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Construção psicopedagógica

Print version ISSN 1415-6954On-line version ISSN 2175-3474

Constr. psicopedag. vol.32 no.33 São Paulo  2022

http://dx.doi.org/10.37388/CP2022/v32n33a08 

RELATO DE EXPERIÊNCIA E PESQUISA

 

Um olhar para a constituição psíquica das crianças nas creches: uma proposta psicopedagógica para o trabalho em creches comunitárias

 

A psychopedagogical proposal for work in community day care: a new view at the psychic constitution of children in day care

 

 

Ana Celina Aquino VasconcellosI, 1; Maria Luiza TeixeiraI, 2; Cinthia Peixoto Figueiredo VieiraI, 3; Danielle GoldsztajnI, 4; Maria Christina CatãoII, 5; Vivianne CandiotaI, 6

IPRÓ-SABER
IICEPERJ

 

 


RESUMO

O presente artigo se destina a compartilhar um projeto de supervisão para educadores de creches comunitárias na cidade do Rio de Janeiro, a partir do reconhecimento de que eles podem contribuir de forma significativa para o desenvolvimento integral da criança. Abordar o sujeito desde seu nascimento e aprofundar os conhecimentos sobre sua subjetividade permitiram que se ampliasse também o cuidado com quem dele se ocupa no ambiente escolar. Para este fim apresentamos um novo olhar para o trabalho em creches, utilizando o aporte teórico de Maria Cecília Almeida e Silva, reitora do Instituto Superior de Educação Pró-Saber, que traz como objeto de estudo da Psicopedagogia o ser cognoscente, em articulação com os eixos APEGI (Acompanhamento psicanalítico de crianças em escolas, grupos e instituições).

Palavras-chave: psicopedagogia, creches comunitárias, ser cognoscente, desenvolvimento infantil, subjetividade


ABSTRACT

This article is intended to share a supervision project for educators of community day care centers in the city of Rio de Janeiro, based on recognition that they can make a significant contribution for the integral development of the child. Approach the subject from his birth and increase the knowledge about their subjectivity allowed the care with those who take care of it to also be expanded. in the school environment. To this end, we present a new view at the work in day care centers, using the theoretical contribution of Maria Cecília Almeida e Silva, dean of the Instituto Superior de Educação Pró-Saber which brings as an object of study of Psychopedagogy the being cognoscent, in articulation with the APEGI axes (Monitoring psychoanalytic treatment of children in schools, groups and institutions).

Keywords: psychopedagogic, community day care centers, being cognoscent, child development, subjectivity


 

 

"Estar à escuta das crianças. Não é observá-las como um objeto de pesquisa, nem procurar educá-las, mas respeitar, amar nelas essa geração nova que elas trazem. Sabemos sempre até que ponto estamos à escuta sem fingir, sem interferir, sem perturbar as ondas?" (DOLTO, 2005, p.325)

 

Introdução

O trabalho pioneiro de Philippe Ariès, do início dos anos 60, no seu livro História social da criança e da família relata as diversas modificações que ocorreram na questão relativa à infância, nos ensina a historiadora da Educação Carlota Boto (2002):

"... a criança, à partida é destacada apenas por seu caráter incompleto; por um não-ser adulto. Pouco a pouco, reconhecida em especificidades que são suas, passaria a ser observada, paparicada, mimada e, finalmente, amada. Essa longa trajetória, contudo, teria sido acompanhada por acentuadas mudanças na agremiação familiar e pelo decréscimo nas taxas de mortalidade infantil, que, por si mesmas, teriam acentuado o apego dos adultos por suas crianças. A tese de Ariès consolidava, assim, a suposição de que, desde o século XVI até o século XIX, teria sido firmada a subjetividade moderna com relação à infância" (Boto, C. IN: FREITAS, Marcos & KUHLMANN Jr., Moisés. (Org.). 2002, p. 11).

