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Construção psicopedagógica

versão impressa ISSN 1415-6954versão On-line ISSN 2175-3474

Constr. psicopedag. vol.32 no.33 São Paulo  2022

http://dx.doi.org/10.37388/CP2022/v32n33a02 

ARTIGOS ORIGINAIS

 

Aspectos emocionais da adaptação escolar de crianças de dois a cinco anos: contribuições à formação docente

 

Emotional aspects of school adaptation of children from two to five years: contributions to teacher learning

 

 

Lais Sanches do Nascimento1; Andreia Cristiane Silva Wiezzel2

Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

 

 


RESUMO

Este trabalho analisa os aspectos emocionais que permeiam a adaptação escolar de crianças de dois a cinco anos na educação infantil. Estes aspectos envolvem, basicamente, os sentimentos e reações que surgem no momento da entrada na escola, tais como o medo, a preocupação e a insegurança. Tais sentimentos podem afetar o desenvolvimento emocional da criança e influenciar negativamente nas relações no ambiente escolar, caso não sejam superados com um bom acolhimento. Quando essas questões estão sob a ciência dos professores, torna- se mais fácil compreender os momentos difíceis e promover ambientes favoráveis à adaptação. Desta forma o objetivo geral deste estudo foi discutir os aspectos emocionais e propor ações que colaborem com a adaptação das crianças e famílias, tendo como objetivos específicos: delimitar o conceito de adaptação escolar; apontar e discutir as emoções da família e criança durante o processo; analisar a natureza dos vínculos mãe-filho, mãe-professor e professor-aluno e suas influências na adaptação; analisar o papel da família e escola neste momento e elaborar estratégias de acolhimento para crianças e família. O trabalho foi desenvolvido mediante pesquisa teórica, envolvendo autores que trabalham na área. Concluiu-se que as crianças podem expressar dificuldades de adaptação por meio do choro, resistência, pobreza no brincar e pouca comunicação. A família também enfrenta desafios já que, geralmente, as mães sofrem inquietações e questionamentos envolvendo a entrada do filho na escola. Neste contexto a professora se destaca como alguém de grande potencial e conhecimentos para dar suporte às famílias e promover brincadeiras construtivas e calmantes, acolhendo as crianças e famílias.

Palavras-chave: Adaptação Escolar, Educação Infantil, Formação de Professores.


ABSTRACT

This project analyzes the emotional aspects that permeate the school adaptation of children aged two to five years old in early childhood education. These aspects basically involve the feelings and reactions that arise when entering school, such as fear, worry and insecurity. Such feelings can affect the child's emotional development and negatively influence relationships in the school environment, if they are not overcome with a good reception. When these issues are under the knowledge of teachers, it becomes easier to understand difficult times and promote a favorable environment to adaptation. Thus, the general objective of this study was to discuss the emotional aspects and propose actions that collaborate with the adaptation of children and families, having as specific objectives: to delimit the concept of school adaptation; point out and discuss the emotions of the family and child during the process; to analyze the nature of mother-child, mother-teacher and teacher-student bonds and their influences on adaptation; analyze the role of the family and the school in this moment and develop reception strategies for children and families. The research was developed through theoretical research, involving authors who work in the area. It is concluded that children can express their difficulty in adapting through crying, resistance, not playing so much and little communication. The family also faces challenges, since, generally, mothers suffer concerns and questions regarding the entry of their child into school. In this context, the teacher stands out as someone with great potential and knowledge to support families and promote constructive and calming games, welcoming children and families.

Keywords: School Adaptation, Child Education, Teacher Training.


 

 

Introdução

A pesquisa analisa os aspectos emocionais que perpassam e desafiam a adaptação escolar de crianças entre dois a cinco anos na educação infantil. A vivência escolar traz desafios para a criança e sua família, que enfrentam sentimentos de insegurança, medo, preocupação e dor pela separação. Todos esses sentimentos são comuns durante o processo de adaptação, entretanto, é importante a sua superação, já que podem interferir no comportamento da criança no ambiente escolar.

O problema coloca em evidência a importância da atenção e cuidado com a adaptação escolar, tendo em vista que as primeiras experiências escolares da criança irão influenciar em sua estabilidade emocional neste espaço. Quando são superados os desafios da adaptação, as crianças se colocam à disposição para explorar e se conectar ao ambiente, manifestando prazer por suas experiências. Caso contrário podem ficar inseguras, o que pode ser prejudicial ao seu desenvolvimento. Esse processo é complexo, pois a escola é um desafio para as crianças. Elas necessitam se habituar a esta nova realidade, precisando de um acolhimento de qualidade para que isso aconteça:

Alguns estudos têm mostrado que tanto as mães como as educadoras descrevem as primeiras semanas em cuidados alternativos como altamente estressantes, especialmente para bebês e crianças pequenas. O ambiente desconhecido, as novas rotinas, a alimentação, as pessoas não familiares, as separações diárias e a ausência da mãe colocam-lhes uma significativa exigência social e emocional (RAPOPORT e PICCININI, 2001, p.86)

Diante disto a escola precisa estar organizada quanto ao processo de adaptação, oportunizando um planejamento acolhedor, com uma rotina adequada para este momento. Uma postura acolhedora auxilia a criança e sua família a enfrentarem as dificuldades da adaptação, pois, por meio do suporte da equipe pedagógica, se sentem mais seguras para começarem a criar laços de confiança com a escola.

