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Construção psicopedagógica

versão impressa ISSN 1415-6954

Constr. psicopedag. vol.19 no.19 São Paulo  2011

 

Diagnóstico- intervenção- perspectivas: atuação da escola inclusiva

 

Diagnosis - intervention - perspective: role of inclusive school

 

 

Nívea Maria de Carvalho FabrícioI; Paula Virgínia Viana CantosII

IPsicóloga, Terapeuta Familiar, Psicopedagoga, Presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia (1999/2001), Editora da Revista Graphein, Organizadora de Livros com diversos artigos publicados em Revistas Científicas e livros na área da Educação, Membro do Conselho Editorial da Revista Psicopedagogia (desde 1995), experiência como Diretora de Berçário, colégio bilingue e atual diretora do Colégio Graphein. Presidente da ANDEA (Associação Nacional de Dificuldade de Ensino e Aprendizagem). São Paulo, SP, Brasil
IIPsicóloga, formada na Universidade Paulista, com especialização em problemas de aprendizagem. Atuação na área educacional com foco na inclusão e inserção social. Experiência como orientadora educacional em escolas particulares da cidade de São Paulo. Coordenadora no Colégio Graphein São Paulo, SP, Brasil

 

 


RESUMO

Intervenções terapêuticas eficazes precisam ser realizadas com base na compreensão integral do indivíduo, e esta compreensão acontece através de uma postura diagnóstica por parte dos profissionais durante todo o período de contato com o paciente. Esta postura engloba: conduta investigativa, estabelecimento de vínculo, troca de informações entre os profissionais que cuidam do mesmo indivíduo, reavaliações periódicas das intervenções realizadas e replanejamento, caso se faça necessário.
O texto a seguir propõe uma reflexão sobre a postura diagnóstica como instrumento de trabalho da escola. Temos como base nossa experiência na área de educação, atuando com a inclusão de alunos com dificuldades de aprendizagem/escolarização e em nossa parceria contínua com profissionais de diversas áreas que atuam com essas crianças.

Palavras-chave: Inclusão escolar, Diagnóstico, Intervenção, Psicopedagogia, Dificuldade de Aprendizagem.


ABSTRACT

Effective terapeutic interventions need to be realized based on complete individual compreension, that happens trough a diagnositic posture by the involved professionals during the hole contact period with the patient. This posture acomplishes: investigative conduct, adequate connection between professional and patient, interatction between professionals involved in each individual care, periodic evaluations of the realized interventions, and replaning whenever necessary.
The following paper offers a reflexion over the diagnostic posture as a tool for the school work. We used our experience in the educational field, where we worked with students with learning disabilities, and in the continuous experience exchange with other professionals involved in these children care.

Keywords: School inclusion, Diagnosis, Intervention, Learning disability, Psychopedagogy.


 

 

Os profissionais de saúde e educação sabem que alunos/pacientes são seres humanos únicos e que precisam de estratégias únicas para seu pleno desenvolvimento. Portanto, é necessário que esses profissionais desenvolvam a visão de que o diagnóstico tem a função de instrumento para compreensão da singularidade do indivíduo, que atuem de maneiras diversas, não esperem as mesmas respostas e reavaliem constantemente procedimentos e objetivos. E, para que se desenvolva um trabalho amplo e dinâmico, o diagnóstico precisa ser planejado e replanejado constantemente, com profissionais dispostos a rever paradigmas e com alto grau de resiliência, pois a estratégia boa para um indivíduo pode ou não ser boa para outro.

Um exemplo que tem sido amplamente discutido, tanto por profissionais de saúde mental e educação, quanto por entidades que representam pacientes e profissionais, é o uso da medicação no tratamento/intervenção de distúrbios psíquicos e comportamentais. Alguns desses grupos são contra o uso da medicação, alegam que a prescrição tem sido abusiva por parte da comunidade médica, que mascaram os sintomas, que tem efeitos colaterais indesejados e causam dependência.

Outros são a favor, alegam que sem a medicação o paciente não se beneficia da intervenção de outros tratamentos, chegando a acreditar que a medicação é o único modo de acessá-lo.