No livro A sociedade dos indivíduos o sociólogo Norbert Elias (1994) aborda a questão do sujeito desde seu nascimento "o recém-nascido não é mais que o esboço preliminar de uma pessoa. Sua individualidade adulta não provém, necessariamente e por um caminho único, daquilo que percebemos como suas características distintivas, sua constituição especial" (ELIAS, 1994, p. 28). A descoberta da infância, tal como a conhecemos na atualidade, é uma conquista civilizatória recente, mas ainda hoje é precária a consideração da subjetividade da criança e de quem dela se ocupa no ambiente escolar, permanecendo obscura, de acordo com Mariotto (2009). É justamente neste ponto que estamos interessadas, sobre a constituição psíquica dos bebês nas creches. Tal qual Carvalho (apud MARIOTTO, 2009, p. 17), compreendemos a creche como 'instituição de desenvolvimento e formação da criança'.

Considera-se que a promoção da saúde mental nas creches é uma das funções das educadoras, conforme Bernardino, Vaz & Quadros (2008): "nas creches as educadoras desempenham a função de agentes de promoção de saúde mental (...) e as bases da saúde mental se estabelecem nos primeiros anos de vida e são dependentes das relações corporais, afetivas e simbólicas que se firmam entre o bebê e sua mãe (ou substituto) (Bernardino, Vaz & Quadros, 2008, p. 207).

Em meados de 2019 o ISEPS, Instituto Superior de Educação Pró-Saber - ISEPS, situado na cidade do Rio de Janeiro, recebeu algumas demandas de supervisão de creches comunitárias, uma na Gávea, que atende a 250 crianças e de duas outras na comunidade do Borel, com 206 crianças. Gostaríamos de esclarecer que esta Instituição oferece dentro de sua atuação, a supervisão em creches públicas e comunitárias com a elaboração de projetos de avaliação, intervenção e acompanhamento da prática psicopedagógica clínica e institucional. A partir destas solicitações, desenvolveu-se o Projeto de Atualização Psicopedagógica de professores em creches comunitárias. Tal projeto foi construído com base na teoria psicopedagógica que tem como fundamentação teórica Almeida e Silva (1998) e nos cinco eixos do APEGI (Acompanhamento psicanalítico de crianças em escolas, grupos e instituições). Ele contou com uma etapa preliminar, onde foram realizadas reuniões preparatórias para que a coordenação pudesse se situar a partir das demandas de supervisão, e das necessidades dos profissionais que lidavam diretamente com as crianças atendidas. Somente após essa etapa é que foi estabelecido o formato do Projeto, convocando a participação de todos os envolvidos nos cuidados com as crianças.

Nosso universo de trabalho atenderia a cinquenta e três profissionais entre diretoras, coordenadoras, professoras e auxiliares responsáveis por crianças a partir de 2 anos de idade.

O Projeto tinha como objetivo ampliar o olhar dos profissionais que trabalham nas creches com crianças de 2 a 6 anos de idade, de modo a reconhecerem recursos e ferramentas que facilitem, no campo educativo, o desenvolvimento das crianças atendidas. Como educador/ cuidador um bom lugar "... seria o de parceiro: estar ao lado da criança, presente com seu investimento desejante e com seus afetos..." (KUPFER, SOUZA PATTO, VOLTOLINI (org.), 2017, p. 107) a fim de também cuidar de sua saúde mental e da prevenção de problemas que podem ser percebidos durante a infância.

 

Fundamentação teórica

"... a psicopedagogia considera a aprendizagem como processo, ou seja, quando trata da aprendizagem no momento em que ela se faz, se constrói - de uma maneira interativa, integrativa, estrutural e constante -, podemos então identificá-la com o processo de construção do conhecimento porque, (...), ambos se opõem à concepção de aprendizagem como produto que reduz o fenômeno aprender a um saber realizar, a um saber fazer, criando assim um vínculo de causa e efeito com o ensino". (ALMEIDA E SILVA, 2010, p. 27)

A teoria psicopedagógica de Almeida e Silva (1998) que sustenta e norteia os projetos do Instituto Pró-Saber, assim como as atuações dos profissionais que ali se formam, tem seus aportes teóricos baseados em Piaget, Freud, Pichon-Rivière, Lacan, Sara Pain, Maud Mannoni e Winnicott. Esse aporte teórico tem como objeto de estudo o ser cognoscente, um ser pluridimensional que possui três dimensões: uma dimensão racional-lógica, uma dimensão social, relacional: contextual e interpessoal e uma dimensão desiderativa, afetiva, simbólica na medida em que o ser cognoscente é determinado por um saber que ele não conhece.

"Lacan (1975) esclarece que a psicanálise veio nos anunciar que existe um saber que não se conhece, um saber que se sustenta do significante como tal.

