SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.20 número1A criança e o brinquedo no contexto hospitalarEstratégias de atuação da psicologia diante do câncer infantil: uma revisão integrativa índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Revista da SBPH

versão impressa ISSN 1516-0858

Rev. SBPH vol.20 no.1 Rio de Janeiro jun. 2017

 

ARTIGOS

 

Estratégias de enfrentamento e a ansiedade dos pais de crianças com câncer - uma revisão integrativa

 

Coping strategies and anxiety of parents of children with cancer - an integrative review

 

 

Felipe Schardong1; Nicolas de Oliveira Cardoso2; Claudia Galvão Mazoni3

Universidade Luterana do Brasil, Gravataí, RS, Brasil

 

 


RESUMO

Esta pesquisa objetivou analisar as estratégias de enfrentamento e o nível de ansiedade de pais de crianças com câncer. Realizou-se uma revisão integrativa da literatura com busca de artigos nas bases de dados BVS, Pubmed e PsycINFO. Os descritores utilizados foram coping, anxiety, parents e cancer. Os critérios de inclusão foram pesquisas empíricas, nos idiomas inglês, espanhol e português, que respondessem o problema de pesquisa. Foram identificados dez artigos sobre a temática, somente no idioma inglês. Os resultados apontam que os pais de crianças com câncer têm mais dificuldades para utilizar estratégias de enfrentamento e lidar com a ansiedade, quando comparados com os pais de crianças com outras doenças. Concluiu-se que a sobrecarrega psíquica, em muitos dos pais, refletiu no aumento da ansiedade e na escolha da utilização das estratégias de enfrentamento. A produção científica é escassa sobre o tema, indicando a necessidade de investigações, principalmente em cenário nacional.

Palavras-chave: estratégias de enfrentamento; ansiedade; pais; crianças; câncer.


ABSTRACT

This study aimed to analyze the coping strategies and parental anxiety level of parents of children with cancer. A integrative review of the literature was conducted, searching for articles in the databases BVS, PubMed and PsycINFO. The used descriptors were coping, anxiety, parents and cancer. Inclusion criteria were empirical researches, written in english, spanish and portuguese, that answered to the research problem. Ten articles were identified, regarding the subject, only in English. The results showed that parents of children with cancer had more difficulties to deal with coping strategies and anxiety when compared to parents of children with other diseases. It was concluded that the psychic burden, in many of the parents, reflected in increased anxiety and in the choice of the use of coping strategies. The scientific literature on the subject is scarce, indicating the need for investigations, especially on the brazilian scene.

Keywords: coping strategies; anxiety; parents; children; cancer.


 

 

Introdução

Ao abordar o tema estratégias de enfrentamento e a ansiedade dos pais de crianças com câncer, deve-se ter um entendimento multifacetado, em especial pelo fato do paciente ser uma criança. O primeiro grupo de convívio da criança é a família, sendo o alicerce de suas relações com outros sujeitos, além de desempenhar de forma fundamental a aprendizagem comportamental, estruturação de personalidade e o desenvolvimento dos seus sentimentos (Barbeiro, 2013).

Desta forma há uma intensa ligação entre a família e a condição de saúde de seus integrantes. O adoecimento causa desequilíbrio e a estrutura familiar fica claramente modificada, forçando os membros a se adaptarem à nova situação. Por outro lado, a família tem grande importância na prevenção, manutenção e no enfrentamento de doenças (Gudmundsdottir, Schirren, & Boman, 2011).

A doença do câncer, em qualquer idade durante a infância, se caracteriza como um elemento estressor para os pais, pois é uma ameaça real e imprevisível, na mesma medida em que, receber notícias de que seu filho tem uma doença que oferece risco de vida, é um evento que pode se tornar traumático (Norberg & Boman, 2008; Stehl et al., 2008; Gudmundsdottir et al., 2011). Neste momento de perturbação familiar, a criança com câncer pode identificar os seus pais como uma das principais fontes de suporte emocional. Porém, a capacidade dos pais de oferecer uma atenção adequada ao seu filho pode ficar fragilizada por não conseguirem lidar adequadamente com o diagnóstico e as suas possíveis consequências (Norberg & Boman, 2008). Os pais precisam enfrentar as ansiedades, os medos e as frustrações ocasionadas pelo adoecimento da criança, administrando, ao mesmo tempo, as necessidades diárias da vida social e da família (Han, Cho, Kim, & Kim, 2009).