Em nossa experiência, atuando na área de educação inclusiva, encontramos casos em que a medicação foi usada e teve bons resultados. E também casos em que não teve bons resultados e, até mesmo, foi contraproducente.

Porém, observamos que os bons resultados são alcançados quando o uso da medicação é uma decisão tomada com base nas características, nas necessidades de cada indivíduo e também no efeito que a mesma produz no desenvolvimento de cada um. E, como devem ser todas as estratégias, precisa ser reavaliada periodicamente.

Na verdade, a medicação, quando utilizada, precisa ser parte de uma intervenção realizada com base na compreensão integral do indivíduo. E a compreensão acontece ao longo de um processo, preferencialmente multidisciplinar, de investigação, criação de vínculo, troca de informações e reavaliações periódicas, que chamamos aqui de processo diagnóstico.

Falamos em processo diagnóstico porque não entendemos que deva ser feito em momentos específicos do tratamento, e sim, que deve ser uma preocupação constante do profissional. Uma postura diagnóstica e a observação cuidadosa do momento do indivíduo são pressupostos indispensáveis para construção de uma intervenção positiva.

O texto a seguir propõe uma reflexão sobre a postura diagnóstica como instrumento de trabalho. Temos como base nossa experiência na área de educação, atuando com a inclusão de alunos com dificuldades de aprendizagem/escolarização e em nossa parceria contínua com profissionais de diversas áreas que atuam com essas crianças e adolescentes.

 

Conhecer o indivíduo

Diagnósticos não são sentenças imutáveis e nem mesmo são o ponto final de um processo. Saber o que acontece com determinado indivíduo, entender a causa de suas dificuldades e inadaptações, dar um nome ao quadro apresentado não pode, em nenhuma hipótese, finalizar o processo de construção de uma intervenção adequada e nem limitar o desenvolvimento.

O diagnóstico é um recurso utilizado para compreender o indivíduo em sua singularidade, e não um nome para o qual a ciência tem receitas pré-estabelecidas de atuação. É o ponto de partida para intervenções que visam organizar condutas, que uma vez seguidas, permitem que as pessoas se desenvolvam, aprendam a lidar com as suas próprias características, superem dificuldades e descubram habilidades.

Em determinado momento da nossa história o aluno com dificuldade de aprendizagem, aquele que não acompanhava o ritmo pré-estabelecido por um padrão único, ou por questões estruturais ou por questões de ordem psicosocial, era simplesmente excluído da educação formal. Se o aluno não acompanhava o planejamento feito para a classe, o "problema" estava no aluno que não se adaptou, ele era o "mau aluno".

Nos tempos atuais essa visão está mudando. As escolas se vêem diante da necessidade de incluir o aluno que não se adapta ao padrão linear da ensinagem. Políticas governamentais, propostas pedagógicas e teorias da educação, apontam nessa direção: a educação deve contemplar todos e, educadores e instituição, precisam trabalhar com o objetivo de desenvolver um projeto pedagógico e educacional que atinja TODOS os alunos.

O foco principal passou a ser a busca de formas eficazes de propiciar a aprendizagem dos mais diversos perfis de alunos. Segundo Alícia Fernández, psicopedagoga argentina, o problema não é de aprendizagem, mas sim de ensinagem, ou seja, o que precisa mudar é o modo de ensinar.

Esse termo, ensinagem, fala do processo de ensino-aprendizagem sob a ótica da singularidade dos indivíduos que participam do processo, quem ensina e quem aprende, e também pressupõe que são posições que se alternam a todo momento. Assim como o aluno modifica padrões de pensamento, condutas e constrói conceitos a partir da ação do professor, também esse educador aprende e se transforma a partir da ação do aluno e de suas demandas. Mas para isso é necessário um educador disponível para adaptar seu padrão de trabalho a partir da necessidade de um indivíduo ou grupo específico.

Para que os educadores possam desenvolver um plano pedagógico e educacional "inclusivo" precisam deter o conhecimento dos estudantes como indivíduos. Alunos com "dificuldades de aprendizagem" têm a necessidade de serem olhados, terem suas características identificadas, serem conhecidos para que se possa atuar com eles de maneira adequada e incluí-los no processo de escolarização a que têm direito.

