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Boletim - Academia Paulista de Psicologia

Print version ISSN 1415-711X

Bol. - Acad. Paul. Psicol. vol.29 no.1 São Paulo June 2009

 

TEORIAS, PESQUISAS E ESTUDOS DE CASOS

 

Stress ocupacional e qualidade de vida em clérigos(as)

 

Occupational stress and quality of life of clergymen

 

 

Cesar Roberto Pinheiro1; Marilda Emmanuel Novaes LippI,2

ICadeira nº 7 (Oscar Freire)
Pontifícia Universidade Católica de Campinas

 

 


RESUMO

A fim de averiguar a qualidade de vida, incidência e sintomatologia do stress e os principais estressores ocupacionais em clérigos (as) da Igreja Metodista e o grau de associação entre estas variáveis, entrevistam-se 74 desses profissionais, dos quais 49 homens e 25 mulheres, contando entre 20 e 70 anos, aproximadamente. Utilizam-se os seguintes instrumentos: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido; Formulário de Identificação dos Participantes; Inventário de Sintomas de Stress (ISSL); Levantamento de Fontes de Stress em Clérigos (LFSC); Escala Analógica Visual (EAV) e Inventário de Qualidade de Vida (IQV). Verifica-se que 50% dos participantes apresentam alto nível de stress e 64,5%, má qualidade de vida no que tange à questão da saúde. Observa-se que o percentual dos participantes do sexo feminino com stress (64% das mulheres) supera o percentual masculino (42,86%). Quanto aos sintomas observados, constata-se uma tendência de maior sintomatologia entre mulheres que entre homens estressados. Verificase ainda a presença de stress, em um percentual significativo de clérigas casadas. Observam-se correlações significativas e negativas entre a área da saúde do IQV com os escores nas fases do ISSL, indicando que, quanto maior o nível de stress, menor a percepção de qualidade de vida. Também constata-se que os primeiros anos do labor pastoral revelaram maiores índices quanto ao nível de stress. A partir do LFSC, verifica-se que as principais fontes estressoras na ocupação de clérigos (as) são: preocupação com a educação dos filhos e das mudanças de residência; sujeição ao processo de nomeação pastoral e negociação dos subsídios pastorais com a administração da igreja.

Palavras-chaves: Stress ocupacional, Estressores, Clérigos(as), Qualidade de vida.


ABSTRACT

In order to measure quality of life, symptoms and incidence of stress, and the main occupational stressors in clergies (men and women) in the Methodist Church, as well as the degree of association of these variables, an interview was held with 74 adults (49 males and 25 females), 20 to 70 years old, approximately. The following instruments of measure were applied: term of agreement; identification form; inventory of stress symptoms, survey on stress sources in clergies; visual analogic scale and inventory of quality of life. It was noticed that 50% of the sample was highly stressed and that 64,5% had bad quality of life in terms of health care. It was also noticed that the percent of female population with stress (64%) overtook that of male in a similar situation (42,86%). As to symptoms, the study showed that in the stressed women the tendency of developing psychological symptoms is higher than it is in the men in the present sample. A significant percent of stress cases among married clergywomen was also noticed. Significant and negative correlations were observed between quality of life in health area and stress, indicating that higher levels of stress correlates with lower perception of life quality. The research also indicated that the first years of pastoral practice is associated with a higher level of stress. Considering stressors, it was noticed that the main sources of stress in a clergy life are: concern about their children's education (due to constant itinerancy); the undergoing of pastoral indication, and financial negotiation (pastoral stipend) between clergies and Church administration.

Keywords: Occupational stress, Stressors, Clergies, Quality of life.


 

 

1. Introdução

Uma das ações mais urgentes de nossa sociedade consiste em encontrar formas de eliminar e/ou reduzir as consequências resultantes de problemas preocupantes como os provenientes da industrialização e de uma sociedade globalizada e pós-moderna, que é o stress ocupacional (Quick, Murphy & Hurrell, 1992). Em relação a esta modalidade profissional, com fontes estressoras, os primeiros pesquisadores a demonstrarem a importância dos fatores psicológicos na indução desse quadro clínico foram Pincus e Hoagland (1943, apud Covolan, 1989), quando comprovaram aumento de excreção de dezessete corticosteróides em pilotos e instrutores de avião, após situação de vôos simulados. Os sintomas individuais de stress ocupacional tomam geralmente a forma de um humor depressivo, crescente irritabilidade, hipertensão arterial (Lipp, 2004), entre outros.