Neste contexto é fundamental analisar e discutir sobre adaptação escolar, já que o domínio dessa temática pode oferecer qualidade à vida escolar e facilitar a promoção do desenvolvimento emocional, cognitivo e a socialização das crianças. Os passos mais importantes da escola neste sentido consistem, portanto, em utilizar estratégias acolhedoras para possibilitar a adaptação das crianças e construir uma boa relação com as famílias.

A pesquisa traz como objetivo geral discutir os aspectos emocionais que interferem na adaptação e sugerir ações quanto à adaptação das crianças e famílias. De forma específica os objetivos desta investigação foram: delimitar o conceito de adaptação escolar; apontar e discutir os sentimentos da criança e da família; caracterizar as relações mãe-filho, mãe-professor e professor-aluno e suas influências na adaptação escolar; analisar o papel da escola e da família durante a adaptação e elaborar estratégias de acolhimento para crianças e famílias.

 

Metodologia

Mediante os objetivos propostos foi desenvolvida uma pesquisa eminentemente teórica, trabalhando com autores clássicos acerca do desenvolvimento emocional infantil, tais como Winnicott (1979; 1987) e Bowlby (2002; 2006) e autores da área da adaptação infantil, como Oliveira (2018), Rapoport e Piccinini (2001), Manzano e Pinto (2006). O trabalho também levou em consideração as Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil (2010) e a política de formação de professores para esta modalidade de ensino.

Na falta de um material mais sistematizado com relação ao tema, pretende-se que este trabalho venha ao encontro de anseios de professores de educação infantil que se deparam com dificuldades significativas durante o processo de adaptação escolar, oferecendo subsídios que os auxiliem em suas reflexões e práticas.

 

Resultados

Rapoport e Piccinini (2001) definem a adaptação escolar como o ingresso no ambiente de estudos, afirmando que este é um período no qual as crianças enfrentam desafios. Winnicott (1979) destaca que, para crianças, a vida constitui uma série de experiências difíceis, o que justifica a dificuldade e sofrimento que passam diante das mudanças. As novidades são dolorosas para crianças pequenas, pois ainda não possuem mecanismos para entender as mudanças.

As crianças expressam suas dificuldades de adaptação de diversas maneiras. De acordo com Rapoport e Piccinini (2001) o choro é um dos principais meios de expressão das crianças. A pouca interação com o ambiente e a agressividade também indicam, geralmente, desconforto da criança. Tais reações constituem formas de externalização de sentimentos pela criança diante da situação desagradável e da consequente separação da família.

Neste processo as famílias também precisam se adaptar, já que irão iniciar o compartilhamento dos cuidados e educação da criança com a escola, o que pode gerar muitos questionamentos e até mesmo conflitos. De acordo com Winnicott (1979) as professoras precisam utilizar de seu conhecimento para respaldar as mães e assegurá-las do bom atendimento aos seus filhos. Isto fará com que se sintam seguras para colaborar com a adaptação, transmitindo aos filhos segurança, coragem e afeto.

O vínculo afetivo entre mãe e filho é importante, pois a partir deste se desenvolve a segurança. Rapoport e Piccinini (2001) caracterizam o apego entre mãe e filho como um meio de sobrevivência para a criança. Bowlby (2002) incrementa as discussões sobre o apego, apresentando-o como necessário à relação professor e aluno, atuando, também, como meio facilitador para o processo de ensino e aprendizagem. Estes resultados gerais serão melhor desenvolvidos a seguir.

 

Adaptação escolar: questões gerais

Adaptação, em linhas gerais, envolve um ajuste do indivíduo a uma nova realidade ou às mudanças. Este ajuste vem a ocorrer, por exemplo, com um bebê que passa por uma sequência de situações novas após seu nascimento, saindo do útero confortável e tentando se encontrar no mundo exterior, respirar sem ajuda, comunicar suas necessidades e até se acostumar com a luz do ambiente.

O termo "adaptação" acrescentado da palavra "escolar", de acordo com RAPOPORT; PICCININI (2001) se refere ao início da vida na escola ou ingresso no ambiente de estudo, um período no qual a criança enfrenta desafios, como: a despedida dos pais, local novo, relacionamento com a professora e outras crianças, rotina, compartilhamento de brinquedos, refeições e sono. É, também, uma transição de seu cuidado, que passa a ser compartilhado com a creche.