Ao longo de nossa trajetória como educadoras no "Colégio Graphein", uma escola inclusiva, pudemos constatar que, para que isso aconteça, é necessário, algumas vezes, um processo diagnóstico formal, porém se faz necessária sempre uma postura diagnóstica. Essa postura se caracteriza por uma disponibilidade do educador para conhecer aquele aluno específico e atuar atendendo suas necessidades. É o que chamamos de olhar identificatório diante das situações do cotidiano.

Estas ideias se aplicam não apenas às crianças com algum transtorno definido, mas também às crianças e adolescentes sem nenhum comprometimento aparente que não conseguem se desenvolver no processo acadêmico, apresentando dificuldades para aprender, questões comportamentais ou ambas associadas. Acreditamos que para atender a singularidade existe a necessidade de um trabalho que tenha uma abrangência ampla. Entendemos que o problema de aprendizagem é parte de um indivíduo que precisa ser considerado em sua totalidade. Precisamos de uma equipe interdisciplinar com diferentes olhares para uma compreensão global.

Um diagnóstico não é apenas nomear um conjunto específico de distúrbios, problemas e dificuldades. É, antes de tudo, um levantamento completo de sintomas que se manifestam como ações, comportamentos ou atitudes de uma pessoa e que estão constituindo um funcionamento desarmônico, ritmo lento de desenvolvimento, insatisfação e/ou inadaptação. Pressupõe ir além da descoberta de problemas, faltas, dificuldades ou impossibilidades, e prevê a descoberta de habilidades em potencial, apontar possibilidades e outros aspectos construtivos, que certamente existem em todas as pessoas. E, a partir daí, descobrir estratégias adequadas àquele indivíduo e apontar caminhos para a intervenção.

 

Mediar o desenvolvimento

Chamamos de intervenção o processo de atuação direcionado e contextualizado, elaborado pela articulação de um conjunto de informações da singularidade de cada envolvido na relação terapêutica/escolar. São as estratégias usadas para propiciar o desenvolvimento positivo do indivíduo e que devem objetivar a construção de habilidades para uma inserção social positiva.

Assim como o processo diagnóstico, é fundamental que cada aspecto da intervenção realizada tenha um caráter multidisciplinar, processual e singular:

- Multidisciplinar: trabalhando todos os aspectos do indivíduo poderemos garantir uma estimulação eficaz. Acreditamos que com as informações trazidas por todos os profissionais envolvidos no processo é possível estabelecer objetivos e estratégias comuns e também avaliar se os caminhos escolhidos estão tendo bons efeitos. A medicação está tendo o efeito desejado? Quais as atividades prendem mais a atenção do aluno? Tem ido à terapia? São informações importantes que devem circular entre a equipe de trabalho.

- Processual: uma vez iniciada a intervenção, todas as ações precisam seguir um padrão básico e ininterrupto:

=> planejar => desenvolver => avaliar => replanejar => planejar...

O indivíduo muda, novas demandas surgem e os profissionais devem adaptar permanentemente seus objetivos, condutas e instrumentos.

- Singular: porque mesmo tendo um mesmo diagnóstico ou características muito semelhantes os seres humanos são diferentes. Um distúrbio, uma síndrome, uma doença, jamais podem se sobrepor às necessidades daquele indivíduo específico.

Ressaltamos ainda que, muito além do nome dado àquilo que causa o conjunto de sintomas, o objetivo de um diagnóstico interdisciplinar é, como já dissemos, a descoberta das singularidades do indivíduo. E, essa mesma singularidade determinará os caminhos da intervenção a ser realizada.

Para elucidar o que foi dito acima tomemos o seguinte exemplo: dois alunos com o diagnóstico de Síndrome de Down que estudam na mesma sala de aula. Um planejamento igual não suprirá a necessidade específica deles. Cada um, apesar da mesma Síndrome, tem centros de interesses, características, competências e dificuldades que lhe são peculiares. Com cada um deles o educador deverá desenvolver projetos de ensinagem diferentes.

Após a avaliação inicial e o diagnóstico construído (que é sempre transitório), o profissional educador planeja e operacionaliza ações, mas se mantendo sempre atento e fazendo as reavaliações necessárias, que vão levar a construção de novas propostas de intervenção, que por sua vez, exigem nova reavaliação. E assim sucessivamente, durante todo o trabalho com aquela criança ou adolescente.