Alguns pais podem apresentar sintomas de ansiedade (reação emocional de medo sobre um perigo futuro real ou imaginário) e dificuldades para manejá-los, contribuindo para a utilização de formas de enfrentamento inadequadas, prejudicando sua capacidade de lidar com as complexas demandas referentes à internação de seu filho (American Psychiatric Association, 2014; Sahler et al., 2013).

Os pais de crianças com câncer podem ter um prejuízo significativo em seu estado emocional, como a depressão, estresse e ansiedade. Torna-se essencial auxiliar os pais no enfrentamento da doença e alívio de seu sofrimento, pois são fundamentais para apoio emocional às crianças em tratamento oncológico (Almico & Faro, 2014).

O termo enfrentamento é uma adaptação do termo americano (coping), que se aproximaria das expressões “lidar com” ou “enfrentar” situações de estresse (Savóia, Santana & Mejias, 1996). Consiste no empenho cognitivo e comportamental em contínua modificação, com propósito de gerenciar demandas específicas internas ou externas que são consideradas como sobrecarga aos recursos pessoais. Dois elementos são fundamentais: primeiro, se deparar com um ou mais eventos estressores (processo relacional entre o evento e a estrutura psíquica do sujeito) que acontecem ao longo de sua vida; e segundo, o sujeito é capaz de aprender novas estratégias de enfrentamento, moldar as estratégias que utiliza para que sejam mais efetivas e também descartar aquelas que não trazem resposta satisfatória (Kohlsdorf & Costa Junior, 2009).

Os indivíduos podem ser consistentes na maneira como compreendem e enfrentam o estresse, mas isso pode mudar de acordo com o contexto. A escolha de uma estratégia de enfrentamento depende do repertório individual, desenvolvido a partir das experiências pessoais que foram reforçadas (Câmara & Colleto, 2009).

O enfrentamento pode ser dividido em duas categorias: 1) enfrentamento focalizado no problema - tem postura ativa frente ao estresse, propondo soluções e planejamentos, como o suporte social; 2) enfrentamento focalizado na emoção - tem intenção de administrar a resposta emocional provocada pelo problema no sujeito, como por exemplo, a religiosidade ou pensamento fantasioso. As estratégias de enfrentamento podem ser adaptativas ou desadaptativas, apenas dependendo da efetividade das respostas (Seidl, Tróccoli e Zannon, 2001).

Com base no que foi exposto, observa-se que diante das situações críticas às quais os pais de crianças com câncer são expostos, faz-se indispensável o entendimento de como estes lidam com as dificuldades associadas ao tratamento, em especial com os sintomas de ansiedade que emergem durante este processo.

Poucos são os estudos em território nacional que abordam as estratégias de enfrentamento e os sintomas de ansiedade dos pais de crianças com câncer (Kohlsdorf & Costa Junior, 2008, 2009, 2011). Portanto, a atual compreensão sobre esta temática ainda é insatisfatória para a psicologia na área oncológica, tornando-se necessário a realização de mais pesquisas (Kohlsdorf & Costa Junior, 2008). Sendo assim, este estudo objetivou investigar as estratégias de enfrentamento utilizadas pelos pais de crianças com câncer para manejo de sua ansiedade.

 

Método

O método utilizado para a construção dessa pesquisa foi a revisão integrativa da literatura, a qual, de acordo com Mendes, Silveira & Galvão (2008), objetiva reunir e sintetizar resultados de pesquisas sobre um delimitado tema ou questão, de maneira sistemática e ordenada, contribuindo para o aprofundamento do conhecimento do tema investigado. Com isso, a questão norteadora da presente revisão foi: quais são as estratégias de enfrentamento utilizadas pelos pais de crianças com câncer para manejo de sua ansiedade?

A coleta de dados foi conduzida através de buscas on-line para seleção das principais produções científicas nacionais e internacionais, através da utilização dos descritore: “Coping; Anxiety; Parents; Cancer”, com o acréscimo do operador booleano “and”. Todas as buscas foram executadas de forma independente por dois juízes em outubro de 2016. Essas buscas foram realizadas nas bases de dados virtuais da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS); US National Library of Medicine and National Institutes of Health (PubMed) e na base de dados da American Psychological Association (PsycINFO).