Chaves (1994) anteriormente havia investigado a influência de algumas características individuais no ajustamento e no enfrentamento do stress causado pelo trabalho noturno. Os resultados indicaram que o estado de sono piorava à medida que os escores de ansiedade ou de padrão de comportamento para o stress aumentavam; ao contrário, o estado de saúde piorava à medida que o escore de ansiedade era mais elevado, ou tempo do turno de trabalho era maior.

Além disso, tem-se a considerar que os sintomas organizacionais desse quadro incluem, por exemplo, absenteísmo, abandono de emprego, dificuldade nas relações pessoais, baixo controle de qualidade, pouca motivação e diminuição da satisfação, do rendimento e da produtividade. Neste sentido, os (as) clérigos (as) e suas respectivas denominações também não fogem a esta regra. No que diz respeito a este segmento populacional, encontra-se inserido numa sociedade urbanizada, globalizada e impelida pela necessidade de uma alta produtividade. Segundo Rossi (2005) nossa sociedade gratifica quem está ocupado todo o tempo. A ideia de que quanto mais correr, melhor é considerada como intenso fator estressante.

Este modus vivendi compromete a qualidade de vida, bem como enseja a presença do stress ocupacional, uma das principais causas de adoecimento físico, psicológico do ser humano contemporâneo.

1.1. Stress em Clérigos

De acordo com Lipp (2004), algumas ocupações parecem ser mais estressantes que outras. A prevalência de stress tem-se tornado um problema frequente entre as profissões assistenciais (Silva, 2003). Os (as) clérigos (as) não são exceção. Oswald (1982) e Schimdt (2003) afirmaram que, à semelhança de outros profissionais da área assistencial, os pastores têm dificuldade para lidar com esse estado de tensão.

O seu trabalho constitui um dos mais polêmicos da sociedade, exigindo um conjunto de qualidades e responsabilidades, às vezes, muito acima do que é exigido em outras profissões como, por exemplo: Integridade ética e moral; equilíbrio emocional em todos os momentos; conduta exemplar; conhecimento em diversas áreas (musical, administrativa, legal, relacional); dedicação exclusiva; proximidade relacional (costuma-se dizer no meio eclesial metodista que “o pastor/a precisa ser um amigo/a”); saúde física plena (“o/a pastor/a não pode ficar doente”); e senso de empatia.

Embora o stress ocupacional tenha sido motivo de pesquisa em diversos países, tal tema relacionado a clérigos (as) constitui-se em assunto pouco explorado na realidade eclesial brasileira. Há mais de três décadas, Mills e Koval (1971), num estudo empírico, examinaram a natureza do stress no clero. Em amostra randômica do clero protestante norte-americano, com aproximadamente 5.000 participantes, três quartos deles relataram experiências estressantes, frequentemente severas em sua natureza, caracterizadas por estados emocionais como frustração, angústia, depressão e até mesmo dúvidas em relação a sua competência profissional. Segundo a mesma pesquisa, a fonte estressora mais intensa era a relação da pessoa para com a sua comunidade local, particularmente no campo dos conflitos pessoais e ideológicos.

De acordo com Lee (1999), outro forte estressor na prática pastoral diz respeito às altas expectativas que os membros das igrejas têm em relação à competência pessoal e profissional do pastor. Segundo o mesmo autor, tais expectativas são experimentadas frequentemente pelo clero como irreais e intrusivas. Mais recentemente, em 1994, Morris e Blanton ( apud Lee, 1999) citaram os aspectos financeiros como a categoria mais estressante para funções semelhantes à exercida pelo pastor.

Tais estressores não pressionam apenas o pastor, mas acabam tendo consequências importantes nos integrantes de sua família. O mesmo estudo feito por Morris e Blanton aponta que as expectativas da comunidade clerical não se aplicam somente aos pastores, mas também aos membros de suas famílias. Por exemplo, é esperado, frequentemente, que os filhos de clérigos sejam mais bem-educados e maduros espiritualmente que outras crianças da congregação com a mesma idade deles (Lee, 1999). Também se espera com frequência, das esposas dos pastores, que assumam responsabilidades inerentes ao trabalho de seus maridos, como parte do contrato de trabalho de ministro. Scanlon e McHugh (2001) afirmaram que tanto padres católico-romanos, quanto ministros com outras denominações cristãs recebem pouca atenção no que concerne ao stress relacionado ao trabalho.

