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Construção psicopedagógica

Print version ISSN 1415-6954On-line version ISSN 2175-3474

Constr. psicopedag. vol.17 no.15 São Paulo Dec. 2009

 

ARTIGOS ORIGINAIS

 

Formação de professor: de aprendente a ensinante

 

Training teachers: from learning to teaching

 

 

Lormina Barreto Neta1

Universidade do Estado da Bahia

 

 


RESUMO

O presente artigo discute a inversão de papeis vivenciados por professores em formação. Para tanto, toma como referência uma pesquisa realizada com professores em formação enquanto prestavam serviços em um projeto da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, REDE UNEB 2000-desenvolvido em diversos municípios desse estado. Para se efetivar uma proposta de formação continuada com ensinantes que possuem experiência ou um saber tácito, muitas vezes, difícil de ser dispensado, faz-se necessário entender como esses profissionais se sentem nessa inversão de papel de ensinantes a aprendentes num projeto formativo que toma a sua prática como eixo articulador de sua proposta curricular. Diante das reflexões apresentadas sobre a formação continuada de professores no contexto atual, em que o professor passa a ser alvo de investimento, a questão principal dessa pesquisa foi analisar o processo de formação do professor enfocando-o enquanto sujeito aprendente, objetivando saber como se sente nesse papel, bem como compreender em que medida a Psicopedagogia poderá contribuir no processo de construção desses conhecimentos. A metodologia adotada pauta-se em uma pesquisa qualitativa, utilizando como instrumento o questionário com questões abertas uma vez que possibilita a livre expressão dos entrevistados bem como a técnica projetiva Par Educativo, referendada pela Gestalt.Percebemos, a partir da análise dos dados e do referencial adotado, como o ser cognoscente e o ser desejante se conflituam ante o mostrar-esconder o que se sabe o que não se sabe, pois, mesmo entre adultos profissionais, esses aspectos encontram-se intrinsecamente relacionados aos processos de produção: autoria da construção.

Palavras chave: Formação de professores, Psicopedagogia, Aprendentes, Ensinantes.


ABSTRACT

This article aims to discuss about the reversal of roles experienced by training teachers. To do so, it is compulsorily based on a research involving training teachers on duty which took place in Universidade do Estado da Bahia – UNEB, REDE UNEB 2000 – developed in several municipalities in Bahia State. To accomplish the continued learning process proposal involving learning teachers, despite the difficulty in being discharged, it is necessary to understand how these professionals feel when exposed to this role reversal: from teachers to learners in a learning project that takes its practice as the main point of its curricular proposal.According to the presented reflections on a continued learning process proposal in the current context, in which the teacher becomes the target of the investment, the main question of this research lies on the analysis of the training teachers as learning subjects, in order to discover how they feel as such, as well as they understand how much Psychopedagogy can contribute to the construction process of this knowledge. The adopted methodology concerns a qualitative analysis, in which an opened questionnaire is used in order to provide the interviewees with free performance as well as the use of the projective technique known as ‘Peer-supported Learning’, according to Gestalt.Based on the data analyses and the adopted reference on this research we have realized how the cognoscenti and the wishful people disagree with each other when they are exposed to the ‘show/hide’ game, because mainly among the professional adults, these aspects are totally related to the production processes: the authors of the construction.

Keywords: Teacher’s training, Psychopedagogy, Learners, Teachers.


 

 

Introdução

O espaço/tempo escolar é repleto de desafios tanto para o aprendente quanto para o ensinante. Novos desafios surgem no cotidiano escolar o que pressupõe que o ensinante tenha que pôr em jogo seu conhecimento da experiência que são necessários, porém insuficientes. Continuamente, urge a necessidade de ampliarmos nossas perspectivas enquanto humanos aprendentes e precisamos, ainda, estar abertos a lidar com as diferentes formas de aprender.

Como afirma Morin, vivemos no mundo das incertezas. As novas aprendizagens são significativas na formação do profissional, pois aprender é um ato emancipatório, considerando que cada aprendizagem nos possibilita conhecer melhor o mundo, a nós mesmos e aos outros.

A construção de conhecimentos, numa perspectiva integradora, se dá na relação do aprendente com o objeto do conhecimento e na interação constante com o ensinante. Para que essa se dê é necessário que o ensinante tenha segurança de si mesmo e seja autor dos seus projetos. Consequentemente, para se efetivar uma proposta de formação continuada com ensinantes que possuem experiência ou um saber tácito, muitas vezes, difícil de ser dispensado, faz-se necessário entender como esses profissionais se sentem nessa inversão de papel de ensinantes a aprendentes, num projeto formativo que toma a sua prática como eixo articulador da proposta curricular, como é o caso do projeto Rede Uneb 2000.

