SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.42 número102"Jugando con los sueños": técnica terapéutica para niños basada en el contexto oníricoCambios y percepciones en la vida de ancianos con discapacidad adquirida índice de autoresíndice de materiabúsqueda de artículos
Home Pagelista alfabética de revistas  

Boletim - Academia Paulista de Psicologia

versión impresa ISSN 1415-711X

Bol. - Acad. Paul. Psicol. vol.42 no.102 São Paulo ene./jun. 2022

 

I. TEORIAS, PESQUISAS E ESTUDOS DE CASO

 

Investigando perspectivas de adolescentes sobre vantagens e desvantagens das relações amorosas

 

Investigating adolescent perspectives on the advantages and disadvantages of romantic relationships

 

Investigando las perspectivas de los adolescentes sobre las ventajas y desventajas de las relaciones amorosas

 

 

Carolina da Silva PereiraI; Adriana WagnerII; Luiza Maria de Oliveira Braga SilveiraIII; Daniela Centenaro LevandowskiIV

IPsicóloga (Curso de Psicologia, UFCSPA – Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre). Mestrado em andamento (PPG Psicologia Social), UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina. ORCID 0000-0002-2493-4380
IIPsicóloga, Doutora em Psicologia (Universidad Autónoma de Madrid), Pós-Doutorado (Instituto de Pesquisa em Qualidade de Vida – IRQV, Universidad de Girona/ Espanha). Professora convidada, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Instituto de Psicologia, UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Bolsista Produtividade em Pesquisa (CNPq). ORCID 0000-0002-0629-2310
IIIPsicóloga, Doutora em Psicologia (PUCRS). Professora Associada, Departamento de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Ensino na Saúde, UFCSPA (Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre). Coordenadora do Núcleo de Inclusão e Diversidade (NID UFCSPA). ORCID 0000-0002-9531-8251
IVPsicóloga, Doutora em Psicologia (UFRGS), Pós-Doutorado em Psicologia (PUCRS). Pós-Doutorado em andamento (City University of London). Professora Associada, Departamento de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia e Saúde, UFCSPA (Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre). Coordenadora do Núcleo de Estudos em Desenvolvimento e Saúde (NEEDS UFCSPA). Bolsista Produtividade em Pesquisa (CNPq). ORCID 0000-0002-6338-7287

 

 


RESUMO

Embora as relações amorosas costumem iniciar na adolescência e acarretem importantes repercussões para o desenvolvimento, pouco se conhece sobre esse tema no cenário brasileiro. Este estudo buscou analisar as perspectivas de adolescentes porto-alegrenses acerca das relações amorosas. Quatorze estudantes de escolas públicas participaram de dois grupos focais, que iniciaram com a seguinte questão disparadora: "O que vocês pensam sobre os relacionamentos amorosos dos adolescentes hoje?", além de imagens-estímulo sobre a temática. A partir da análise do conteúdo dos relatos dos grupos, emergiram dois eixos temáticos: vantagens do relacionamento amoroso e desvantagens do relacionamento amoroso. Verificou-se que os adolescentes buscam afetividade e valorizam o companheirismo nas relações amorosas. Apesar disso, apontaram mais desvantagens do que vantagens das mesmas, destacando a restrição da liberdade. Esses achados demonstram a fluidez das relações atuais, mencionada na literatura, bem como características adolescentes, como impulsividade, baixa tolerância à frustração e busca de experimentação.

Palavras-chave: adolescência; relações amorosas; vantagens; desvantagens.


ABSTRACT

Although romantic relationships usually start in adolescence and have important implications for development, little is known about this topic in Brazil. This study aimed to analyze the perceptions of adolescents of Porto Alegre/RS about romantic relationships. The data analyzed derived from two focus groups, in which 14 adolescents from public schools took part. The focus groups started with the triggering question: "What do you think about adolescent romantic relationships nowadays?", as well as stimulus images about the topic. Starting from qualitative content analysis of the focus groups reports, two thematic categories emerged: advantages of a romantic relationship and disadvantages of a romantic relationship. The results indicated that adolescents seek affection and value the companionship of their romantic relationships. However, they pointed more disadvantages than advantages of these relationships, highlighting the restriction of freedom. These findings demonstrate the fluidity that encompasses the current relationships, mentioned by the literature, as well as the teenagers characteristics, such as impulsivity, low frustration tolerance and the search for experimentation.

Keywords: adolescence; romantic relationships; advantages; disadvantages.


RESUMEN

Aunque las relaciones amorosas suelen comenzar en la adolescencia y conllevan importantes repercusiones para el desarrollo, poco se sabe sobre este tema en el escenario brasileño. Este estudio se propuso analizar las perspectivas de los adolescentes de Porto Alegre/RS sobre las relaciones amorosas. Catorce estudiantes de escuelas públicas, participaron en dos grupos focales, que comenzaron con la siguiente pregunta disparadora: "¿Qué opinan de las relaciones amorosas de los adolescentes hoy?", además de imágenes estimulantes sobre el tema. A partir del análisis de contenido de los informes de los grupos surgieron dos ejes temáticos: ventajas de la relación amorosa y desventajas de la relación amorosa. Se encontró que los adolescentes buscan afecto y valoran el compañerismo en las relaciones amorosas. Sin embargo señalaron más desventajas que ventajas de las relaciones, destacando la restricción de la libertad. Estos hallazgos demuestran la fluidez de las relaciones actuales, mencionadas en la literatura, así como características de la adolescencia, como la impulsividad, la baja tolerancia a la frustración y la búsqueda de la experimentación.

Palabras-clave: adolescencia; relaciones amorosas; ventajas; desventajas.