Ressalta-se que não se trata de uma troca de responsabilidades, mas de uma complementação dos cuidados com a criança, por parte da família e escola. Não é um processo simples, requer tempo, paciência e compreensão da equipe pedagógica para com as crianças e suas famílias, assim como dos familiares para com os profissionais da escola - ambos sensíveis com suas próprias e possíveis dificuldades das crianças.

O pediatra e psicanalista infantil Donald Woods Winnicott apresenta em seus escritos que "Para as crianças e muito mais para os bebês, a vida é apenas uma série de experiências terrivelmente intensas" (WINNICOTT, 1979, p.76). Isso implica afirmar que as experiências com a adaptação podem ser desgastantes e tensas porque os bebês e as crianças não possuem os mesmos mecanismos psíquicos que os adultos para lidarem com o desconhecido.

Esta condição traz pistas para os desafios que envolvem a adaptação, instigando à reflexão das vivências escolares por parte de crianças pequenas. A adaptação pode ser vista como conturbada em alguns casos porque pode desencadear, na criança, sensações de irritabilidade, insegurança e abandono. Tais sensações podem ser refletidas no ambiente escolar, podendo causar uma tensão entre os que ali convivem.

Outros termos como desafiadora, difícil e necessária agregam à concepção de adaptação escolar, já que se trata de um processo com instabilidade relativa ao aspecto emocional da criança. Por isso é fundamental uma adaptação ao meio escolar de forma positiva, para que seja estimulado o prazer pela escola. A instituição escolar é um ambiente com grande possibilidade para oferecer uma atmosfera neutra, em termos emocionais para a criança, o que favorece sua adaptação.

[...] o fornecimento, durante algumas horas diárias, de uma atmosfera emocional que não é tão densamente carregada do lar [...] propicia à criança uma pausa para o desenvolvimento pessoal. Também novas relações triangulares menos intensamente carregadas do que as familiares podem ser formadas e expressas entre as próprias crianças. (WINNICOTT, 1979, p. 216).

Como os adultos, cada criança tem seu tempo de associação ao novo e um ritmo para compreender as mudanças em sua vida. Diante de mudanças e, em especial no caso aqui tratado, que envolve a adaptação escolar, as reações das crianças são muito importantes para sinalizar o êxito ou não das ações que envolvem a adaptação. Para além da simples observação das reações das crianças, é necessário um olhar para a reação dos pais e professores também, pois todos esses elementos se influenciam mutuamente.

Convém ressaltar que muitas famílias optam por cuidados alternativos fora do ambiente escolar em idade de creche, deixando os filhos sob a observação de avós, irmãos mais velhos ou babás. Quando não há a necessidade de a mãe trabalhar - realidade que não é muito presente no tempo em que se vive - os filhos permanecem em interações sociais muito restritas, às vezes limitadas ao cuidador, com quem as crianças desenvolvem apego.

Após construir apego com o familiar é desafiador à criança se apegar a outras pessoas. Ao entrar em contato com essa experiência de criar novos laços o medo é despertado, afirma Bowlby (2002). As reações negativas de deixar momentaneamente o porto seguro de apego são despertadas no período de adaptação, reações estas que serão analisadas logo adiante. Apesar das dificuldades iniciais o apego pode e deve ser construído entre aluno e o professor, pois, por este meio, este se tornará para a criança uma fonte de segurança e exemplo, o que é essencial a uma adaptação com segurança.

 

As emoções da família e da criança durante o processo de adaptação

Quando se adentra a discussão quanto ao processo de adaptação escolar não apenas as crianças importam, como, também, sua família e os professores. Essa fase de ingresso na escola é de forte impacto, visto que marca o momento de separação da criança e sua mãe ou de quem desempenhe tal papel, podendo ser doloroso, preocupante e de muita insegurança para ambas as partes.

As crianças passam pelos sentimentos de abandono e estranheza diante do novo ambiente e pessoas. Entre as famílias os questionamentos serão sobre como as crianças serão cuidadas, se ficarão bem e se suas necessidades serão supridas. Há, ainda, o sentimento de culpa, geralmente por parte da mãe, por "dividir" seu papel em função de suas outras obrigações.

Oliveira (2018) afirma que todos esses questionamentos despertados pelo ingresso à educação infantil promovem uma experiência conflituosa para a família, que teme o sofrimento das crianças no novo ambiente. Em contrapartida traz alívio por conseguir uma instituição que auxiliará nos cuidados com a criança para que possam se dedicar à sobrevivência material. Isto é apenas uma prévia dos aspectos emocionais envolvidos na adaptação.

