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Estilos da Clinica

versão impressa ISSN 1415-7128versão On-line ISSN 1981-1624

Estilos clin. vol.22 no.2 São Paulo ago. 2017

http://dx.doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v22i2p370-387 

ARTIGO

 

Psicanálise e Educação no Brasil a partir de 1950: um estudo histórico

 

Psychoanalysis and education in Brazil from 1950 onward: a historical study

 

Psicoanálisis y educación en Brasil desde 1950: un estudio histórico

 

 

Juliana Fernanda de BarrosI; Jorge Luís Ferreira AbrãoII

IMestre em Psicologia pela Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), Assis, SP, Brasil
IIProfessor adjunto do Departamento de Psicologia Clínica da Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), Assis, SP, Brasil

Correspondência

 

 


RESUMO

Este artigo tem por objeto apresentar uma leitura acerca da apropriação da psicanálise no contexto educacional brasileiro na segunda metade do século XX. Desse modo, foi realizado um levantamento bibliográfico dos trabalhos produzidos nesse período e, por meio de sua classificação em eixos temáticos e de uma análise historiográfica, foi possível identificar que a psicanálise se fez presente na educação de duas formas. Inicialmente, foi marcada por um período de estagnação em torno das produções, em detrimento do investimento clínico; posteriormente, foi afetada pela redefinição do seu papel e pelo início das discussões sobre a relação aluno-professor. Concluiu-se, então, que o modo como ocorreu a apropriação da psicanálise pela educação marca a relação entre esses campos nas práticas atuais.

Descritores: psicanálise; educação; historiografia.


ABSTRACT

This article aims to present psychoanalysis appropriation in the Brazilian educational context during the second half of the twentieth century. Thus, a bibliographic survey of works developed during that period was carried out, and, through their classification into different thematic axes and a historiographical analysis, it was possible to identify the presence of psychoanalysis in education in two ways. Firstly, it was marked by a period of stagnation concerning its production, to the detriment of clinical investment. Then, it was affected by a redefinition of its role and by the beginning of the debates regarding student-teacher relationships. Therefore, the way in which the appropriation of psychoanalysis occurred marks the relationship between both fields in the current practices.

Index terms: psychoanalysis; education; historiography.


RESUMEN

Este artículo tiene por objeto presentar la apropiación del psicoanálisis en el contexto educativo brasileño en la segunda mitad del siglo XX. Para ello, se realizó una búsqueda bibliográfica de las obras desarrolladas en ese período y, mediante su clasificación en ejes temáticos y de un análisis historiográfico, fue posible identificar que el psicoanálisis estuvo presente en la educación de dos maneras. Inicialmente, ha sido marcado por un período de estancamiento en lo que respecta a las producciones en perjuicio de la inversión en la clínica; posteriormente, afectado por la redefinición de su rol y por el inicio de las discusiones acerca de la relación alumno-profesor. Por lo tanto, se concluye que la manera como la educación se apropió del psicoanálisis marca la relación entre eses dos campos en las prácticas actuales.

Palabras clave: psicoanálisis; educación; historiografía.


 

 

Dos antecedentes históricos

Os livros de história do movimento psicanalítico, como A psicanálise no Brasil (1993), de Elizabeth Mokrejs, e Encontros: psicanálise & (1992), de Marialzira Perestrello, informam que a psicanálise começou a fazer ressonância em território nacional somente no final do século XIX, mais especificamente com o psiquiatra baiano Juliano Moreira, fundador da psiquiatria moderna no Brasil, que fez referência às obras de Freud na Faculdade de Medicina da Bahia, no ano de 1899 (Oliveira, 2002).

Em 1909, Oskar Pfister, um pedagogo apaixonado pela psicanálise, envia a Freud dois textos intitulados "Ideia delirante e suicida dos estudantes" e "Cuidado psicanalítico das almas e pedagogia moral", fazendo referências a um possível projeto de uma pedagogia que levasse em consideração as descobertas da psicanálise, criando uma nova disciplina denominada "pedanálise". Logo Freud responde a Pfister dizendo que aderiria a esse projeto de ampliar a psicanálise a outras disciplinas, nesse caso, a pedagogia (Filloux, 1997). No entanto, apesar dessa iniciativa pioneira, a psicanálise só terá espaço efetivo no Brasil a partir da década de 1920.