O saber que se sustenta do significante é um saber desiderativo e inconsciente e seu sujeito se coloca como excêntrico em relação ao sujeito da razão" (ALMEIDA E SILVA, 1998, p. 35).

Todas essas dimensões são constitutivas no processo de construção do entendimento e do conhecimento. Como ressalta Dolle (IN: ALMEIDA E SILVA, 1998, p. 42) o homem é uno e múltiplo, múltiplo estruturalmente e uno na sua multiplicidade, na sua unidade. É uno funcionalmente. É o eu que unifica a diversidade. Uno em sua ação, em sua atividade de conhecer.

Para Almeida e Silva (1998) o Ser cognoscente é universal, ele é aquele de quem se fala, do qual se fala. Por outro lado, o EU cognoscente é quem fala, o sujeito que fala, na singularidade de cada um de nós. Entende-se o sujeito que fala em aproximação com o sujeito da psicanálise. Em consonância é concebido por Kupfer (2001) que "o eu ocupa necessariamente um lugar central, já que ali se encontra a sede de todas as funções responsáveis pela regulação da relação de uma pessoa com a realidade" (KUPFER, 2001, p. 25).

Nesse sentido, os eixos do instrumento APEGI podem auxiliar os psicopedagogos na formação das equipes de educadores e cuidadores que trabalham nas creches, para que esses profissionais ampliem seus conhecimentos para além das tarefas rotineiras. É importante que sejam conscientes da grandiosidade de seu papel não só quanto aos cuidados físicos, como também quanto à constituição psíquica da criança.

"As crianças, desde o nascimento, são inseridas em um mundo que ainda não compreendem. Com a ajuda daqueles que delas se ocupam, vão recebendo marcas e construindo sentidos para suas vivências, e isso depende inteiramente das relações interpessoais que vão estabelecendo". (KUPFER, PATTO & VOLTOLINI, 2017, p. 314).

Entendemos o desenvolvimento psíquico, segundo Leda Bernardino (2006), como a dimensão do desenvolvimento responsável pela instalação da subjetividade, do desejo próprio sobre a qual se apoiam os vínculos afetivos e de desejo que se estabelecem nas relações. Sabemos que esses vínculos se constroem muito cedo e ditam a direção das relações da criança no curso de sua existência.

Considerando que o APEGI é um instrumento baseado nos aportes teóricos psicanalíticos, ele possibilita, portanto, o conhecimento do processo da constituição do sujeito na criança, e nos permite fazer uma articulação com o desenvolvimento infantil a partir da observação dessa criança nos diferentes espaços onde transita, seja individualmente, seja em grupo.

"Apesar de independentes, os eixos, que não se articulam de modo isolado e solitário, se entrelaçam e se complementam para articular a atenção que o adulto dirige à criança e às ações da criança frente à relação com seu cuidador, possibilitando assim, as trocas entre eles que são fundamentais." (CAGNANI, Larissa J.P. & PLOTHOW, Sabrina V. IN: KUPFER, BERNARDINO & PLOTHOW, 2022, p. 90)

Desta forma, incluir os eixos do APEGI na formação das equipes das creches é uma das maneiras de ampliar e aprofundar o olhar pedagógico e introduzir uma visão psicopedagógica em suas ações nos cuidados infantis.

 

Metodologia do projeto

"Priorizar as relações do bebê e da criança com seus cuidadores e outras figuras presentes em seu ambiente, desde os primeiros meses de vida, corresponde à ideia de que para um sujeito emergir e se constituir é necessário ... um Outro desejante ..." (BERNARDINO, L. M. F., LAVRADOR, M. B., BECHARA, L. C., 2020, p. 17)

Foram propostos três encontros de atualização divididos entre os 5 eixos da pesquisa APEGI e ampliados com mais um tema da pesquisa AP3 (Acompanhamento Psicanalítico - 3 anos) - Linguagem, por considerarmos um tópico relevante na constituição psíquica do sujeito nas creches. (explicar o AP3). Assim sendo, ficamos ao todo com seis eixos que nos conduziram no trabalho com os dois grupos das creches comunitárias.

