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Boletim - Academia Paulista de Psicologia

versão impressa ISSN 1415-711X

Bol. - Acad. Paul. Psicol. vol.40 no.99 São Paulo jul./dez. 2020

 

I. TEORIAS, PESQUISAS E ESTUDOS DE CASO

 

Bebês internados em unidades neonatais: caracterização e percepção materna da situação

 

Babies admitted in neonatal units: characterization and maternal perception of the situation

 

Bebés un unidades neonatales: caracterización y percepción materna de la situación

 

 

Carolina Daniel MontanhaurI; Olga Maria Piazentin Rolim RodriguesII; Nadja Guazzi ArenalesIII

IUniversidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" – UNESP, Bauru, SP, Brasil - Mestre e Doutoranda. ORCID: 0000-0002-4533-7286
IIUniversidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" – UNESP, Bauru, SP, Brasil - Profa. Doutora do Departamento de Psicologia e da Pós- Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem da UNESP. ORCID: 0000-0002-5332-256X
IIIHospital Particular, Bauru – SP, Brasil. Mestre. ORCID: 0000-0001-6514-1726

Contato

 

 


RESUMO

Durante a gravidez surge nos pais inquietações sobre a saúde, integridade e aparência do bebê. Essas inquietações se transformam em medo e preocupação quando esse bebê apresenta algum problema de saúde e necessita de maiores cuidados ou, até mesmo, a internação em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Passam a viver novas situações como a notícia da internação e o ambiente hospitalar que despertam nos pais sentimentos ambíguos. Objetivou-se descrever e comparar a percepção materna sobre o momento da notícia, a condição do bebê e perspectivas futuras considerando os sentimentos positivos e negativos das mães, durante a internação. Participaram do estudo 16 mães que deram à luz a bebês que necessitaram de imediata internação na UTIN ou Unidade de Cuidados Intermediários neonatal (UCIN) que responderam o questionário sociodemográfico e o "Protocolo para avaliação da percepção materna sobre a condição do bebê internado em UTIN". Os resultados apontaram uma percepção inicial negativa sobre a notícia da internação, desencadeado por sentimentos negativos, apoio do pai e família e clareza das informações trazidas pela equipe de saúde. Houve uma percepção positiva em relação à condição de saúde, tempo e sequelas da internação. Encontra-se mudança da percepção materna da notícia para a vivência da internação devido a características da mãe (união estável e escolaridade) e do bebê (prematuridade tardia e tempo de internação) e apoio social ofertado pela família e profissionais.

Palavras-chave: percepção; mães; bebês; Unidade de Terapia Intensiva; hospitalização.


ABSTRACT

During pregnancy, parents are concerned about the baby's health, integrity and appearance. These concerns turn into fear and concern when this baby presents a health problem and needs more care or, even, the admission to a Neonatal Intensive Care Unit (NICU). They start experiencing new situations such as the news of hospitalization and the hospital environment that arouse ambiguous feelings in their parents. The objective was to describe and to compare the maternal feelings and perception about the moment of the news, the baby's condition and future perspectives, considering the mothers' positive and negative feelings during hospitalization.The study included 16 mothers who gave birth to babies who needed immediate admission to the NICU who answered the sociodemographic questionnaire and the "Protocol for assessing maternal perception about the condition of the baby admitted to the NICU". The results pointed to an initial negative perception about the news of the hospitalization, triggered by negative feelings, support from the father and family and clarity of the information brought by the health team. There was a positive perception regarding the health condition, time and sequelae of hospitalization. There is a change in the maternal perception of the news for the experience of hospitalization due to characteristics of the mother (stable union and education), of the baby (late prematurity and length of hospital stay) and social support offered by the family and professionals.

Keywords: perception; mothers; babies; Intensive Care Unit; hospitalization.


RESUMEN

Durante el embarazo, los padres están preocupados por la salud, integridad y apariencia del bebé. Estas inquietudes se convierten en miedo y preocupación cuando este bebé tiene un problema de salud y necesita más atención o, inclusive debe ser hospitalizado en una Unidad de Cuidados Intensivos Neonatales (UCIN). Los padres comienzan a experimentar nuevas situaciones, como las noticias de hospitalización y el ambiente hospitalario que generan sentimientos ambiguos. El objetivo es describir y comparar la percepción materna sobre el momento de la noticia, la condición del bebé y las perspectivas de futuro, considerando los sentimientos positivos y negativos de las madres durante la hospitalización. Participaron 16 madres en este estudio que dieron a luz a bebés que necesitaron ingreso inmediato a la (UCIN), respondieron el cuestionario socio demográfico y el "Protocolo de evaluación de la percepción materna sobre la condición del bebé ingresado en la UCIN". Los resultados mostraron una percepción negativa inicial sobre la noticia de la hospitalización, desencadenando varias situaciones: sentimientos negativos, el apoyo del padre y la familia y la información del equipo de salud. Hubo una percepción positiva sobre el estado de salud, el tiempo y las secuelas de la hospitalización. Fue percibido un cambio en la percepción materna de las noticias sobre la experiencia de hospitalización debido a las características de la madre (unión estable y escolaridad), del bebé (prematuro tardío y duración de la estancia hospitalaria) y el apoyo social ofrecido por la familia y los profesionales.

