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Estilos da Clinica

versão impressa ISSN 1415-7128

Estilos clin. vol.2 no.3 São Paulo  1997

 

DOSSIÊ

 

Causas e acasos1

 

 

Elsa Coriat

Psicanalista; membro da Escuela Freudiana de Buenos Aires, membro da equipe de direção do Centro Dra. Lydia Coriat de Buenos Aires, Argentina

 

 

Precusaríamos da voz e do violão de Silvio Rodriguez para cantar uma de suas canções. Talvez vocês a conheçam:

"Cuando Pedro salió a su ventana
no sabía, mi amor, no sabía,
que la luz de esta clara mañana,
era luz de su último día.
Y las causas lo fueron cercando,
cotidianas, invisibles,
y el azar se le iba enredando,
poderoso, invencíble." 2

Como somos psicanalistas - e não contamos com essa voz e com esse violão - talvez possamos reconhecer um equivalente, conceitual e estético, ao nos depararmos com essa breve frase de Freud (1973b): "O destino de um Homem é comandado por dois poderes, daimon e tyche" (p.1648).

As incompatibilidades clínicas e teóricas que estas palavras enunciam vão muito além do que podemos encontrar em uma pequena frase, perdida nas entrelinhas de sua obra. Ainda que Lacan não o mencione, o enunciado freudiano aponta para as mesmas questões que são trabalhadas no Seminário XI como automaton e tyche (Lacan, 1973, p. 60).

Em seu texto sobre o Sinistro, diz Freud (1973c): "Limito-me, pois, a indicar que a atividade psíquica inconsciente é dominada por um automatismo ou impulso de repetição (repetição compulsiva) [ ... ] provido de poder suficiente para se sobrepor ao princípio de prazer; um impulso que confere a certas manifestações da vida psíquica um caráter demoníaco (...)" (p. 2496).

O demoníaco, então, compulsão à repetição, rede significante funcionando como automaton, por um lado, e, por outro, tyche, o acaso, o encontro com o real, ambos poderes comandando o destino de cada homem em particular.

Ao atualizar estas conceituações, procuro apresentar um enquadre adequado para elaborar um texto no qual me proponho a trabalhar a seguinte questão: Que causas determinam a aparição, no real, de uma psicose infantil?

Se, em Posição do Inconsciente, Lacan (1985a) diz que "o efeito de linguagem é a causa introduzida no sujeito, e que graças a esse efeito não é causa de si mesmo, traz em si o cerne da causa que o cinde, pois sua causa é o significante sem o qual não haveria nenhum sujeito no real" (p. 814); e se nas psicoses infantis justamente o que não aparece no real é esse sujeito cindido, sujeito à legalidade que impõe o estabelecimento da repressão do inconsciente; seriam suficientes as causas localizadas no campo onde operam os efeitos do significante - incluindo aqui tanto o imaginário como o real da repetição e do ato - para dar conta do porquê da aparição de uma psicose infantil?

Falando em termos mais simples, volto a abrir o velho debate: A causa da psicose infantil é orgânica ou psicológica (ou, em termos mais atuais, orgânica ou significante)?

Quando comecei a trabalhar no campo dos problemas do desenvolvimento infantil, minhas articulações teóricas e minha correspondente leitura dos materiais clínicos visavam esclarecer um preconceito enormemente difundido, que preconizava que determinados quadros genéticos ou neurológicos comportavam em si determinadas características psicopatológicas, incluindo entre elas psicose e autismo.

Tomando muitas vezes como paradigma a Síndrome de Down - dada a elevada freqüência estatística de sua apresentação - pude ir situando os caminhos em que se favorecia a produção de uma criança desconectada ou psicótica, justamente onde o genético não impedia em absoluto que aparecesse um sujeito do desejo.

Mas não só de Síndrome de Down está feito o campo dos problemas do desenvolvimento: quem desta vez traz novamente à tona a pergunta é um setor da população infantil de aparência física normal, sem um diagnóstico médico definido que vá além de "retardo de maturação" ou "imaturidade psicomotora" (ou alguma outra imprecisão semelhante); crianças que foram submetidas a todos os estudos com os quais conta a medicina moderna até a presente data, sem que nenhuma alteração se revelasse nestes,e , apesar disso, são decididamente psicóticas (ou autistas).