Intervenções construídas com aspectos levantados pelo diagnóstico e conduzidas sempre com o pressuposto de que "re-planejar é preciso" face às observações que fazemos, certamente serão agentes de mudanças, de novas construções e de novas aprendizagens. Tanto para o aluno que está sendo atendido e sua família, quanto para o profissional que o está atendendo. Trabalhando com diagnósticos que apontam caminhos, a aprendizagem é oportuna para todos que estão envolvidos no processo: alunos, famílias e profissionais.

Somente assim o diagnóstico poderá cumprir sua função: dar subsídios para uma intervenção que possa resgatar o aluno e habilitá-lo a lidar com as suas próprias características de maneira produtiva e indicar possibilidades de inserção social que respeitem sua singularidade.

Uma intervenção educacional, para atender a demanda do aluno com dificuldades de aprendizagem, contempla os seguintes aspectos:

• Trabalhar com a construção da percepção das dificuldades e consequente superação.

• Ver as dificuldades como características (possibilidades) e não apenas como problemas.

• Atuar nas dificuldades, transformando-as, não disfarçando, negando ou insistindo em alcançar um padrão.

Sem esses pressupostos, o objetivo de proporcionar o desenvolvimento do indivíduo não será atingido, pois uma intervenção eficaz, feita de um diagnóstico eficaz, precisará sempre de profissionais investigativos e disponíveis para detectar as mudanças e fazer os re-planejamentos necessários.

Perspectivas - uma experiência na área escolar

Agora falaremos um pouco sobre um dos aspectos da intervenção multidisciplinar: a atuação da escola dentro do processo de ensino-aprendizagem. A importância da escolarização vai além da construção acadêmica formal, é nesse ambiente que a criança constrói saberes, amplia o repertório sócio-cultural, diversifica as possibilidades relacionais e adquire as habilidades necessárias para a solução de problemas. Portanto, é o lugar privilegiado para a mediação de situações conflituosas e para a detecção de necessidades terapêuticas.

Nossa experiência, como já dissemos, acontece em uma escola regular, da rede particular de São Paulo, que trabalha com inclusão e tem como política pedagógica o respeito às características específicas de cada aluno. Nosso principal objetivo é trabalhar sua singularidade e despertar nele uma relação positiva com a instituição escolar e o aprendizado.

Nossa escola tem suas origens em maio de 1977, em um berçário com proposta de educação psicoprofilática, depois ampliada para uma escola de educação infantil e ensino fundamental.

O movimento pela inclusão trouxe a tona a necessidade das escolas se adaptarem ao trabalho com todos os alunos, porém a nossa experiência é anterior a isso e sempre foi marcada pela busca de um modelo ideal de inclusão, onde todos os alunos pudessem ser escolarizados e não apenas permanecerem num mesmo espaço dentro da instituição escolar.

Como garantir que diferentes perfis de alunos, com ritmos próprios de compreensão, estando em fases de amadurecimento emocional diferentes, possam ser trabalhados e ter seu desenvolvimento mediado?

Depois de um percurso de crescimento, marcado por diversas tentativas na busca do modelo ideal de inclusão para todas as crianças, chegou-se à conclusão da necessidade de desenvolver um novo tipo de estrutura escolar que pudesse preparar os alunos para uma inserção social positiva.

Essa estrutura prevê, hoje: currículo estruturado em módulos semestrais, grupos classe de, em média, oito a doze alunos, planejamento pedagógico individual, orientação educacional especializada, oficinas pedagógicas, tutoria e, acima de tudo, o estabelecimento de um vínculo positivo entre o aluno e a equipe de educadores.

Como já dissemos anteriormente as intervenções realizadas devem responder às necessidades específicas de cada indivíduo. Assim como a mesma medicação pode ter bom efeito em uma pessoa e em outra não, também as estratégias pedagógicas precisam ser adequadas ao aluno e ao momento do aluno. Essa é, na verdade, a proposta de inclusão escolar, relatada aqui, tendo como base o trabalho realizado por nossa equipe.