Palabras clave: percepción; madres; bebes; Unidad de Terapia Intensiva; hospitalización.


 

 

Introdução

O cuidado preventivo com o bebê inicia desde a assistência de qualidade no pré-natal bem como os serviços oferecidos do nascimento até a alta hospitalar, possibilitam a diminuição de agravos e uma melhor qualidade de vida, visando a redução da mortalidade neonatal, principalmente de bebês nascidos com alguma condição de risco identificada (Fernandes, Santos, & Santiago, 2019). Para o atendimento de qualidade a esses recém-nascidos oferta-se, de acordo com as especificidades e necessidades, as diferentes unidades neonatais, seus serviços e profissionais. Dentre essas unidades neonatais estão a Unidade de Terapia Intensiva (UTIN), Unidade de Cuidado Intermediário Convencional (UCINCo) e a Unidade de Cuidado Intermediário Canguru (UCINCa) (Brasil, 2015). Nessas unidades são admitidos bebês com diversos diagnósticos relacionados a dificuldades durante o parto, condições no nascimento e imaturidade do organismo, como o baixo peso ao nascer, prematuridade, entre outras, sendo esses diagnósticos os mais recorrentes para indicação de internação (Fernandes et al., 2017). Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS ( World Health Organization, 2012) configura-se como bebês prematuros os nascidos com menos de 37 semanas de gestação. Os bebês também podem ser classificados em prematuro moderado a tardio (nascidos de 32 a 37 semanas), muito prematuro (nascidos de 28 a 32 semanas) e prematuro extremo (nascidos com menos de 28 semanas). Bebês são considerados com baixo peso quando apresentam peso inferior a 2500 gramas, muito baixo peso, abaixo de 1500 gramas e baixo peso extremo quando abaixo de 1000 gramas. Em relação às características sociodemográficas maternas pode- se verificar a tendência de mães jovens, principalmente de 18 a 25 anos, tendo 28 anos como média de idade para as participantes. Em relação a escolaridade as mães cursaram, em sua maioria, até o ensino fundamental tendo completado ou não essa etapa. Além disso, observou-se que essas mães possuem união estável (Dadalto & Rosa, 2015; Lima, Silva, Avila, Nicolau, & Neves, 2015; Mucha, Franco, & Silva, 2015). Em estudo sobre características maternas e dos recém-nascidos associados a internação em UTI neonatal, Lima et al. (2015) encontraram resultados em que a baixa escolaridade materna e a ausência de uma companhia e/ou pai do bebê atuavam como maiores riscos de internação em unidades neonatais. Em revisão de literatura sobre caracterização dos bebês admitidos nessas unidades realizada por Freitas et al. (2018), verificou-se a recorrência de estudos que tinham como sujeitos bebês de dois a três meses internados, sendo menos frequente as pesquisas que envolviam bebês com longos períodos de internação, mais de quatro meses, ou bebês que estavam há menos de um mês internados. O tempo de permanência nas unidades neonatais pode variar e estar relacionado ao diagnóstico e prognóstico do bebê. Em estudo sobre a relação do diagnóstico com o tempo de hospitalização Nunes e Cunha (2014) observaram que a prematuridade estava associada a maior média de dias de permanência do recém-nascido (19 dias), seguido pelos bebês diagnosticados com desconforto respiratório (11 dias). Um período de permanência mais longo pode significar prejuízos ao desenvolvimento do bebê, como também a interação entre mãe e bebê. O tempo de internação do bebê implica na quantidade de visitas da mãe a UTIN. A média de dias de visitas das mães de bebês pré-termo foi maior (13 dias) do que a das mães dos bebês com doenças respiratórias (6 dias) (Nunes & Cunha, 2014). Esse período de acompanhamento do bebê internado pode, para algumas mães, significar uma fonte de estresse devido a atenção exigida e o distanciamento de sua rotina e convívio social (Mucha et al., 2015). Tais fatores maternos estão associados às características dos bebês e, por isso, devem ser alvo de intervenções no âmbito interdisciplinar com profissionais da medicina, enfermagem, psicologia, fisioterapia, terapia ocupacional, assistência social, fonoaudiologia, entre outros, direcionados ao recém-nascido e a seus familiares (Brasil, 2007). Em revisão integrativa da literatura sobre a atuação do psicólogo na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, Souza e Pegoraro (2017) analisaram a atuação do profissional da psicologia em contexto grupal, envolvendo tanto pais como profissionais, associados a atendimentos individuais para acolher e sanar dúvidas sobre a rotina da internação, conciliação de demandas familiares (outros filhos) e outras demandas dessa família. Essas intervenções, em sua maioria, possuíam como objetivo a facilitação da interação pais-bebê para favorecer a vinculação da tríade e apoio psicológico. A internação é um evento adverso e estressante tanto para os pais como para o bebê, pois introduz o bebê logo em suas primeiras horas de vida à um ambiente hostil e repleto de estímulos como barulho, luz, constante movimentação de profissionais, procedimentos invasivos e dolorosos, oscilações de temperatura, entre outros (Jordão, Pinto, Machado, Costa, & Trajano, 2016). Os pais se deparam com um distanciamento do bebê, pela impossibilidade de toque, colo e com a pouca possibilidade de exercer as atividades de cuidado devido aos equipamentos e condição de saúde do bebê. Essa situação os coloca em