"Bem sabemos e a Psicanálise nos ensina, que o surgimento do sujeito se encontra primeiramente no exterior - no Outro. O bebê humano nasce ainda prematuro - e seu universo se organiza pelas significações produzidas pela linguagem, na qual a criança é introduzida na linguagem e no mundo pelo Outro que exerce as funções parentais: a função materna e a paterna. Esse elemento é apropriado e introjetado e é organizador dos aspectos psíquicos desse sujeito em construção. Portanto, a linguagem é o eixo central na constituição do sujeito psíquico (VASCONCELLOS, 2017, p. 5)".

Em cada encontro, duas temáticas (eixos) foram abordadas através de exposições, vídeos, atividades lúdicas, trabalhos em subgrupos e de trocas em plenário.

"Algumas conversas aumentam as possibilidades, [...] Quando as possibilidades são aumentadas, temos uma sensação [...] de que podemos tomar a atitude necessária para tratar do que nos preocupa ou nos atormenta: nossos dilemas, problemas, dores e frustrações, e para realizar o que desejamos: nossas ambições, esperanças, intenções e ações". (ANDERSON, 2009, p. XVII)

Cada pesquisadora assumiu um dos temas (eixos) como base de preparação do encontro, tendo a pesquisa do projeto APEGI (2022) como norteadora dos tópicos abordados. Estávamos cientes de que faríamos com essas equipes aproximações sucessivas ao tema da constituição da subjetividade através dos eixos teóricos do APEGI.

A partir da solicitação da coordenação das creches localizadas no Borel7, fizemos todos os encontros no Instituto Superior de Educação Pró-Saber. Entendemos em conjunto que seria uma boa oportunidade para os profissionais que moram e trabalham na comunidade se afastarem do local de moradia/trabalho, numa busca de ampliação de mundo, de vivência e de conhecimento.

 

Desenvolvimento do trabalho

O trabalho foi iniciado com a apresentação dos componentes dos grupos. Para isso, propusemos a confecção de crachás com os nomes dos integrantes e o desenho de um símbolo que os representasse. A partir de dinâmicas disparadoras tivemos a intenção de abrir um canal de comunicação e trocas, no sentido de que todos pudessem compartilhar a sua prática e o seu fazer, para não ficarmos no lugar do suposto saber, daquele responsável em oferecer soluções e técnicas a serem aplicadas, ao invés de construir de forma colaborativa novas aprendizagens, onde os papéis aprendente/ensinante podem circular de forma natural.

"Em essência, é preciso conter o furor da explicação ou o furor curandis, nossa tendência universal da qual nos alertava Freud (1915, 1937) da excessiva necessidade de o analista curar seu paciente de seus sintomas e apontava a dificuldade humana em lidar com as questões despertadas pela presença do outro, descuidando de dar ouvidos ao que ele quer" (VASCONCELLOS, 2018, p. 163).

Durante os encontros que detalharemos a seguir, apresentaremos os temas a partir dos eixos do APEGI, que foram explorados através de vídeos e discussão de casos, o que permitiu um diálogo com os participantes dos grupos que, por sua vez, ilustraram suas falas com histórias vivenciadas nas suas práticas com as crianças de quem cuidam.

No primeiro encontro foram trabalhados os temas Presença/Reconhecimento do sujeito e a fala e a linguagem da criança baseados nos eixos teóricos do AP3 e do APEGI.

"... para que se dê um sujeito, é preciso que haja a aposta em sua existência, assim há a suposição de sua existência ainda que seja uma possibilidade futura. Isso é o que o considera como único do mundo e se abram oportunidades para que o sujeito apareça". (CAGNANI, Larissa J.P. & PLOTHOW, Sabrina V. IN: KUPFER, BERNARDINO E PLOTHOW, 2022, p. 90)

A explanação do tema - A criança como sujeito foi feita a partir da reflexão sobre a conceituação de sujeito adotada no APEGI, por se tratar de verificar, na relação do adulto com a criança, se essa criança ocupa efetivamente um lugar singular no discurso e nas relações nos vários contextos em que ela está inserida.

Tínhamos que ter muita clareza nas explanações, pois quando pensamos na criança como sujeito, não entram em questão suas produções de fala como: o vocabulário, o domínio da sintaxe e da gramática, mas, sim, saber observar como ela se insere no campo da linguagem nas relações com o outro e com o mundo. Alguns questionamentos que propusemos para sensibilizar os participantes giravam em torno de:

Saberia possibilitar à criança reconhecer na linguagem a demanda e o desejo dos outros e produzir novas significações?