Ao entrarmos em contato com a Psicopedagogia, percebemos, a partir das leituras e estudos, principalmente dos escritos de Alícia Fernández, que:

“ser ensinante significa abrir um espaço para aprender. Espaço objetivo e subjetivo em que se realizam dois trabalhos simultâneos: a construção de conhecimentos e a construção de si mesmo, como sujeito criativo e pensante”. (2001, p.30).

Ao longo do período de 1960 até o presente momento, em que a Psicopedagogia vem sendo discutida e divulgada, muito se discutiu sobre os processos de aprendizagem e ensinagem observando, principalmente, a cisão que em muitos casos existe nesse processo. Segundo Sisto (1996, p.10),

“Olhar psicopedagogicamente o processo de aprendizagem de um grupo de alunos/professores2 é buscar compreender como eles usam os elementos do seu sistema cognitivo e emocional para aprender. É buscar compreender também a relação do aluno/ professor com o conhecimento...

Para se imprimir certa autonomia ao fazer pedagógico, é necessário conceber o conhecimento não como uma cópia do real, pois este pressupõe atividade do sujeito que aprende, que organiza os novos conhecimentos, a partir dos já existentes. Isto é válido tanto para o aluno quanto para o professor no papel de aprendente.

Diante das reflexões apresentadas sobre a formação continuada de professores no contexto atual, em que o professor passa a ser alvo de investimento, a questão principal dessa pesquisa foi analisar o processo de formação do professor enfocando-o enquanto sujeito aprendente, objetivando saber como se sente nesse papel, bem como compreender em que medida a Psicopedagogia pode contribuir no processo de construção desses conhecimentos.

Com o objetivo de avaliar o aprendiz, ou aprendente e ensinante, segundo um enfoque sócio-cultural, o estudo pretende articular as contribuições de Alícia Fernández com os fundamentos de Carl Jung sobre o inconsciente e consciente coletivo. Tendo em vista este enfoque, as análises dos dados projetivos dessa pesquisa ampliarão a avaliação do instrumento “par educativo”, fundamentando-se nas reflexões sobre os mitos e arquétipos do Grande Pai e da Grande Mãe.

Segundo os estudos e pesquisas psicopedagógicas de Fagali (2006), com base nos fundamentos teóricos de Jung, os arquétipos são movimentos ou forças inconscientes universais que se revelam na dinâmica coletiva de uma cultura (consciente coletivo) como padrões de condutas, narrativas mitológicas, crenças, valores e sentimentos humanos coletivos, sem que os integrantes dos grupos ou culturas tenham necessariamente consciência.

Portanto, as avaliações da pesquisa ampliaram-se da abordagem de Alicia Fernandes sobre o objeto da Psicopedagogia, levando-se em conta o sujeito aprendente-ensinante, para um enfoque cultural e de grupos, considerando as relações interpessoais dos integrantes que se configuram como um padrão de conduta e de forma de aprender e de pensar. O aprendiz, inconscientemente, produz estes padrões de aprendizagem, valorizando certa forma de pensar, sentir e aprender, que orientam os integrantes da cultura na qual se encontram inseridos.

Fagali (2006) aponta-nos, ainda, que o desafio do diagnóstico psicopedagógico na atualidade consiste na apropriação de processos de avaliação que considerem novas concepções sobre diferentes dimensões e contexto de aprendizagem, ampliando a visão complexa do homem e do conhecimento, de forma mais integrada em que se valoriza o processo, a transformação, o contexto e a dinâmica da cultura e do sistema em que o sujeito observado encontra-se inserido.

 

O objeto da Psicopedagogia

O objeto de estudo da Psicopedagogia é o processo de aprendizagem e o seu desenvolvimento normal ou patológico em contexto, considerando os aspetos cognitivos, afetivos, sociais, implícitos nas questões inerentes à aprendizagem humana.

Para Scoz (2006, p.2), o princípio norteador da Psicopedagogia é a integração entre a objetividade e a subjetividade nos processos ensino aprendizagem. Os conhecimentos da Psicopedagogia nos permitem compreender a integração entre construção do conhecimento por parte do sujeito (sujeito epistêmico) e a constituição do sujeito pelo conhecimento – seu desejo, sua história sua singularidade (sujeito desejante ou desiderativo).

