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Estilos da Clinica

versão impressa ISSN 1415-7128

Estilos clin. vol.2 no.3 São Paulo  1997

 

ARTIGO

 

Sobre o trabalho analítico com crianças

 

 

Jussara Falek Brauer

Psicanalista; é Professora Doutora do Instituto de Psicologia da USP

 

 

Pretendo refletir neste texto sobre as especificidades que cercam o trabalho analítico com crianças.

A pergunta que norteia esta reflexão é a seguinte: Pode-se falar em psicanálise de crianças! Entendendo-se com esta pergunta, a existência na teoria psicanalítica, de um espaço de teorização específico para este tipo de clientela.

Para que possa desenvolver meu raciocínio, inicio pontuando o tema segundo os três registros propostos por Lacan, a saber: o imaginário, o real e o simbólico.

Para buscar nossa resposta, comecemos a partir do registro do imaginário, mais especificamente do imaginário social que envolve a criança.

Se percorrermos a obra de Philippe Aries, História social da criança e da família (1978), podemos perceber que a criança já foi vista, em outros tempos, de forma muito diversa daquela com que a vemos hoje.

Já foi considerada, por exemplo, como um adulto em miniatura, de quem se esperava a compreensão e as reações de um adulto, que se vestisse como os adultos, alguém a quem, em suma, não se dedicava um olhar diferenciado. Esta situação durou até o fim do século XIX. Com o advento da teoria Darwiniana da evolução das espécies, a partir da adoção dessas idéias pelo pensamento científico da época, a criança passou a ser vista como ser diferenciado, o que possibilitou que ela se constituísse, no âmbito da ciência, como um novo objeto de estudo. Esse movimento teve em Freud um de seus protagonistas. Ao discorrer sobre a amnésia infantil, ele afirma:

"Mas, quais são as forças que levam a cabo esta repressão das impressões infantis? O que resolvesse esse problema teria esclarecido definitivamente a essência da amnésia histérica."

"De qualquer modo, temos de assinalar que a existência da amnésia infantil nos proporciona novo ponto de comparação entre o estado anímico da criança e o do psiconeurótico, entre os quais descobrimos logo uma analogia ao inferirmos que a sexualidade dos psiconeuróticos conserva a essência infantil ou regrediu até a mesma. Por que, pois, não se deve referir também a amnésia infantil às emoções sexuais da infância?"

"Essa possível conexão da amnésia infantil com a histérica é da máxima importância. A amnésia histérica, posta a serviço da repressão, é tão só explicável pela circunstância de que o indivíduo já possui um acervo de vestígios mnêmicos que foram subtraídos à disposição consciente e que atraem, por conexão associativa, aqueles elementos sobre os quais atuam, desde a consciência, as forças repelentes da repressão."

"Sem a amnésia infantil pode-se dizer que não existiria amnésia histérica" (Freud, 1974a, p. 318)

O texto acima ilustra o ponto de onde partiu Freud, o sentido de suas reflexões. Freud chegou à sexualidade infantil a partir de seu trabalho clínico com os adultos e buscava nela a chave explicativa para a histeria.

Assim, em vez de propor uma psicanálise, digamos, específica para a criança, Freud pensa na infância para encontrar aí a hipótese explicativa da histeria do adulto.

Retomando, então, nosso ponto de partida, na história das idéias, para que pudéssemos falar em psicologia ou psicanálise infantil foi preciso o advento do darwinismo, ao qual devemos o estatuto de existência deste campo de trabalho.

É justamente nesse sentido que coloco minha pergunta, recaindo sobre a possibilidade de ver a criança como ser em desenvolvimento também dentro do campo da psicanálise.

Se a idéia de desenvolvimento foi fecunda a ponto de permitir a criação de um novo campo de pesquisa científica, mais tarde, verificou-se que a mesma idéia, quando mal colocada, pode ser capaz de produzir erro de diagnóstico e de consequente encaminhamento das questões apresentadas por uma criança, aspecto que pretendo desenvolver neste trabalho.

Poderíamos, então, perguntar qual o estatuto dessa idéia de desenvolvimento no campo da psicanálise, ou ainda, tomando-se em conta o fato inegável do desenvolvimento do corpo biológico no caso da criança, que limites ele impõe ao trabalho do psicanalista. Enfim, que articulação teórica é possível ou se impõe fazer no caso da criança?

Se retomarmos a leitura dos textos de Freud, veremos que para o autor a análise é concebida como sendo um trabalho que se realiza sobre a neurose infantil.

É fundamental, no entanto, que se estabeleça uma diferença entre neurose infantil e neurose na infância.

Vejamos, então, o que diz Freud, o que ele escreve a esse respeito e a que título utiliza o termo neurose infantil.