Ao estudar as necessidades pastorais, Oliveira (2004), em uma pesquisa envolvendo 38 pastores da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), destacou o descuido das igrejas evangélicas brasileiras para com seus respectivos clérigos. Um dos elementos que evidencia tal descuido é o nível de estresse presente em profissionais com menos de cinco anos de exercício no pastoreio, sendo que alguns, inclusive, já apresentam a síndrome de burnout. Desse modo, considerou-se relevante conduzir um estudo para averiguar a qualidade de vida, a incidência e a sintomatologia de stress, bem como verificar quais são os principais estressores ocupacionais entre os (as) clérigos (as) de um ramo do cristianismo protestante histórico, atuantes em comunidades situadas na capital de um dos Estados do País. Esses foram os objetivos que nortearam a presente pesquisa.

1.2. Qualidade de Vida e Espiritualidade

Nesta pesquisa foi utilizado o Inventário de Qualidade de Vida (IQV), instrumento desenvolvido por Lipp e Rocha (1995), com o objetivo de encontrar os indicadores do nível de qualidade de vida dos participantes. O instrumento consta de uma listagem de comportamentos que permite mensurar o nível de participação da pessoa em várias áreas consideradas essenciais para uma boa qualidade de vida. Baseia-se no pressuposto de que a qualidade de vida de uma pessoa está diretamente afetada pelo seu nível de stress. Representando aspectos da vida, esse instrumento é composto por quatro áreas: profissional, saúde, social e afetivo. Apresenta 45 itens, nos quais o respondente assinala sim ou não, sendo avaliado em termos de sucesso ou fracasso.

Durante a elaboração deste estudo, uma quinta área foi agregada, a qual foi denominada de espiritualidade. Neste sentido, foi necessário estabelecer uma aproximação entre qualidade de vida e espiritualidade do ponto de vista teórico e, a seguir, esclarecer como se chegou à elaboração desta área.

A espiritualidade, dentre alguns segmentos populacionais, sempre foi considerada um importante aliado das pessoas que estão passando por crises e/ou que estão doentes. Todavia o tema, talvez por estar sujeito a múltiplas interpretações, tem tido pouco interesse pela Ciência da Saúde. Também alguns psicólogos, na atualidade, têm demonstrado, às vezes, uma postura de oposição em relação ao assunto, ao caracterizar determinadas experiências religiosas como evidências de diversas psicopatologias (Fabrega, 2000).

Entretanto estudos recentes comprovam que a espiritualidade tem-se mostrado um poderoso aliado no confronto com o stress (Panzini & Bandeira, 2005). Nessa direção, cada vez mais existem evidências de que a espiritualidade está associada à qualidade de vida. Segundo um estudo sobre este conhecimento e satisfação no trabalho, o uso desta variável tem sido uma saída eficiente no enfrentamento de problemas relativos ao trabalho em geral (Silva, 2004). Segundo Paiva (1998), esse tipo de estratégia pode gerar um novo repertório de atividades de enfrentamento no campo profissional, das relações pessoais da emoção, do comportamento individual e social.

Diante de tais evidências, mostrou-se necessário agregarmos mais uma área ao Inventário de Qualidade de Vida, com o intuito de fornecer mais uma medida objetiva dos comportamentos nos quais as pessoas a utilizam para conseguir uma qualidade de vida bem sucedida, bem como lidar com o stress.

Impõe-se aqui uma questão de ordem metodológica: como medir “espiritualidade”? De modo geral, esta é avaliada em relação à afiliação (protestante, católico e outras), à vivência religiosa (praticante/ não praticante) ou à frequência aos cultos (semanal, quinzenal, mensal). Fica evidente que tais estratégias são limitadas para o desenvolvimento de um estudo mais aprofundado sobre uma variável tão complexa.