Inicialmente, a psicanálise, que foi divulgada no Brasil, entre outros profissionais, pelos psiquiatras, teve como campo de inserção outras ciências, como a educação, uma vez que as possibilidades de aplicação terapêutica da psicanálise eram extremamente restritas e ainda inacessíveis aos profissionais brasileiros que tinham acesso à psicanálise exclusivamente pela via teórica. Nesse primeiro movimento, já podemos perceber que, desde o princípio, a psicanálise no Brasil surge articulada a outras disciplinas como um construto teórico destinado a responder sobre as práticas sociais aplicadas a diferentes áreas do conhecimento (Abrão, 2001).

Analisando os estudos de Abrão (2001, 2006), podemos observar que foram identificados dois períodos históricos distintos nos quais a teoria psicanalítica esteve presente no meio educacional brasileiro na primeira metade do século XX. A primeira fase foi caracterizada como um período de divulgação da teoria psicanalítica junto aos educadores, na década de 1920 até meados de 1930; a segunda fase foi marcada pela aplicação da psicanálise à higiene mental escolar, a partir da segunda metade da década de 1930 até 1950.

A iniciativa de alguns autores nacionais de tomar a psicanálise como referência no auxílio à discussão das questões educacionais encontrava-se em consonância com o momento histórico, quando os saberes sobre a infância se ampliam, e a criança "desadaptada" ou "difícil" passa a ser estudada e olhada em seu amplo espectro. Tal condição favoreceu a penetração da psicanálise no meio educacional, uma vez que "dispunha de um arcabouço teórico bastante sedimentado e relativo ao desenvolvimento do psiquismo infantil, às relações interpessoais e aos problemas emocionais da criança, que davam sustentação à filosofia da 'Escola Nova'" (Abrão, 2006, p. 6).

Assim, inscrita no discurso médico da época, a psicanálise passa a ser convocada pela educação como uma ciência habilitada a auxiliar tanto na compreensão do desenvolvimento emocional quanto na resolução das dificuldades escolares que barravam a expressão das potencialidades das crianças, servindo, nessa época, como mais uma teoria a serviço da psicologização da educação incorporada ao discurso médico higienista.

Por meio do movimento higienista, cujo foco principal era a prevenção da doença mental, melhoria do nível de saúde mental coletivo e amparo às crianças que manifestassem problemas de conduta ou personalidade, foram criadas as clínicas de orientação infantil do Rio de Janeiro e de São Paulo. Podemos encontrar nessas instituições o início de uma prática clínica infantil inspirada em princípios psicanalíticos fortemente vinculados à educação. "Esse gênero de clínica constitui a unidade básica de combate na higiene mental, de acordo com o conceito moderno de que a infância é o 'momento estratégico' na luta contra as psicopatias" (Marcondes, 1946, p. 43-44).

O objetivo dessas clínicas era fornecer o ajustamento ao escolar deficitário por intermédio de avaliação diagnóstica, intervenções ambientais e orientação a pais e professores, atuando mais no sentido da prevenção da doença mental do que na remissão de distúrbios já instaurados, não tendo, assim, nenhuma intenção de realizar uma abordagem terapêutica (Abrão, 2001). No Rio de Janeiro, esse trabalho se extinguiu em 1939; em São Paulo, em 1974, deixando como herança para as famílias uma leitura psicanalítica de reeducação e orientação para uma boa educação mediante o estabelecimento de uma nova conduta com os filhos e para a escola, deixando a impressão de que cabe à psicanálise a função de prevenir e corrigir as questões educativas. Assim, notamos que a psicanálise assumiu para si muitas responsabilidades e acabou se perdendo em relação à sua real função perante as demandas sociais emergentes de prevenção das doenças mentais no âmbito da educação escolar e familiar.

 

Delimitação da pesquisa

Passados esses dois períodos descritos por Abrão (2001), a psicanálise atravessou uma temporada afastada das discussões referentes à educação. Assim, conforme expuseram Kupfer et al. (2010) e Spillius (1990), a articulação entre psicanálise e educação, que viveu um período bastante promissor até o início da década de 1950, experimentou, após essa fase, um momento de estagnação no Brasil até a década de 1980, perdendo a aceleração e o entusiasmo inicial. Desse modo, "desde que Freud fez ver a seus contemporâneos de 1937, em Análise terminável e interminável, os limites de uma aplicação da psicanálise à educação, o campo dessas articulações conheceu uma retração significativa de quatro décadas" (Kupfer et al., 2010, p. 286).