Freud vai empregar o termo neurose infantil, por exemplo, no título de seu artigo sobre a história clínica do Homem dos Lobos. "Trata-se de um homem jovem que adoeceu aos dezoito anos, imediatamente depois de uma infecção blenorrágica, e que ao ser submetido, vários anos depois, ao tratamento psicanalítico se mostrava totalmente incapacitado. Durante os dez anos anteriores à sua enfermidade, sua vida havia sido aproximadamente normal e havia levado a cabo seus estudos de segundo ciclo sem grandes transtornos. Mas sua infância havia sido dominada por uma grave perturbação neurótica que se iniciou, pouco antes de completar os quatro anos, como uma histeria de angústia (zoofobia), se transformou logo em uma neurose obsessiva de conteúdo religioso e alcançou com suas ramificações até os dez anos do sujeito. No presente ensaio ocupar-nos-emos tão só dessa neurose infantil1. Apesar de haver sido expressamente autorizados pelo paciente, recusamo-nos a publicar o historiai completo de sua enfermidade, seu tratamento e sua cura, considerando-o tecnicamente irrealizável e inadmissível desde o ponto de vista social. Com isto, desaparece também toda posssibilidade de mostrar a conexão de sua enfermidade infantil com sua posterior doença definitiva, sobre a qual podemos só indicar que o sujeito passou, por causa dela, anos inteiros em sanatórios alemães, nos quais qualificou-se seu estado de loucura maníaco-de-pressiva2. Esse diagnóstico teria sido exatamente aplicado ao pai do paciente, cuja vida, intensamente ativa, foi perturbada por repetidos acessos de grave depressão. Mas no filho não me foi possível observar, em vários anos de tratamento, mudança alguma de estado de ânimo que, por sua intensidade ou as condições de sua aparição, pudesse justificá-lo. Em minha opinião, esse caso, como muitos outros diversamente diagnosticados pela psiquiatria clínica, deve ser considerado como um estado consecutivo de uma neurose obsessiva que chegou espontaneamente a uma cura incompleta. Minha exposição referir-se-á, pois, tão somente a uma neurose infantil analisada não durante seu curso, mas quinze anos depois, circunstância que tem suas vantagens e seus inconvenientes. A análise levada a cabo no sujeito neurótico infantil parecerá, desde logo, mais digna de confiança, mas não pode ser muito rica em conteúdo. Temos que emprestar à criança demasiadas palavras e demasiados pensamentos, apesar do que não conseguiremos talvez que a consciência penetre até os estados psíquicos mais profundos. A análise de uma enfermidade infantil por meio da recordação que dela conserva o sujeito adulto e já maduro intelectualmente não apresenta tais limitações, mas teremos de levar em conta a deformação e a retificação que o próprio passado experimenta ao ser contemplado desde anos posteriores. O primeiro caso proporciona talvez resultados mais convenientes, mas o segundo é muito mais instrutivo". (Freud, 1974b)

Freud tratou predominantemente de adultos. A prática da psicanálise da criança só foi instituída após os trabalhos de Melanie Klein. Essa autora foi a pioneira em tomar crianças como pacientes.3

Freud deixa-nos, no entanto, a partir da leitura do texto acima algumas questões sobre o assunto.

Em primeiro lugar, afirma que sua escolha pela neurose infantil do homem dos lobos é estratégica, que tange aos aspectos que ele vai privilegiar no decurso desta análise; em segundo lugar, coloca algumas dificuldades no caso do trabalho psicanalítico com crianças, além de problematizar o diagnóstico psiquiátrico atribuído a seu paciente á luz dos resultados obtidos por ele a partir do trabalho analítico conduzido sobre a neurose infantil.

Autor saído do campo da medicina, Freud pende em sua obra ora para o biológico (campo de onde parto, ora para o estrutural, campo novo onde irá se introduzir. Concebe o aparelho psíquico em desenvolvimento, classificando-o em fases: oral, anal, etc. Mas é para depois romper com o biológico que vai construindo assim seu caminho, chegando a forjar o termo pulsão, conceitualmente diferenciado de impulso ou instinto, termos cuja referência ao corpo biológico faz com que sejam inconvenientes à representação do conceito novo que o autor introduz.

Pulsão é em nossa língua um galicismo, um neologismo, introduzido pela adoção da tradução francesa pulsion adotada para o termo alemão trieb. Trata-se, portanto, de um neologismo psicanalítico.

Na língua alemã, Freud dispunha dos termos trieb e instinkt que lhe permitiram a distinção que ele vai introduzir nos Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, datado de 1905. Foi nessa obra que, baseando-se no estudo das perversões e das modalidades da sexualidade infantil, chegou a propor o termo pulsão parcial, que se estabelece por uma ligação, ao mesmo tempo, às fontes somáticas parciais diversas em oposição à genital e à vicissitudes da história do indivíduo. Segundo o autor, a primazia das pulsòes parciais caminha na contramão do desenvolvimento, uma vez que opera durante o período em que esse desenvolvimento biológico sofre uma latência. A releitura do texto pode ser muito ilustrativa deste ponto.