O adulto profissional poderia observar como ela, sob seus cuidados, atende aos chamamentos do seu nome e se dirige a palavra para o outro, seja adulto e/ou seus pares?

No cotidiano com a professora seria a criança capaz de fazer uma interpretação pessoal de uma história contada e emocionar-se com algum acontecimento?

Pedimos que cada participante se apresentasse dizendo não somente uma característica positiva, mas, também, um desafio como educador(a) no seu fazer profissional. A proposta em trabalhar a partir de tal consigna, em forma de perguntas disparadoras, visou que cada participante se colocasse como sujeito. Ao falar de si e ser escutado pelos demais, o grupo pode experienciar de forma singular e compreender melhor o tema reconhecimento de sujeito.

Na Psicopedagogia temos como teoria e prática a construção da autoria e a autonomia possibilitando à criança ser um sujeito questionador, com iniciativa, com antecipação e estratégias de pensamento, aberto à reflexão e ao pensamento crítico. Diz Almeida e Silva (1998) a esse respeito: "A autonomia está relacionada com a ação do sujeito. Quanto mais criadora e divergente em relação ao já instituído for essa ação, maior será a autonomia do ser cognoscente". (1998, p. 31)

Ainda no primeiro encontro, foi tratado também o tema da Fala e a Linguagem

"O ser humano é acima de tudo um ser de linguagem. Essa linguagem exprime seu desejo inextinguível de encontrar um outro, semelhante ou diferente dele, e de estabelecer com este outro uma comunicação" (DOLTO, 2018, p. XV-XVI).

Propusemos algumas perguntas sensibilizadoras:

Brincar é linguagem?

Ficar em silêncio é linguagem?

Passear no pátio é linguagem?

A partir dessa introdução, pudemos nos aproximar dessa temática apresentando a ideia de que a interação da criança indica que ela entrou em um campo que excede a fala oral e gestual: o campo da linguagem quando então a criança pode se posicionar no discurso e fazer o laço social, condição essencial para sua enunciação e para seu reconhecimento no mundo. Conforme Alfredo Jerusalinsky (2008), "a entrada do sujeito no campo da linguagem não se mede somente pelo vocabulário, pelo domínio da sintaxe e da gramática..." ou pelo domínio de outras manifestações de linguagem, como a gestualidade, por exemplo. Essa entrada se mede "... principalmente pelo lugar do qual o sujeito se enuncia e representa no sistema da língua" (2008, p. 129), revelando sua possibilidade de se situar em relação às significações do mundo, sua possibilidade de sustentar as relações com os outros, de reconhecer - na linguagem - a demanda e o desejo dos outros, e de produzir, por sua vez, significações novas.

Notamos que precisávamos ficar atentas, pois a tendência foi de deter-se mais à palavra Fala, do que à Linguagem, no sentido "de um código humano, grande reguladora das relações sociais" (KUPFER, PATTO & VOLTOLINI, 2017, p. 314). Sendo assim, tivemos o cuidado de abordar de outro modo o tema. A novidade foi trazer a perspectiva da Linguagem como constituição psíquica do sujeito, mostrando o tanto que a criança diz de si quando fala. "A criança é introduzida na linguagem e no mundo pelo Outro - aquele que exerce a função materna. Pode-se dizer que é na trama relacional, no entre dois, que a criança se constitui como sujeito". (VASCONCELLOS et alii, IN KUPFER, BERNARDINO & PLOTHOW, 2022). Almeida e Silva (1998) sustenta nossa prática psicopedagógica ao dizer:

"A dimensão relacional interpessoal, caracterizando o ser de relação, se articula com a dimensão desiderativa e com a dimensão racional, na medida em que a ação comunicativa é mediatizada pelo desejo que quer ser reconhecido pelo desejo do outro, ou seja, na argumentação própria da ação comunicativa o desejo do ser cognoscente se mistura com o desejo do outro". (ALMEIDA E SILVA, 1998, p. 40)

Os temas propostos no segundo encontro foram O Brincar e a fantasia e a Manifestação diante das normas e posição frente à lei - (Função paterna)

"... uma criança saudável é uma criança que se diverte, que se ocupa com qualquer coisa e explora tudo quando está a seu alcance. " (DOLTO, 1999, p. 109 -110)

A linguagem da criança é o brincar, que é uma das possibilidades que ela tem para se expressar e revelar o seu modo de ser e estar no mundo. Ele é imprescindível para a constituição psíquica e quando a criança brinca mostra possuir um mundo interno.