questionamento sobre a saúde do bebê, as expectativas que haviam criado e o que esperam sobre sua recuperação (Carvalho & Pereira, 2017). Além do distanciamento do bebê a alteração da rotina da família, pelas visitas ao bebê internado e cuidados com outros filhos também é fonte de estresse aos pais, exigindo adaptações e mudanças a este novo momento (Ramos et al., 2016). Em uma pesquisa sobre a vivência de mães de bebês prematuros durante a internação Baseggio, Dias, Brusque, Donelli e Mendes (2017) observaram a semelhança de sentimentos descritos pelas mães, como a culpa por sentirem-se responsáveis pela internação e nascimento prematuro, angústia, medo, estranhamento com a aparência e incerteza sobre a sobrevivência do bebê. Os fios e equipamentos necessários para o tratamento e manutenção da vida dos bebês também despertavam sentimentos de angustia e ansiedade relacionados à fragilidade do bebê e possível perda. A notícia da necessidade de internação e de cuidados intensivos é outro momento, além do nascimento de um bebê de risco, que desperta na mãe e seus familiares sentimentos ambíguos, tanto negativos como positivos. Quanto as reações negativas, pode-se perceber a recorrência delas mesmo quando a notícia era prevista ainda na gravidez, devido às condições de saúde da mãe e do feto, causando sensações angustiantes na mãe que já esperava por um parto e nascimento prematuro (Naidon, Neves, Silveira, & Ribeiro, 2018). Mas, principalmente, quando a notícia é inesperada para os genitores é mais intenso o desespero, o medo de separação, a frustração, a preocupação, a infelicidade, a culpa, a solidão, a impotência e o desamparo vivenciados pelos pais (Ramos et al., 2016). Dadalto e Rosa (2015) pesquisaram sobre as vivências e expectativas das mães de bebês pré- termos internados e puderam constatar que esta foi impactante tanto para mães de bebês internados em hospital particular como para as de bebês internados em uma UTIN de um hospital público, sendo comum entre elas o sentimento de tristeza e preocupação. Relataram, também, que o processo de acompanhamento ao bebê na UTIN, pode ser algo cansativo, mesmo entendendo a necessidade de internação. Mas, sobre o processo de admissão e vivência da internação relataram estarem enfrentando de forma positiva, sendo os momentos iniciais difíceis e dolorosos. A reação à notícia pode ter um impacto diferente se a mãe se percebe sozinha diante da reação e enfrentamento da notícia. No estudo de Carvalho, Reis, Dias, Monteiro e Pinheiro (2007) sobre a vivência de familiares no processo de nascimento e internação de filhos na UTIN abordam que a presença da família nuclear e extensa atua como suporte emocional a mãe, principalmente quando o pai acompanha as diversas etapas da gravidez e auxilia no enfrentamento das notícias difíceis. Mesmo diante de um quadro grave as mães podem passar por reações positivas diante da notícia e vivência da internação, como de confiança no serviço ofertado pelos profissionais de saúde, esperança e otimismo quanto a recuperação do bebê, pelo conformismo pela necessidade de tratamento e tranquilidade por poder participar quando possível das atividades de cuidado ao recém-nascido (Fernandes & Silva, 2015). Na pesquisa de Carmona, Vale, Ohara e Abrão (2014) sobre a percepção de mães acerca da saúde de seus filhos e dos outros bebês que estavam também internados, prevaleceu a percepção de que os próprios filhos estavam melhores e apresentando menores dificuldades que os outros. Ainda sobre expectativas positivas, Dadalto e Rosa (2015) ao questionarem as mães sobre os prejuízos do período de internação à relação entre elas e os bebês, a maioria relatou que não esperam consequências negativas pelo período de ausência de interação e algumas assumiram que terão maior apego ao bebê como compensação ao tempo vivido na unidade neonatal. Além das possibilidades de percepções positivas sobre a experiência da notícia e os primeiros contatos com o recém-nascido internado, o estudo de Ramos et al. (2016) sobre a participação da família nos cuidados das crianças em UTIN, constatou que a clareza nas informações e notícias que eram transmitidas aos pais, bem como eles realizarem alguns cuidados no ambiente da unidade atuou como um atenuador das suas inseguranças e de seus medos. O impacto negativo causado pela notícia e vivência da hospitalização podem ser atenuados pela confiança que as mães desenvolvem ao longo da internação no trabalho da equipe e na permissão pela equipe da participação dos cuidados do filho (Rolim et al., 2016). O cuidado destinado pela equipe de profissionais com a escuta e identificação de demandas, com divulgação das notícias sobre os bebês veiculadas de forma compreensível e o apoio da equipe aos pais também podem atuar como fatores de facilitação e enfrentamento das situações adversas decorrentes da internação (Fernandes & Silva, 2015; Veronez, Borghgesan, Corrêa, & Higarashi, 2017). Estudos que descrevem a percepção das mães sobre a notícia da internação, a condição do bebê e futuros desfechos podem auxiliar na elaboração de programas junto a elas nesta ou fases posteriores à situação de internação do bebê em UTIN. Objetivou- se, neste estudo, descrever e comparar a percepção da mãe sobre notícia da internação, a condição do bebê e perspectivas futuras considerando os sentimentos positivos e negativos da mãe, nos primeiros dias de internação.

