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Psychê

versão impressa ISSN 1415-1138

Psyche (Sao Paulo) v.11 n.20 São Paulo jun. 2007

 

EDITORIAL

 

 

A revista Psychê completa e comemora, com este número, dez anos de existência. Durante esta década, a revista tem sido publicada regularmente, sem interrupção, fruto de uma atividade intensa e contínua por parte dos vários setores que a compõem, cujas equipes – dos corpos editorial, de editoria técnica e da editora – têm tido uma permanência longa e constante. Um olhar rápido sobre os trabalhos da revista ao longo dos anos revela também a preservação de uma linha editorial consistente. Os temas foram voltados, via de regra (como, aliás, neste número) às questões da metapsicologia, na maior parte das vezes a freudiana; à “clínica ampliada” (Fabio Herrmann), seja do atendimento clínico nos moldes clássicos, seja daquela exercida nas instituições de saúde, e também aquela que diz respeito aos problemas e às manifestações culturais – seus produtos, agentes e expressões contemporâneas.

Várias áreas se destacam neste panorama, como a psicopatologia e a técnica psicanalíticas, assim como o questionamento sobre a literatura, o teatro, o cinema, a política e a filosofia, entre outros. Todos, sem exceção, objetos da psicanálise desde seus inícios. Nesta trajetória, tentamos – sobretudo em nossa gestão – de um lado incluir vozes estrangeiras, de trabalhos clássicos e atuais da psicanálise.

Nesta ocasião em que aproveitamos para efetuar uma perspectiva sobre as atividades e as realizações da revista Psychê, devemos agradecer aqueles que sustentaram esse projeto vivo: em primeiro lugar, aos colaboradores diretos, os autores; em segundo, aos consultores e avaliadores desses trabalhos, do corpo editorial e os demais consultores ad hoc; em terceiro lugar, à equipe técnica, em especial à editora técnica, Regina Romeira, a única que mantém sua atividade desde o início da revista; e em quarto lugar, à Marco editora; assim como às agências financiadoras como a FAPESP, CNPq e CAPES, que graças a seu apoio conseguimos manter um nível de atividade reconhecido nacional e internacionalmente nas diversas avaliações da revista.

Vários trabalhos do atual número da revista retomam aspectos da clínica psicanalítica, com especial ênfase sobre a incidência de fatores contemporâneos sobre a escuta, assim como a relação das patologias, o cenário de seu aparecimento (o consultório particular, as instituições de saúde mental, o espaço urbano) e sua prevalência contemporânea com o saber, a abordagem e a concepção do sujeito freudiano. Não obstante, destacamos trabalhos que se voltam aos temas mais clássicos, mas que são sempre atuais e urgentes, como o de Décio Gurfinkel, que abre este número tratando das adiccções como patologia de objetos e fenômenos transicionais e suas relações com a perversão da pulsão. Outra contribuição, de Marco Antonio Coutinho Jorge, volta-se à atualidade do livro Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, cujo centenário comemoramos há pouco. Yeda Alcide Saigh brinda-nos com um estudo que se volta a uma questão geral sempre atual sobre a análise do analista, focando nesse trabalho a auto-análise do analista como prolongação necessária de sua análise em seu trabalho ao longo da vida. Betty Bernardo Fuks foca em seu artigo a relação da ruptura do processo civilizatório (tema central da psicanálise) na Segunda Guerra Mundial com a transmissão da psicanálise.

Mencionamos quatro dos trabalhos como amostra dessa coleção de artigos desta revista, que persiste há uma década em sua indagação acerca do trabalho analítico, seus aportes, suas contribuições e sua relação com a cultura.

Daniel Delouya
Editor