A maioria das crianças, no momento de adaptação, expressa o sentimento de recusa à permanência na escola por meio do choro. Essa reação já é esperada pela escola e caracteriza-se como comum entre as crianças. Diante disso sempre há uma movimentação da escola para que esse choro seja cessado, já que a expressão de desespero da criança gera desconforto ao adulto. O choro é um meio, para a criança, de recuperação da mãe ou o recebimento de uma ajuda para encontrá-la (BOWLBY, 1982).

Chorar é uma ação que representa, portanto, o incômodo, a dor. Sofrimento em decorrência da separação do adulto de referência, que causa na criança a insegurança e o medo por não ter ciência do que irá acontecer em seguida e nem se irá recuperar sua ligação principal. É a saída da zona de estabilidade e a entrada na zona de atrito. Essa situação não necessariamente deve ser vista como ruim. Na verdade, todas as vezes que as pessoas se deparam com um desconforto é exigido dela que desenvolva novas ligações e busque meios de resolução. Com o suporte adequado as crianças irão trabalhar em seu interior a nova fase de sua vida, até que ela seja sua nova zona de estabilidade. Este desafio irá gerar novas aprendizagens, tais como a certeza de que seus pais irão retornar ao final do período para levá-las para casa.

A separação recebe grau de importância pela criança devido ao que Bowlby (2006) chama de vinculação afetiva, que tem a função de oferecer proteção. Muito mais do que necessidade biológica, este vínculo é a garantia de proteção da criança contra qualquer perigo. A escola ou professora, no contato inicial, serão vistas como um perigo pela criança.

Em outros casos as crianças entram em estado de negação e assumem uma postura mais agressiva, não interagindo com o entorno e até fugindo da sala de aula, criando uma barreira com o adulto. Nesta situação o trabalho do professor se torna custoso e cansativo. Sobre isso Rapoport; Piccinini (2001) afirmam que o comportamento negativo é um protesto pela separação da mãe e angústia sentida a partir desse fato. Exemplificam que outras atitudes associadas à negação são: olhar de cautela por parte da criança, paralisação, expressão facial assustada e a busca de um esconderijo.

Segundo Winnicott (1979) as crianças nesse momento estão aprendendo que a mãe tem uma vida própria, não pertence a ela, é algo externo que não poderá estar ao lado delas a todo o tempo. Tal compreensão não é instantânea e por isso é comum que exista uma angústia na criança em deixar sua fonte de segurança. Bowlby (2006) complementa essa visão pontuando que é costumeiro um ataque à pessoa que esteja separando a ligação afetiva entre duas pessoas, uma forma de resistência à ação.

Há ainda crianças que não possuem comportamento "agitado" - o esperado por muitos professores - expressando quietude, isolamento, "[...] pobreza no brinquedo e na comunicação com adultos e pares, com baixa expressão de sentimentos positivos e pequeno interesse nas atividades da creche" (RAPOPORT; PICCININI, 2001 p.86). Estes também podem ser efeitos emocionais que a assimilação à escola causa na criança. Se afastar e negar participação indica que a criança ainda não está se sentindo confortável no espaço, assim como outras atitudes evasivas mais expressivas e difíceis de controlar.

Como já mencionado as famílias também sofrem com a adaptação escolar, precisando a escola estar aberta para oferecer suporte e construir a confiança. A preocupação é um dos primeiros sentimentos a serem despertados na família devido às atitudes da criança, percebidas no momento em que se despedem delas. A preocupação é uma ação natural nas figuras familiares diante destas situações, podendo gerar dúvidas referentes aos cuidados dispostos à criança e insegurança diante da escola. Diante de possíveis prejuízos ao processo, é necessário que essas questões sejam expostas ao professor, de maneira a evitar que a criança seja prejudicada em sua exploração do ambiente.

Um fato que merece atenção é a possível sensação da mãe de não oferecer o suficiente ou de não ser capaz de estimular o desenvolvimento do seu filho. As responsabilidades da maternidade, os aspectos emocionais despertados na adaptação escolar, juntamente com a falta de conhecimento do trabalho pedagógico na educação infantil podem gerar ou intensificar esses sentimentos:

A entrada na escola poderá também gerar inquietações na mãe, que pode interpretar erroneamente a necessidade infantil de oportunidade de desenvolvimento além do âmbito familiar e pensar que essa necessidade resulta mais de sua própria inadequação do que do desenvolvimento natural da criança. (WINNICOTT, 1979, p.2019)

A insegurança diante do papel de mãe/família e o apego para com a criança, podem ainda despertar ciúmes no relacionamento entre o aluno e o professor. É esperado que sentimentos felizes fossem gerados a partir de uma satisfatória adaptação da criança na escola. Todavia, Winnicott (1987), dissertando sobre separação entre mães e filhos, aponta que também é de se esperar que a mãe não goste de saber sobre a existência de alguém que cuide "melhor" do filho do que ela. O bom tratamento para com a criança pode fazer com que a mãe sinta ciúmes, o que pode reforçar os pensamentos negativos sobre o papel de mãe.