Por outro lado, não foram encontrados, na literatura, instrumentos para avaliar a espiritualidade que apresentem facilidade na aplicação, ou seja, que atendam aos aspectos mais genéricos das expressões religiosas. Outro limitador é que um instrumento desta ordem precisa incorporar realidades específicas de uma determinada religião. Para chegar aos itens que compuseram a área sobre espiritualidade, a qual se propõe ser adicionada ao IQV, foram considerados alguns fatores determinantes, extraídos da literatura sobre o assunto (Fleck, Borges, Bolognesi & Rocha, 2003). Cada fator determinante originou dois itens da área de espiritualidade para o IQV. Na Tabela 1, encontra-se a descrição dos cinco fatores determinantes, bem como os respectivos itens originados destes.

 

 

2. Método

O grupo de participantes constituiu-se de 74 clérigos (as), sendo 49 do sexo masculino e 25 do feminino. Os sujeitos de pesquisa são todos pertencentes a uma denominação cristã, do ramo protestante histórico. Suas idades variam entre 20 e 70 anos.

Foi preenchido pelos participantes um questionário com dados biográficos.

Na avaliação do stress, foi utilizado o Inventário de Sintomas de Stress de Lipp (ISSL). Esse instrumento foi construído e publicado por Lipp (2000) e visa identificar a sintomatologia desse quadro, se a predominância é somática ou psicológica; e em qual de sua fase encontra-se o examinando. O ISSL é composto por três conjuntos de questões. O primeiro elenca sintomas característicos da fase de alerta; o segundo reúne itens representativos da fase de resistência e o terceiro, sintomas da fase de exaustão.

Também na avaliação do stress empregou-se a Escala Analógica Visual (EAV) com o objetivo de mensurar a auto-percepção de stress dos participantes da pesquisa. Trata-se de um instrumento com itens tipo Likert, partindo do “Pouco Estressante” e chegando ao “Extremamente Estressante”. Ao participante é solicitado marcar um ponto que indique o nível de stress que sente. Não foi possível estabelecer a autoria deste instrumento na literatura, apesar de ser extremamente utilizada em hospitais e clínicas (Angelotti, 1999).

Outro instrumento empregado na coleta de dados foi o Levantamento de Fontes de Stress em Clérigos (as) (LFSC), elaborado pelo autor com a finalidade de verificar os estressores relacionados a labor pastoral. O instrumento compõese de quatro tipos de questões, distribuídas da seguinte forma:

a) Questões sobre stress relacionadas ao trabalho, respondido em Escala Tipo Likert;

b) Questões sobre stress e tempo de atuação na área;

c) Questões abertas sobre o que mais estressa o participante no exercício de sua profissão;

d) Questionário com 55 itens da atividade pastoral, respondido em escala tipo Likert, de 1 a 5. Ao final ainda constam 10 questões em aberto para que o examinando possa agregar outros itens que julgar estressantes no exercício da profissão.

Finalmente, para verificar-se o nível de qualidade de vida, foi utilizado o Inventário de Qualidade de Vida (Lipp & Rocha - 1995), instrumento publicado por Lipp e Rocha, utilizado com o objetivo de localizar indicadores do grau de qualidade de vida dos examinandos. Consta de uma listagem de comportamentos que permite mensurar o nível de participação da pessoa em várias áreas consideradas essenciais para uma boa qualidade de vida. Baseia-se no pressuposto de que a qualidade de vida de uma pessoa é diretamente afetada pelo seu nível de estresse. Representando aspectos da vida, esse instrumento é composto por quatro áreas: profissional, saúde, social e afetivo. Apresenta 45 itens, nos quais o respondente assinala sim ou não, sendo avaliado em termos de sucesso ou fracasso. Além dessas áreas, foi acrescida uma quinta, sobre espiritualidade, elaborada pelo autor, como já foi referido.

2.1. Procedimentos

Inicialmente foi estabelecido contato com a presidência da Instituição Eclesiástica. Após consulta extraoficial, foi encaminhada, formalmente, a solicitação para realização da pesquisa, através da remessa de correspondência à instituição acima citada.

Em um segundo contato, após esclarecimentos das quetões que surgiam, a pesquisa foi autorizada pela presidência da Instituição Eclesiástica, cujo ato foi comprovado mediante declaração por escrito.