"O brincar é uma categoria de análise que pode dar muitas pistas para o educador. Ele pode ser visto de três ângulos: como ferramenta para a construção de um sujeito, como expressão da fantasia inconsciente da criança, e como ferramenta de elaboração de angústias e conflitos" (KUPFER, PATTO & VOLTOLINI, 2017, p. 37)".

O ato de brincar permite a transferência de afetos, pode proporcionar alívio diante de eventuais pressões, possibilita reviver situações de medo, ressignificar as difíceis e reviver as prazerosas: a criança brinca não somente para repetir situações satisfatórias, mas também para elaborar as que lhe foram traumáticas e dolorosas.

Ao brincar a criança pode expressar a sua fantasia através do jogo simbólico e pode ser uma forma de explorar e organizar o mundo e as relações humanas, contribuindo para a sua socialização. Outro ponto relevante é que no brincar é possível observar a capacidade da criança para construir cenas, narrativas ou histórias com enredo, para contar e argumentar, e ver em que medida a inteligência põe-se a serviço de organizar seu mundo simbólico. Ela pode perceber- se capaz de realizar feitos na brincadeira para, aos poucos, integrá-los à sua vida diária.

Podemos considerar este um dos recursos mais ricos e utilizados na clínica psicopedagógica para a construção da individuação e da autonomia do eu cognoscente.

"O aspecto lúdico presente nos jogos que utilizamos na intervenção psicopedagógica propicia à criança poder brincar, vivenciar espontaneidade e prazer. ... Ao mesmo tempo, os jogos oferecem à criança desafios e criam situações de desequilibrações que impulsionam a construção" e ampliação de novas estruturas de entendimento de mundo. (VIEIRA, Cinthia. In VASCONCELLOS (org.) 2018, p. 109)

Seguindo nesse segundo encontro, também contemplamos o tema As manifestações diante das normas e posição frente à lei por ser um dos eixos teóricos para a constituição subjetiva de uma criança, ou seja, o limite visto como elemento organizador da estruturação do sujeito.

"As crianças, desde o nascimento, são inseridas em um mundo que ainda não compreendem. Com a ajuda daqueles que delas se ocupam, vão recebendo marcas e construindo sentidos para suas vivências, e isso depende inteiramente das relações interpessoais que vão estabelecendo. " (DAVINI; Cirillo & VETTORAZZO IN: KUPFER; PATTO & VOLTOLINI, 2017, p. 314)

Tal qual Leda Bernardino (2014) nos apresenta, a função paterna está baseada em três premissas: a primeira abrange a separação adulto privilegiado-criança, a segunda pensa a submissão da criança à cultura e a terceira premissa abre a possibilidade da criança circular socialmente e estabelecer laços sociais com os outros.

Sabendo que o ser humano se constitui na relação com o outro, é possível aprender e trocar nas interações intermináveis oferecidas no espaço creche, nem sempre amparadas somente na alegria e no prazer, tanto por parte das crianças como também das educadoras/cuidadoras. De uma forma mais ampla, a função paterna abre para a criança o mundo das relações, dando a ela, conforme a situação vivenciada, condições para a observância de limites e para a restrição dos próprios impulsos, dentre outros. Nesse processo de construção, é importante que a criança entre em contato com uma série de interdições que a lei pode adotar para que ela aprenda a reconhecer e transitar nos diferentes contextos familiar, escolar e social, observando as diferenças no trato, a distinguir objetos de acordo com sua pertença e a lidar bem com a marcação de tempo concernente às atividades rotineiras.

"O aprender transcorre no seio de um vínculo humano cuja matriz toma forma nos primeiros vínculos mãe-pai-filho-irmão..." (FERNÁNDEZ, 1991, p.48) A família é o primeiro lugar onde a criança se depara com a construção de normas e limites. Na escola, durante a aprendizagem formal, este processo continua e muitas vezes é fator preponderante para o seu desenvolvimento.