Diante desses fatos inerentes à emoção humana é importante que o professor esteja sempre próximo e trabalhe em colaboração e diálogo com as famílias, no intuito de minimizar esse tipo de conflito, pois pode prejudicar o processo de adaptação. Esse ponto será mais bem explorado na próxima seção.

 

A natureza dos vínculos entre mãe e filho, mãe e professor e professor/aluno: influências no processo de adaptação

A mãe é a pessoa da qual a criança extrai sua confiança, coragem e determinação. Geralmente é ela que irá "[...] apresentar o mundo à criança da única maneira que não gera o caos, que é pela satisfação de necessidades à medida que elas surgem." (WINNICOTT, 1979, p. 207). A conexão entre mãe e filho é estabelecida pelos pequenos atos de cuidado cotidianamente e, devido a esta intensa ligação, alguns sentimentos são transferidos de um para o outro, desde a gestação. Em momentos de grande dor, dificuldade ou preocupação, o bebê percebe as sensações de sua mãe. Por essa razão a figura materna precisa se preparar para enfrentar a adaptação escolar, controlando seus medos e receios de maneira a passar a seu filho sentimentos positivos e construir um apego que transmita segurança. Rapoport; Piccinini (2001, p. 82) ressaltam que "O apego tem a função de sobrevivência, já que busca promover e manter uma proximidade segura com o cuidador principal". O vínculo de apego faz com que a criança entenda que não está sozinha.

É importante ressaltar que esse cuidador principal não será a mãe em todos os casos, atualmente os pais, avós e tios têm ganhado muita representação nas construções familiares, desconstruindo o estilo familiar nuclear, isto é, aquela dentro dos padrões sociais. Este fator não dispensa a necessidade de um suporte para a criação da criança e o desenvolvimento do vínculo. Rapoport; Piccinini (2001) afirmam que nas famílias em que a mãe não recebe suporte para exercer a função, os filhos tendem a ter uma adaptação escolar mais difícil. Isto evidencia a relevância e a necessidade de um grupo de apoio para a mãe, podendo ser, inicialmente e quando possível a figura do pai (WINNICOTT, 1982).

Esses dois aspectos podem contribuir para o desenvolvimento da criança, uma vez que boa parte da carga da maternidade está relacionada à mãe. Em concordância com Winnicott (1979) a mãe, "[...] é necessária como alguém que sobrevive diariamente e que pode integrar os diversos sentimentos, sensações, excitações, zangas e pesares etc..., que contribuem para estruturar a vida da criança [...]" (WINNICOTT, 1979, p. 206). Por dar a conhecer o mundo à criança e pela intensidade dos vínculos e sentimentos que a mãe experimenta, um entorno favorável à mãe - que a permita se dedicar a esse trabalho majestoso - potencializa um desenvolvimento saudável ao bebê.

Complementando a discussão acerca do vínculo mãe-filho, deve-se falar sobre saúde mental. Ainda que a troca de diversos sentimentos construtivos à criança se encaixe nesse quadro é fundamental destacar que as vivências da infância serão palco para o futuro jovem/adulto. A personalidade é desenvolvida durante a fase inicial da vida, em conjunto com momentos que família e escola proporcionam à criança. Portanto, as boas relações não devem se resumir aos contatos maternos, mas devem permear todas as relações com as pessoas mais próximas, incluindo a escola. Para isso, um trabalho próximo entre escola e família é fundamental para a continuidade e estabilidade dos cuidados em saúde mental com a criança, permeando o sentido do cuidar e do educar na educação infantil.

Bowlby (2006) aponta que as experiências da infância irão influenciar o futuro das pessoas, sendo possível que elas encontrem uma base segura ou não e tenham relacionamentos gratificantes ou não. É necessário, para que haja maiores possibilidades de desenvolvimento de base segura, destinar atenção à criança e cuidados durante toda a infância e adolescência. Uma educação humanizada, provida de um ambiente saudável, acolhedor, estável emocionalmente e atencioso para com a construção de um ser humano autônomo, seguro, interessado será de valor inestimável ao desenvolvimento da criança.

Esta abordagem implica diretamente no início da vida escolar da criança. Quando a escola recebe um aluno com um alicerce emocional forte, esta terá maior facilidade em cativar seu interesse pelo aprendizado e promover a construção do conhecimento. É o melhor contexto para apresentar a educação em seu aspecto transformador, de desenvolvimento, e não como uma obrigação entediante em que muitos estudantes já não destinam grande interesse.