Definiu-se como critérios de inclusão: a) pesquisas empíricas em periódicos indexados; b) artigos nos idiomas inglês, espanhol e português; c) pesquisas que abordassem a temática de estratégias de enfrentamento e ansiedade de pais de crianças com câncer (todos os tipos de câncer). Os critérios de exclusão foram: a) artigos duplicados em periódicos indexados; b) revisões de literatura, dissertações, teses e capítulos de livro; c) artigos indisponíveis online gratuitamente. Durante as buscas, não foi delimitado o ano de publicação dos estudos, com o intuito de construir uma revisão mais abrangente.

 

Resultados

Inicialmente, foram localizados, nas três bases de dados virtuais, um total de 405 artigos. Após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão restaram 10 artigos que abordaram o tema do presente estudo, sendo sete artigos selecionados na base de dados PubMed, dois artigos da BVS e um artigo da PsycINFO. A Figura 1 demonstra os procedimentos executados para a seleção de artigos.

 

 

 

Em relação ao delineamento de pesquisa, identificou-se que todas publicações, utilizaram abordagem quantitativa. Quanto aos tipos de estudos, foram encontrados quatro da modalidade transversal, três casos controle e três estudos de corte. A maioria das pesquisas é internacional, sendo quatro nos EUA, duas desenvolvidas na Suécia, uma na China, uma na Holanda, uma no Canadá e uma no Brasil.

Para melhor organização do manuscrito, os resultados foram divididos em três categorias: 1) Ansiedade, 2) Estratégias de enfrentamento, 3) Ansiedade e estratégia de enfrentamento. A primeira diz respeito aos estudos que discutem sobre a ansiedade dos pais de criança com câncer. A segunda categoria exibe as estratégias de enfrentamento utilizadas pelos pais. A última categoria é composta pelos estudos que correlacionaram ansiedade com as estratégias de enfrentamento dos pais de crianças com câncer.

1. Ansiedade

Pesquisas apontam que os pais de crianças com câncer apresentaram níveis mais elevados de ansiedade, quando comparados com pais de crianças saudáveis, com doenças agudas ou crônicas, no período próximo ao do diagnóstico. E nesta comparação com os outros pais, os de crianças com câncer também apresentaram níveis maiores de ansiedade a longo prazo (Artigos B, F e G). Porém, em um dos estudos, não houve diferenças significativas sobre o nível de ansiedade dos pais de crianças com câncer, quanto aos tipos de câncer e período após diagnóstico (Artigo E).

Outro dado relevante está relacionado à comparação entre os níveis de ansiedade do pai e da mãe da criança com câncer: as mulheres apresentam mais sintomas de ansiedade quando comparados com os homens, tanto no momento do diagnóstico como a longo prazo. Esta diferença de gênero também é aplicada aos pais de crianças sem doenças graves ou crônicas (Artigos C, F e J). No entanto, ao longo do tempo, o estado e traço de ansiedade de um grupo de mães diminuíram para perto de níveis normais. E após 20 meses, mães e pais não apresentam diferença nos sintomas de ansiedade entre si, e ficaram próximos a níveis considerados normais (Artigo I).

Pais de crianças menores de seis anos apresentaram médias mais elevadas em manifestações de ansiedade, quando comparado com os pais de crianças mais velhas. Além disso, os pais de filhos únicos ou primogênitos, tiveram níveis mais altos de ansiedade quando comparados com os pais de crianças mais velhas ou filhos do meio (Artigo C).

A ansiedade foi considerada como preditor de sofrimento psíquico mais forte pelos pais, sendo assim considerada uma variável de risco com efeito sobre a angústia de pais de crianças com câncer (Artigo A e H). Cabe ressaltar que os pais com traços de personalidade ansiosa foram os que tiveram maiores dificuldades de adaptação psicológica e mais sofrimento emocional em curto e longo prazo (Artigo H).

2. Estratégias de Enfrentamento

Em um dos estudos, o apoio social utilizado como estratégia de enfrentamento beneficiou todos os pais, considerando tanto o tamanho da rede quanto a satisfação com esta, porém o tamanho da rede de apoio teve principal benefício para os pais com maiores níveis de sofrimento psíquico (Artigo A). Na comparação dos pais da criança com câncer, as mães relataram uso mais frequente de busca de apoio social em situações estressantes do que os pais. A busca de apoio social e apoio social percebido contribuíram para a adaptação destas mães e pais (Artigo E).