 

 

Introdução

A adolescência é um fenômeno interligado à puberdade, marcado por manifestações da sexualidade genital e pelo surgimento da capacidade reprodutiva. Para além das transformações biológicas, esse período de desenvolvimento abrange uma série de transformações psicossociais que estão atreladas ao contexto sócio-histórico (Brêtas et al., 2017). Nesse sentido, uma questão que atualmente perpassa a vivência da adolescência no Brasil é a tendência à precocidade da iniciação sexual. Em uma pesquisa, realizada com 1091 estudantes gaúchos de 12 a 19 anos, constatou-se que a idade média da primeira relação sexual foi de 14 anos para os rapazes e 14,6 anos para as meninas (Bielenki, Schermann, Santos, Arossi, & Béria, 2019). A iniciação sexual geralmente está associada ao surgimento de relações amorosas na adolescência (Santos, Albuquerque, Bandeira, & Colares, 2015). Essas relações funcionam como um "test drive" para a vida adulta, já que as experiências vividas permitem testar capacidades e habilidades, inclusive no âmbito sexual. Assim, as vivências amorosas dos adolescentes estão vinculadas ao processo de formação da identidade esperado nessa etapa da vida (Corso, & Corso, 2018).

A maneira como as relações amorosas funcionam e as influências que exercem sobre o desenvolvimento do adolescente dependem do contexto no qual elas ocorrem. Pesquisas brasileiras revelam que tais relações costumam se caracterizar por uma diversidade de formas e significados, influenciadas pela fluidez social que perpassa as relações amorosas atuais (Bauman, 2003/2004). Conforme apontado por Oliveira, Gomes, Marques e Thiengo (2007), pode-se compreender as diferentes formas de relacionamento dos adolescentes dentro de um continuum, considerando-se o nível de liberdade. Os extremos deste continuum seriam, de um lado, a liberdade completa (indicada por um relacionamento como o "pegar"), e de outro, a responsabilidade formalizada, associada ao namoro. Entre esses dois extremos se localiza o "ficar", que comporta em si uma liberdade e uma responsabilidade relativas, tanto com relação à pessoa envolvida quanto ao grupo em que os jovens se inserem.

A relação chamada de "pegar" consiste em um ato espontâneo, não repetível, sem compromisso e no qual o interesse físico predomina. Em um estudo realizado com 130 adolescentes cariocas não houve consenso entre os participantes quanto ao que acontece no "pegar", que pode incluir desde um beijo até o ato sexual. Também para o "ficar" emergiram sentidos diversos, sendo essa modalidade entendida tanto como uma relação preliminar, isto é, um contato exploratório com vistas a um melhor conhecimento do outro, quanto como uma experiência de um relacionamento instantâneo e provisório. Em seu sentido predominante, o "ficar" consiste em uma relação momentânea, caracterizada pela troca de beijos e carícias (podendo incluir a relação sexual), na qual não há compromisso formal (Oliveira et al., 2007). Também na investigação de Sehnem, Pedro, Ressel e Vasquez (2018), realizada com um grupo de 15 adolescentes gaúchos, constatou-se uma distinção entre "ficar" e namorar, sendo o namoro um tipo de relacionamento no qual se incluem as experiências sentimentais, ao contrário do "ficar", que não envolve compromisso e é de curta duração (Nogueira, & Muzzeti, 2017). Essa é a mais expressiva forma de relacionamento da cultura adolescente brasileira na atualidade, a qual é passageira e não implica em envolvimento afetivo. Constitui-se, por vezes, como um rito de passagem para a adolescência, possibilitando descobertas sexuais (Brêtas et al., 2017).

Pensar nessas diferentes modalidades de relacionamento amoroso entre adolescentes remete às ideias de Bauman (2003/2004), que destaca a instantaneidade das relações da pós-modernidade. O autor traz o conceito de "relacionamento líquido" como a característica essencial desse momento histórico, definindo que tudo se torna frágil, duvidoso, permeável, frouxo e inseguro – incluindo as relações amorosas. Como mencionado, essas características estão muito presentes nos relacionamentos estabelecidos nessa fase do ciclo vital.

Levando em conta esses pressupostos, verifica-se que as diferentes possibilidades de relacionamento amoroso - principalmente o "ficar" e o namorar – podem fazer emergir conflitos e manifestar contradições. Por exemplo, embora haja uma busca por liberdade entre os adolescentes, relacionamentos como o "ficar" também podem produzir uma sensação de desamparo, na medida em que não existe perspectiva de futuro da relação (Justo, 2005). Oliveira et al. (2007) afirmam que, embora os adolescentes se sintam atraídos pela liberdade possibilitada pelo "pegar" ou "ficar", também necessitam da afetividade encontrada mais facilmente em relações com menor liberdade, como o namoro. Assim, relações transitórias e triviais não correspondem à totalidade de experiências vividas pelos adolescentes, que transitam entre relações instantâneas, momentâneas, sem continuidade, e relações pautadas na fidelidade e no sentimento (Oliveira et al., 2007).

A partir desses dados, percebe-se que as relações amorosas são um fenômeno habitual e que repercutem na vida dos adolescentes em diversos âmbitos, como nas suas relações familiares, escolares e de amizade. No contexto brasileiro, nota-se uma escassez de estudos acerca dessa temática; a produção científica tem sido direcionada para a violência nas relações afetivas e para a experiência sexual dos adolescentes, implicando no desconhecimento de outros aspectos relacionados ao envolvimento amoroso nessa fase, como o funcionamento e as repercussões desses diferentes tipos de relacionamentos (Beserra et al., 2015; Oliveira, Assis, Njaine, & Pires, 2016; Reis, & Ribeiro, 2017; Silva et al., 2015). Assim, é essencial ampliar o conhecimento científico acerca das vivências amorosas típicas da adolescência no Brasil. Nessa direção, o presente estudo buscou analisar as perspectivas de adolescentes porto-alegrenses acerca das relações amorosas.