Escutando os pais de algumas destas crianças, aparentemente normais no aspecto físico, podemos chegar à convicção de que, se a criança é psicótica, é porque isso vinha se preparando desde uma história prévia, como se fosse se modelando no real o objeto fantasmático necessário às coordenadas significantes do par parental. Mas com outros... Acontece que com outros... as coisas não se encaixam; quero dizer que, escutando os pais destes outros, não encontramos razões suficientes, no discurso, para que tenha aparecido uma psicose na criança.

O lugar de pai (ou de mãe) é, por estrutura, um lugar fracassado; mas essa falha, em geral, toma o caminho de uma neurose na criança. Seria necessário um plus, seja na quantidade ou na qualidade da falha, para que se produzisse uma psicose ou um autismo. E se esse plus não se encontra no discurso, é lícito supor que a causa advenha de outro lugar.

Nossa pergunta se vê reforçada quando levamos em conta outros tipos de materiais clínicos; refiro-me aos casos nos quais nos fazemos uma pergunta que é quase a inversa, qual seja: como se virou determinada criança para não se tornar psicótica, dadas as condições nas quais foi criada?

Observamos que algumas vezes é muito difícil produzir um psicótico ou um autista, e que outras vezes, é extremamente fácil. O que faz a diferença?

A frase de Freud que citei anteriormente, está situada numa nota de rodapé de "A Dinâmica da Transferência", no centro de um parágrafo que não pode ser desperdiçado. Se vamos nos perguntar sobre a causa, convém levar em conta suas primeiras entrelinhas. Começa assim: "Pelo fato de ressaltarmos a importância das marcas infantis, acusam-nos de negar a que corresponde aos fatores congênitos (constitucionais). Esta crítica tem sua origem na restrita necessidade causal do homem, que, em franca contradição com a estrutura geral da realidade, procura satisfazer-se com um único fator causai". (Freud, 1973b, p. 1648)

Não damos conta da realidade da clínica de crianças, da leitura do real que ali está em jogo, com um único fator causai. A eficácia da causa significante vem sendo muitas vezes comprovada na estruturação de uma psicose; mas também a remissão de alguns casos tem sido possível graças à administração de determinada medicação específica, comprovando-se ali a incidência do orgânico.

Freud (1973b) continua, dizendo: "Recusamo-nos a estabelecer uma oposição fundamental entre ambas séries de fatores etiológicos", o qual me parece coerente não apenas com a realidade da clínica mas também com as seguintes palavras de Lacan (1986): "Não afirmamos que a psicose tem a mesma etiologia que a neurose, tampouco afirmamos que da mesma forma que a neurose, é uma pura e simples ação de linguagem" (p. 91).

Voltemos a Freud (1973b), que afirma: "A psicanálise disse muitas coisas sobre os fatores acidentais da etiologia e muito pouco sobre os constitucionais, mas somente porque podia contribuir para os primeiros com grande quantidade de novos dados e, em troca, não sabia nada especial sobre os últimos, exceto o já conhecido".

Sobre os fatores constitucionais - enquanto anatomia e fisiologia do organismo biológico que é cada corpo humano - passado quase um século do comentário freudiano, a psicanálise pode acrescentar muito pouco, mas não se pode dizer o mesmo da neurologia e ciências afins.

Com os avanços em matéria de métodos diagnósticos, tanto nos estudos por imagens, como neurometabólicos ou genéticos, uma considerável proporção das crianças autistas ou psicóticas que até 5 ou 10 anos atrás eram consideradas organicamente "normais", deixaram de sê-lo.

Estamos em um tempo no qual a cada mês são descobertas novas peças no quebra-cabeças do genoma humano, novas substâncias cuja presença no organismo é condição para que possa funcionar o equipamento cerebral, novos métodos para ter acesso visual à localização da mais mínima matéria lesada ou mal-situada ou com um funcionamento alterado. A cada nova descoberta, vai se reduzindo a população de crianças psicóticas sem um diagnóstico neurológico específico. Ao mesmo tempo, entre as crianças psicóticas é altíssima - e cada vez maior - a descoberta de alguma carência, falha ou dano orgânico no cérebro.