Sabe-se que boa parte da aprendizagem é concebida, inicialmente, pela imitação, entretanto, para imitar é necessário um modelo. Assim, para as crianças, a família será o primeiro e maior exemplo, que será tido como referência. Valorizar e se dedicar a esta conexão é importante para que as crianças consigam resgatar, na memória, suas lembranças, observações e as trazer para seus momentos de dificuldades como meios que as confortem em suas angústias. O momento de adaptação escolar exige muito esse movimento por parte da criança: "O valor dos exemplos só pode ser que ilustram a vasta gama de fenômenos e de técnicas usadas pelas crianças sadias em momentos de aflição e separação" (WINNICOTT, 1979, p.191). Nesta dinâmica pensando no momento de adaptação escolar, se há a demonstração, por parte da família, de que a escola é algo muito importante, por exemplo, os pequenos tendem a ir ao encontro deste ambiente.

Ao se tratar da relação entre pais e professores o objetivo comum que justifica e estrutura tal relação é, sem dúvida, o desenvolvimento da criança. A educação infantil, determinada no artigo 7° da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) enquanto "dever da família e do estado", reafirma a necessidade dessa parceria. Essa parceria deve ocorrer em todo o período escolar, principalmente no momento de adaptação, momento da estruturação das bases de tal processo: "Os primeiros contatos entre as famílias e profissionais são decisivos na construção do relacionamento entre ambos" (MARANHÃO; SARTI, 2008, p.181).

A adaptação da criança e família envolve, dentre outros aspectos, o acolhimento das emoções desencadeadas em ambos nesta nova fase. Levando em conta as ideias de Winnicott (1979), as relações cordiais entre professora e mãe são importantes para despertar a confiança na mãe e tranquilizar a criança. O autor diz ainda que esse contato possibilita que o professor entenda possíveis comportamentos do aluno em detrimento da vivência ou ação familiar, sendo capaz de oferecer suporte às mães e incentivo diante das dificuldades e inseguranças associadas à função. Portanto, na adaptação, professores e famílias poderão compartilhar os fatores que atingem a criança e discutir possibilidades para amenizar possíveis dificuldades. Neste contexto a professora detém formação que proporciona um espaço de fala para tranquilizar a mãe sobre reações comuns à criança na adaptação escolar e trabalharem em conjunto neste período. Para isto ocorrer a mãe precisa confiar na capacidade dos profissionais.

Dentre as relações favoráveis para o desenvolvimento da criança está, também, a relação professor-aluno. Este envolvimento é importante para que haja abertura emocional para trocas e espaços para construção de conhecimento. Durante todo o trabalho com a criança é fundamental que o professor se coloque à disposição para conhecê-la e trabalhar consoante suas necessidades, evidenciando que seu papel é viabilizar ambientes e vivências que irão oportunizar o desenvolvimento integral da criança (BRASIL, 2012). Este processo é relevante para que a criança sinta prazer em frequentar a escola. Para isso, primeiramente, o professor necessita entender quem é este novo aluno, aproveitando o momento de adaptação para agregar vínculo à criança e aos pais. Após conhecer os pais é importante que o professor se prontifique a atender as necessidades que uma criança pequena demanda e que, certamente, encontram-se no cerne das preocupações da família.

Na fase de adaptação, portanto, é muito importante que o professor tenha como foco o desenvolvimento do vínculo com seu aluno, para que assim que as dificuldades citadas durante o período de adaptação (medo, insegurança, choro, rejeição etc.) surjam, estas sejam acolhidas e trabalhadas em parceria.

 

O papel da escola e da família durante a adaptação

Como já apontado a escola e a família são as primeiras instituições em contato com a criança, ambas responsáveis por sua formação em aspectos diferentes e complementares. A educação detém "[...] uma função específica de transmitir os conhecimentos historicamente construídos pela humanidade" (OLIVEIRA, 2018, p.33), proporcionando a construção da experiência e do cidadão. Já a família "[...] é responsável por transmitir amor, carinho, proteção aos seus membros [...]" (OLIVEIRA, 2018, p. 33), assim como valores, comportamento adequado e incentivo. Estas funções se dividem em educação primária - desenvolvida por parte da família - e educação secundária, - provinda do ambiente escolar. As duas esferas devem trabalhar em conjunto para o desenvolvimento integral do indivíduo (emocional, motor, intelectual e social).

A escola representa na vida da criança um complemento da ação familiar, assim como definido na Constituição Federal de 1988, no Art. 29 e dentro da própria teoria winnicottiana. Desta forma a adaptação envolve não apenas a criança, mas sua família, como já destacado. Isto porque, como já especifica o termo "complemento", a instituição não agirá sozinha e a família precisa se sentir à vontade na escola para colaborar. Por isso durante o período de adaptação é fundamental a escola demonstrar consideração sobre as inquietações dos familiares e da criança, fazendo um acolhimento por meio da escuta. "A escuta implica, portanto, no reconhecimento de um sujeito" (MANZANO; PINTO, s/p, 2006).