 

Metodologia

Delineamento

Trata-se de um estudo qualitativo, de cunho exploratório-descritivo e transversal, no qual foram analisadas informações coletadas a partir de dois grupos focais (Shaughnessy, Zechmeister, & Zechmeister, 2012). Esses grupos foram realizados como parte de um estudo maior, intitulado "Relações amorosas de adolescentes gaúchos: Avaliação e intervenção psicossocial", que buscou descrever as características e o funcionamento das relações amorosas entre adolescentes gaúchos (Levandowski & Wagner, 2010).

 

Participantes

Participaram do estudo 14 adolescentes, de 15 a 18 anos, sendo doze do sexo feminino e dois do sexo masculino, estudantes do Ensino Médio de duas escolas da rede pública estadual de Porto Alegre/RS, de nível socioeconômico médio-baixo a baixo, conforme análise da ficha de dados sociodemográficos. A maior parte deles morava com ambos os pais (n=9, 64,3%) e oito mantinham um relacionamento amoroso no momento do estudo, sendo esse formal (namoro, n=5) ou informal (ficar, n=3). Esses adolescentes referiram estar apaixonados pela pessoa com quem namoravam (n=5, 35,7%) ou estavam ficando (N=3, 21,4%). Grande parte deles afirmou já ter se apaixonado alguma vez na vida (n=13, 92,9%).

 

Instrumentos, Procedimentos de Coleta de Dados e Considerações Éticas

Este estudo respeitou os preceitos éticos, tendo o projeto maior, do qual ele é parte, sido aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (Parecer 1321/11), bem como recebido autorização da Secretaria Estadual de Educação do Rio Grande do Sul para contato com as escolas. Além disso, a Direção/ Coordenação das escolas da rede estadual contatadas para a apresentação da pesquisa também aprovaram o projeto e concordaram com a sua execução. Após essa concordância, divulgou-se o estudo aos alunos, por meio de convite presencial nas salas de aula. Nessa ocasião foram distribuídos os Termos de Consentimento Livre e Esclarecido e de Assentimento, a serem assinados pelos responsáveis e pelos próprios adolescentes, e devolvidos no dia agendado para a realização do Grupo Focal (GF). Foram realizados dois grupos focais em duas escolas distintas, em horário regular de aula e em sala reservada para esse fim. O encontro teve duração aproximada de 90 minutos e foi gravado em áudio, para possibilitar a transcrição do material. Cada adolescente participou de apenas um grupo focal. A composição dos grupos diferiu, sendo o primeiro formado por quatro meninas e dois meninos, denominado GF1, e o segundo GF formado por oito meninas somente, denominado GF2. Para ambos os grupos foram adotados os mesmos procedimentos, sugeridos por Barbour (2008/2009): a) recepção dos participantes, com a apresentação dos pesquisadores (um coordenador e um moderador) e a realização das devidas combinações em relação ao funcionamento do grupo e ao sigilo; b) preenchimento de uma ficha de dados sociodemográficos pelos adolescentes, elaborada para o presente estudo, visando a sua caracterização; c) apresentação dos participantes; e d) discussão propriamente dita.

Para a discussão, utilizou-se como questão disparadora: "O que vocês pensam sobre os relacionamentos amorosos dos adolescentes hoje?" Para estimular a discussão, enquanto a pergunta disparadora foi feita, foram distribuídas imagens impressas que remetiam às relações amorosas (por exemplo, duas pessoas de mãos dadas, sem identificação de gênero), com objetivo de estimular o debate.

Durante a discussão, foram exploradas as perspectivas dos participantes sobre o tema em estudo. Quando necessário, para esclarecimento ou seguimento da discussão, lançou-se mão de novas perguntas, a partir dos conteúdos trazidos por eles. Contudo, poucas perguntas foram acrescidas pelos moderadores, diante da fluidez da comunicação entre os jovens.

 

Procedimentos de Análise de Dados

Os relatos dos grupos focais, depois de transcritos, foram analisados a partir de análise de conteúdo qualitativa (Bardin, 1977/2011). Neste estudo, optou-se pela utilização do modelo aberto de definição de categorias, isto é, a emergência dos eixos e das categorias temáticas no curso da própria análise, a partir da leitura exaustiva dos relatos e da identificação de temas, caracterizando um processo de categorização a posteriori (Laville & Dionne, 1997/1999).

 

Resultados e Discussão

Da análise de conteúdo qualitativa dos relatos dos grupos focais emergiram dois eixos temáticos: Vantagens do relacionamento amoroso e Desvantagens do relacionamento amoroso. Em cada um dos eixos foram identificadas categorias temáticas, ilustradas na Tabela 1. Na sequência constam a definição das categorias e seus exemplos ilustrativos. Vale salientar que, para a preservação da identidade dos adolescentes participantes, estes foram identificados ao final das falas com a letra "P" (participante) e o número correspondente as suas respectivas ordens de apresentação durante o andamento do GF (por exemplo: P1, P2, P3).

 

 

De forma geral, os adolescentes demonstraram bastante interesse pelo tema, participando ativamente das discussões. Em ambos os grupos os adolescentes já possuíam alguma vinculação prévia, por frequentarem a mesma escola, mostrando haver intimidade entre si. Dessa forma, mesmo no grupo formado por adolescentes de ambos os sexos, notou-se que eles se sentiram à vontade para se manifestar e expressar suas opiniões, embora tenha predominado a participação feminina. Os adolescentes relataram tanto exemplos próprios como de pessoas próximas ao discutirem o tema proposto.