Silva (1998, p.27) nos aponta, também, o processo de aprendizagem visto como estrutural, constitutivo e interacional, integrando nele os aspectos cognitivos, afetivos e sociais do ser humano como objeto da Psicopedagogia que tem como objetivo facilitar esse processo de aprendizagem removendo os obstáculos que impedem que ele se faça.

Entendemos que esse processo está ancorado em um sujeito que aprende visto sob diferentes óticas pelas ciências. Poderíamos dizer, apoiando-nos em Fernandez (2001, p.66), que a Psicanálise dirige-se ao sujeito desejante, a epistemologia genética ao sujeito cognoscente ou epistêmico e a Psicopedagogia ao sujeito autor – aprendente ensinante.

A Psicanálise nos traz contribuições sobre o sujeito desejante fazendonos transcender a lógica cartesiana, trazendo-nos questões imprescindíveis para o esclarecimento de aspectos ligados ao inconsciente e a transferência na aprendizagem, entre outras questões.

A epistemologia genética nos fala do sujeito cognoscente ou epistêmico que constrói seu conhecimento na interação com o meio, construindo suas estruturas cognitivas a partir da assimilação e acomodação numa busca de complexidade crescente rumo a um equilíbrio marjorante.

A Psicopedagogia, tomando de empréstimo contribuições de outras ciências como a antropologia, a sociologia, de teorias como o estruturalismo, a fenomenologia, a lingüística e a história, permite-nos pensar o aluno construindo e constituindo-se no seu contexto sócio cultural. Fernandez (2001.p.54) define o sujeito próprio da Psicopedagogia como o sujeito da autoria do pensamento – o ensinante aprendente.

Nesta perspectiva é importante conhecer como se sentem esses professores alunos na vivência desses papéis para que possamos orientá-los em sua formação.

 

Situando o sujeito aprendente e ensinante

Ensinar e aprender são processos imbricados. Não podemos pensar em um, sem estar em relação ao outro. Segundo Fernandez (2001, p.29), entre o ensinante e o aprendente, abre-se um campo de diferenças onde se situa o prazer de aprender. Ensinantes são os pais, os irmãos, os tios, os avós e demais integrantes da família, como também, os professores e companheiros da escola.

Nesse processo de apropriação do conhecimento, a pessoa ensinante é prioritária por apresentar características singulares, além das qualidades pedagógicas, haja vista que mais importante que o conteúdo ensinado é o modelo relacional que se imprime na subjetividade do aprendente.

O sujeito aprendente surge da articulação entre o sujeito cognoscente (da epistemologia genética de Piaget) e o sujeito desejante (da Psicanálise) sobre o organismo herdado, constituindo-se de um corpo sempre em interseção com o outro – conhecimento, cultura – e com os outros – pais, professores, meios de comunicação. Tal corpo se constrói a partir da relação com o conceito de sujeito ensinante, já que são duas posições subjetivas, presentes em uma mesma pessoa em um mesmo momento.

Consequentemente, na Psicopedagogia, torna-se difícil responder separadamente quem é o ensinante e quem é o aprendente, haja vista serem sujeitos que têm em si um compromisso de transferência de saberes, focado na subjetividade, autoria de pensamento e no desejo de conhecer, que conseguem distinguir o eu do tu – ou seja, esses sujeitos aprendentesensinantes têm garantido pelo conhecimento a separação de papéis intercambiáveis e alternáveis num jogo dialético entre o conhecer e desconhecer, definido em função daquilo que o sujeito tem, do que ele dá e daquilo que deseja conhecer – saber.

 

Aprendizagem – discussão do conceito

Aprender é um processo dinâmico e contínuo necessário sobre a vivência humana e que ocorre do nascimento até a morte do indivíduo. Esse processo é resultado da interação do sujeito com seu meio sócio-cultural historicamente construído. Portanto, amplia-se a todas as aquisições que o homem realiza durante a vida seja no âmbito familiar, social ou institucional.

A visão de aprendizagem difundida por muito tempo na sociedade e nas instituições que dela fazem parte é a aprendizagem como acerto, como facilidade para realizar algo. Nesse sentido, o êxito é supervalorizado. O produto final assume um valor maior do que o esforço realizado pelo sujeito na tentativa do acerto.