Outro dado que reforça essa oscilação está presente na pesquisa realizada por Pereira, Kupfer, Souza e Fidelis (2013), que constataram que, enquanto nos anos 1980 havia apenas cinco trabalhos publicados em torno do tema "Psicanálise e Educação", nos anos 1990 essa produção aumentou para 64 trabalhos.

Em face dessa constatação de escassez de produção histórica acerca da psicanálise e educação entre as décadas de 1950 e 1980, o presente trabalho, fruto de uma dissertação, objetivou investigar a inserção e a apropriação da psicanálise no contexto educacional brasileiro, na segunda metade do século XX, a fim de compreender a escassez e a oscilação de produção em torno do tema e conhecer o que foi produzido nesse campo.

Para a execução desse objetivo, foi realizado, primeiramente, um levantamento bibliográfico a fim de identificar textos que articulavam, de alguma forma, informações relativas às contribuições da psicanálise à educação. Para isso, foi desenvolvida uma pesquisa historiográfica de natureza quantitativa e qualitativa, com o propósito de identificar as produções de trabalhos nacionais sobre a relação entre psicanálise e educação nas décadas de 1950 a 2000, a fim de demonstrar a evolução histórica desse campo conceitual circunscrito em um contexto sociocultural determinado.

Como principal recurso para a coleta de dados, foram utilizados trabalhos publicados em periódicos nacionais que abordaram o tema "psicanálise e educação". O levantamento foi feito com base em artigos indexados nas bases de dados BVS-Psi, PePSIC, Scielo, em anais dos Colóquios do LEPSI (IP/FE – USP), na Revista Estilos da Clínica, na Revista Brasileira de Psicanálise e no Jornal de Psicanálise.

Para delimitar a procura por textos referentes à relação entre psicanálise e educação, foram utilizados dois descritores-chave – psicanálise e educação –, visando abarcar um conjunto expressivo de artigos relevantes para este estudo. O levantamento localizou 89 artigos. Após a pesquisa, a fim de filtrar e analisar a pertinência dos artigos encontrados, adotamos como critério de inclusão aqueles trabalhos que, após serem lidos e analisados integralmente, contemplaram no corpo do texto informações relevantes que caracterizassem ou nos fornecessem indícios das produções brasileiras no campo de articulação entre a psicanálise e a educação na segunda metade do século XX. Após a leitura dos 89 artigos levantados, 64 foram selecionados para compor a pesquisa. A distribuição desses 64 artigos por ano de publicação encontra-se expressa na figura a seguir.

 

 

É importante salientar que este levantamento não tem a pretensão de abarcar a totalidade de textos e trabalhos no campo das articulações entre psicanálise e educação no período de 1950 a 2000, pois existem revistas antigas que não estão indexadas nas bases de dados on-line pesquisadas, e também não foram incluídos neste estudo livros, dissertações e teses, em virtude do tempo restrito que o mestrado dispõe. Assim, alguns trabalhos significativos talvez não estejam contidos neste levantamento. No entanto, os artigos que constituem esse banco de dados têm o intuito de aproximar e oferecer ao leitor um norte de como vêm se configurando as publicações em torno do tema, servindo como gatilho para pesquisas futuras.

Após o levantamento bibliográfico quantitativo, promovemos a catalogação e o mapeamento dessas produções a fim de facilitar a análise qualitativa e identificar as tendências mais salientes e consistentes nos artigos produzidos na segunda metade do século XX. Assim, à medida que foram sendo realizadas as leituras, classificamos os artigos selecionados em cinco eixos temáticos.

No Eixo 1 – Psicologização da educação e a participação da psicanálise, abarcamos artigos que abordam a psicologização do cotidiano escolar por meio do discurso (psico)pedagógico hegemônico. Esse termo, cunhado em 1999 por Leandro de Lajonquière, faz referência, em suma, à maciça participação do discurso psicológico e especializado no campo educativo com a finalidade de adequar o sujeito ao meio social, transformando o cotidiano escolar em um espaço, de direito e de fato, psicologizado.