 

Método

Para a coleta dos dados foram tomadas todas as providências cabíveis por ocasião do convite para a participação neste projeto, conforme as condições estabelecidas pela resolução 466/12 da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP, 2012). A presente pesquisa é parte do projeto "Variáveis do bebê e maternas: correlação com interação mãe- bebê e desenvolvimento infantil" aprovado pelo Comitê de Ética (Processo nº 11187/46/01/2012), da Faculdade de Ciências, UNESP, Bauru. O projeto passou também pela análise da comissão científica da Maternidade Santa Isabel.

Participantes

Participaram da pesquisa 16 mães que deram à luz a bebês que necessitaram de imediata internação na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) ou Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (UCIN) da Maternidade Santa Isabel, de Bauru, SP. A instituição atende a diversos municípios do centro oeste paulista sendo uma unidade de referência regional para atendimento e cuidado à bebês de risco, principalmente bebês nascidos muito prematuros. Utilizou-se como critério de inclusão para essa análise os bebês que estavam no máximo há 14 dias internados, pois buscava-se identificar as reações recentes a notícia da internação e os sentimentos vivenciados nesses dias iniciais da presença do bebê na UTIN ou UCIN. Por isso, excluiu-se dessa pesquisa bebês que estavam internados há mais tempo e que passaram por complicações e eventos adversos no decorrer de sua permanência na unidade, como a necessidade de cirurgias, outros procedimentos invasivos ou transferência de instituição. Ainda foram excluídos bebês que possuíam alguma malformação ou síndrome previamente identificada.

Quanto à idade 43,8% das mães (sete participantes) tinham entre 14 e 20 anos, 31,3% (cinco participantes) tinham entre 21 e 29 anos e 24,9% (quatro participantes) possuíam trinta anos ou mais de idade. Quanto à escolaridade 68,8% (11 participantes) delas tinham ensino médio completo ou incompleto e 31,2% possuíam ensino fundamental completo ou incompleto (cinco participantes). Das mães, 50,0% (oito participantes) trabalhavam fora, delas 31,2% (cinco participantes) se identificaram como do lar e 18,8% (três participantes) não possuíam profissão. Dentre elas, 62,5%, possuíam união estável (10 participantes) e 37,5% (seis participantes) se declararam solteiras. Quanto à classe social 75% das mães estavam na classe econômica C (12 participantes), 18,8% na classe social B (três participantes) e uma participante na classe D. Quanto ao número de filhos o bebê era o primeiro filho para 50,0% das mães (oito participantes), 31,2% (cinco participantes) estavam dando à luz ao seu terceiro filho e 18,8% (três participantes) deram à luz ao segundo filho (três participantes). As características sociodemográficas das mães abordadas nesse estudo se assemelham aos encontrados na literatura em relação a idade e estado civil (Lima et al., 2015; Mucha et al., 2015). Entretanto, as mães desse estudo possuíam a escolaridade maior do que encontrada nos demais estudos, podendo atuar como um fator de proteção e melhor compreensão do ambiente diferente. Das participantes, 75% delas (12 participantes) apresentaram boa saúde durante a gravidez, entretanto 25% (quatro participantes) tiveram problemas como anemia, diabetes, pressão alta e outros problemas de saúde identificados antes da gestação como a sífilis. Os bebês estavam, em média a seis dias internados estando, no mínimo um dia internado e, no máximo, 14 dias internados. Portanto, eram bebês recém-admitidos na UTIN e que estavam se adaptando à dinâmica da maternidade, assim como a mãe. A média dos dias de internação dos bebês dessa amostra é menor do encontrado por Nunes e Cunha (2014). Os bebês em sua maioria (62,5% - 10 bebês) nasceram prematuros, sendo dois deles considerados muito prematuros (de 28 a 31 semanas) e oito bebês considerados prematuros moderados ou tardios. Sendo assim, 37,5% dos recém-nascidos (seis bebês) nasceram com 37 semanas ou mais de vida. Desses, 50% (oito bebês) foram classificados como baixo peso ao nascer (peso ao nascer abaixo de 2.500 gramas), sendo todos esses também prematuros. Das causas da internação do bebê 37,5% (seis bebês) foram internados devido ao nascimento prematuro e a necessidade de acompanhamento e ganho de peso sem outros problemas de saúde associados. Dos demais, 25% (quatro) dos bebês foram internados por problemas respiratórios e 18,8% (três bebês) por problemas intestinais resultado de infecção adquirida após o nascimento, complicação que necessitou de cirurgia imediatamente após o nascimento. As causas das internações identificadas nos bebês dessas mães se assemelham as encontradas por Fernandes et al. (2017), sendo a prematuridade, o baixo peso e problemas respiratórios são as causas recorrentes de internação em UTIN e que merecem maior atenção.