A relação da criança com normas e limites pode facilitar ou não o processo de construção do conhecimento, já que ela precisa se submeter a regras e autorizar o outro a mediá-la frente às aprendizagens.

Muitas vezes o cliente reflete na clínica psicopedagógica, seja o atendimento individual ou grupal, a sua dificuldade para lidar com o início e término das atividades e sessões, com as mudanças nas rotinas, com os combinados, com os limites e interditos e para esperar quando quer algo e na interação com o outro. Por esta razão damos tanto valor ao enquadre, uma das constantes da nossa prática.

No terceiro encontro foram trabalhados os temas O corpo e sua imagem e a Função do semelhante

Desde o princípio até o fim, a aprendizagem passa pelo corpo. (Fernández, 1991, p. 59)

Trouxemos a importância para a Educação Infantil, da construção da imagem corporal, parte da constituição subjetiva do bebê/criança, a partir dos seus cinco sentidos: tato - paladar - visão - audição e olfato. A fim de sensibilizar o grupo foram disparadas algumas questões:

Como a criança expressa a sua própria imagem?

Como ela se auto reconhece?

Como está na organização das funções corporais?

Como está na constituição de hábitos?

"A imagem corporal é uma construção que aparece como resultado das ações maternas sobre o corpo da criança, transformando-o em um sistema de significações. Esse sistema permite que a criança se apreenda em uma imagem psíquica, unificada, a partir da qual ela poderá se reconhecer". (JERUSALINSKY, 2008, p. 128).

Sabemos que a construção da imagem corporal se inicia desde a vida e o crescimento intrauterino, que dá ao feto/futuro bebê as primeiras sensações corporais de limites. O corpo tem como base as sensações vividas, que são constituintes do sujeito. Esse desenvolvimento corporal possibilita a construção da noção de si, sinalizada e nomeada, a princípio, pela mãe, pelo pai e/ou pelas pessoas em cuidado direto com essa criança, em função disso ressaltamos a importância dos educadores/cuidadores das creches.

É a partir dessa construção da imagem corporal que é trabalhado o valor simbólico da leitura que o bebê fará do mundo exterior e a devolução que esse mundo lhe dará. As relações que a criança estabelece na primeira infância, servem como espelho na construção da imagem da criança vista através do olhar do outro e, depois em um espelho e questiona a imagem que vê. Com a constituição de sua subjetividade terá consciência que aquela é a imagem que ela dá aos outros, pois essa é a imagem corporal * e "a imagem corporal é peculiar a cada um: está ligada ao sujeito e à sua história" (DOLTO, 1992, p. 14).

A clínica psicopedagógica nos ensina sobre a relevância do corpo. A linguagem corporal é uma das possibilidades para entender como a criança age, se percebe, se vê, se sente, como vive em relação ao outro e ao ambiente.

Por último, exploramos o tema da Função do semelhante refletindo sobre a importância do outro ao longo da vida, como vital para a constituição do sujeito.

Pelas palavras em artigo de KUPFER, BERNARDINO & SILVA (2021, p.183) "A importância da função do semelhante na constituição do sujeito" foi apontada por Lacan (2003) no texto "A família". Para ele, as crianças entre 6 meses e dois anos deixam transparecer um interesse dirigido ao semelhante no qual é possível localizar o reconhecimento de um rival e, portanto, de um outro como objeto. Essa diferenciação permite que se estabeleçam identificações (reconhecimentos e estranhamentos) que servirão de base para a constituição psíquica.

A função do semelhante ganha importância quando se percebe que muitas crianças apresentam uma boa relação com adultos, mas apresentam dificuldades na relação com seus iguais (irmãos, primos, colegas). Às vezes se isolam, recusam-se à interação ou estabelecem condutas de submissão, violência ou simplesmente dificuldades. "Para Lacan (1966) há uma estreita relação entre a fraternidade e a gênese do eu: o semelhante é essencial para definir uma imagem própria". (KUPFER, BERNARDINO & SILVA, 2021, p.184)

As perguntas que norteiam o APEGI servem para nortear a leitura da qualidade da interação, as identificações, a imitação, a cooperação, a competição, a empatia.