Hoje, ainda observamos o prestígio do qual gozam os saberes psicológicos no campo educativo. Torna-se cada vez mais clara a renúncia ao ato educativo, seja pela família ou pela escola, em prol da entrada e influência excessiva dos especialistas psi nas escolas para responder a questões sobre a criança, que o adulto diz desconhecer. "Desta maneira, os 'problemas escolares' são entendidos dentro de uma realidade psicológica individual, cujas explicações se apoiam nas referências científicas modernas que naturalizam tais fenômenos" (Lins, 2009, p. 66).

No Eixo 2 – As contribuições de Freud e de outros autores à educação e o papel da psicanálise na educação/instituição escolar, agrupamos textos que relatam as contribuições e teorias desenvolvidas por Freud e por outros autores nacionais e internacionais sobre o tema psicanálise e educação, bem como o lugar que o psicanalista e a psicanálise ocupam/ocuparam dentro das instituições educacionais ao longo dos anos. No entanto, entendendo que, ao delinear o papel dos psicanalistas no campo da educação e das instituições escolares ao longo dos anos, também se estará descrevendo a história da implantação e consolidação da psicanálise na educação, incluímos também nessa categoria trabalhos que fazem um breve resgate do desdobramento histórico da conexão psicanálise-educação no Brasil e/ou no mundo.

O Eixo 3 – Subjetividade e formação de professores em uma perspectiva psicanalítica, contempla artigos que destacam a formação docente e suas possíveis interseções com a psicanálise, enfatizando a subjetividade do professor.

No início de seus escritos acerca das relações entre psicanálise e educação, quando se acreditava no papel profilático que a psicanálise poderia exercer em relação à prevenção das neuroses, Freud considerava a possibilidade de que o educador, subsidiado pela teoria psicanalítica e introduzido nas questões gerais da infância, poderia ter uma melhor compreensão das demandas da criança, contribuindo para seu desenvolvimento intelectual saudável. Assim, emerge uma atenção especial com a dita subjetividade docente, considerada condição essencial para a realização de qualquer projeto educativo, já que tem a função de impedir ou facilitar o aprendizado do aluno (Kupfer et al., 2010).

Só por volta da década de 1930, Freud reconhece ter superestimado o papel profilático da psicanálise na educação. Ele afirma que a psicanálise não deve contribuir para a instrumentalização do educador – uma vez que não existe educação analítica no sentido de aplicação dos métodos psicanalíticos à educação –, mas transmitir uma ética, um modo de entender a prática educativa, para que o impasse e o mal-estar do ato de ensinar possa ser atenuado (Kupfer, 1992).

No Eixo 4 – Transferência no campo educativo, a relação professor-aluno e o saber, agrupamos trabalhos que abordam a questão da transferência na relação professor-aluno como fenômeno que produz efeitos nos resultados pedagógicos e implicações no saber.

Há uma questão psíquica presente na prática docente que provoca efeitos no ensino e na relação com o aluno. O professor não abandona seu inconsciente e sua bagagem psíquica quando adentra a sala de aula, tampouco o aluno se coloca surdo ao apelo inconsciente do educador, fingindo não se afetar. Os aspectos pessoais e culturais, aliados à experiência de vida e profissional, repercutem tanto na forma de ensinar quanto na de conduzir o ato educativo. As experiências de vida e os aspectos inconscientes da constituição da subjetividade do professor se atualizam no cenário educativo perante a figura do aluno (Prazeres, 2007). Professor e aluno não se encontram neutros no processo ensino-aprendizagem, mas munidos com seus fantasmas, complexos e fixações, em um encontro de dois sujeitos, duas subjetividades. Nessa perspectiva, a escola passa a ser um lugar de constituição psíquica, onde o processo de aprendizagem está atrelado a aspectos subjetivos que emergem na relação transferencial professor-aluno (Luz, 2009).

Por fim, no Eixo 5 – Psicanálise e educação inclusiva/terapêutica, incluem-se os textos que contemplam as contribuições da psicanálise à educação inclusiva e/ou a práticas que aliam educação ao tratamento de crianças com graves distúrbios de desenvolvimento, bem como aos cuidados com a primeira infância, enfatizando a dimensão do cuidar com base em um viés terapêutico.