Instrumentos

Utilizou-se de um questionário sociodemográfico para obter informações sobre a mãe, condições de nascimento do bebê, sobre a saúde materna durante a gravidez e o parto. Para avaliação da percepção materna sobre o processo de internação utilizou-se o "Protocolo para avaliação da percepção materna sobre a condição do bebê internado em UTIN". O presente instrumento abarca questões sobre a percepção materna da internação, condição de saúde do bebê e possíveis desdobramentos futuros. O protocolo é composto por 13 questões, sendo oito abertas e cinco fechadas. As questões abertas foram elaboradas para obtenção de informações sobre a vivência da notícia da internação (motivo da internação do bebê, quem informou sobre a internação, quanto tempo após o parto, sentimentos despertados com essa notícia, como foi dada a notícia, presença de uma figura de apoio social, avaliação da forma da comunicação da notícia e comentários sobre essa avaliação). As questões fechadas eram relacionadas a percepção materna compostas pelas cinco afirmações positivas que versavam sobre a condição de saúde do bebê, expectativa de alta, possibilidade de sequelas, desdobramentos futuros e sentimentos vivenciados nos contatos iniciais. As respostas eram dadas em uma escala likert que variavam em relação a temática abordada. Para o levantamento de dados sobre a saúde do bebê as alternativas iam de uma gradação de cinco a um ponto, sendo ótima = 5, boa = 4, regular = 3, inspira muitos cuidados = 2 e o não saber informar sobre a saúde do filho = 1. Em relação as expectativas sobre a alta do bebê da unidade, a mãe poderia indicar sua percepção sobre o tempo em uma semana (4), de uma semana a 15 dias (3), de 16 dias a um mês (2) e a espera de mais de um mês de internação (1). Sobre as possíveis consequências da internação as respostas poderiam ser sim (4), não (3), não saber informar sobre as possíveis sequelas (2) e a questão de não ser informado sobre a possibilidade delas (1). Sobre os desdobramentos da internação, buscou-se identificar se as mães entendiam que o filho logo receberia alta e teriam uma vida normal (5), se o filho permaneceria pouco mas teria o desenvolvimento monitorado (4), a alta seria algo distante ainda e necessitará de monitoramento do desenvolvimento (3), a percepção de que apenas demoraria para sair, mas sem outras necessidades após a alta (2) e não saber o que responder em relação aos desdobramentos (1). Em relação aos sentimentos desencadeados nas mães logo após a notícia e internação dos filhos, as mães poderiam identificar-se como: Tranquila (4), Conformada (3), Nervosa (2) e muito nervosa (1).

Procedimento de coleta de dados

Após a pesquisadora identificar, juntamente com a equipe de saúde a internação de um novo bebê na UTI e UCI, a mãe, durante a visita, foi contatada e convidada a participar da pesquisa. Por ocasião do convite foram dadas as devidas explicações sobre a pesquisa e os objetivos da mesma. Também foram informadas sobre os riscos ao participar da pesquisa, a ausência de ônus e a possibilidade de desistência do projeto a qualquer momento, sem prejuízo dos serviços por ela usufruídos no hospital. Após o aceite as mães assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e, em seguida, responderam ao Questionário sociodemográfico e aos itens do Protocolo para avaliação da percepção materna sobre a condição do bebê internado em UTIN.