Entretanto, em outra pesquisa, não foi encontrada diferença entre os pais de crianças com câncer e pais de crianças com doenças agudas, quanto ao tamanho da rede de apoio social. Porém, os pais de crianças com câncer utilizaram mais o apoio social disponibilizado quando comparados com o outro grupo de pais (Artigo B). Em relação à busca de apoio social no momento do diagnóstico, observou-se que os pais utilizaram mais essa estratégia do que as mães, contudo, a longo prazo ambos sofreram mais dificuldades de adaptação, pois houve um aumento no risco de problemas psicológicos a longo prazo para os pais que buscaram apoio social e não ficaram satisfeitos (Artigo H).

As estratégias de enfrentamento mais utilizadas foram baseadas em práticas religiosas ou pensamentos fantasiosos, seguido por estratégias focadas no problema, busca de apoio social e estratégias focadas na emoção (Artigo C e F). As estratégias de enfrentamento focadas no problema, estratégias focadas em práticas religiosas ou pensamentos fantasiosos e, a busca de apoio social foram utilizadas em conjunto, auxiliando na adaptação psicológica de pais de crianças com câncer (Artigo C e D). Sobre as estratégias de enfrentamento focadas em práticas religiosas ou pensamentos fantasiosos, os resultados apontaram que quanto mais idade tem os pais, mais esta estratégia é utilizada (Artigo C).

Os pais de crianças com câncer apresentam mais estratégias de enfrentamento desadaptativos do que adaptativos, quando comparados com pais de crianças com doenças agudas (Artigo B). Em relação às estratégias de enfrentamento desadaptativas, o uso de substâncias psicoativas foi utilizado juntamente da estratégia de esquiva (Artigo D). E a estratégia de enfrentamento de esquiva foi mais utilizada por casais que tinham problemas conjugais (Artigo J).

Contudo, em um artigo, não foram encontradas diferenças significativas no uso de estratégias de enfrentamento entre os pais de criança que tinham câncer e os pais de crianças sem doenças agudas ou crônicas, tanto na comparação dos grupos inteiros, quanto na comparação de mães e pais separadamente, no período após o diagnóstico (Artigo F).

3. Ansiedade e Estratégias de Enfrentamento

Alguns estudos apontaram que quanto mais alto o nível de ansiedade, maior a frequência do uso de estratégias focadas na emoção por pais de crianças com câncer e por pais de crianças com doenças agudas (Artigo C, D e G). O alto nível de ansiedade também aumentou o emprego da estratégia de enfrentamento busca de apoio social, sendo que quanto menos utilizada a estratégia de apoio social percebido, maior era o nível de ansiedade para os pais e mães de crianças com câncer e doenças agudas (Artigo E).

Os traços de ansiedade dos pais de crianças com câncer e o sofrimento psíquico foi mais forte para os que tinham redes de apoio social menores (Artigo A). Entretanto, níveis mais baixos de ansiedade estavam relacionados com o uso de estratégias de enfrentamento evitação e reações passivas, sendo estas as estratégias que foram menos utilizadas. Por outro lado, o enfrentamento através da expressão de emoções negativas foi positivamente relacionado à ansiedade nos pais cujo filho tinha câncer (Artigo F). Os diferentes níveis de ansiedade entre o casal da criança com câncer, pai e mãe, foi relacionada com o aumento dos problemas conjugais (Artigo J).

 

Discussão

Conforme exposto nos resultados, os estudos apontam que há diferença na variável ansiedade em pais de crianças com diagnóstico de câncer quando comparados o gênero, a fase de tratamento, outras patologias e população. Os sintomas de ansiedade são uma resposta normal da população frente a situações ameaçadoras. Entretanto, em relação ao gênero, as mulheres costumam apresentar o dobro de manifestações de ansiedade do que os homens (Alencar et al., 2015). Acredita-se que isso ocorra devido a uma maior vulnerabilidade, nas mulheres para a ansiedade devido a fatores biológicos e sociais (Bloch, Daly, & Rubinow, 2003).