O processo de coleta de dados iniciou-se após a aceitação de um grupo de clérigos como participantes do trabalho por assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Prestadas as explicações devidas sobre a pesquisa e sobre os instrumentos escolhidos para tal finalidade, deu-se andamento ao pretendido, em uma das plenárias de um Encontro Ministerial de Clérigos/as da Igreja Metodista. Foram tomados os devidos cuidados para garantir a privacidade de cada participante durante o período de preenchimento dos instrumentos.

Não houve definição de tempo limite para o término da atividade. Esclareceuse também que, de acordo com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, os participantes poderiam desistir de participar da pesquisa a qualquer momento.

Foram entregues setenta e quatro conjuntos numerados dos instrumentos de pesquisa. Aos participantes foi-lhes garantido total anonimato, não havendo a necessidade, em nenhum momento, da identificação profissional nos instrumentos de pesquisa.

Todo o processo de coleta de dados foi bastante exaustivo e necessitou atenção redobrada do pesquisador, visto que o grupo era grande e a todo instante eram solicitados esclarecimentos de dúvidas. De maneira geral, as dificuldades e imprevistos ocorridos foram contornados, sendo que o trabalho transcorreu dentro do esperado e o cronograma do projeto não foi prejudicado.

 

3. Resultados

3.1. Stress

Quanto à análise do ISSL, 50% dos participantes demonstraram stress e o restante, sem este estado de tensão . Entre a parcela com stress, 91,9% estavam em fase de resistência, 5,4% em fase de quase-exaustão e 2,7%, em fase de alerta. No que diz respeito à prevalência de sintomas, 48,65% apresentaram os de natureza psicológica, 37,84%, os físicos e 13,51% entre aqueles com sintomas físico-psicológicos. Os de maior frequência na Fase de Alerta do ISSL foram: tensão muscular, súbita vontade de iniciar novos projetos e boca seca. Em relação às fases de Resistência, os itens em que houve maior frequência, denotando presença de stress foram: problemas com a memória, cansaço constante e sensação de desgaste físico frequente. Quanto aos resultados, na fase de exaustão, a maior frequência de respostas foi observada nos itens excesso de gases, cansaço excessivo e insônia.

3.2. Percepção de Stress

Quanto à percepção de seu nível de stress, os participantes indicaram, em sua maioria (67%), níveis de baixo a intermediário (escores entre 1 e 5), sendo que apenas três deles consideraram-se com níveis extremos (escores 9 e 10). A média do grupo foi 5.0, indicando uma percepção de stress moderada.

3.3. Qualidade de Vida

Na análise dos dados quanto à qualidade de vida, é de fundamental importância considerar que o instrumento utilizado (IQV) tem por objetivo avaliar as condições atuais do respondente em cada uma das cinco áreas pesquisadas (social, afetiva, profissional, saúde e espiritualidade), que poderiam eventualmente levar a problemas mais sérios. Nesse sentido, observou-se que as áreas que revelaram maior percepção de sucesso foram a afetiva e a profissional, seguidas pela social e da espiritualidade, de acordo com o descrito na Tabela 2. Quanto à área de saúde, verificou-se como significante percepção de insucesso.

 

 

No que se refere à área Social do IQV, percebeu-se maior percentual de respostas afirmativas quanto a: gostar de conversar sobre assuntos não relacionados ao trabalho e gostar de passear sem pressa.

No caso dos itens que abrangem a dimensão afetiva, os participantes consideraram, em sua maioria, que recebem e dão afeto, além de terem admiração por si próprios e gostarem de si mesmos. No entanto, houve maior divisão dos participantes no item que diz respeito à satisfação da família quanto às horas dedicadas a ela.

No aspecto profissional, os participantes sentem-se como competentes no trabalho, com metas e que contribuem para o sucesso da empresa. Um percentual muito pequeno indicou que escolheu a profissão errada, do mesmo modo que poucos (13,9%) indicaram que, se fosse possível, mudariam de trabalho.

No que tange aos aspectos que envolvem a área da saúde, a maioria dos participantes considera que possuem estabilidade emocional, contam com uma alimentação saudável, têm a pressão arterial normal e que dormem bem.