Procedimento de análise de dados

Os dados foram tabulados, organizados e divididos em informações sobre a gravidez e condição de saúde do bebê, informações sobre a percepção materna (questões fechadas) e informações sobre o momento da notícia da necessidade de internação (questões abertas). As questões fechadas foram contabilizadas e feitas as adequadas análises estatísticas descritivas. As questões abertas foram classificadas em categorias de acordo com a similaridade das respostas, contabilizadas e analisadas. As duas questões sobre os sentimentos vivenciados por ocasião da notícia foram analisadas, contabilizadas e as respostas foram classificadas em sentimentos positivos (tranquila e conformada) e negativos (nervosa e muito nervosa) em relação a situação enfrentada. Em um segundo momento foi comparado as respostas das mães, primeiramente às questões relacionadas à percepção materna da condição do bebê (condição de saúde do bebê, expectativa de alta, possibilidade de sequelas, desdobramentos futuros) com os sentimentos vivenciados nos contatos iniciais.

 

Resultados

Percepções sobre a internação

Afim de coletar informações sobre o momento de revelação da necessidade de internação, as mães foram questionadas em relação ao informante da internação, de que forma essa notícia foi dada (avaliando clareza e compreensão), quanto tempo após o parto, o apoio recebido nesse momento e os sentimentos que emergiram após a notícia. A maioria das entrevistadas, 93,8% (15 participantes), receberam do corpo médico a notícia da necessidade de internação do bebê. Apenas uma participante recebeu a notícia pelo seu marido, comentando que restou muitas dúvidas pois não havia notícias completas e claras da situação de seu bebê e que gostaria de ter recebido de algum profissional. Todas as mães participantes dessa pesquisa informaram que foram informadas da condição do bebê logo após ao parto. Nesse único caso, o pai como encarregado da notícia carrega uma grande responsabilidade, de transmitir a informação correta, bem como a de ser forte e oferecer apoio à mãe que recebe a dura notícia da internação.Das participantes, 87,5% (14 participantes) consideraram claras as explicações e 12,5% (duas participantes) avaliaram como confusa as informações que receberam dos profissionais da saúde relatando que permaneceram com dúvidas até o momento da entrevista. Ainda que duas delas consideraram as informações recebidas confusas, não exigiram outra forma de explicação pelo médico ou outro membro da equipe de saúde, que fosse de forma clara e compreensível a elas. A clareza das informações e notícias pode ser entendido como fator de proteção a uma vivência negativa da internação conforme apresentado por Fernandes e Silva (2015) e Veronez et al. (2017).

No momento da informação sobre a necessidade de internação 43,8% (sete participantes) estavam acompanhadas pelo pai do bebê, 31,2% (cinco participantes) estavam acompanhadas da avó do bebê, 18,8% (três participantes) delas estavam acompanhadas tanto do pai quanto da avó do bebê e apenas uma mãe estava sozinha nesse momento. A maioria das mães desse estudo estavam acompanhadas por um ou mais familiares, podendo ser um fator de suporte as dificuldades desse momento, auxiliando-as na percepção e enfrentamento do processo de internação conforme salientado por Carvalho et al. (2007) do fator protetivo que é o apoio do parceiro e familiar. Quando questionados sobre os sentimentos envolvidos no momento da notícia sobre a necessidade de internação dos bebês, as mães, muitas vezes, vivenciavam mais de um sentimento, sendo mais de um sentimento negativo como preocupação e medo, mas, também, sentimentos negativos e positivos, como preocupação e conformação com a situação da internação. As mães relataram principalmente, 78,9% (15 participantes), sentimentos negativos, enquanto 21,1% (quatro participantes) relataram sentimentos positivos. Dos sentimentos negativos, 31,5% (seis participantes) ficaram assustadas com a situação, 26,3% (cinco participantes) ficaram preocupadas com a internação, 15,8% (três participantes) relataram ter ficado nervosas e uma mãe (5,3%) sentiu-se triste diante da informação. Decorrentes da inesperada notícia da internação houve diferentes percepções desse momento, mas prevaleceu o de desencadeamento de sentimentos negativos, sendo a preocupação com o bebê, sua saúde e a retomada da rotina o mais recorrente. Esses sentimentos negativos relatados e as preocupações e inseguranças decorrentes dessa notícia vão ao encontro dos estudos de (Dadalto & Rosa, 2015; Naidon et al., 2018) que também demonstraram prevalência de percepções negativas no momento da notícia impactante da internação.

Percepção da condição do bebê

Em relação a percepção materna da condição de saúde dos bebês 68,8% (11participantes) consideraram que o seu bebê tinha uma boa condição de saúde e 18,8% (três participantes) classificaram como ótima condição de saúde. Apenas uma mãe considerou a condição de saúde do bebê como regular e uma mãe acreditava que seu bebê inspirava muitos cuidados. As participantes foram questionadas sobre a expectativa do tempo que seus bebês levariam para terem alta e saírem da maternidade. Das mães, 62,5% (10 participantes) tinham expectativa de alta em até uma semana, 18,8% das mães (três participantes) de uma semana a 15 dias, 06,2% das mães (uma participante) de 15 dias ou mais e, por último, 12,50% (duas participantes) não souberam informar quando seria essa saída da maternidade.