Nesse campo, a Psicologia tem avançado quando coloca, a partir da epistemologia genética de Piaget, que o processo de aprendizagem ocorre na dinâmica das estruturas mentais entre o processo de assimilação e acomodação em que o conflito cognitivo é gerado. Esta retomada do erro, enquanto possibilidade de acerto, fez modificar o posicionamento das instituições e profissionais em ambientes ensinantes que passaram a ver a dificuldade como elemento natural do processo de aprender.

“Sem a dificuldade não existe aprendizagem real, pois “Sem a dificuldade não existe aprendizagem real, pois não havendo desequilíbrio não há busca de equilíbrio e a aprendizagem não se faz.” (Barbosa, 2001 p.34)

Tomando o significado de aprender do dicionário Silveira Bueno (1996, p.64) tem-se: como tomar conhecimento de; ficar sabendo, retornamos ao estado da ignorância – aprender é apossar-se do não sabido e, para tanto, a dificuldade e o erro precisam ser considerados como parte do processo.

Nesse processo de construção do conhecimento, o sujeito também se constitui enquanto agente. O sujeito epistêmico transforma-se ao modificar o objeto do conhecimento em algo assimilável, compreensível. Entendemos que ensinar e aprender parte de uma unidade dialética que torna essas duas ações indissociáveis. Vygotsky em seus estudos sócios interacionistas aponta que

“nos processos sócio-históricos a idéia de aprendizado inclui a interdependência dos indivíduos envolvidos no processo – aquele que aprende, aquele que ensina e a relação entre essas pessoas” (Oliveira, 1997 p.57)

Consequentemente, numa relação de aprendizagem, o aspecto afetivo, emocional, desiderativo não pode ser excluído. Retomando Fernandez, no processo de apropriação do conhecimento, mais importante do que o conteúdo ensinado, é o modelo relacional que se imprime na subjetividade do aprendente.

A visão de aprendizagem enquanto acerto reverbera, também, sobre o ensinante quando se permite em ocupar um espaço onde colocará em cheque seus saberes e seus não saberes. Nesse sentido, é preciso pensar as intervenções psicopedagógicas em ambientes de formação em que o ensino dirige-se ao sujeito aprendente que sustenta o aluno – o professor.

 

O Processo de autoria

Para Fernández, toda aprendizagem inicia-se com a 3ª pessoa ‘ele me ensinou’ e termina na 1ª pessoa ‘Eu aprendi’. Entre o ensinar e o aprender abre-se um espaço de autoria, de diferença e de independência, ou seja, a criança não assimila o conteúdo ensinado da mesma forma que lhe é passado. Para que a aprendizagem ocorra é necessária a reestruturação do saber ensinado. Este processo transforma o sujeito epistêmico em sujeito de autoria.

Mais do que ensinar conteúdos de conhecimento: ser ensinante implica abrir espaços para que a aprendizagem aconteça. O aprendente precisa de adultos – pais, professores – que acreditem em seu potencial, que lhe proporcione autonomia e autoria.

A aprendizagem pressupõe pôr em jogo os temores que devem ser aceitos como próprio do encontro com a responsabilidade imposta pela autoria. Pensamos que o professor, em processo de formação, precisa aprender a ensinar sem a busca de receitas metodológicas que situam a sua ação. É necessário enfrentar o temor, o medo e arriscar-se no movimento de autoria.

 

Situando a pesquisa

A pesquisa desenvolvida teve na metodologia qualitativa a sua abordagem metodológica, que está cada vez mais presente nas pesquisas voltadas à educação, e se justifica considerando que o processo educativo é um fenômeno humano e social perpassado pela subjetividade do sujeito aprendente. Humano, no sentido em que somente o homem se submete à educação formal, no espaço específico, com leis e regras regimentais oriundas do contexto em que vive. Social, porque o processo educativo se dá no espaço de convivência em que se encontram valores atribuídos ao ensino. Valores que estão imbricados na sociedade onde vivem, perpassado pela subjetividade, pois cada indivíduo apreende a realidade que o circunda de uma forma singular.

Considerando que o sujeito expressa seus pensamentos tanto pelo discurso oral quanto pela representação do mesmo, a partir de registros escritos ou simbólicos, pautamos, também, a nossa metodologia na Gestalt, na Gestatterapia e as contribuições sobre as simbolizações. Esta abordagem fenomenológica resgata a visão do todo e a relação interpessoal no aprender.