A partir da psicanálise, haverá também algo novo com o que possamos contribuir?

Baseando-nos na experiência clínica recolhida no campo dos problemas do desenvolvimento infantil, e na leitura daquilo que neste campo encontramos, a partir das teorizaçòes de Freud e Lacan, talvez possamos propor uma conceituação sobre as causas que intervêem na etiologia das psicoses e do autismo infantil, que supere a velha e célebre antinomia.

Entre as duas facções rivais - organicistas e psicologicistas (incluindo aqui um bom número de psicanalistas) - em mais de uma ocasião houve uma trégua, reconhecendo a importância de ambos fatores, mas sem saber de que maneira o que occorre no campo da disciplina vizinha incide sobre o próprio.

Diz Freud (1973b): "A série formada pelas combinações de ambos fatores em diferentes magnitudes deve ter seus casos extremos". Não se trata, então, de uma adição de causas ou fatores, mas de uma combinatória. Procuraremos avançar, especificamente, sobre a maneira de se tecer esta combinatória, para dar como resultado, em vez da delicada trama de um inconsciente neurótico, o extenso nó da psicose.

Em "Projeto de uma Neurologia para Psicanalistas" - apresentado na Reunião Lacanoamericana de Porto Alegre - eu propunha e fundamentava uma metáfora na qual considerava o sistema nervoso central como o papel no qual o Outro inscrevia as letras fundantes, ou seja, as marcas, os traços, os SI constitutivos do primeiro tempo de alienação, e dizia: "A neurologia se ocupa do papel, a psicanálise do que fica escrito".(Coriat, 1997).

Em "As Psicoses e as Crianças" - trabalho apresentado na Reunião Lacanoamericana de Buenos Aires - definia as psicoses infantis em função da não inscrição do significante do Nome-do-Pai, fazendo depender essa inscrição das sucessivas reinscrições da experiência de separação em cada um dos tempos da primeira infância.

Pois bem, para que algo fique escrito, não é suficiente somente o desejo posto em jogo através da mão que escreve o texto, também é preciso um papel ou equivalente (qualquer substância material) no qual o traço possa ficar registrado.

Quando escrevemos, em geral nos esquecemos do papel, atentos somente às palavras que queremos deixar ali; mas necessariamente passamos a levá-lo em conta quando alguma das características materiais do papel dificultam que as letras sejam escritas com clareza.

Todo bebê nasce imerso em um banho de linguagem. Esta cacofonia significante - insignificante para o bebê em seus primeiros tempos quanto a seu sentido - chega ao bebê filtrada pelo Outro real, encarnado na pessoa que exerce função materna, quem vai escrevendo as primeiras letras em seu corpo, a partir de cada ato cotidiano, com o que possibilita o percurso de sua vida de bebê. Caderno maravilhoso que permite, de uma ou outra maneira, que o arquivo fique registrado no sistema nervoso central.

Os pais normais escrevem sobre os bebês que nascem normais sem prestar maior atenção. Uma mãe pode não lembrar em que momento seu bebê disse "agá" pela primeira vez, ou sustentou a cabeça, ou se sentou, ou pegou um chocalho, ou ficou em pé agarrado às grades do berço; pode nem sequer saber se passou ou não pela angústia dos dezoito meses, mas se seu bebê pôde passar por cada uma de semelhantes transformações foi porque ela, sem sabê-lo, sabia que tipo de sustentação on de objeto, diferente a cada dia, requeria a criação de seu filho.

As ações que envolvem a função materna são exercidas a partir do saber do Outro, mas cada ato é convocado a realizar-se em função daquilo que cada mãe possa ler em cada momento em seu bebê: se quer comer ou dormir, se quer mimos ou troca de fraldas. A leitura materna se faz a partir de sua própria história significante, a partir de seu gozo e de seu desejo, mas se faz sobre os indícios que pode ir recolhendo em seu bebê, a partir da maneira em que este responde a seus cuidados ou descuidos. Desta forma, vai se escrevendo o primeiro sistema de marcas, o dos signos perceptivos, transcrição das percepções, da qual fala Freud 0973a) em "Carta 52". Assim que este sistema começa a construir-se - e isso ocorre inevitavelmente desde a primeira experiência do bebê - o escrito pelo Outro penetra na dotação de reflexos biologicamente herdados, passando a ordenar as condutas do bebê em função do vivido como prazer ou desprazer.