Quando questionadas sobre as possibilidades de sequelas em seus bebês devido a necessidade de internação, o período internado e seu diagnóstico 68,8% (11 participantes) acreditam que seus filhos não sofreriam nenhuma consequência e 31,2% das mães (cinco participantes) não souberam dizer se seus filhos terão alguma sequela desse período de tratamento.

Sobre o momento após internação as mães foram indagadas sobre a percepção que tinham sobre os desdobramentos da internação, sendo que 93,8% das mães (15 participantes) relataram a crença de que seus bebês iriam sair da maternidade logo e poderiam ter uma vida normal, sendo esse um momento específico para recuperação e, uma participante acreditava que seu filho demorará para sair da maternidade e seu desenvolvimento deveria ser monitorado.

A percepção positiva que as participantes apresentaram sobre a boa condição de saúde do bebê, o tempo necessário para receber a alta hospitalar e as possíveis consequências da internação se contrapõem aos apresentados por Baseggio et al. (2017) e Carvalho e Pereira (2017), em que a tendência dos estudos foi reportar os sentimentos negativos sobre a sobrevida e sequelas da internação ao bebê, relacionadas à aparência do bebê, a utilização de aparelhos para garantir a sobrevida do bebê, o motivo da internação e seu prognóstico.

Podemos entender essa percepção positiva da condição de saúde do bebê pelo entendimento de que seus filhos estavam bem quando comparados a outros bebês, como também encontrado por Carmona et al. (2014), pelo entendimento de que os bebês não teriam prejuízos no seu crescimento e que a internação seria um motivo para fortalecer a díade, conforme Dadalto e Rosa (2015) também notaram. Dados concretos sobre o bebê também nos ajudam a entender a percepção otimista sobre a saúde e recuperação do bebê, visto que os filhos das participantes eram em sua maioria prematuros tardios (37 a 32 semanas de IG) e estavam há poucos dias internados, podendo esse ser um prognóstico positivo e que auxiliava na compreensão da real gravidade do estado de saúde do bebê e do tempo necessário para se recuperar conforme também exposto por Freitas et al (2018) e Nunes e Cunha (2014).

Verificando os sentimentos relatados pelas mães no momento da entrevista relacionados aos dias de contato com o bebê na unidade e a rotina da internação, 56,3% (nove participantes) das entrevistadas verbalizaram sentimentos positivos, enquanto 43,8% (sete participantes) delas relataram sentimentos negativos.

Dos sentimentos positivos, 43,8% (sete participantes) se sentiram tranquilas e 12,5% das entrevistadas (duas participantes) conformada. A Tabela I mostra os dados descritos pelas mães que relataram sentimentos positivos, declarando-se tranquilas ou conformadas.

 

 

Em sua maioria elas acreditavam que o bebê receberia alta em até uma semana (77,8%), que os bebês não teriam sequelas desse período e do diagnóstico (88,9%) e teriam um desenvolvimento como o esperado para outros bebês que não necessitaram da internação (100%).

A percepção positiva relacionada aos primeiros dias de internação do bebê e a prevalência do sentimento de tranquilidade pode ser entendida por um sentimento de conformismo com a internação e tentativa de enfrentamento do problema como sentimentos de esperança de recuperação do bebê como salientado por Fernandes e Silva (2015). Dos sentimentos negativos, 57,1% (quatro participantes) estavam nervosas e 42,9% (três participantes) estavam muito nervosas. Das mães que relataram sentimentos negativos, declarando- se nervosa ou muito nervosa, sobre a vivência da UTIN, conforme mostra a Tabela 1, quatro delas acreditavam que o bebê possivelmente permaneceria internado por mais de sete dias, podendo se estender a mais de 30 dias. Além disso, houve prevalência de mães que não souberam informar se seus bebês sofreriam alguma consequência pelo diagnóstico e período de permanência na UTI.

Atentamos para a participante 14 que se identificou como muito nervosa, que seu bebê inspirava muitos cuidados, necessitando de mais de 30 dias de internação e, embora não sabendo dizer se teria sequelas devido a internação, entendia que seu bebê teria seu desenvolvimento monitorado, apresentando, assim, uma percepção e experiência negativa da internação.