Por outro lado, os motivos que provocam a ansiedade em pais de crianças adoecidas são diversos, como a mudança de rotina, modificações de papéis no contexto familiar, a inquietação com a situação financeira, as perturbações emocionais, as dúvidas associadas ao tratamento e prognóstico e o medo da morte de seu filho (Maruiti, Galdeano, & Farah, 2008). O câncer é relacionado como uma patologia que leva à morte do sujeito. Independentemente do diagnóstico e do tipo de câncer, surgem emoções e dúvidas sobre a vida futura, tanto para o paciente quanto para os pais (Vasconcelos, Costa & Barbosa, 2008).

Outras variáveis que se mostraram influentes sobre a ansiedade estão relacionadas aos pais serem mais jovens, filhos que são mais novos, menor tempo de diagnóstico e tratamento do câncer. Estes fatores podem contribuir para a manifestação de mais sintomas de ansiedade se comparados com outros pais (Alves, Brito & Kurashima, 2013). Cabe ressaltar que as origens das tensões estão relacionadas com o surgimento de sintomas de ansiedade e elevação de angústia. Estas reações foram observadas tanto em pais que estavam próximos de receber o diagnóstico como em pais que iriam começar o tratamento da doença (Compas et al., 2014).

Em relação ao processo de tratamento, a ansiedade está manifesta desde o momento do diagnóstico e em todos os membros envolvidos. A partir do recebimento do diagnóstico, os pais e a criança sofrem imediatamente e são envolvidos por sentimentos de ansiedade, angústia, incerteza e fatalidade. Nesse período se inicia o movimento de adaptação da família e, nesse contexto, cada integrante é influenciado pelo outro, e a conduta dos pais vai definir o tipo de relacionamento e o comportamento que terão diretamente com a criança. Esse movimento de adaptação é uma fase marcada pela ansiedade e fragilidade emocional, devido a uma série de mudanças ocorridas na vida dos pais (Brum & Aquino, 2014).

A ansiedade dos pais se apresenta constantemente com níveis mais elevados no período do diagnóstico e se reduz até as condições normais, apesar de se manter mais elevada quando comparada ao nível de pais de crianças saudáveis (Kohlsdorf & Costa Junior, 2012). Em geral, os pais de crianças com câncer, após o período inicial de diagnóstico, se adaptam à patologia, desenvolvendo estratégias de enfrentamento mais adequadas, auxiliando, dessa forma. na redução e no controle de ansiedade (Alves et al., 2013).

Ao mencionar as estratégias de enfrentamento, reforça-se que existem dois grandes grupos, as focadas no problema e as focadas na emoção. As estratégias focada no problema são aquelas que buscam uma maneira direta de lidar com os problemas, avaliando as opções possíveis, seus prós e contras e escolher uma conduta. O sujeito, quando utiliza estratégias focadas no problema, também pode utilizá-las para mudanças internas, ou seja, ao invés de modificar algo no ambiente, pode mudar algo dentro de si (Bertolin, Pace, Kusumota & Haas, 2011). Os indivíduos que utilizam estas estratégias têm a possibilidade de alterar a pressão ambiental, reduzindo ou terminando com a origem do estresse (Medeiros & Peniche, 2006).

As estratégias de enfrentamento focadas no problema também podem ajudar na adesão ao tratamento, isso porque a pessoa tem a percepção de que a condição pode ser monitorada e talvez controlada (Sousa, Landeiro, Pires & Santos, 2011). O efeito positivo das estratégias de enfrentamento focadas no problema, práticas religiosas ou pensamentos fantasiosos e busca de apoio social, ocorre devido ao fato destas estratégias funcionarem de modo interligado. Ou seja, atuam como auxiliares umas às outras, facilitando, desta maneira, lidar com a situação estressante (Seidl et al., 2001).

As práticas religiosas ou pensamentos fantasiosos ajudam a melhorar ou criar novas estratégias de enfrentamento, dentro delas as focadas no problema (Costa, Mombelli, & Marcon, 2009). Os pais de crianças com câncer que utilizam estratégias de enfrentamento com práticas religiosas ou pensamentos fantasiosos, em geral, recebem suporte cognitivo, normativo e afetivo de seus companheiros de religião, principalmente em momentos de maior gravidade da doença. Dessa forma, o apoio social pode estar relacionado com as práticas religiosas, sendo, na maioria das vezes, recebido de maneira verbal e informal (Aquino & Zago, 2007). A estratégia de enfrentamento prática religiosa pode ajudar os pais de crianças na aceitação do câncer e no seu tratamento, da mesma forma que utilizar o apoio social oferecido por outro sujeito (Hoffmann, Muller & Frasson, 2006).