Nessa obra, Freud irá também discorrer sobre um período ao qual denominou período de latência sexual, o qual , em vez de indicar um desenvolvimoito, conduz a uma parada no desenvolvimento, a uma latência. O autor afirma: "durante este período de latência total ou simplesmente parcial, constituem-se os poderes anímicos que depois sc opõem ao instinto sexual e o canalizam, traçanclo-lhe o curso à maneira de dique" (Freud, 1974a, p. 322).

O autor afirma, assim, que é a parada no desenvolvimento, que ocorre no período de latência, que vai determinar os caminhos da sexualidade adulta, traçando-lhe o curso à maneira de dique.

É assim que Freud falará da criança, como sendo um "perverso polimorfo", ou seja, que por razões ligadas ao seu desenvolvimento corporal, ou à latência desse desenvolvimento, a criança, que para o autor tem uma sexualidade, a tem estruturada sob a perspectiva das pulsões parciais, ou seja, sob a perspectiva da estrutura perversa.

Portanto, se a pulsão não é o instinto, e isto permite ao autor falar em uma sexualidade infantil que não é genital, por outro lado, no caso da criança, o fato do desenvolvimento do corpo (e adicionaríamos a isto o lugar da criança na estrutura social e familiar) faz pensar que a estrutura psíquica da criança seria por excelência a estrutura perversa.

Abrindo o Seminário 1.3, O objeto da psicanálise. Lacan afirma que a relação da mãe com a criança é uma relação perverso polimorfa, fazendo repousar nessa relação o fundamento da perversão infantil.

Em Lacan a ênfase será posta sobre a pulsão e o autor pensará segundo o valor do objeto pulsional (objeto a) dentro da estrutura. A idéia de desenvolvimento ciando lugar a uma abordagem estrutural do sujeito.

A idéia de desenvolvimento terá, então, servido à psicanálise para alimentar seu movimento dialético, sendo depois superada e substittuída por uma concepção estrutural.

Assim, se do ponto de vista do imaginário social a criança se constitui, por assim dizer, em um consumidor da psicanálise, resta ainda saber se para atender a esse tipo de demanda de trabalho, a psicanálise precisa construir um corpo teórico diferenciado que dê conta desse lugar diferenciado que a criança ocupa, de sua sexualidade infantil enquanto "perversa polimorfa".

Retornemos, então, à questão, agora, a partir do registro do simbólico.

Trata-se aqui da estrutura, mais especificamente da estrutura clínica.

A questão não é simples se retomarmos o que foi dito até aqui. Se por um lado Freud fala da criança como perverso polimorfo, o que dizer do trecho citado anteriormente quando o autor se propõe, enquanto estratégia, tratar o adulto (homem dos lobos) naquilo que ele está denominando neurose infantil! Retomemos esse ponto.

No Vocabulário de Psicanálise de Laplanche e Pontalis (1970), no verbete "psicanálise", encontramos que essa disciplina está definida como terapia da neurose.

Decorre daí que, para responder à questão sobre a existência ou não da psicanálise de crianças, há que se interrogar sobre a estrutura, e neste sentido procurar estabelecer se é possível falar em neurose, psicose e perversão na infância.

Lacan (1985), no seminário sobre as psicoses, diz que só se pode falar em psicose no adulto. O próprio Freud (1974a) irá teorizar sobre a latência da sexualidade para afirmar que no neurótico há traços de perversão que decorrem do desenvolvimento normal da sexualidade.

Se, em Freud, podemos falar da criança como perverso polimorfo, como acabamos de ver, - o que sugeriria ser esta a estrutura infantil por excelência - teríamos em conseqüência clisso que na infância não se poderia falar ainda em estruturas clínicas, só havendo uma tomada de posição no que tange a elas na adolescência.

Se, no entanto, toda essa argumentação é válida e pertinente do ponto de vista puramente teórico, é, por outro lado, perfeitamente possível encontrar na clínica, crianças neuróticas ou mesmo psicóticas.

Decorre daí que, se tomarmos a questão a partir do registro simbólico, começa a se esboçar um problema no que tange ao trabalho analítico com crianças.

 

ENCONTRAREMOS EM LACAN UM CAMINHO PARA TRABALHAR ESSE PROBLEMA

No texto Duas notas sobre a criança, Lacan dirá: "o sintoma da criança está em posição de responder ao que há de sintomático na estrutura familiar. O sintoma, e este é o fato fundamental da experiência analítica, se define neste contexto como representante da verdade. O sintoma pode representar a verdade do casal. Esse é o caso mais complexo, mas também o mais aberto a nossas intervenções. A articulação se reduz em muito quando o sintoma, que chega a dominar, compete à subjetividade da mãe. Desta vez, a criança está involucrada diretamente como correlativo de um fantasma." (Lacan, 1991, p. 55)

Pelas indicações do autor vemos que, em primeiro lugar, é possível pensar a análise de crianças tendo como referência o que já se encontra teorizado no campo da psicanálise, utilizando conceitos como sintoma ou fantasma, não havendo, portanto, necessidade de pensar em Lima psicanálise de crianças, mas em psicanálise simplesmente.