 

Vantagens do relacionamento amoroso

Nesse eixo temático foram incluídos relatos referentes aos aspectos considerados pelos adolescentes como positivos em um relacionamento amoroso. A certeza de estar com alguém foi um dos aspectos apontados como vantajoso, contrapondo-se à incerteza do ficar: "Ah, mas aí é diferente (...) Se tu tá namorando, tu tá namorando, entendeu? A vantagem é que tu tá com uma pessoa, tu tá com ela e tu tá porque tu tá feliz, tu tá porque tu quer, entendeu?" (P8, GF2); "Sim, porque, tipo agora, tu tá ficando com ele, mas tu não sabe o dia de amanhã" (P3, GF2); "Ter alguém para estar sempre ali" (P5, GF2).

Também o amadurecimento foi mencionado como vantagem, destacando-se o aprendizado proporcionado pela vivência de uma relação amorosa: "É que eu acho que a gente aprende junto, sabe, acaba amadurecendo de certa forma (...) O meu primeiro relacionamento, bah, eu aprendi demais, e agora tá tudo diferente nesse novo relacionamento" (P2, GF2).

Complementar-se/suprir carências foi outra vantagem referida pelos adolescentes. Esse aspecto fez referência tanto à questão física (carinho) como emocional: "A gente se relaciona pra completar o que a gente não tem. (...) É, e a gente também tem a carência da necessidade, tu tem a necessidade de tá abraçada em alguém, tu tem a necessidade de sentir um corpinho com o teu" (P3, GF2); "É, pra completar alguma coisa que falta" (P2, GF2). Também ter companhia foi citado como vantagem: "É, e tá aquele dia chuvoso e estranho lá, não tem com quem sair, é só dá um toque, 'Bah, amor, vem, vem aqui pra casa, vamos ver um filme" (P11, GF1); "Tem umas horas que tu vai acabar precisando daquela pessoa do teu lado" (P2, GF2).

As vantagens de um relacionamento amoroso na adolescência, na perspectiva dos participantes, referiram-se tanto a aspectos essencialmente psicológicos, quanto a aspectos de ordem física e social. O adolescer constitui-se em um momento de transformação e redefinição da identidade a partir de novas experiências e vivências, como as de cunho amoroso (Santos, Custódio, & Dias, 2017). Essas podem proporcionar maior amadurecimento emocional ao colocar o adolescente em contato com as diferenças, com a necessidade de segurança e com a necessidade de resolver conflitos, como eles próprios mencionaram. Assim, as experiências dessa natureza podem favorecer a aprendizagem de maneiras de se relacionar, acrescidas do desenvolvimento da percepção de si mesmo como alguém atraente, capaz de amar e ser amado, mencionada na categoria "certeza de estar com alguém" (Santos et al., 2017).

Supõe-se que as vantagens mencionadas pelos participantes ("certeza de estar com alguém", "complementar-se/suprir carências" e "ter companhia") estejam relacionadas entre si e vinculadas a algumas características próprias da adolescência. Estar em uma relação amorosa pode servir como uma forma de autoafirmação, dada a necessidade de integração social, a busca de independência e a redefinição da identidade, marcada por identificações sexuais e de gênero (Costa, Costa, & Nascimento, 2018). O adolescente busca afastar-se dos pais para reorganizar a sua própria identidade. Para tal, necessita de novas figuras de apego para as quais direcionar o seu investimento afetivo. Ter um envolvimento amoroso lhe permite estabelecer um novo contato e, com isso, evitar a possível solidão decorrente do declínio das identificações parentais (Santos, & Tosta, 2016). Contudo, os participantes demonstraram que estabelecer uma relação amorosa não é suficiente; é preciso ter certa garantia a respeito do envolvimento do outro, reiterando a necessidade desse contato afetivo, talvez em função destas características do momento adolescente aqui apontadas. Embora se entenda que as vantagens indicadas pelos adolescentes (e até mesmo as necessidades) possam ser identificadas também entre indivíduos adultos, pensa-se que as vivências psíquicas da adolescência podem exacerbar tais necessidades, em comparação a outros momentos do ciclo de vida individual.

Ao mesmo tempo, tais aspectos contrapõem-se ao panorama da liquidez das relações discutido por Bauman (2003/2004), segundo o qual predominaria o empobrecimento dos vínculos e a fragilidade das relações na atualidade. Percebeu-se, entre os participantes, uma valorização do compromisso e da estabilidade dos relacionamentos amorosos, que lhes permitem ter com quem contar e, com isso, suprir suas carências afetivas decorrentes tanto dos movimentos psíquicos da adolescência, quanto de vínculos familiares fragilizados. É preciso salientar que, embora os adolescentes valorizem tais aspectos como positivos, não necessariamente vivenciam/exercitam tais vantagens em suas relações amorosas. Destaca-se ainda que, as vantagens mencionadas pelos participantes vão ao encontro daquelas encontradas em estudos realizados com adultos, que destacam o apoio como um aspecto importante de uma relação amorosa. Nesse sentido, em estudo realizado com 100 estudantes universitários, a capacidade de ouvir e o nível de compreensão foram identificados como fatores que exercem influência na escolha do parceiro (Altafim, Lauandos, & Caramaschi, 2017). Também em pesquisa realizada em João Pessoa, as mulheres referiram a importância dos cuidados que o parceiro poderia dispensar a elas e seus filhos como razão para a escolha amorosa (Brito, Veloso, Silva, Lima, & Oliveira, 2013).