Se para essa mãe, na relação com seu bebê, opera a Lei fundante da cultura, o sistema de marcas que ali se inscreva implicará uma ordem, uma determinada e singular concatenação, que lhe permitirá, em seu tempo e em função das novas experiências do bebê, ir construindo o segundo sistema de transcrições, o inconsciente, e, posteriormente, o terceiro.

Dizia também em meu "Projeto" que, nos primeiros tempos, o que está em jogo nas experiências com o outro não é somente a inscrição dos primeiros sinais mnêmicos, mas também o estabelecimento das Babnung, facilitação ou estabilização seletiva das sinapses neuronais. O significante intervém então nos últimos passos da construção biológica de um cérebro que nasceu imaturo, não somente psíquica mas também neurologicamente.

A partir da "Carta 52", as metáforas da psicanálise supõem um papel que, sem dificuldades e de maneira semelhante, possibilita as inscrições operadas pela mão do Outro. Se o papel fosse igual em todos os casos, as diferenças pessoais passariam exclusivamente pela singularidade do desejo dos pais, pelo lugar do fantasma a partir do qual cada criança é imaginada e manipulada, esperada e encontrada.

Mas não existem dois papéis-cérebro iguais, nem existem dois bebês que, a partir de sua bagagem congênita, respondam da mesma forma à demanda do Outro. Nestes tempos, outorgar um lugar prínceps à diferença deixou de ser atributo exclusivo da psicanálise, as neurociências dão conta disso a cada passo. F a construção do papel-cérebro, da concepção ao nascimento, requer tal quantidade de operações de ordens as mais diversas, que, no caminho, pode acontecer todo tipo de acidentes - acidentes biológicos - que impeçam a realização de algumas das funções que lhe competem. Pode ocorrer que esta falha não seja eliminada de maneira espontânea, nem sequer levando-se em conta a maravilhosa plasticidade neuronal.

De tudo isso, então, observamos que os casos extremos da série de combinações que dariam como resultado uma psicose infantil seriam: em um extremo, um papel biologicamente impecável que é recebido a partir de um lugar perverso, de objeto de gozo no real; e, em outro extremo, um papel seriamente afetado em sua possibilidade de converter-se em depositário de uma série de marcas ordenadas a partir do significante do Nome-do-Pai, por cuja razão a criança se tornará psicótica (ao menos durante algum tempo de sua infância) por mais que ocupe um lugar no qual, do lado dos pais e na relação com seu filho, opere a Lei.

Entre um extremo e outro da série, estão todas as combinações possíveis - que é o que ocorre na devastadora maioria dos casos.

Às vezes nos deparamos com pais onde tudo nos leva a supor que, se seu bebê tivesse nascido orgânicamente normal, este se haveria convertido em uma criança neurótica qualquer, sem maiores complicações que sua própria singularidade; mas receberam um filho que, ao ser portador de uma falha detectável, feriu seu narcisismo de tal forma que não foi possível que o pequeno bebê recebesse a série de inscrições que previamente lhe estava destinada.

Outras vezes, o que recebem é um filho sem nenhuma falha rapidamente detectável, mas cuja dotação biológica não oferece as respostas que, normalmente, realimentam o chamado do Outro, provocando uma série de desencontros entre mãe e filho que são percebidos somente muito mais tarde, quando as produções da criança não atingem o esperado em sua idade ou fazem-no de maneira muito pouco usual.

A psicanálise não perde nada reconhecendo o peso causal dos fatores orgânicos: na clínica das psicoses infantis, o decisivo é sustentar o desejo e as marcas que correspondem a ele. Quando o papel não responde imediatamente, não se trata nem de abandonar o traço nem de passar a escrever outra coisa - que é o que sistematicamente orienta fazer o condutismo, em todas as suas recentes versões.