Em termos de espiritualidade, verifica-se que a maioria dos participantes rezam pelo bem-estar de familiares e amigos, tentam perceber a vontade de Deus nas coisas que lhes acontecem e afirmam sentir a presença Dele em todos os momentos. Houve maior divisão nas respostas quanto à sustentação da espiritualidade com a ação individual, por meio de leituras e orações. Finalmente, um pequeno percentual dos participantes considera que depende da opinião do líder espiritual para mudar suas convicções pessoais.

3.4. Fontes de Stress

Para averiguar quais os principais estressores no labor pastoral, foi utilizado o Levantamento de Fontes de Stress em Clérigos e Clérigas (LFSC). A consistência interna do levantamento de fontes de stress em clérigos (as) (LFSC) foi medida através do coeficiente alfa de Cronbach, também conhecido como coeficiente KR20 (Kuder-Richardson), utilizado para dados dicotômicos. Valores de alfa maiores que 0.80 indicam alta consistência. Valores entre 0.60 e 0.79 indicam consistência intermediária e valores inferiores a 0.60 indicam baixa consistência interna. O LFSC apresentou alta consistência interna em sua totalidade. A precisão encontrada segundo o coeficiente de correlação de Cronbach foi de 0,954, considerado um valor excelente.

De acordo com os dados apontados pelo LFSC (conforme Tabela 3), 69% dos participantes responderam que “às vezes” o trabalho como clérigo é estressante, 15% responderam que raramente, 9%, na maioria das vezes e 7% indicaram que nunca perceberam o labor pastoral como gerador de stress.

 

 

Numa segunda questão, sobre o período de maior percepção no trabalho, consideraram como mais estressante o início da carreira, especificamente os 10 primeiros anos de trabalho. A menor percepção de stress parece estar associada ao aumento de anos em atuação, a partir dos 21 anos de envolvimento com o trabalho.

Quantos aos principais estressores ocupacionais, os três mais importantes foram:

- Preocupação com a educação dos filhos frente às mudanças de residência;

- Ter que se sujeitar ao processo de nomeação pastoral;

- Ter que negociar os subsídios pastorais com a administração da igreja.

 

4. Discussão

Mostrou-se muito significativo o número de participantes com stress. O percentual de 50% obtido é sobremaneira elevado, considerando-se dados de estudos recentes sobre o tema. De acordo com a contribuição realizada por Lipp (2004), a média do nível de stress para a cidade de São Paulo é de 35%. Logo a presença desse quadro no grupo de participantes pesquisado encontrase significativamente acima da média da população geral de São Paulo.

No entanto, os dados do presente estudo devem ser considerados no contexto do stress ocupacional. Pesquisas neste campo mostram índices diferenciados. Por exemplo, Oliveira (2004), em estudo com juízes e servidores públicos, verificou um percentual de 72% de participantes com stress ; Lipp e Tanganelli (2002) constataram percentual semelhante a este em um grupo de 75 magistrados da Justiça do Trabalho. Verificou-se que 70,6% dos participantes apresentaram sintomatologia atípica de um quadro de stress. Os dados mencionados mostram que os resultados obtidos são preocupantes. Observase, que o quadro de stress excessivo é fator significativo no processo de adoecimento da população estudada.

Igualmente significativa foi a diferença percentual entre homens e mulheres quanto à presença de stress. A sua frequência nas participantes do sexo feminino (64%) superou o percentual masculino (42,86%). Outros estudos confirmam tal prevalência, por exemplo, Costa (2006) em pesquisa sobre o stress nos administradores de empresas privadas, em uma cidade de médio porte, verificou, nos resultados obtidos que, dos 47 administradores entrevistados, a maior prevalência de sintomas de estresse encontra-se em pessoas do sexo feminino, solteiras ou com apenas um filho. O cálculo do escore bruto do ISSL, referente ao presente estudo, confirmou esta tendência, mostrando uma diferença significativa na quantidade de sintomas apresentados por homens e por mulheres. Enquanto as mulheres apresentaram 10.3, em média, os homens, em média, 7.6 sintomas.

Calais, Andrade & Lipp (2003), em estudo sobre diferenças de sexo e escolaridade na manifestação de stress em adultos jovens, verificaram que 79,30% das mulheres possuíam sintomas significativos enquanto que nos participantes do sexo masculino a percentagem era de 51,72%. Estudos posteriores seriam relevantes para a verificação dos determinantes desta prevalência de sintomas decorrentes do stress excessivo na mulher. Relativamente à predominância de sintomas físicos e/ou psicológicos em participantes com stress, os resultados mostraram que tanto homens quanto as mulheres desenvolveram um percentual maior de sintomas na área psicológica (52,38% nos homens e 43,75% nas mulheres). Esse dado foi também encontrado em outras pesquisas sobre stress, como as de Calais, Andrade & Lipp (2003) e Baechtold (2002).