Durante muito tempo, as crianças que não se ajustavam à rapidez, eficiência e produtividade escolar eram excluídas do sistema regular de ensino. Com o tempo, foi se observando que, na verdade, não se tratava apenas de uma dificuldade expressa pela criança, que era a única culpabilizada pelo seu fracasso escolar, mas que a própria instituição escolar, com todos os seus autores envolvidos, também tinha a sua cota de responsabilidade. Para atender às necessidades dessas crianças com transtornos globais do desenvolvimento, criou-se um campo teórico-prático chamado "Educação Terapêutica", que pode ser definido como uma proposta de tratamento com ênfase nas práticas educacionais e de inclusão, contemplando um conjunto de práticas interdisciplinares que visa ao desenvolvimento integral da criança (Kupfer, 2007).

Mediante a apresentação e descrição dos cinco eixos que elencamos para fazer a análise qualitativa dos artigos, cabe, neste momento, apresentar, por meio da tabela a seguir, a quantidade de artigos selecionados por eixos temáticos, o que oferece uma breve noção dos assuntos mais discutidos em torno do tema educação e psicanálise, na segunda metade do século XX, no Brasil.

 

 

Analisando a Tabela 1, podemos identificar que o Eixo 2 e o Eixo 4 foram os assuntos mais discutidos na segunda metade do século XX. A soma dos textos publicados em torno desses dois eixos temáticos é de 36 artigos, um pouco mais que a metade da soma total.

Para identificarmos os assuntos mais abordados em cada época, a seguir separamos os eixos temáticos mais discutidos por década. Cabe ressaltar que, na década de 1980, foram publicados 9 artigos dedicados ao tema psicanálise, os quais veiculavam contribuições da disciplina à educação; na década de 1990, encontramos 44 artigos; no ano de 2000, localizamos 10.

 

 

Na década de 1980, a maioria dos artigos encontrados abordava a questão da psicologização da educação. E, na década de 1990, grande parte dos trabalhos se referia às contribuições de Freud e de outros autores à educação, e ao papel que a psicanálise poderia ocupar na instituição escolar; com maior incidência, temos, a partir de 1995, trabalhos que abordaram a transferência no campo educativo e a relação professor-aluno. Por fim, no ano de 2000, encontramos certo equilíbrio nas produções, com pequeno destaque para a questão da transferência e para a relação professor-aluno no campo educativo.

De posse desses dados, e utilizando o método historiográfico da abordagem contextual, por meio da análise do contexto social e cultural no qual a psicanálise se desenvolveu, podemos levantar hipóteses sobre os motivos que levaram à retração significativa de tais produções de 1950 a 1980, experimentando, após essa fase, um boom de produções, e quais os principais modelos de aproximação entre educação e psicanálise que foram desenvolvidos posteriormente à década de 1980.

Mediante essa classificação e a análise realizada, podemos identificar dois períodos históricos que marcam a inserção e a apropriação da psicanálise no contexto educacional brasileiro entre as décadas de 1950 e 2000. São eles: período de latência – estagnação – das produções relativas à psicanálise e à educação em detrimento do investimento clínico, institucional e o reconhecimento da profissão e início das discussões sobre a psicologização da pedagogia, entre 1950 e 1980; e redefinição do que viria a ser uma contribuição da psicanálise ao contexto educacional, com um retorno a Freud e um olhar para a importância do aspecto relacional, subjetivo e transferencial entre aluno e professor, de 1990 a 2000.

Temos consciência de que os dados aqui apresentados, embora forneçam um extrato significativo sobre o tema pesquisado, refletindo uma tendência, não esgotam a produção bibliográfica referente ao tema, haja vista a limitação inerente da base de dados investigada. Nesse sentido, nossa pretensão não foi esgotar o assunto ou oferecer uma análise abrangente e detalhada, mas apresentar alguns subsídios com base em pesquisas e marcos fundamentais.

 

Do período de latência ao ressurgimento

Como visto, a partir da década de 1950, o campo da articulação entre psicanálise e educação sofreu uma retração significativa de quase três décadas, com os estudos relacionados a esses dois campos do conhecimento só vindo a florescer, com maior efervescência, a partir dos anos 1980.