 

Desvantagens do relacionamento amoroso

Nesse eixo temático foram englobados os relatos referentes às desvantagens de estabelecer uma relação amorosa, identificando-se aspectos difíceis presentes nesses relacionamentos, conforme a perspectiva dos adolescentes. Um aspecto por eles mencionado foi a rotina: "É, caindo na rotina, e isso, bah, isso estraga completamente, porque meu outro namoro era assim: a gente não fazia nada de diferente e a gente se via todo dia, e acabou caindo na rotina, e a gente só brigava, brigava, brigava. E tu fica tendo uma vida de casado, sendo que tu ainda é adolescente e tem muito pra aproveitar. E eu acho que tipo, nessa idade, a gente tem mesmo é que, sei lá, aproveitar as coisas" (P13, GF1).

A possessividade e o ciúme foram também mencionados pelos participantes: "A maior desvantagem é o ciúmes, na verdade" (P2, GF2). Outra desvantagem identificada foi a restrição da liberdade, relacionada com o compromisso firmado com o(a) parceiro(a): "Eu acho que, se tu tá namorando com a pessoa, tu não vai poder ir em vários lugares, tipo: tem festa, tu não vai poder ir se a pessoa não quiser, porque tem um compromisso com ela" (P6, GF2).

A infidelidade ou traição foi outro aspecto considerado como desvantajoso: "Tem muita gente que faz isso. Vai, vai em festa, tá beleza, tá namorando com o cara. Eu já vi mulher de homem que tá pegando um cara, o cara vai no banheiro, chega um cara e oferece um drink, pronto, tá beijando de novo. É estranho" (P11, GF2); "É, ela diz: 'Eu amo ele, o M. é minha vida', tipo: se tu gosta dele, tu não faria isso. Eu acho ridículo, traição eu acho falta de caráter! Eu nunca traí, mas já fui traída" (P3, GF2).

Os adolescentes ainda destacaram como desvantagem a influência dos amigos ao desestimular a continuidade da relação: "Tem um amigo do meu namorado que fica dizendo que o meu namorado abandonou ele, e fazendo um monte de escândalo" (P13, GF1); "Já acabou um namoro meu por isso. Melhor amigo fica aqui falando 'Ah, termina com ela, termina com ela!" (P9, GF1).

A traição ou infidelidade é um assunto polêmico nas relações amorosas, sendo causa de brigas e conflitos, caracterizando o principal motivo mencionado para o término de um relacionamento, em diferentes etapas do ciclo vital (Santos, 2018). Nas falas dos participantes desse estudo, notou-se que a traição/ infidelidade é um acontecimento comum em suas relações, presente tanto em experiências próprias, como entre seus amigos. Tal achado corrobora as representações veiculadas socialmente referentes às características dos relacionamentos contemporâneos, marcados pelos vínculos afrouxados e pela liquidez com que se constroem e desconstroem (Acselrad & Barbosa, 2017).

Pode-se formular, também, a hipótese de que a infidelidade, na adolescência, esteja relacionada à falta de diálogo e de expressão dos sentimentos. Conforme Nasio (2011), o adolescente nem sempre sabe falar o que sente, porque não sabe identificar corretamente o que sente e acaba apresentando seu mal-estar mais em atos do que em palavras. A dificuldade em dialogar com o(a) parceiro(a) sobre aspectos incômodos da relação pode levar o adolescente a agir de maneira impulsiva.

A infidelidade pode também ser a expressão de outra questão considerada como um desafio pelos adolescentes: a "falta de liberdade". Tal aspecto evidencia a ambivalência entre o desejo de ter diversas experiências e a segurança de estar com alguém. De uma perspectiva complementar, esse aspecto também evidencia a recusa da castração, isto é, a dificuldade de os adolescentes abrirem mão de algo ao se comprometerem afetivamente (no caso, da liberdade). Também, nessa etapa, destaca-se a necessidade de autoafirmação, cuja busca tende a impulsionar o adolescente a experenciar vários relacionamentos, a fim de se sentir desejado (Brêtas et al., 2017). Por fim, a onipotência que marca a adolescência também pode estar refletida nesse achado, pois a necessidade de manifestar sua independência em relação aos mais velhos leva o jovem a experimentar novas atividades e situações, como a busca de contatos afetivos. Assim, torna-se possível desenvolver habilidades importantes para seus relacionamentos interpessoais na vida adulta. É plausível pensar que a combinação de todos esses aspectos pode auxiliar a compreender esses achados do presente estudo.

Para além de questões desenvolvimentais individuais, há que se destacar o ideal social contemporâneo que confere aos adolescentes a promessa e a responsabilidade de realizar os sonhos das gerações passadas, perante o dever de gozar a vida e a liberdade de forma absoluta, sem muitos limites ou restrições (Costa, & Melo, 2018). Essas questões também foram apontadas pelos participantes ao mencionarem a rotina como algo desafiador para o estabelecimento de um relacionamento amoroso. O "ficar" seria, então, uma opção para aqueles que desejam relacionar-se de maneira mais esporádica, sem haver uma rotina de casal (Nogueira, & Muzzeti, 2017). Entre adultos também se verificou a rotina como um aspecto negativo dos relacionamentos amorosos (Hatakeyama, Almeida, & Silva-Falcão, 2017). Todavia, supõe-se que esse achado esteja relacionado às características da adolescência, pois o adolescente está em um processo de descoberta de um novo corpo e de novas formas de relacionar-se com o mundo. Assim, tende a se sentir mais facilmente entediado e tentado a buscar outras experiências, inclusive na esfera amorosa. Ao ficar com outras pessoas, há, além da possibilidade de conhecer o outro, a busca pela confirmação de ser desejado (Nogueira, & Muzzeti, 2017).