Exercitar a escuta é ouvir angústias, preocupações e estar à disposição, oferecendo um suporte. O professor será responsável por este contato direto:

[...] a professora tem responsabilidade e oportunidade duplas. Tem a oportunidade de dar assistência à mãe na sua descoberta das próprias potencialidades maternas, e de assistir à criança para que supere os inevitáveis problemas psicológicos com que o ser humano em desenvolvimento se defronta. (WINNICOTT, 1979, p. 220)

Oliveira (2018) salienta que é essencial respeitar, acolher e valorizar as ideias e formas de viver das famílias e crianças atendidas na escola, principalmente em um país com grande número de diversidade cultural no mesmo território. Cada criança possui seu tempo e individualidade, alguns casos levam duas semanas para adaptação e outros até seis meses. Por meio de observações acompanhou-se o caso de duas crianças em adaptação escolar: uma delas não conseguia ficar longe da mãe nos primeiros dias, porém, logo chegou até a sala sem a companhia dela no corredor e demonstrando atos de independência; já a outra passou mais de um mês fugindo da sala, se agarrando ao portão do corredor e se recusando a comer, na esperança de que os pais viessem buscá-lo. Mesmo com esta dificuldade a professora se manteve paciente e compreensiva com os sentimentos do aluno, entendendo que ele ainda não estava se sentindo seguro. Isso evidencia que é indispensável respeitar o tempo das crianças e ter atenção com os sentimentos aguçados diante do desafio de se separar dos pais e dar os primeiros passos na vida escolar.

Neste caso é fundamental recordar que "Em contraste com a mãe, a professora possui conhecimentos técnicos resultantes de seu treino e de uma atitude de objetividade em relação às crianças sob seus cuidados" (WINNICOTT, 1979, p.220). Com relação à professora os sentimentos envolvidos no processo não são na mesma intensidade da família, podendo, assim, ter liberdade e neutralidade para utilizar dos seus conhecimentos pedagógicos para construir um ambiente agradável e propício à adaptação. Winnicott (1979) aponta as atividades lúdicas como favoráveis para que a criança expresse seus sentimentos de forma construtiva.

Analisando os papéis da família, sabe-se que os pais são uma fonte de exemplo para os filhos, seus comportamentos se refletem nas atitudes da criança. Quando se inicia o processo de adaptação, um dos fatores que a família precisa observar é a sua própria estabilidade emocional. Por meio desta estabilidade a criança terá sentimentos positivos, dotados de confiança e felicidade pelos primeiros passos de independência, ainda que possa haver sensações negativas. Para Winnicott (1979, p.117), as crianças necessitam de "[...] um lar estável e de um ambiente emocional estável em que possam ter a oportunidade de realizar firmes e fortes progressos, no devido tempo, no decorrer das fases iniciais do desenvolvimento". Ainda o autor evidencia o quanto essa parte dos pais é importante para o desenvolvimento dos fins da educação escolar:

Só quando os cuidados iniciais da mãe forem bem sucedidos e quando, além disso, os pais continuarem a fornecer os elementos essenciais de um bom ambiente, é que as professoras de escola maternal podem dar à sua função de assistência em segundo lugar, em relação à instrução pré-escolar propriamente dita. (WINNICOTT, 1979, p. 215).

Uma forma de perceber o que a criança precisa consiste em se colocar no lugar dela e imaginar o que, como pessoa, gostaria de receber naquele momento. Neste mesmo ponto, Winnicott (1979) esclarece que a melhor assistência é aquela pautada no coração, por isso a necessidade de o professor conhecer seus alunos para que seja possível criar estratégias de adaptação voltadas a um ambiente de sensação familiar, saudável e confortável. Quando os pais se abrem ao partilhar com a escola as características subjetivas das crianças, o professor terá elementos para descobri-la e estimulá-la no espaço educativo, criando um espaço efetivo de complementação da educação familiar.

 

Estratégias de acolhimento para crianças e famílias

Considerando o exposto a recepção cuidadosa é uma das primeiras impressões que ficam em um início de relacionamento. Isto se aplica, também, na instituição escolar, em que os laços afetivos são fundamentais para a efetivação da educação. É imprescindível, neste sentido, receber os alunos com entusiasmo e atenção para que ali estes possam se integrar. É necessário o acolhimento para que as crianças e suas famílias possam sentir que naquela unidade há espaço para eles; isto também reflete a imagem que a escola deseja passar ao público e sua missão educativa.

Para os momentos de adaptação escolar se sentir acolhida é o que pode tornar todo o processo menos estressante à criança. É considerável que os profissionais estejam atentos aos meios que podem utilizar neste momento, tais como as orientações aos pais, a escuta das expressões e compreensão dos sentimentos de pais e crianças para que estes possam se sentir acolhidos e superarem com maior facilidade o período de adaptação.