A opção por estudar as questões relacionadas ao grupo de formação do Projeto Rede UNEB 20003 em Ibitita4 ocorreu em função da nossa atuação junto ao grupo, bem como já termos atuado como formadora de outros grupos do referido programa, canalizando as inquietações advindas dos obstáculos didáticos enfrentados. Tínhamos como meta a autoformação do profissional, haja vista a aprendizagem segundo Fernandez, surgir do desejo do aprendente, neste caso, os pesquisadores.

A presente pesquisa foi desenvolvida junto aos professores de Educação Infantil e Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série da rede municipal de Ibitita, Bahia alunos do Curso de Pedagogia – Graduação nas séries iniciais do Ensino Fundamental do Programa de Formação em Serviço de professores em regência de Classe, convênio firmado entre a UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB e a Prefeitura Municipal. O critério para participação foi o interesse pessoal. Tomamos como referência uma amostra de 20 % dos alunos matriculados nas duas turmas num total de 20 participantes. Esses alunos são professores na sede e zona rural do município.

A utilização de técnicas projetivas são referendadas pela Gestalt que, segundo Fagali,

“enfatiza a necessidade de se trabalhar a flexibilidade do perceber, olhar,ouvir e sentir de maneira geral, num jogo incessante de figura e fundo. As artes e a sensibilização ampliam as percepções e sensações, trazendo para o aqui-e-agora toda experiência passada significativa.” (1993, p 20)

A técnica projetiva Par Educativo5 consiste em desenhar situações em que os sujeitos se vejam como aprendentes e/ou ensinantes. As questões levantadas tinham como propósito contextualizar os professores no seu processo de formação continuada enquanto sujeitos aprendensinantes6.

A análise dos dados coletados levou em consideração os objetivos da pesquisa que é analisar o processo de formação do professor, enfocando-o enquanto sujeito aprendente, saber como se sente enquanto aprendente e compreender em que medida a Psicopedagogia poderá contribuir nesse processo de construção de conhecimento. Além disso, abrir espaço para discussão das contribuições da Psiscopedagogia no processo de formação de educadores.

Optamos por categorias de análises que direcionasse nosso olhar para aspectos gerais e essenciais do objeto em foco. Nas questões escritas: visão de universidade e expectativa, dificuldades na vivência dos papeis ensinantesaprendentes, mobilizadores positivos da formação continuada.

Para análise do segundo instrumento - técnica projetiva Par Educativo, os desenhos foram agrupados observando as seguintes categorias:

1) cenas em que a figura do ensinante encontra-se em destaque;

2) cenas que o sujeito da pesquisa só consegue se representar no papel de aprendente;

3) cenas em que os sujeitos assumem o papel de ensinantesaprendentes;

4) cenas que apresentam situações de conflitos entre os papeis assumidos pelo sujeito da pesquisa.

Utilizamos para análise do instrumento Par Educativo, levando em conta aspectos projetivos do inconsciente daqueles que simbolizam as dinâmicas relacionais nos diferentes contextos de aprendizagem os seguintes parâmetros:

1 - a dinâmica emocional, considerando o movimento de aproximação e afastamento do objeto do conhecimento, do outro sujeito ou de qualquer outro objeto e as defesas do individuo o do grupo, já automatizadas no comportamento coletivo;

2 - o arquétipo da Grande Mãe e arquétipo do Grande Pai associados, respectivamente, à dinâmica matriarcal e patriarcal nas relações humanas que se diferenciam pela sua natureza e dinâmica7.

 

Função dos mitos e arquétipos

Os grandes estudiosos do inconsciente foram Freud e Jung que atribuem diferenças significativas ao conceito. Os processos psíquicos dos pacientes de Freud foram compreendidos por ele a partir da mitologia grega e considera o mito como fruto do mecanismo psíquico da projeção. Este vê o mito imerso a outras manifestações humanas que expressam conteúdos inconscientes e trabalha com o conteúdo próprio destes.

Jung inicia seus estudos sobre os mitos em consonância com a teoria de Freud. Posteriormente, surgem divergências quanto à função, a origem e substrato do mito. Para Jung, o mito possui várias funções, mas a sua função principal seria a revelação do inconsciente, uma função psicológica muito embora afirme que o mito assimila funções nem sempre psicológicas.