A partir de 1950, observamos um movimento de consolidação da institucionalização do movimento psicanalítico no Brasil, com a criação das primeiras sociedades brasileiras reconhecidas pela Associação Psicanalítica Internacional (IPA).

Em São Paulo, o Grupo Psicanalítico de São Paulo, formado em 1937, veio obter o título de sociedade componente à IPA em 1944, passando a se chamar, em 1951, no Congresso Internacional da IPA em Amsterdã, Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP). Em 1958, é fundado o Instituto de Psicanálise da SBPSP para melhor estruturação institucional e definição das referências teóricas (Abrão, 2001).

No Rio de Janeiro, Kemper e seus seguidores instituíram o Centro de Estudos Psicanalíticos que, em 1955, passa a ser reconhecido pela IPA como Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro (SPRJ), no XIX Congresso Psicanalítico Internacional, em Genebra. Em 1959, um segundo grupo, fundando por Burk e alguns analistas regressos da Argentina, passou a ser reconhecido como Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro (SBPRJ) durante o Congresso Internacional de Copenhague (Abrão, 2001).

Nesse intervalo de retração das publicações referentes à psicanálise e educação, houve a eclosão de um acontecimento nacional que veio consolidar o movimento de institucionalização da psicanálise, influenciando diretamente os rumos da articulação entre esses dois campos no Brasil. Esse evento foi a Ditadura Militar (1964-1985), que, com seu caráter antidemocrático, freou, muitas vezes de forma violenta, qualquer expressão popular contrária aos interesses do governo e abortou todas as iniciativas de revolucionar a educação brasileira, reprimindo e orientando todo o ensino do país sob o pretexto de serem comunizantes e subversivos. Tais acontecimentos e mudanças levaram a psicanálise a se afastar do campo educacional, que não podia ou não tinha mais nada a dizer. Como as contribuições não reverberaram de forma significativa e eficiente no campo da educação na primeira metade do século XX, e como não houve espaço para se pensar em novas formas de ação durante a ditadura, a psicanálise saiu de cena e entrou no período de latência no tocante à educação. Diante do fracasso em casar os dois campos, os trabalhos em torno do tema recuaram, canalizando e sublimando seus esforços para outras áreas.

Entre a década de 1960 e 1970, com a regulamentação da psicologia como profissão no Brasil, em 1962, a psicanálise ampliada ou extramuros das primeiras gerações acabou soterrada pelo chamado "boom psicanalítico", que causou uma crescente expansão do atendimento terapêutico em caráter privado. "Coincidindo e também sendo reforçado pelo regime político de ditadura militar no país, o boom da psicanálise favoreceu a reclusão intimista e exclusivista do consultório particular" (Sagawa, 2009, p. 4). Em decorrência desse momento de terror, a família se volta para seus problemas internos e particulares, fortalecendo um processo de privacidade e interiorização das pessoas, uma vez que a militância política e social passa a ser vista como subversiva.

Fortalecendo essa corrente, ocorre a expansão dos cursos de psicologia no território nacional, em que a "clínica torna-se a grande demanda dos estudantes de psicologia, que sonham com seus consultórios privados" (Coimbra, 1999, p. 47). Em detrimento de outros setores públicos, o atendimento privado em consultório torna-se a grande locomotiva da vez.

Com essa popularidade e supervalorização, os psicanalistas, que antes usavam o campo da educação como base principal de inserção da psicanálise no Brasil, ainda que por um viés preventivo, viram nessa oportunidade uma forma de ganhar espaço, investir e garantir a aplicação terapêutica da psicanálise no meio clínico.

Em razão da crescente demanda por atendimento terapêutico em caráter privado, a formação psicanalítica, que era monopólio exclusivo das sociedades componentes da IPA até os anos 1960, a partir da década de 1970 passa a ser contestada pelo surgimento e pela proliferação de uma série de instituições de formação psicanalítica não vinculadas à IPA. Com o surgimento dessas instituições alternativas, iniciou-se um movimento para definir qual era a verdadeira psicanálise e quais seriam as sociedades "oficiais" do país, guardiãs da psicanálise pura (Coimbra, 1999).