A possessividade e o ciúme costumam ser motivos de conflitos entre os casais adultos, podendo estar relacionados à infidelidade (Canezin, & Almeida, 2015). Verifica-se que, para os participantes, estar ligado a um parceiro possessivo e infiel foi avaliado de forma negativa. No contexto adolescente, sugere-se que esses aspectos apareçam de maneira mais intensa devido ao processo de reorganização da identidade, de desligamento das figuras parentais e de inserção em grupos sociais (Santos et al., 2017). O adolescente sente-se inseguro, o que pode intensificar o medo da perda do(a) parceiro(a). Esse medo da perda, seja por traição ou mesmo pelo abandono, pode reforçar comportamentos e manifestações de posse e ciúme entre eles.

A possessividade e o ciúme do parceiro são percebidos negativamente pelos adolescentes porque se inserem em um contexto de restrição de liberdade, aspecto também mencionado como desvantajoso em um relacionamento amoroso. Ao incentivar comportamentos de monitoramento do(a) parceiro(a), a possessividade e o ciúme podem soar como aspectos desvantajosos justamente pela necessidade de inserção dos adolescentes em grupos sociais. De outra perspectiva, pode-se pensar que a restrição de liberdade do parceiro também estaria relacionada com características próprias da fase, como o sentimento de onipotência e a idealização do objeto (Corso, & Corso, 2018). Nesse sentido, um aspecto interessante a ser destacado nesse eixo temático é o paradoxo apontado por Bauman (2003/2004) em relação aos relacionamentos líquidos. Embora os adolescentes tenham mostrado uma valorização da estabilidade do namoro, também demonstraram valorizar a liberdade proposta pelo "ficar", ao afirmar que a restrição da liberdade seria uma desvantagem do envolvimento amoroso. Ao mesmo tempo em que se sentem atraídos pela liberdade que existe no "pegar" ou "ficar", parecem necessitar da afetividade obtida em relacionamentos mais estáveis e com menor liberdade, como o namoro (Oliveira et al., 2007). Quanto à influência dos amigos sobre as relações amorosas, não foram encontrados estudos entre adultos sobre esse tema, o que indica que esse aspecto possa ser mais característico das relações estabelecidas na adolescência. Nessa etapa surge a demanda por um olhar que confirme a própria imagem como desejável e desejante. Ao sentir-se desejado, surge um estado eufórico de amor por si mesmo (Corso, & Corso, 2018). Além disso, nesse contexto de construção de novos ideais, a partir da separação psíquica dos pais, o grupo de amigos adquire uma centralidade, de modo a firmar aspectos da identidade do sujeito, uma vez que tem seus comportamentos aprovados e valorizados no grupo. Essa intensificação das relações com o grupo de amigos e sua ampliada valorização aumenta a potencial influência dos pares em diferentes aspectos da vida do adolescente, inclusive em suas relações amorosas (Santos et al., 2017). Por fim, cabe mencionar que, embora todas essas situações mencionadas pelos adolescentes, e os sentimentos a elas associados (traição, infidelidade, possessividade, ciúmes), possam propiciar o desenvolvimento de habilidades de relacionamento interpessoal, caberia, em futuros estudos, investigar em que medida podem também promover o surgimento de sofrimento psíquico. Isso porque parecem causar algum nível de preocupação ou desconforto nos adolescentes, a ponto de haverem sido apontados pelos participantes como aspectos negativos vivenciados a partir do envolvimento amoroso.

 

Considerações Finais

Os achados acerca das vantagens de um relacionamento amoroso indicam que as relações amorosas nessa fase da vida podem promover o desenvolvimento dos adolescentes rumo a um maior amadurecimento, ao permitir uma autoafirmação em relação à própria identidade e à inserção social, e propiciar segurança e apoio, aplacando a solidão gerada pela modificação dos vínculos familiares e mesmo pela fluidez das relações afetivas e sociais atuais. Por outro lado, constata-se que as relações amorosas também podem colocar o adolescente diante de alguns desafios, como enfrentar comportamentos possessivos e ciumentos do parceiro, sofrer uma decepção amorosa diante da infidelidade do parceiro ou mesmo ter de lidar com restrições da almejada liberdade e das suas possibilidades de experimentação. Portanto, é nítida a influência de aspectos próprios dessa etapa de desenvolvimento sobre a percepção dos adolescentes a respeito do tema, como o comportamento gregário e o processo de reorganização da identidade. Contudo, também se verificou nesses tópicos a influência de aspectos sócio-culturais, como os ideais de relação amorosa que perpassam o imaginário social atual, no qual se destaca a fluidez e a instantaneidade. Analisando os dados conjuntamente, verificou-se que a liberdade parece ser o aspecto mais específico e conflitivo da percepção dos adolescentes sobre as relações amorosas, pois, de alguma forma, está relacionada à maioria das respostas dos participantes, revelando-se tanto nas vantagens como nas desvantagens dessas relações. A rotina, vista como uma desvantagem pode decorrer da restrição de liberdade, já que ocorre uma limitação em relação às atividades do(a) parceiro(a). A possessividade e o ciúme são outras características ligadas à liberdade, visto que o(a) parceiro(a) ciumento(a) deseja restringir e monitorar as atividades de seu par, buscando obter certo controle sobre sua vida. Por outro lado, a infidelidade pode decorrer da liberdade acentuada oferecida ao parceiro amoroso, ou representar uma atuação do desejo de transgredir essa restrição de liberdade. Assim, no presente estudo, a liberdade emergiu como uma característica ou condição relevante para a compreensão das relações amorosas nessa etapa da vida. Nesse sentido, destaca-se que foram analisados aspectos pouco frequentes na literatura, principalmente considerando-se a produção científica brasileira sobre adolescência. Assim, o conhecimento produzido nesse estudo é particularmente relevante para os profissionais que trabalham com adolescentes e sua família, nos mais diferentes âmbitos, uma vez que essa temática perpassa o contexto escolar, clínico e comunitário, por exemplo. Interessante destacar também que, a partir da análise de conteúdo qualitativa dos relatos dos dois GF, notou-se que os adolescentes utilizaram como parâmetro de relação amorosa, em suas respostas, o namoro. Sendo assim, as percepções por eles desenvolvidas nos grupos abordaram ideias relativas a essa modalidade de relacionamento afetivo, o que talvez revele a ambivalência e a onipotência da fase: o desejo de experimentar com liberdade, embora tendo como parâmetro a segurança de uma relação estável. A partir desse estudo, confirma-se que as relações amorosas, longe de serem eventos banais, constituem-se como vivências significativas, que podem colaborar para o desenvolvimento dos adolescentes, possibilitando descobertas e aprendizagens, ou, ao contrário, colocá-los em riscos e engendrar vulnerabilidades. Assim, justifica-se a necessidade de novos estudos sobre o tema, nos quais sejam investigados aspectos do funcionamento dessas relações, tais como os principais temas de conflito e as estratégias de resolução empregadas.