Jung, diferente de Freud, ressalta a existência de um inconsciente coletivo pela consciência do mesmo. O mito junguiano é um intermediário revelador à consciência de conteúdos, anteriormente inacessíveis do inconsciente coletivo. Esses conteúdos são retratados na teoria junguiana a partir dos arquétipos, que são imagens latentes ou imagens primordiais que cada pessoa herda de seus ancestrais. Herda uma predisposição para reagir ao mundo da mesma forma que seus ancestrais faziam. Segundo Jung (apud Nise da Silveira, revista Rio Total 007, acesso 2008),

"Do mesmo modo que o corpo humano apresenta urna anatomia comum, sempre a mesma, apesar de todas as diferenças raciais, assim também a psique possui um substrato comum. Chamei a este substrato inconsciente coletivo, Na qualidade de herança comum transcende todas as diferenças de cultura e de atitudes conscientes, e não consiste meramente de conteúdos capazes de tornarem-se conscientes, mas de disposições latentes para reações idênticas. Assim o inconsciente coletivo é simplesmente a expressão psíquica da identidade da estrutura cerebral independente de todas as diferenças raciais. Deste modo pode ser explicada a analogia, que vai mesmo até a identidade, entre vários temas míticos e símbolos, e a possibilidade de compreensão entre os homens em geral. As múltiplas linhas de desenvolvimento psíquico partem de um tronco comum cujas raízes se perdem muito longe num passado remoto."

Os arquétipos são universais e idênticos em todos os indivíduos e se manifestam em religiões e mitos, contos de fadas e fantasias. Os principais arquétipos estão presentes nos conceitos dos opostos o de nascimento e morte, sol e lua, fogo e sombra, poder (Animus), Mãe (Anima), Persona e Self que estão ligados na nossa vida psicológica.

Os arquétipos na Psicologia Analítica junguiana são utilizados para designar os modelos inatos que servem de matriz para o desenvolvimento da psique ou o processo de individuação. Analisaremos alguns aspectos dos arquétipos da anima e do animus que é o interesse desta pesquisa.

O arquétipo da anima é o lado feminino no homem e o animus o lado masculino na mulher. Ambos os sexos trazem aspectos do sexo oposto.

“O animus e a anima devidamente reconhecidos e integrados ao ego contribuirão para a maturidade do psiquismo.(...) Anima e Animus são responsáveis pelas qualidades das relações com pessoas do sexo oposto.”(PORTILLO, 2001.p.05)

Percebe-se, pois, que feminino e masculino são componentes do ser, sejam eles hormônio ou valores. A sociedade patriarcal vem, paulatinamente, dividindo este Ser, reduzindo-o a valores determinados culturalmente, distinguindo, assim, valores atribuídos restritamente a um ou ao outro sexo. Isto se evidenciou a partir do momento que a sociedade patriarcal evoluiu, esmagando seu principal inimigo, o feminino.

" o arquétipo matriarcal e o arquétipo patriarcal já foram percebidos e estudados no Direito, na Antropologia, na Sociologia, na Mitologia e na História das Religiões sob a denominação de matriarcado e patriarcado, a partir da obra de Bachofen(1890), que postulou ser o matriarcado anterior ao patriarcado na história da cultura(...) Dediquei-me a ela a partir de Erich Neuman (1949) que a estudou sob a perspectiva arquetípica na psicologia . Caracterizei os padrões matriarcal e patriarcal essencialmente como padrões arquetípicos da relação Eu- Outro no indivíduo e na cultura" (Byigton, 2003, p. 172)

As diversas expressões da Sombra individual e coletiva estudadas por Byington possibilitam diferenciar o funcionamento das pessoas e das culturas a partir dos padrões arquétipos da consciência. A partir da distinção entre a sombra do arquétipo Patriarcal (elitista, autoritário) do Arquétipo da Alteridade – Matriarcal - (democrática, amorosa) enfatizada nos dilemas da modernidade que se situa entre esse dois arquétipos - destruição e preservação.

 

Tecendo a teia – entre o objetivo e o subjetivo

Quando utilizamos instrumento de representação subjetiva como o “Par Educativo” que foi realizado anteriormente ao instrumento em que os sujeitos tiveram que usar mais a razão do que a intenção, percebemos algumas revelações interessantes para análise. Percebemos que a figura do alunoprofessor, enquanto ensinante, sobressai muito mais que como sujeito aprendente, contrapondo-se à questão escrita em que diz se sentir mais confortável no lugar de aprendente. A primeira categoria no teste projetivo resulta um percentual de 45%, representando esta situação.