Com a limitação aos médicos do acesso legal à profissão de psicanalista, outros profissionais começaram a lutar para poder exercer legalmente tal profissão rendosa, questionando o domínio exercido pelas instituições filiadas à IPA. Por fim, outros profissionais receberam o direito efetivo de exercer a clínica psicanalítica, findando o monopólio dos psicanalistas médicos, e a crescente demanda por formação "acabou por explodir a hegemonia e o modelo de organização preconizado pelas sociedades brasileiras filiadas à Associação Psicanalítica Internacional" (Ponte, 1999, p. 161), abrindo espaço legítimo para outras instituições.

Assim, nesse período, entre 1950 e 1980, a psicanálise, que ocupava um lugar marginal no campo da educação, passou a cuidar de questões internas a fim de ganhar mais espaço e reconhecimento, regulamentar e sedimentar seu campo de atuação, expandir suas instituições de formação, investir no campo clínico que estava em expansão e definir quem tinha o direito de exercê-la no Brasil.

 

Da redefinição às discussões em torno da relação aluno-professor

Passados esses anos de organização interna e de carência de produção relativa às relações entre psicanálise e educação, alguns trabalhos começaram, ainda que timidamente, a emergir mais uma vez, em 1980, com uma crítica ao reducionismo e enquadramento clínico-terapêutico em torno da psicologização da educação. Podemos supor que esse movimento ocorreu em virtude da herança deixada nas décadas anteriores, quando houve uma intromissão e participação maciça do discurso psicológico no campo educativo com a finalidade de aplicar à educação os conhecimentos especializados e transformar o cotidiano escolar em um espaço, de direito e de fato, psicologizado. Assim, no referido período, observamos uma crítica ao caráter desenvolvimentista, ao reducionismo dos fatores educacionais, às interpretações psicologizantes e ao enquadramento clínico-terapêutico baseado no modelo médico.

Um dos trabalhos que ilustram o início desse movimento é o livro Freud antipedagogo, de Catherine Millot, publicado na França em 1979 e no Brasil em 1987. Nele, a autora postula a impossibilidade de aplicar a psicanálise à educação, sendo possível transmitir, no máximo, uma ética e um modo de ver e entender a prática educativa.

Na década de 1990, são retomados com todo vigor os trabalhos que trazem à luz os escritos de Freud e de outros autores para, então, traçar novos rumos no campo das articulações entre a psicanálise e a educação no Brasil. Assim, após a perda da identidade e da referência do que poderia vir a ser uma contribuição da psicanálise enquanto fundamento teórico e prático na educação nas décadas anteriores, fez-se um exercício de retomada dos escritos de Freud e de outros autores para delimitar o que poderia ser desenvolvido de novo no campo de articulações entre a psicanálise e a educação brasileira a partir da década de 1990. Um livro best-seller que retrata bem esse momento é Freud e a Educação: o mestre do impossível, de Maria Cristina Machado Kupfer, lançado em 1989, que também promove um retorno a Freud e a alguns de seus seguidores a fim de encontrar nesses trabalhos novas formas de associação com a educação.

Feitas as pazes com a educação e voltando a beber de suas fontes originais, a psicanálise brasileira fica mais próxima da escola francesa. "Esta 'mudança de continente' dá uma nova roupagem para as teorias psicanalíticas, completamente ao avesso do desenvolvimento maturacional e do pragmatismo psiquiátrico que era, até então, a forma como a psicanálise era tratada no país" (Costa, 2013, p. 62). Sob essas novas influências, a psicanálise passa a considerar a importância do aspecto relacional e subjetivo entre aluno e professor. Como uma das vertentes significativas no tratamento das questões educacionais, destacamos a psicanálise lacaniana, que vem contribuir para o entendimento da noção do discurso, da linguagem e dos laços sociais no contexto educacional.

Dessa forma, a partir da década de 1990, os psicanalistas começam a voltar seus olhares não apenas para a criança-problema, reforçando o estigma e preconceito de outrora, mas a dar importância ao meio escolar e, sobretudo, às questões relacionais e subjetivas dos professores, à intervenção no âmbito das relações escola-família-comunidade e ao processo de transferência e contratransferência que permeiam as relações entre professor e aluno, superando a atuação clínico-terapêutica no contexto escolar. Assim, passam a ser relevantes não só as questões do aluno, mas também a importância do professor no processo de aprendizagem, em que as experiências de vida e os aspectos inconscientes da constituição da subjetividade docente são levados em consideração no modo de transmissão do ensino e na relação com o aluno.