Por outro lado, as estratégias de enfrentamento focadas na emoção são apropriadas para administrar os sintomas de ansiedade que os pais podem experimentar ao ver seus filhos em procedimentos médicos, como cirurgia, radioterapia ou quimioterapia. Uma boa adaptação emocional dos cuidadores relacionada ao problema de saúde da criança está diretamente associada com a boa qualidade de vida do paciente com o câncer (Santana, Zanin & Maniglia, 2008).

Contudo, o enfrentamento focado na emoção altera a forma de olhar a circunstância estressante, podendo se distanciar da dificuldade e buscar evitá-la. Assim, querendo evitar a situação estressora, o sujeito pode comportar-se de vários modos, como, por exemplo, utilizar a negação do problema ou auto piedade (Calderero, Miasso & Corradi-Webster, 2008). Uma das estratégias de enfrentamento focada na emoção é a expressão de sentimentos negativos. Esta estratégia prejudica a participação ativa de atitudes direcionadas para a solução de problemas. Os sujeitos, em geral, utilizam essa estratégia quando têm um maior nível de ansiedade, que é provocada por um problema que foge do controle dos pais, como o câncer infantil (Bertolin et al., 2011).

As estratégias de enfrentamento uso de substâncias e esquiva também são classificadas como focadas na emoção. O sujeito utiliza estas estratégias quando está se sentindo impotente frente a uma situação ameaçadora, podendo abusar de substâncias com a finalidade de se esquivar de seus problemas, ao invés de enfrentá-los (Trindade, Lautert, & Beck, 2009). Estas estratégias de enfrentamento procuram reduzir o impacto emocional gerado pela doença e isso oferece tranquilidade emocional, mesmo que por um breve momento, pois minimiza o estímulo estressor. Porém, com estas estratégias (como o uso leve e moderado do álcool), os pais de crianças com câncer percebem menos as modificações do quadro clínico e seus efeitos, como se tais mudanças fossem algo comum de seu dia-dia. Em contrapartida, os pais que têm uma conduta ativa e uma compreensão mais esclarecida sobre a doença da criança, tendem a fazer um menor uso das estratégias uso de substâncias e esquiva (Câmara & Coletto 2009).

As estratégias de enfrentamento estão fortemente relacionadas com o bem-estar de cada sujeito, quanto melhor está sua situação de vida, mais adaptativas são as estratégias de enfrentamento utilizadas (Welbourne, Eggerth, Hartley, & Sanchez, 2007). No mesmo sentido, outros autores relatam que as estratégias de enfrentamento focadas no problema estão ligadas ao melhor estado de saúde e a melhor adaptação da circunstância. Por esta razão, é comum que os pais de crianças com câncer tenham mais estratégias de enfrentamento desadaptativas quando comparados com pais de crianças com doenças menos graves (Gonçalves, Ferreira, Zanini, Vasconcelos, & Gonçalves, 2015).

Nesse sentido, as estratégias de enfrentamento negativas, como as passivas ou de evitação, estão associadas à má adaptação do progresso de câncer da criança. Entretanto, as estratégias de enfrentamento positivas, como as ativas ou focadas no problema, estão associadas às melhores adaptações, à qualidade de vida e à melhoria do câncer da criança (Alegrance, Souza & Mazzei, 2010). Da mesma maneira, as estratégias de enfrentamento adaptativas, em especial a focada no problema, procuram eliminar ou diminuir a fonte estressora, se ajustando à realidade. E as estratégias focadas na emoção tendem a trocar ou moderar o abalo emocional no sujeito, sendo, a princípio, composto de esquemas defensivos, conduzindo os indivíduos a evitar enfrentar diretamente e conscientemente a ameaça (Faria & Cardoso, 2010). No entanto, as estratégias de enfrentamento, de modo geral, não devem ser classificadas como boas ou más, adaptativas ou desadaptativas, pois podem mudar de acordo com o tempo e a circunstância estressante (Chaves & Mendes, 2013).

Em relação ao apoio social, observou-se que ele está diretamente ligado à qualidade de vida psíquica do indivíduo, sendo, desta forma, um recurso pessoal essencial para a utilização de estratégias de enfrentamento mais adequadas para a situação (Guedea et al., 2006).