O trabalho começa com a construção do "Projeto Singular", especialmente organizado para cada aluno:

- É feito um levantamento de dados das conversas com a família e com os profissionais que atendem o aluno, além do que foi observado na avaliação psicopedagógica.

- A análise posterior dos dados permite que sejam localizadas áreas ou itens de interesse em torno do qual as atividades serão organizadas e indícios de habilidades potenciais que poderão ser desenvolvidas, além de permitir localizar, ainda que em linhas gerais, as lacunas que existem no processo de construção do conhecimento desse aluno.

- Construir o Planejamento com conteúdos de cada área do conhecimento, semanalmente, e organizar atividades considerando o que foi levantado nos itens anteriores. Em grupo ou individualmente, apresentar as atividades ao aluno e avaliar o seu desempenho, considerando não só o resultado, como também, o interesse e o envolvimento durante a realização das atividades. Na sequência, se necessário, replanejar, introduzindo ou eliminando conteúdos, criando novas estratégias ou usando outros materiais didáticos. Refletir sobre atitudes ou ações do professor em situações que não foram previstas, quando o aluno ou grupo de alunos apresentou novas demandas e essas foram levadas em conta pelo professor.

Muitos objetivos estão sendo visados para os alunos e podem ser compilados em alguns aspectos básicos:

1. Recuperar a autoestima, já que, quando chegam ao colégio, apresentam muitas marcas de sofrimento, pois tiveram suas dificuldades ressaltadas e suas habilidades esquecidas ou não notadas.

2. Resgatar o prazer em aprender, que faz parte do instinto de todos os seres humanos e que pode deixar de existir em situações de dificuldades de aprendizagem; é importante apontar que o prazer está na base do que é chamada "motivação para a aprendizagem", dependendo muito mais de um funcionamento intra-psíquico do que de propostas externas que são chamadas de motivadoras.

3. Favorecer a discriminação de aspectos que caracterizam as dificuldades, sem julgamentos, mas como soluções que possam ser construídas. Paralelamente, procurar encontrar sinais bem claros de habilidades que sejam potenciais.

4. Dar oportunidade para o desenvolvimento de habilidades e construção de conhecimento, localizando lacunas importantes na aprendizagem, usando e/ou criando estratégias didáticas variadas e adequadas para cada aluno.

5. Priorizar o estabelecimento do vínculo com o aluno, pois é nesse campo que se constroem ou se resgatam as relações de confiança e admiração com o adulto que ensina. Dar oportunidade para que o aluno valorize o que pensa de suas ideias e das ideias e propostas do professor.

6. Inteirar-se dos dados colhidos sobre o aluno com a família e profissionais, ser um permanente observador levantando outras informações e considerar importante ou mesmo imprescindível discutir em equipe essas informações.

7. Durante o desenvolvimento de atividades de qualquer natureza, manter uma postura de mediação, procurando sustentar o aluno em seus aspectos emocionais, procurando utilizar de perguntas que o direcionem a desenvolver sua atividade com, no mínimo, um relativo sucesso, para que ele tenha algumas vivências que o ajudem na construção da confiança em si mesmo.

Trabalhando as competências, as diferentes inteligências, as possibilidades e os interesses de cada um, a aprendizagem acontece de forma individual, respeitando o ritmo de cada um. Porém, a formação integral acontece no grupo e todos se beneficiam das relações interpessoais estabelecidas. Existe a troca, o debate, a divergência, o repertório do grupo e de cada um de seus elementos se constrói e se enriquece.

Percebemos que é importante trabalhar a autoimagem, pois muitos alunos não acreditam em suas capacidades. É necessário mediar a descoberta do EU POSSO, para garantir uma significativa descoberta do EU APRENDO.

Desta forma, o aluno aprende a lidar com suas próprias características e pode se tornar um adulto com boa atuação social.

 

Referências

FABRICIO N. C.; LEAL, M. Projetos educacionais alternativos. In: SAITO M.I., SILVA, L. (coord.) Adolescência: prevenção e risco. São Paulo: Editora Atheneu, 2001.         [ Links ]

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FERNANDEZ, Alicia. Fracasso escolar: de quem é a culpa? Porto Alegre: Artmed, 2001.         [ Links ]

PAIN, Sara. Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 1985.         [ Links ]

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