 

Considerações finais

Ao olharmos para a história da relação entre psicanálise e educação ao longo dos anos no Brasil, podemos observar que ela foi permeada por constantes encontros e desencontros na tentativa de responder a demandas de acordo com o contexto político, social e cultural de cada época.

As discussões em torno das contribuições que a psicanálise tem a oferecer à educação ainda são intensas, e a tentativa de definir um campo conceitual e teórico é latente. Assim, Kupfer ressalta que, ao que tudo indica, até hoje não se fez um verdadeiro casamento entre a psicanálise e a educação, afirmando que "na verdade, a psicanálise tem comparecido aos encontros marcados na condição de mestre, de transmissor de 'verdades' sobre a criança que ela julga serem desconhecidas pela educação" (Kupfer, 1992, p. 71). Contudo, não há como negar a influência psicanalítica na educação, pois a psicanálise se introduz no âmbito escolar por seu norteamento em relação ao trabalho pedagógico, procurando clarear as práticas educacionais e esclarecer os efeitos terapêuticos subjacentes a esse trabalho.

Entretanto, apesar das contribuições e conquistas que a psicanálise vem oferecendo à educação, ainda se perpetua, em menor escala na atualidade, o processo de psicologização no contexto escolar. Nesta sociedade contemporânea mergulhada no discurso capitalista, em que há ofertas excessivas de objetos com a promessa do gozo irrestrito, e os sujeitos são movidos pela fantasia de completude, deparamo-nos "com a existência de um tempo marcado por uma modalidade de laço no qual a criança parece-me ocupar o lugar de objeto" (Roure, 2002, p. 20). Assim, é depositada na criança toda fonte de preocupação e investimento com a ilusão de poder ser tudo o que seus pais não foram ou não puderam ser.

Hoje não há mais espaço e tempo para o sofrimento, e muito menos para o fracasso, pois é preciso responder às exigências culturais da forma mais plena e rápida possível. Nessa lógica, diante de qualquer mal-estar, os adultos, destituídos pela ciência de seus saberes, recorrem a especialistas, como psicólogos, para responder e solucionar qualquer interferência no desenvolvimento do sujeito. Os atos da criança, em vez de produzirem significações e serem transformados em demandas, acabam sendo tomados como manifestações de patologias que devem ser logo curadas por meio da obtenção de respostas imediatas para o sofrimento. Essa lógica acarretou o movimento atualmente denominado "medicalização da vida", em que os problemas habituais da existência humana, como a tristeza ou a agitação, são vistos como disfunções bioquímicas corrigíveis mediante o diagnóstico e o uso da medicação, "coisificando" cada vez mais a existência humana (Carvalho, 2008; Kamers, 2005).

Assim, a psicanálise, que inicialmente contribuiu para o movimento de psicologização da educação e depois se tornou crítica desse processo, atualmente vem, mais uma vez, contribuir com essa corrente de saber perito e especialista em uma diretriz normativa e totalizante, como vestígio deixado no passado, que insiste em se atualizar em decorrência do contexto vivido. Dessa forma, observamos que o modo de inserção da psicanálise como uma prática higienista ainda se faz presente de modo sutil na atuação de alguns psicólogos.

A cada dia, devemos repensar criticamente como a psicanálise tem se apresentado e articulado a educação para não incorrermos no erro de continuar sustentando práticas passadas de segregação e rotulação em função de alunos que não respondem aos nossos ideais de perfeição com técnicas de psicologização e consequente patologização. Por fim, a cada dia, faz-se necessário pensar no atravessamento da psicanálise na educação, visando à melhoria da qualidade dos sistemas de ensino brasileiro, partindo da ideia de que o processo de aprendizagem implica tanto em aspectos conscientes que visam promover um conhecimento objetivo, quanto em aspectos inconscientes que dão sentido a esse conhecimento. Desta forma, para se compreender o processo educativo em sua amplitude é preciso considerar suas várias dimensões, entre elas, as subjetivas, psicossociais, institucionais e relacionais, que constituem a realidade material e psíquica na qual acontecem as práticas educativas (Almeida, 2002).

 

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Recebido em junho/2016.
Aceito em julho/2017.

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