 

Referências

Acselrad, M., & Barbosa, R. R. L. (2017). O amor nos tempos do Tinder: Uma análise dos relacionamentos amorosos na contemporaneidade a partir da compreensão de adultos e jovens adultos. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 17(1), 161-180. doi: 10.22408/ reva402019360143-154        [ Links ]

Altafim, E. R. P., Lauandos, J. M., & Caramaschi, S. (2017). Seleção de parceiros: Diferenças entre gêneros em diferentes contextos. Psicologia Argumento, 27(57), 117-129. Recuperado de https://biblat.unam.mx/hevila/Psicologiaargumento/2009/vol27/no57/2.pdf        [ Links ]

Barbour, R. (2009). Grupos Focais. (M. F. Duarte, Trad.). Porto Alegre: Artmed. (Original publicado em 2008).         [ Links ]

Bardin, L. (2011). Análise de Conteúdo. (L. A. Reto & A. Pinheiro, Trads.). São Paulo: Edições70. (Original publicado em 1977).         [ Links ]

Bauman, Z. (2004). Amor Líquido: Sobre a fragilidade dos laços humanos. (A. C. Medeiros, Trad.). Rio de Janeiro: Zahar. (Original publicado em 2003).         [ Links ]

Beserra, M. A., Leitão, M. N. C., Fernandes, M. I. D., Scatena, L., Vidinha, T. S. S., Silva, L. M. P., & Ferriane, M. G. C. (2015). Prevalência de violência no namoro entre adolescentes de escolas públicas de Recife/PE: Brasil. Revista de Enfermagem Referência, 7, 91-99. DOI: 10.12707/RIV15006        [ Links ]

Bielenki, C. R. Z., Schermann, L. B., dos Santos, A. M. P. V., Arossi, G. A., & Béria, J. U. (2019). Sexualidade na adolescência em tempos de Aids: Um estudo com escolares. Aletheia, 52(2), 135-146. Recuperado de https://www.researchgate.net/profile/Ana_Maria_Santos5/publication/337914567_Sexualidade_na_adolescencia_em_tempos_de_Aids_um_estudo_com_escolares/links/5df291564585159aa4792afe/Sexualidade-na-adolescencia-em-tempos-de-Aids-um-estudo-com-escolares.pdf        [ Links ]

Brêtas, J. R. S., Moraes, S. P., Zanatta, L. F., Freitas, M. J. D., Godoi, A. M. L., & Ricardo, L. S. (2017). Relações sem compromisso entre adolescentes. Revista Brasileira de Sexualidade Humana, 28(1), 31-38. doi: 10.35919/rbsh.v28i1.6        [ Links ]

Brito, A. I., Veloso, V., Silva, N., Lima, M., & Oliveira, L. (2013). Escolha do(a) parceiro(a) ideal para heterossexuais: São seus valores e traços de personalidade uma explicação? Psicologia: Reflexão e Crítica, 26(1), 29-37. doi: 10.1590/S0102-79722013000100004        [ Links ]

Canezin, P. F. M., & Almeida, T. (2015). O ciúme e as redes sociais: Uma revisão sistemática. Pensando Famílias, 19(1), 142-155. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/pdf/penf/v19n1/v19n1a12.pdf        [ Links ]

Corso, D. L., & Corso, M. (2018). Adolescência em cartaz: Filmes e Psicanálise para entendê-la. Porto Alegre: Artmed.         [ Links ]

Costa, A. M., Costa, M. C. O., & do Nascimento, O. C. (2018). Percurso amoroso e eventos violentos nas relações de namoro de jovens. Revista de Saúde Coletiva da UEFS, 8(1), 39-45. DOI: 10.13102/rscdauefs.v8i1.2973        [ Links ]

Costa, V. A. S. F., & Melo, M. F. V. (2018). A carência de fronteiras na adolescência da atualidade: O adolescente em pane? Revista Subjetividades, 17(3), 13-22. doi: 10.5020/23590777.rs.v17i3.5571        [ Links ]

Hatakeyama, N. H., Almeida, T., & Silva Falcão, D. V. (2017). Amor, relacionamentos amorosos e poliamor na perspectiva de jovens universitários e idosos. Revista Kairós: Gerontologia, 20(2), 271-292. doi: 10.23925/2176-901X.2017v20i2p271-292        [ Links ]

Justo, J. S. (2005). O "ficar" na adolescência e paradigmas de relacionamento justoamoroso da contemporaneidade. Revista do Departamento de Psicologia da UFF, 17(1), 61-77. doi: 10.1590/S0104-80232005000100005        [ Links ]