Um pai que veio consultar-me depois de ter passado por um bombardeio propagandístico em relação aos métodos didáticos com os quais deveria ser tratado o suposto autismo de seu filho - um menino muito bonito, a quem somente um olho experimentado em diagnóstico diferencial atribuiria problemas neurológicos - encontrou, depois de algumas entrevistas comigo, as palavras precisas para enunciar suas novas conclusões: "Claro!" - disse - "Trata-se de sermos pais normais!"

Se um analista tivesse partido da, suposição de que os graves problemas na constituição do sujeito que afetavam o menino haviam se originado a partir da realização das fantasias inconscientes dos pais, o pai não haveria tido a possibilidade de chegar à conclusão que chegou, e também não teria sido possível seu necessário reposicionamento no lugar de "pai normal". No outro extremo, supor que tudo se deve a questões orgânicas é desconhecer o efeito da desorientação e do desencontro surgido diante das respostas da criança, assim como os efeitos de sua ampliação angustiante a partir do diagnóstico, juntamente com o tipo de propostas de tratamento que estão em voga. Em relação ao destino da criança, a oferta de um caminho subjetivamente normalizado na ordem humana é a única possibilidade para que continue construindo e desenvolvendo as condições que efetivamente poderiam permitir-lhe apropriar-se de seus passos.

Já falamos das causas, mas, o que dizer de tyche? Creio que nada representa melhor o encontro com o real que o instante em que uma mãe olha e vê, pela primeira vez o corpinho real do bebê que saiu de suas entranhas, esse que vem ocupar o lugar que até esse momento ocupou o objeto imaginado. Encontros e desencontros, grandes ou pequenos, com um plus a mais ou um plus a menos, sempre é desencontro e sempre há encontro.

O inconsciente não crê no acaso - e menos ainda no acaso de um acidente biológico. "Como o Outro não existe, não me resta outra alternativa que assumir a culpa sobre o eu" (Lacan, 1985b, P. 800), dizem os pais, lamentan-do-se. E paradoxal que as conceituações de alguns analistas retifiquem que a culpa - ou a causa - deve-se exclusivamente ao fantasma dos pais - pais machucados eles mesmos pela alteração em sua descendência.

Mas não é verdade que a sorte chegue sempre vestida de má sorte.

E como eu prefiro os finais felizes - que também existem - concluo com a última estrofe da mesma canção de Silvio Rodriguez, que diz o seguinte:

"Cuando Juan regresaba a su
lecbo, no sabia,
ob, alma querida!, que en la nocbe
lluviosa y sin tecbo,
lo esperaba el amor de su vida"3

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CORIAT, E. (1997). Psicanálise e clínica de bebês. Porto Alegre. Artes e Ofícios.         [ Links ]

FREUD, S. (1973a). Carta 52. In: Obras Completas. Madrid. Biblioteca Nueva. [1896]         [ Links ].

FREUD, S. (1973b). La Dinâmica de la transferência. In: Obras Completas. Madrid. Biblioteca Nueva. [1912]         [ Links ].

FREUD, S. (1973c). Lo siniestro. In: Obras Completas. Madrid. Biblioteca Nueva. [1919]         [ Links ].

LACAN, J. (1973). Seminário XI: Los etiatro conceptos fundamentales dei psicoanálisis. Buenos Aires. Paidós.         [ Links ] LACAN, J. (1985a). Posición dei inconsciente. In: Escritos 2. Buenos Aires. Siglo Veintiuno.         [ Links ]

LACAN, J. (1985b). Subversion del sujeto y dialéctica del deseo en el insconsciente freudiano (I960). In: Pscritos 2. Buenos Aires. Siglo Veintiuno.         [ Links ]

LACAN, J. (1986). Seminário III: Ias Psicosis (1955-56). Espanha. Paidós.         [ Links ]

 

 

(1) Trabaiho apresentado na Reunião Lacanoamericana de Psicanálise da Bahia, realizada de 27 a 30 de agosto de 1997.
(2) NT.: "Quando Pedro abriu sua janela, não sabia, meu amor, não sabia, que a luz desta clara manhã, era a luz de seu último dia. E as causas foram se aproximando, cotidianas, invisíveis, e o acaso foi envolvendo-o, poderoso, invencível".
(3) N.T.: "Quando Juan regressava a seu leito, não sabia, oh, alma querida!, que na noite chuvosa e sem teto, esperava-o o amor de sua vida."