 

 

Comparando os sentimentos das mães por ocasião da notícia da internação e, depois, durante as visitas ao bebê internado, observou-se que delas 37,5% (6 mães) relataram sentimentos de nervosismo, tristeza e preocupação com a notícia e continuaram a apresentar esses sentimentos durante a internação do bebê. Das participantes entrevistadas 43,8% (sete mães) relataram sentimentos negativos quando da notícia, mas, relataram sentimentos positivos durante a internação. Duas participantes relataram sentirem- se tranquilas nas duas situações e uma relatou ter ficado tranquila com a notícia e nervosa depois, durante a internação. A mudança de percepção negativa da notícia da necessidade de internação para uma percepção positiva durante as visitas e acompanhamento da recuperação do bebê se assemelha aos dados referidos por Dadalto e Rosa (2015) em que os momentos iniciais serem vividos de forma difícil e dolorosa, sendo um processo cansativo, mas que aos poucos as mães buscam formas positivas de lidarem com a situação. Essa mudança de percepção pode ser decorrente das características sociodemográficas das mães, das fontes de apoio que auxiliaram na melhor compreensão da rotina da unidade e ajustamento ao ambiente, como pontuado por Fernandes e Silva (2015).

Prevaleceu nas mães desse estudo a presença de boa escolaridade (ensino médio completo ou incompleto), quando comparada a outros estudos (Dadalto & Rosa, 2015; Lima et al., 2015; Mucha et al., 2015) e união estável, que são indicadores que também foram encontrados como protetivos por Lima et al. (2015).

O apoio a mãe foi ofertado pela família, pois a maioria das mães abordadas nesse estudo estavam acompanhadas de seus parceiros, tendo participantes que estavam na companhia de seus parceiros e, também, de suas mães, podendo ser essa um fator de proteção e por isso alteração da percepção para positiva, conforme também encontrado por Carvalho et al. (2007). Além do apoio oferecido pelos familiares, a relação estabelecida com a equipe de saúde das unidades pode ter contribuído para a mudança de percepção, pois as participantes identificaram clareza nas notícias e explicações ofertadas pela equipe de saúde sobre a condição de saúde influenciando na relação estabelecida entre os envolvidos no cuidado do bebê como salientado por Fernandes e Silva (2015), Rolim et al. (2016) e Veronez et al. (2017).

 

Considerações finais

O conhecimento da percepção materna de diferentes acontecimentos relacionados a admissão de um recém-nascido a UTIN e UCIN possibilitou a compreensão de que essas mães vivenciaram diversos sentimentos ao mesmo tempo, podendo ser negativos como medo, preocupação, insegurança, como também positivos, sentindo-se tranquila, esperançosa e conformada com a situação. Diante da notícia da internação houve prevalência da percepção negativa e a percepção positiva surgiu após alguns dias de convivência da mãe com seu bebê em um ambiente hospitalar. Além disso, verificou- se que as participantes que relataram sentimentos negativos apresentaram uma percepção mais pessimista da expectativa de alta e das consequências futuras da saúde e desenvolvimento de seus bebês. Por outro lado, as mães que relataram sentimentos positivos apresentaram uma percepção mais otimista, acreditando que seus bebês receberiam logo a alta e que teriam boa saúde.

Observou-se que essa população tinha acesso a diversos fatores que poderiam ser considerados de proteção para auxílio no enfrentamento da situação e para a elaboração de uma percepção mais positiva e otimista: como da mãe, a união estável e a escolaridade; as associados ao bebê como a prematuridade tardia e a possibilidade de poucos dias de internação; o apoio social da família nuclear e estendida e, principalmente, a boa vinculação entre pais e profissionais. O estudo da família do neonato em UTI ou UCI é algo em ascensão e que deve ser difundido afim de colaborar com a área e proporcionar base teórica para atuações visando a qualidade de vida dessa população.

Identificar os fatores de risco como os de proteção que podem influenciar a percepção e a saúde emocional da população abordada no presente estudo podem ser considerados aspectos importantes para a definição de estratégias para a implementação de programas que possibilitem maior atenção psicológica às mães desde a gestação, no momento do parto e, quando necessário, no momento de admissão do bebê nas unidades neonatais assim como durante sua permanência na UTIN.

Entende-se como limitação desse estudo o número reduzido de participantes, bem como a coleta de dados de origem de uma única instituição. Recomenda-se, portanto, novos estudos que ampliem e diversifiquem a amostra estudada, podendo contribuir para a identificação do perfil da população das unidades neonatais, identificando essas e outras variáveis que possam influenciar a percepção e saúde emocional de mães de bebês internados.

Ademais, o maior conhecimento da população atendida, mães e bebês, dos sentimentos maternos diante da notícia e dos primeiros dias vivenciados no ambiente hospitalar, da experiência e enfrentamento das mães assim como as causas das admissões em UTI neonatal se mostram necessárias à medida que possibilitam o melhor planejamento de ações de atendimento aos recém-nascidos visando sua sobrevivência e boa evolução, mas também de ações de suporte emocional e informacional às mães.

 

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Recebido: 13.07.2020
Corrigido: 15.09.2020
Aprovado: 22.10.2020

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