Quando os sujeitos apontam sua visão de universidade nos dados objetivos (escritas), percebe-se uma postura de quem gostaria de receber prontas as respostas, reforçando a visão que tem do ensinante que se representa como autoridade, presente nas representações subjetivas. Podemos associar o professor a uma função paterna, provavelmente, fruto das representações de uma escola tradicionalista em que os alunos eram tidos como depositário do saber do ensinante.

Percebemos que alguns alunos-professores só conseguem se representar no papel de aprendente o que outorga, também, a autoridade do ensinante sobre si mesmo, não se percebendo o ensinante, ou seja, vê-se como o filho que se submete a autoridade do pai.

Encontramos entre os participantes da pesquisa um grupo de alunosprofessores que estão começando a perceber-se em uma relação mais dialógica e dialética na vivência dos papéis. No entanto, nas questões objetivas, esses dados não são representativos, pois somente 03 (três) professores-alunos se colocam nesse duplo papel. Podemos deduzir que entre este grupo a função paterna e a função materna buscam um equilíbrio, fazendo-os avançar enquanto aprendentes-ensinantes que se arriscam e possuem uma boa autoconfiança na sua formação.

Percebemos, também, situações desconfortáveis, ou seja, os obstáculos e angústias vivenciados pelos sujeitos que, apesar de representarem cenas de certa harmonia na relação ensinante - aprendente, deixam à mostra que vivenciam momentos conflituosos em diluir ou assumir o duplo papel de ensinante–aprendente, entendido por Fernandez, como papel de autoria diante das situações cotidianas do contexto escolar. Estas estão relacionadas aos arquétipos junguianos quando relacionados aos modelos ensinantes primários - pai e mãe e a própria escola centrada num modelo patriarcal de ensinagem. A questão que se coloca é a busca do equilíbrio das qualidades da dinâmica patriarcal associadas à dinâmica matriarcal no processo de formação.

 

Considerações Finais

Os dados coletados reunidos nessa pesquisa comportam várias possibilidades de síntese. Deter-nos-emos naqueles que nos aponte mais diretamente ao sujeito ensinante em seu processo de autoria ou poderíamos aqui, também, denominar autoformação e formação profissional, que poderão ser retomadas, posteriormente, em outros trabalhos.

Nas falas dos professores-alunos, fica evidenciado o que percebíamos inicialmente como incômodo que, muitas vezes, dificultava o processo de construção do conhecimento – ansiedade, insegurança – dados representativos nessa pesquisa. Se retornarmos à análise dos dados objetivos (escritos) que analisam as dificuldades apontadas nas vivências dos papéis ensinantes-aprendentes, vemos o quanto é necessário olharmos esses sujeitos e como o ser cognoscente e o ser desejante se conflituam ante – mostrar/ esconder o que se sabe ou o não se sabe, mesmo entre adultos profissionais que se encontram, intrinsecamente, relacionados ao processo de produção: autoria de construção. Para chegarmos ao ‘eu aprendi’ precisamos legitimar a mim e ao outro o que não sei, aceitando o ‘ele me ensinou’. Abrir mão de conhecimentos tácitos que vinham servindo-lhes na execução do fazer cotidiano, sem ter que se indagar sobre as questões teóricas que embasam essa prática não os coloca numa situação confortável. Como nos diz Fernandez (2001, p.68).

“Ao trabalharmos com o sujeito aprendente, a Psicopedagogia não pode deixar de pensá-lo como devir, situando em tempo e história. Por história não necessariamente precisamos entender linearidade (...) por que o aprender, sem dúvida conecta-nos com a necessidade de “perder” algo velho, mais a sua energia relaciona-se, à possibilidade de utilizar o velho para criar algo novo. Aprender supõe um reconhecimento de passagem do tempo, do processo construtivo, o qual remete necessariamente à autoria”

Nos processos de formação, importante se faz pensar em uma estruturação de cursos que considerem esse processo psíquico para que o ensinante transforme-se num bom aprendente para tornar-se melhor ensinante, que perceba os ‘espaços’ entre o ensino e a aprendizagem.

Confirmamos, com base nos dados levantados, que os professoresalunos, apesar dos conflitos vivenciados, demonstram um desejo forte de superação, sejam por questões objetivas como ser reconhecido profissionalmente (melhores remunerações, recuperação do status) ou por questões subjetivas como aprender, melhorar a prática, ou seja, torná-la mais leve.

