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Construção psicopedagógica

Print version ISSN 1415-6954On-line version ISSN 2175-3474

Constr. psicopedag. vol.13 no.10 São Paulo  2005

 

EDITORIAL

 

A revista Construção Psicopedagógica, neste número, presta uma homenagem à saudosa professora Consuelo de Assis Carvalho, uma das fundadoras do curso de Psicopedagogia do Instituto Sedes Sapientiae. Consuelo, docente dedicada, colega e amiga de todos, era dinâmica em todos os momentos que partilhamos sua presença. Assinalava para mudanças prospectivas, para a esperança na vida com todas as suas inerentes vicissitudes. No debate realizado em 29 de setembro de 2004, em comemoração aos 25 anos do curso de Psicopedagogia do Instituto Sedes Sapientiae, publicado neste número, colocou que “Somos... um poderoso resultado da ação, tal como foi pensada pelos filósofos cristãos, ou seja, exatos no pensar e fortes no fazer. No que acabo de lhes dizer, repousa um dos maiores e exclusivos prazeres de quem trabalha com o incomensurável, que é o ser humano, em todas as suas condições, condições de caráter social, que não permitiriam a profundidade desejada, se não tivéssemos lutado para abrandá-la, em benefício do resultado humano”.

Dessa maneira, iluminada pelo espírito empreendedor e renovador de Consuelo de Assis Carvalho, a revista Construção Psicopedagógica, neste exemplar, inaugura a primeira publicação eletrônica do Instituto Sedes Sapientiae no portal PEPSIC, sobre a temática “Psicopedagogia Institucional”. Esta demonstra também a intenção do Departamento de Psicopedagogia em buscar uma nova inserção do conhecimento científico psicopedagógico sobre as bases do paradigma cultural.

Acompanhando as idéias de Alain Torraine na obra Um novo paradigma - para compreender o mundo atual (Paris: Fayard, 2005), penso que estamos assistindo ao desaparecimento do universo que chamávamos de “social” para adentrarmos num outro marcado por questões específicas da “cultura”.
Atualmente, após dois séculos da primazia da economia sobre a política, as categorias “sociais” tornaram-se confusas e deixaram na sombra grande parte de nossa experiência. Para Torraine (2005), é necessário que nos coloquemos no novo paradigma “cultural”, “... pois nós não podemos retornar ao paradigma político, sobretudo porque os problemas “culturais” tomaram tal importância que o pensamento social deve se organizar em torno deles” (p. 8).

Para ele o paradigma “cultural” possibilita a capacidade de nomear os novos atores e os novos conflitos, bem como as representações do eu e da coletividade que dirige o olhar para uma nova paisagem.
A difusão de conhecimento científico através da Internet, nesta publicação eletrônica, propagará a informação no mundo da produção suscitando interações. Isso dissolverá fronteiras do que antes denominávamos “social” para tornar-se “cultural”. A adoção de paradigmas “culturais” instala atributos particulares, porém em defesa de um sentido universal do conhecimento da Psicopedagogia.

A Psicopedagogia Institucional, neste exemplar, é apresentada em ampla discussão por meio dos autores que representam suas idéias como atores criativos e livres, como sujeitos culturais, pois trazem reflexões de recomposições de suas experiências individuais e coletivas.

Para adentrar esse cenário “cultural” da Psicopedagogia Institucional o leitor poderá apreciar desde artigos originais até relatos de experiências sobre a perspectiva psicanalítica em instituições com experiências psicopedagógicas na Argentina e na França, a ação interventiva em instituição de saúde, a educação especial e o curso preparatório-supletivo do ensino fundamental, a ressignificação da prática da inclusão, os desafios e tendências em formação continuada, a Psicopedagogia no terceiro setor e o relato reflexivo a respeito de uma experiência em creche. Finalizando, terá o leitor a possibilidade de conhecer obras significativas e recentes nas resenhas a respeito de adoção e da análise microgenética da oficina criativa.

Elisa Maria Pitombo,

Editora responsável.

 

Referências bibliográficas

Boletim CEPAT Informa. O fim do social e a emergência do cultural. Paraná, maio/2005, n. 121.

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