O presente trabalho mostra também que dentre as mulheres participantes da pesquisa, o segmento das clérigas casadas revelou maior índice de stress (78,5%) em relação às clérigas solteiras (45,45%). A presença de stress em percentual significativo de clérigas casadas talvez tenha relação com os múltiplos papéis sociais que elas precisam assumir, principalmente relacionados à vida pessoal. Rocha-Coutinho (2003), comentando sobre mulheres casadas com funções executivas, afirma que estas, ao vivenciarem a “dupla jornada”, impondose restrições e exigindo de si um alto nível de excelência sofrem grande desgaste.

A percepção de sucesso na área afetiva entre clérigos (as) se deve possivelmente ao fato de que o labor pastoral possibilita a ampliação dos vínculos sociais, favorecendo uma melhor expressão da afetividade, conforme observam Souza & Figueiredo (2001). No entanto, quanto ao item sobre a satisfação da família em relação ao tempo que lhe é dedicado, houve uma divisão quanto à distribuição. Responderam afirmativamente 60,1% dos participantes (45) e negativamente 39,1% (29). Oliveira (2004) afirma que muitos (as) clérigos (as) descuidam-se de sua vida conjugal por estarem demasiadamente envolvidos no cuidado aos outros da sua comunidade.

A satisfação entre clérigos (as) quanto à área profissional pode estar associada à saúde mental e à capacidade para o trabalho, mostrando a importância dos fatores psicossociais em relação à saúde e bem-estar dos trabalhadores (Martinez, Paraguay e Latorre, 2004).

A presente pesquisa revela também um nível acentuado na percepção de sucesso quanto à área da espiritualidade. Silva (2004), ao analisar o impacto da espiritualidade sobre a satisfação do trabalhador em um grupo de duzentas pessoas, sendo cem delas líderes de uma organização religiosa neo-pentecostal e as outras cem de uma organização religiosa tradicional, sugeriu que, mesmo tendo um grupo com grande desgaste físico e mental, a espiritualidade impactou positivamente a satisfação do trabalhador.

Quanto ao tempo de atuação dos/as clérigos/as na prática pastoral, o período cronológico caracterizado como mais estressante pelos participantes da pesquisa refere-se ao início da carreira, mais especificamente aos dez primeiros anos de trabalho, em que estão 67,57% das respostas. Lipp e Tanganelli (2002) obtiveram dados semelhantes, em pesquisa sobre stress e qualidade de vida em magistrados do trabalho.

Através do LFSC, foram avaliadas as fontes ocupacionais de stress na atividade pastoral. Dessa forma, o levantamento apontou como principais estressores ocupacionais os seguintes:

a) Preocupação com a educação dos filhos frente às mudanças de residência;

b) Ter que sujeitar-se ao processo de nomeação da pastoral;

c) Ter que negociar os subsídios pastorais com a administração da igreja.

Schmidt (2003) aponta que um dos principais estressores em religiosos cristãos é a responsabilidade de ser e fazer. Logo, para além da demanda do trabalho pastoral, as preocupações inerentes à família, como a educação dos (as) filhos (as), tornam-se potentes estressores.

Quanto à fonte relacionada à negociação salarial, Morris e Blanton (apud Lee, 1999) citam os aspectos financeiros como a categoria mais estressante para funções semelhantes à exercida pelo (a) pastor (a).

 

5. Conclusão

Verificou-se nesta pesquisa que os (as) clérigos (as) participantes apresentavam alto nível de stress e má qualidade de vida no que tange à questão da saúde. Constituem-se um grupo de risco quanto a patologias que possam decorrer do stress crônico, visto que o percentual deles é de 50%, entre homens e mulheres. Os do sexo feminino (64%) superaram os do masculino (42,86%), sugerindo que se deva dar especial atenção a esse segmento, quando do planejamento de programas preventivos e de promoção de saúde.