Se seguirmos os fundamentos da psicanálise, observaremos ainda no texto supracitado, que há aí especificidades.

Quando se trata de sintomas apresentados por uma criança, diz Lacan, "temos aí envolvidos os seus pais. Esta implicação pode ser de dois tipos: ou bem o casal estará implicado aí em termos de sua verdade ou então será a mãe a implicada e o sintoma da criança será o correlativo do fantasma materno).

Essa reflexão) ajuda a pensar a clínica infantil e suas especificiclacles, abrindo um novo campo.

É comum, quando se trabalha com crianças, presenciar a irrupção dos pais no tratamento das mesmas.

Chegamos aqui ao terceiro ponto a que pretendíamos nos referir, ainda que com brevidade nesse texto, aquele relativo ao registro do real.

Se na análise do adulto, lidamos somente com as fantasias de nossos analisantes (circunscrever o âmbito de nosso trabalho à associação livro, quando se trata da criança, já não podemos nos dar a esse luxo. A realidade nos aborda todo o tempo. É a escola a pedir laudos e orientações, o médico que recorre a nós, a mãe que nos procura com a insistente pergunta "o que é que o meu filho tem?".

Ousaria acrescentar às clássicas perguntas freudianas O que é um pai? e O que quer uma mulher? mais esta recorrente pergunta que acompanha a análise de crianças: O que tem meu filho?

Entendo que essa pergunta deva ser lida pelo analista como emergência no real de um significante materno ou do casal de pais. E se a tomamos como emergência no real, é porque não a tomamos a partir da realidade, mas como passagem ao ato.

Uma tal leitura determina a conduta de tomar tal pergunta analiticamente, oferecendo também aos pais ou à mãe uma escuta analítica, com a finalidade de aí operar favorecendo o engaste transferencial que permitirá, passando ao nível do discurso, fazer cessar a atuação e iniciar o trabalho analítico.

Assim, quando se trata do trabalho analítico que envolve crianças, tenho feito a opção de trabalhar esse campo, onde encontramos ligados criança e pais, na forma de uma colagem significante. Essa ligação produz na mãe ou no casal um sofrimento que, por ser dado por procuração à criança, torna-lhe difícil o acesso, torna difícil seu reconhecimento, enquanto sofrimento destes pais ou desta mãe.

É na singularidade de cada caso que iremos pesquisar o sintoma apresentado pela criança, tendo em nosso horizonte de possibilidades que se trate de uma questão do casal ou mesmo da mãe. Trabalhada a perversão polimorfa desta relação, nossa criança estará habilitada a optar por crescer, entrar em latência, construir um sintoma que lhe possibilite a entrada em análise ou, ainda, optar por contentar-se do Outro configurando-se como psicótica.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARIES, P. (1978). História social da criança e da família. Rio de Janeiro: Guanabara. [1973]         [ Links ]

FREUD, S. (1974a) Três ensaios sobre a sexualidade. Obras completas. Madrid: Alianza Editorial [1905]         [ Links ].

FREUD S.( 1974b) História de uma neurose infantil. Obras completas. Madrid: Alianza Editorial. [1914]         [ Links ]

LACAN, J. (1965-66) O Seminário, livro 13 - O objeto da Psicanálise. Inédito.         [ Links ]

LACAN, J. (1985) O Seminário, livro 3 - As psicoses. Rio de Janeiro: Zahar [1955-1956]         [ Links ].

LACAN, J. (1991). Dos notas sobre el nino. Intervene Umes y textos. Buenos Aires: Manantial.         [ Links ]

LAPLANCHE, J. e PONTAL1S, J-B (1970). Vocabulário de Psicanálise. Lisboa: martins Fontes [1968]         [ Links ].

ROUDINESCO, E.( 1994). Jacques Lacan. São Paulo: Companhia das Letras [1993]         [ Links ].

 

 

1 O negrito e nosso.
2 idem.
3 A esse respeito é interessante que se leia Jacques Lacan por Elisabeth Roudinesco. Nesse livro a autora relata essa parte da história da psicanálise de ou com crianças no capítulo 4 intitulado Marienbad.
4 A este respeito ver ALLOUCH, J. (1994). Letra a letra - Transcrever, traduzir, transli-terar. Rio de Janeiro: Companhia de Freud, especialmente o capítulo sobre a transferência.