É indicado que o início da adaptação aconteça com a presença de um familiar da criança, ela não deve ser obrigada a enfrentar seus medos sozinha, afinal, não possui estrutura emocional para isto, em alguns casos. Ela precisa de um suporte para começar a explorar o ambiente e construir segurança. Para este momento sr mais confortável, estudos indicam que o adulto acompanhante seja aquele que está emocionalmente bem com a situação e tem maior estabilidade com o filho (WINNICOTT, 1979). A figura paterna teria uma participação interessante neste sentido, tendo em conta que em decorrência de todo o processo que envolve a gestação e a relação mãe-bebê, o vínculo por parte da mãe é mais sensível e permeável por diversos sentimentos. Maranhão e Sarti (2008) também constataram que para o pai é mais fácil deixar o filho na escola, sob o cuidado de uma mulher, devido à cultura social em que a mulher tem maior parte na função da criação. A presença de uma pessoa confiável - um objeto de apego que irá representar a mãe - pode auxiliar no processo de adaptação, sendo importante, também, que a presença do "cheirinho"3 não seja barrada (WINNICOTT, 1979; BOWLBY, 2004).

Planejar as atividades durante o período de adaptação é um processo complexo, mas necessário. As crianças não irão, de início, ser introduzidas à rotina oficial; em princípio precisam compreender o que está acontecendo e conhecer a nova pessoa, com a qual se relacionará a maior parte do tempo. É importante que a criança possa identificar ações fixas da rotina para diminuir a insegurança diante dos acontecimentos e do espaço.

Uma boa técnica para a elaboração do planejamento é a entrevista com a família para coletar dados sobre a criança. A partir da identificação das características das crianças, de atividades que geram prazer e a rotina, é possível realizar adequações, de forma que a escola se torne um espaço atraente, isto é, com brincadeiras conhecidas pelas crianças, músicas aconchegantes e alimentos que remetam à casa, dando uma sensação de continuidade, pelo menos no início dessa transição espacial.

A promoção de atividades construtivas e calmantes também colaboram na adaptação escolar, ofertando às crianças momentos de tranquilidade e boas sensações. Exemplos dessas atividades são os blocos de montar, a massinha, o parque e passeios pelo ambiente, atendendo ao princípio estético das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil envolvendo a "[...] sensibilidade, criatividade, ludicidade e liberdade de expressão nas diferentes manifestações artísticas e culturais" (BRASIL, 2010, p.16). O oferecimento destas atividades proporciona, ainda, que a criança expresse os sentimentos difíceis que esteja vivenciando e experiencie momentos agradáveis, diminuindo a sua tensão e a do ambiente.

Pensando no acolhimento das famílias a escola pode iniciar o processo de adaptação compartilhando o trabalho realizado com as crianças, a rotina, os espaços, os materiais, as atividades. Posteriormente, podem ser explicadas as características de um período de adaptação, como a escola desenvolve as atividades neste período, os desafios e as possíveis dificuldades às quais todos estarão sujeitos. Isto pode acontecer em uma reunião, com base, também, em registros pedagógicos de crianças de anos anteriores. Essas ações podem conscientizar os pais sobre a importância das experiências na educação infantil e gerar mais segurança para o momento de adaptação. Com essa atividade além de se sentirem mais seguras é possível às famílias dirimirem as dúvidas, podendo se prepararem melhor emocionalmente para os desafios, tendo ciência de que terão apoio na condução do processo com as crianças.

 

Considerações finais

A adaptação escolar, vista pelos aspectos emocionais, gera uma grande movimentação sentimental para os envolvidos. A partir deste estudo, que trouxe o reconhecimento das emoções despertadas nesse processo e conhecimento sobre os possíveis comportamentos infantis e familiares durante esta fase, torna-se possível ao professor se apropriar de uma nova postura diante da adaptação. Promover um ambiente receptivo para as crianças e famílias tornará esse momento mais propício à construção de laços afetivos que facilitarão o trabalho pedagógico e o desenvolvimento integral da criança.

Para isto é fundamental que a adaptação escolar seja realizada com base no acolhimento, de forma que as crianças construam segurança em relação ao ambiente e vínculo afetivo com o professor, para que possam se sentir livres para explorar e se desenvolver emocional, cognitiva e fisicamente. É de extrema importância, portanto, que a equipe pedagógica trate com atenção o período de adaptação e se coloque em formação, buscando se munir de conhecimentos na área, concebendo a adaptação com olhos sensíveis a todos os envolvidos.

 

Referências

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1 Graduanda em Pedagogia - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - Presidente Prudente/São Paulo/Brasil. E-mail: lais.nascimento@unesp.br
2 Doutora em Educação, com Pós-doutorado. Docente na Graduação, Pós-Graduação em Educação e Pós-Graduação em Educação Inclusiva da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - Presidente Prudente/São Paulo/Brasil. E-mail: andreia.wiezzel@unesp.br
3 Cheirinho" refere-se a um cobertor, boneco (a), pano, pelúcia e outros objetos que as crianças costumam levar à escola, ao qual são apegados e servem de apoio emocional em momentos de angústias.

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