Se é excessivo, há tendência para a rotina, para as manias, para a obsessão, para a rigidez mental. As depressões por excesso se traduzem por um exagero das preocupações, tristeza e falta de coragem. Se é insuficiente, há perda de memória, mau trabalho intelectual, falta de concentração, distração, preguiça, aborrecimento pela atividade (ausência de desejo)".

 

A entidade visceral "Pro"

A entidade visceral Pro está relacionada ao sistema Pulmão e ao elemento Metal.

Segundo Morant (1990, p. 127), "El ideograma está formado por los elementos: `blancura (forma abreviada que representa Uno mismo) y fantasma', es decir, la sombra de si mismo, la parte inconsciente del Yo".

Para Faubert (1977), a análise do ideograma "(...) se desenha com dois elementos: `luz-sombra'. A imagem que o descreve é o que constitui a parte negra da lua que se percebe debilmente quando a crescente brilha; corresponde à nossa parte obscura e pouco iluminada (...)"

O Pro possui um aspecto mental da maior importância, que é a astúcia. Leva o indivíduo a agir sem escrúpulos para chegar ao seu objetivo, sem se preocupar com os meios. A sedução é uma qualidade do Pro.

Faubert (1990, p.98) destaca que "se é excessivo, há tristeza, temor do futuro, pessimismo, gemidos; se é insuficiente, há choro, perda do instinto de conservação (procura da morte), sensibilidade exagerada, vulnerabilidade".

 

A entidade visceral "Tche"

A entidade visceral Tche está relacionada ao sistema Rim e ao elemento Água.

O ideograma é formado pelos elementos "coração e ministro". É a "força do chefe", no sentido de decisão, firmeza de propósito e força de caráter.

Morant (1990, p. 128), apud I Sou Jenn Menn, diz ainda: "Su Morada está en los riñones, con la energia sexual" (sua morada está nos Rins, com a energia sexual).

A tenacidade, a coragem, o espírito de decisão, a vontade, a determinação, a execução de idéias e a liderança dependem do Tche. Sua manifestação é o gemido. É a força que anima as três sessões do psiquismo (I, PRO e ROUN) e permite maior ou menor manifestação do Chenn.

O ato sexual depende da essência energética dos rins, daí as conseqüências para o Tche, com nefasta repercussão, para o Chenn, dos excessos e insuficiências por abuso ou repressão do ato sexual.

De acordo com Faubert (1990, p.98), "Se é excessivo, há temeridade, autoritarismo, obstinação. Se é insuficiente, há medo visceral, pânico, indecisão, gemido, falta de autoridade, complexo de inferioridade e tendência anti-social".

 

A entidade visceral "Roun"

A entidade visceral Roun está relacionada ao sistema Fígado e ao elemento Madeira. Segundo a MTC, é essencialmente imaginação, inteligência instintiva, não sendo guiada pelo princípio ou pela razão, como o Chenn.

Para Cordeiro (1994), o Roun é responsável pela vitalidade física, que é oposta à energia mental e moral do Chenn. É literal nas interpretações das palavras e dos atos. Está ligada ao consciente; sua manifestação é a cólera, e a sua atitude é o grito.

Segundo Morant (1990), o Roun controla o sistema nervoso, e é através dele que são implantadas as ordens hipnóticas.

Quando o organismo é ameaçado em sua perpetuação e precisa agir rapidamente, o I (reflexão) é desconectado, e o Roun, que age por excitação-reflexo, toma o comando. Durante tais períodos, as sensações são registradas e depositadas no Roun sem que este efetue qualquer classificação lógica ou analógica: é o que acontece nas lutas em que não há tempo para "pensar" qual o tipo de defesa adequado para determinado tipo de ataque, e só a reação instintiva comandada pelo Roun permite resposta rápida e adequada (Cordeiro, 1994, p.39).

O Roun não estabelece diferenças e analogias; todas as informações são de valor idêntico; são registradas sem serem selecionadas e, por isso, nos momentos de urgência ou de perigo (mesmo que só supostamente como tal), pode restituir até mesmo as alienações, ditando ações conforme modelos considerados seguros porque anteriormente o foram (Cordeiro, 1994, p.39).

Segundo o clássico Wang (762 d.C/ 2001, cap. 05, p.126), "o excesso de Raiva prejudica o Fígado (...)"

Para Faubert (1990, p. 99), "Se é excessivo, há agressividade, irascibilidade, mau caráter, sonambulismo. Se é insuficiente, há angústia, falta de imaginação e de coordenação, apatia".

 

Conclusão

A declaração de Veneza foi um marco importante ao reconhecer a necessidade da aproximação entre as ciências do Ocidente e as tradições orientais. Chamou a nossa atenção para a existência de outras fontes e formas do saber.

Com a criação da Organização das Nações Unidas, nascida após a catástrofe da Segunda Guerra Mundial, percebe-se que somente o diálogo pode construir.

Com a Oitava Conferência Nacional de Saúde, o Brasil avança num momento em que também integra os países que "desejam dialogar". Nossa sociedade também estava cansada do "endurecimento político" e da falta de diálogo.

A Psicologia, ao regulamentar a utilização da milenar acupuntura para o psicólogo, "convida" a acupuntura a "mostrar-nos" o que construiu em mais de cinco mil anos de observações sobre o ser humano e sobre seus sofrimentos físico-psíquicos, e, ainda, apresentar suas propostas de intervenção e destacar quais instrumentos desenvolveu para lidar com essas questões.

Ao ensinar, há mais de 5000 anos, que o homem é um ser indivisível, e que corpo e mente fazem parte "da mesma folha de papel", a acupuntura traz conceitos que muito se aproximam das atuais construções teóricas, como, por exemplo, as defendidas pela psicossomática. Algumas citações de textos tradicionais da Medicina tradicional chinesa muito anteriores à época de Hipócrates (pai da Medicina ocidental), Galeno, Theophilos, Actuarius, Aetis e Stephanus, Hermes, Freud, pai da psicanálise, e Jung, causam surpresa pela simplicidade e profundidade de um pensamento que remonta a 3000 anos a.C.

A acupuntura propõe ao psicólogo intervir, através de estímulos em determinados pontos, na causa primeira dos sofrimentos que, segundo a MTC, estão na desarmonia do homem consigo mesmo, ou deste em relação ao meio exterior ou do meio em relação ao homem. Propõe ao psicólogo, como cientista que é, o estudo, a busca das interfaces existentes entre o melhor do pensamento ocidental e o melhor do pensamento oriental. Cabe ao psicólogo fazê-lo.

 

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Endereço para correspondência
Rua Cuiabá, 229. Mooca
03183-001, Capital, São Paulo
Tel.: 011-6604-3367
E-mail:acupuntura@psicologiaeacupuntura.com.br

Recebido 26/06/06
Reformulado 18/10/06
Aprovado 25/01/07

 

 

* Psicólogo acupunturista e Especialista em Fisiologia Humana Aplicada à Medicina, presidente da Sociedade Brasileira de Psicologia e Acupuntura - SOBRAPA.