Na clínica psicopedagógica sabemos que o ser cognoscente é um ser social e a criança precisa viver o momento da diferenciação a partir da interação. Neste sentido, o atendimento psicopedagógico em pequenos grupos favorece os laços entre os pares e a interação grupal. No desenvolvimento infantil, a criança parte de um egocentrismo, isto é, centrada em si mesmo para alcançar a descentração e poder olhar o mundo e olhar para os outros, isto é, a criança parte da heteronomia, quando a autoridade está no outro, para chegar na autonomia, quando a autoridade está na própria pessoa, que aprende quem é e se coloca no mundo de maneira mais integrada, por inteiro e mais plena.

 

Considerações gerais

O objetivo desse Projeto de atualização de profissionais de creches comunitárias foi de sensibilizar os educadores quanto à importância de acompanhar o desenvolvimento das crianças e de promover estratégias pedagógicas subjetivantes.

Os eixos do instrumento APEGI foram trabalhados com as equipes das creches e fizeram sentido para o grupo de profissionais. O uso dos cinco eixos como balizadores da atualização proposta, complementado pelo eixo teórico da Fala e Linguagem, favoreceu a sensibilização dos professores para os aspectos da constituição psíquica na infância, nessa primeira aproximação sobre a construção da subjetividade desde tenra idade.

Acreditamos tal qual KUPFER & BERNARDINO (IN: MARIOTTO, 2009) que "...o essencial do ato educativo na primeira infância não se situa no plano pedagógico nem no plano da puericultura - educar é criar as condições para o surgimento de um sujeito" (p. 12). Assim, ao utilizar os eixos oferecemos a possibilidade de que os próprios professores, auxiliares e atendentes reconhecessem o que há de subjetivo no seu fazer com as crianças.

O grupo pode perceber ter havido uma reflexão sobre a criança e sua constituição psíquica, a partir da tomada de consciência de seus próprios aspectos subjetivos, o que propiciou uma compreensão e articulação com a teoria abordada. Na descoberta de serem profissionais que contribuem de forma significativa para o desenvolvimento infantil se sentiram valorizados e reconhecidos, enquanto sujeito e educador.

No início do projeto, acolhemos as questões de puericultura nos cuidados infantis como prioridade no trabalho que os cinquenta e três profissionais exercem nas creches. Entretanto, além do cuidar, acreditamos que a partir do reconhecimento da amplitude do seu papel e de sua responsabilidade, puderam olhar, ao mesmo tempo para os cuidados físicos, de motricidade e de noções como o ensino das cores e formas geométricas, bem como atentar para a saúde mental e a constituição psíquica das crianças que são por elas atendidas. Essa é a importância da psicanálise para um trabalho psicopedagógico com as creches comunitárias.

Como síntese final do trabalho feito com as creches voltamos ao ponto de partida com a fala de apresentação dos grupos refletindo que amor e carinho sem dúvida são importantes, mas não suficientes nas instituições de educação, principalmente nas creches. É preciso ter entendimento e conhecimento da riqueza do trabalho que é desenvolvido e, para isso, é necessária esta pausa para reflexão, para uma auto avaliação e ampliação dos conhecimentos, através da troca, do diálogo pois, somos educadores e cuidadores, e precisamos também ser cuidados e olhados - "somos todos ensinantes e aprendentes".

 

Referências bibliográficas

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1 Psicopedagoga, Dra. em Educação - USP, membro da equipe da Pós-Graduação do PRÓ-SABER e coordenadora da clínica social do PRÓ-SABER
2 Mestre em Educação, psicopedagoga diretora do Centro de Estudos Psicopedagógicos do Estado do Rio de Janeiro - CEPERJ) e membro equipe da PÓS-GRADUAÇÃO DO PRÓ-SABER
3 IMestre em Tecnologia, membro da equipe da Pós-Graduação do PRÓ-SABER e psicopedagoga da equipe clínica do PRÓ-SABER
4 Membro da equipe da Pós-Graduação do PRÓ-SABER e Psicopedagoga da equipe clínica do PRÓ-SABER
5 Psicopedagoga formada pelo Centro de Estudos Psicopedagógicos do Estado do Rio de Janeiro - CEPERJ)
6 Psicopedagoga em estágio na clínica social do PRÓ-SABER
7 Claudia Sabino - Assistente social e psicopedagoga comunitária, professora e supervisora do Pró-Saber e coordenadora das Creches da Comunidade do Borel.

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