Laville, C., & Dionne, J. (1999). A Construção do saber: Manual de metodologia de pesquisa em Ciências Humanas. (H. Monteiro, & F. Settineri, Trads.). Porto Alegre: Artes Médicas. (Original publicado em 1997).         [ Links ]

Levandowski, D. C., & Wagner, A. (2010). Relações amorosas de adolescentes gaúchos: Avaliação e intervenção psicossocial. Projeto de pesquisa não publicado. UFCSPA, Departamento de Psicologia. CNPq.         [ Links ]

Nasio, J. D. (2011). Como agir com um adolescente difícil? Um livro para pais e profissionais. Rio de Janeiro: Zahar.         [ Links ]

Nogueira, N. S., & Muzzeti, L. R. (2017). A relação amorosa o "ficar" a partir do habitus e da trajetória de vida dos jovens universitários. Humanidades & Inovação, 4(6), 67-77. Recuperado de https://revista.unitins.br/index.php/humanidadeseinovacao/article/view/522        [ Links ]

Oliveira, D. C., Gomes, A. M. T., Marques, S. C., & Thiengo, M. A. (2007). "Pegar", "ficar" e" namorar": Representações sociais de relacionamentos entre adolescentes. Revista Brasileira de Enfermagem, 60(5), 497-502. Recuperado de https://www.redalyc.org/ pdf/2670/267019610003.pdf        [ Links ]

Oliveira, Q. B. M., Assis, S. G., Njaine, K., & Pires, T. O. (2016). Violência física perpetrada por ciúmes no namoro de adolescentes: Um recorte de gênero em dez capitais brasileiras. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 32(3), 1-12. doi: 10.1590/0102-3772e32323        [ Links ]

Reis, R., & Ribeiro, M. (2017). Dos imaginários sobre a iniciação sexual: Intersecções de gênero, raça/cor e sexualidade entre jovens de camadas populares em Belém, Pará. Sexualidad, Salud y Sociedad (Rio de Janeiro), 25, 89-112. doi: 10.1590/1984-6487. sess.2017.25.05.a        [ Links ]

Santos, L. R. (2018). Crenças e vivências da infidelidade na contemporaneidade. (Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, Brasil). Recuperado de: https://ri.ufs.br/bitstream/riufs/9288/2/LAIS_ROCHA_SANTOS.pdf        [ Links ]

Santos, T. M. B., Albuquerque L. B. B., Bandeira C. F., & Colares, V. S. A. (2015). Fatores que contribuem para o início da atividade sexual em adolescentes: Revisão integrativa. Revista de Atenção à Saúde, 13(44), 64-70. doi: 10.13037/ras.vol13n44.2668        [ Links ]

Santos, R. C. S., Custódio, L. M. G., & Dias, M. B. (2017). O amor e os relacionamentos na adolescência: Considerações psicanalíticas. Psicologia.pt. Recuperado de http://www.psicologia.pt/artigos/textos/A1135.pdf        [ Links ]

Santos, R. C. S., & Tosta, R. M. (2016). A vivência da relação amorosa em adolescentes com doenças crônicas: O amor segundo os jovens com câncer. São Paulo: Fundação JK.         [ Links ]

Sehnem, G. D., Pedro, E. N. R., Ressel, L. B., & Vasquez, M. E. D. (2018). Adolescentes que vivem com HIV/aids: Experiências de sexualidade. Revista Gaúcha de Enfermagem, 39, 1-22. doi: 10.1590/1983-1447.2018.2017-0194        [ Links ]

Shaughnessy, J., Zechmeister, E., & Zechmeister, J. (2012). Metodologia de pesquisa em Psicologia. (R. C. Costa, Trad.). Porto Alegre: McGraw-Hill. (Original publicado em 2012).         [ Links ]

Silva, A. S. N., Silva, B. L. C. N., Silva Júnior, A. F., Silva, M. C. F., Guerreiro, J. F., & Sousa, A. S. C. A. (2015). Início da vida sexual em adolescentes escolares: Um estudo transversal sobre comportamento sexual de risco em Abaetetuba, Estado do Pará, Brasil. Revista Pan-Amazônica de Saúde, 6(3), 27-34. doi: 10.5123/S2176-62232015000300004        [ Links ]

Souza, A. O., & Rinaldi, D. L. (2018). O que a clínica da adolescência nos ensina sobre o ato? Revista Subjetividades, 17(3), 70-81. doi: 10.5020/23590777.rs.v17i3.5520        [ Links ]

 

Agradecimentos

As autoras agradecem o apoio financeiro recebido do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) para o projeto de pesquisa do qual o presente estudo derivou e na modalidade de Bolsa de Produtividade em Pesquisa para Adriana Wagner e Daniela Centenaro Levandowski.

 

 

Endereço para correspondência:
Carolina da Silva Pereira
UFCSPA
Rua Sarmento Leite, 245 – Prédio I, Sala 207
Porto Alegre, RS, Brasil
CEP: 90050-170
E-mail: carolina.pereira66@gmail.com

Adriana Wagner
UFRGS
Rua Ramiro Barcelos, 2600
Porto Alegre, RS, Brasil
CEP: 90035-003
E-mail: adrianaxwagner@gmail.com

Luiza Maria de Oliveira Braga Silveira
UFCSPA
Rua Sarmento Leite, 245 – Prédio I, Sala 207
Porto Alegre, RS, Brasil
CEP: 90050-170
E-mail: luizabs@ufcspa.edu.br

Daniela Centenaro Levandowski
UFCSPA
Rua Sarmento Leite, 245 – Prédio I, Sala 207
Porto Alegre, RS, Brasil
CEP: 90050-170
E-mail: danielal@ufcspa.edu.br

Recebido: 24.01.22
Corrigido: 15.02.22
Aprovado: 30.04.22

Creative Commons License