Aspectos da subjetividade do inconsciente coletivo, que os mitos outorgam a cada sujeito em seu contexto, devem ser considerados para desmistificar as relações estabelecidas no processo de formação em que o endeusamento de certos papéis devem ser questionados, o poder do professor entre outros. Necessário se faz o resgate do arquétipo da Alteridade arrolada nos estudos de Byington, que enfatiza o se colocar do ponto de vista do outro para perceber os nós que precisam ser desfeitos na tentativa de tornar o aprender mais leve e significativo para os aprendensinantes, dos cursos de formação. Um olhar psicopedagógico à formação de educadores possibilita uma visão dialógica entre conteúdos conscientes-inconscientes, individuaiscoletivos e a construção pedagógica.

“O mundo, as pessoas, e qualquer fenômeno, devem ser considerados como totalidades integradas, sistemas, cujas propriedades não podem ser reduzidas a uma parte menor, que constitui esse sistema total. Quando o sistema total é dissecado em partes isoladas, as qualidades do sistema são destruídas.” (FAGALI, 2001, p.36)

Devemos por em reverberação essas alterações para que as amarras inconscientes possam se desfazer. Como nos diz Fagali, em muitas de suas falas em sala de aula:

“o desatar um nó na teia de construção de significados refletem tantos outros que poderão desatar-se e produzir efeitos em outros contextos”.

Tomando como referencial os dados sobre as áreas que mais subsidiam o papel de ensinante, temos clareza da significação dos conhecimentos referentes ao sujeito aprendente e ensinante – Psicologia e Fundamentos Teóricos da Prática Pedagógica (Estágio).

Esses dados evidenciam a importância de um olhar Psicopedagógico à formação dos professores no sentido de pensar no sujeito cognoscente presente no professor observando, também, a construção subjetiva desse sujeito ensinante aprendente – pessoa profissional.

Concordamos com Barbosa (2001, p.67), quando nos aponta que a revisão do aprender do professor possibilita uma melhor análise do aprender dos alunos, tornando-o mais apto para compreender e intervir no processo de aprendizagem dos mesmos.

Sabemos que este não é o único ponto a ser considerado nos cursos de formação. Pensamos, porém que este não se encontra contemplado em muitas propostas de formação que vem considerando o imperativo do mercado e as determinações legais que através de decretos impõem pacotes prontos de formação em serviço.

Atuando como professoras nos cursos de formação da Rede Uneb 2000 em vários municípios da microrregião de Irecê e em especial no lócus da pesquisa, percebemos que o encontro com os saberes psicopedagógicos ajudaram-nos a perceber os sujeitos em formação numa outra perspectiva além da pedagógica.

 

Referencias bibliográficas

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1 Psicopedagoga, Pedagoga, Profª da Universidade do Estado da Bahia -UNEB/DCHT/CAMPUS XVI – Irecê.
2 Designação adotada para nominar os alunos do curso Rede Uneb 2000.
3 Projeto Pioneiro na graduação de professores em serviço junto à universidades estaduais que tem como objetivo graduar docentes que atuam na Educação Básica da Rede Pública Oficial de Ensino, visando suprir a carência de profissionais qualificados nas microrregiões onde estão sediados os Departamentos da UNEB.
4 Cidade situada no polígono da seca, área 597.2km2, população de 17.505 habitantes, sendo 8.060 população urbana; dista 30 km da cidade de Irecê, sede do DCHT-CAMPUS XVI
5 Técnica projetiva publicada por Visca (1997). Neste trabalho a técnica sofreu ampliações/modificações.
6 Termo utilizado por Alicia Fernández para denominação do sujeito atendido pelo Psicopedagogo que, segundo ela, dá conta do necessário trânsito entre uma postura (aprendente) e outra (ensinante), que o sujeito deve fazer para poder aprender (2001, p.131).
7 As reflexões sobre a mitologia e os arquétipos nas reflexões junguianas sustentam esta análise a partir do que o sujeito expressou, levando em conta as revelações das forças arquetípicas nos símbolos. Jung considera os arquétipos como forças instintivas coletivas universais expressas ou reprimidas em uma cultura. Essas forças se revelam no inconsciente coletivo por meio dos mitos que atuam e mobilizam condutas e sentimentos humanos que reverberam na relação interpessoal, na dinâmica coletiva de uma cultura, de micro ou macro sistema, ou de qualquer organização sem que os integrantes humanos tenham necessariamente consciência. (Fagali, 2006,p.03).

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