Quanto aos sintomas observados, pode-se concluir que existe uma tendência de maior sintomatologia psicológica entre mulheres que entre homens estressados. Essa tendência pode ser decorrente de fatores culturais, sociais e provenientes de suas características biológicas, tais como alterações hormonais. Estudos posteriores seriam de grande relevância para a verificação dos reais determinantes dessa tendência de sintomas decorrentes do stress excessivo em clérigas.

A questão da predominância de sintomas psicológicos, observada em ambos os sexos dos participantes, deve ser considerada quando da elaboração de programas socioeducativos para a prevenção e controle de stress na população estudada. É primordial um enfoque no aspecto psicológico tanto em homens quanto em mulheres.

No tocante à questão da qualidade de vida, recomenda-se desenvolver novos estudos sobre as contribuições da espiritualidade neste campo. Este trabalho iniciou uma tentativa em desenvolver uma área de espiritualidade para o IQV. Novas pesquisas poderão adaptar a área da espiritualidade de acordo com a população estudada, todavia, sem perder de vista os fatores determinantes que balizaram a elaboração deste estudo.

Outro aspecto que merece destaque, a partir dos dados obtidos, diz respeito à questão da saúde entre clérigos (as), visto que esta foi a área mais comprometida em termos de qualidade de vida. Projetos que priorizem alimentação, exercícios físicos, técnicas de relaxamento e reestruturação de aspectos emocionais são de vital importância para melhoria real deste quadro entre clérigos (as).

Ainda sobre qualidade de vida, a satisfação da família é outro dado que merece atenção. Apesar de a área afetiva do IQV revelar bom nível de sucesso, os participantes da pesquisa ressentem-se no que diz respeito à satisfação dos membros de sua família quanto ao tempo a ela dedicado. Caso este dado não seja levado em conta, poderá dar incremento a um poderoso estressor.

Ressalta-se também que as fontes de stress ocupacional pesquisadas indicam que esse quadro clínico presente nos participantes pode ser decorrente de estruturas próprias do modelo organizacional. Neste sentido, uma consultoria sobre stress ocupacional, acompanhado do treino de controle de stress, poderia ser de grande valia aos clérigos e clérigas da instituição eclesiástica pesquisada.

Relativamente à frequência de cada fonte de stress elencada no LFSC, a constatação de que tanto clérigos quanto clérigas se preocupam com a educação dos filhos frente às mudanças de residência, sujeitam-se ao processo de nomeação pastoral e negociam os subsídios pastorais com a administração da igreja apontam para uma revisão destes processos por parte da referida instituição religiosa, visando adaptar-se às contingências da pós-modernidade.

Recomenda-se que pesquisas nesta área investiguem as fontes internas relacionadas ao stress ocupacional de clérigos (as), e que se averiguem estratégias de enfrentamento que facilitem a esta população lidar com os estressores presentes em seu dia-a-dia.

Uma vez que se verificou que o nível de stress foi maior nos primeiros anos do exercício do labor pastoral, sugere-se que programas de prevenção e controle devam estar centralizados neste segmento da população, visando uma redução do nível de stress na história do profissional.

Finalmente, conclui-se que a presença de stress em um percentual significativo de clérigas casadas, possivelmente, está relacionada aos múltiplos papéis sociais que elas precisam assumir, principalmente com respeito à vida pessoal. O desenvolvimento de programas com esta parcela da população estudada é de vital importância para o sucesso na redução do stress ligado à sua atuação junto à comunidade na qual exercem seu labor pastoral.

 

Referências

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Recebido em: 15/01/2009
Aceito em: 20/02/2009

 

 

1 Este trabalho baseia-se na Dissertação de Mestrado defendida no Programa de Pós- Graduação em Psicologia da PUC/Campinas e que contou com bolsa da CAPES. Contato: Rua Hermes de Moura Borges, 109 - São Paulo - SP – CEP 03567-120. Tel.: (11) 6741-2086.
E-mail: cesar.pinheiro@metodista.br
2 Profª Titular da PUC – Campinas. Contato: Cond. Chácara Flora. Rua dos Ipês, 29. Estrada de Campinas/Valinhos, Km 1 Valinhos, SP - CEP 13272-561. Tel.: (19) 3869-5280. E-mail: mlipp@estresse.com.br

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