O apoio social pode ser proporcionado pelas redes sociais do sujeito, sendo a família, os amigos, os vizinhos e os profissionais da saúde. Estes são capazes de ajudar de diferentes formas, como auxílio financeiro e material, na realização de atividades domésticas, tomar conta dos filhos e proporcionar o apoio emocional. O apoio social influencia o bem-estar pessoal e oferece suporte emocional para o indivíduo fragilizado, além de auxiliar no seu reestabelecimento psíquico. Dessa maneira, entende-se que tal suporte favorece a adaptação dos sujeitos que enfrentam as circunstâncias adversas ocasionadas pelo câncer (Ambrósio & Santos, 2015).

A busca de apoio social é uma estratégia de enfrentamento que permite a busca de informação a respeito do diagnóstico e terapia da patologia. O conhecimento sobre o tratamento e tipos de assistência disponibilizados pela sociedade para auxiliá-lo pode diminuir a tensão e a ansiedade provocados pela vivência do câncer (Santana et al., 2008). As mulheres, em geral, costumam ter uma rede de apoio social maior e mais ampla do que a dos homens, pois enquanto elas se relacionam com outras pessoas, alguns homens se relacionam somente com sua parceira. Com sua rede de apoio mais ampla e disponível, tendem a utilizar com maior frequência a busca de apoio social (Costa Rosa, Benício, Alves, & Lebrão, 2007).

Além da busca de apoio social, tem-se o apoio social percebido, que se trata de como o sujeito vê as suas relações, nos diversos ambientes de sua vida, ou seja, avalia se é estimado e valorizado em função da disponibilidade das outras pessoas e da eventualidade de utilizá-los quando precisar (Marques, Landim, Collares, & Mesquita, 2011). Dessa forma, receber o apoio social dos indivíduos, comunidade e organização contribui para a promoção de saúde, pois favorece de forma positiva a saúde do público em geral. Já perceber o apoio social, dentro da perspectiva cognitiva, estaria relacionado à capacidade do indivíduo de compreender que é amado, cuidado e querido pelos outros, o que pode auxiliar na utilização mais adequada das estratégias de enfrentamento (Canesqui & Barsaglini, 2012).

No entanto, ainda que outros autores descrevam que o apoio social é uma estratégia de enfrentamento importante para lidar com doenças e tratamentos complicados, foi evidenciado que o apoio social não se apresentou apenas como mais uma estratégia de enfrentamento, é mais do que isso, pois facilita a efetividade de outras estratégias de enfrentamento (Almico & Faro, 2014).

 

Limitações

Algumas lacunas foram identificadas ao longo da elaboração do presente artigo, relacionadas principalmente à qualidade dos estudos analisados e seus resultados, principalmente devido ao fato dos estudos trazerem poucas informações relacionadas às estratégias de enfrentamento. Outra limitação está relacionada à exclusão dos artigos escritos em outros idiomas que não o português, espanhol e inglês. Além disso, não foram avaliados os possíveis viéses de pesquisa dos estudos selecionados e a maioria dos artigos não explicitou quais foram os profissionais que aplicaram os treinamentos ou as intervenções, tampouco a formação necessária para realizá-los.

 

Considerações Finais

Ao longo desta pesquisa, observou-se que os pais de crianças adoecidas são afetados diretamente pelo estado de saúde de seu filho. Os resultados apontaram que os pais de crianças com câncer são os que apresentam mais dificuldades para lidar com estratégias de enfrentamento focadas na emoção, focadas no problema, apoio social e com a ansiedade, quando comparados com os pais de crianças com doenças agudas, graves ou sem patologias.

Este resultado não surpreende, pois o câncer é uma doença que carrega o estigma de ser fatal, consequentemente, traz um grande temor e desperta sentimentos intensos nos pais. Desse modo, conclui-se que a sobrecarrega psíquica de ter um filho com câncer influencia o comportamento e as emoções de muitos pais, refletindo no aumento do nível de ansiedade e na maneira que utilizaram as suas estratégias de enfrentamento.

Com os pais frente a situações de crise impostas pelo câncer infantil é imprescindível a atuação do psicólogo e demais profissionais de saúde, de modo que possibilite assistência psicológica e social aos familiares. A realização de intervenções adequadas auxilia no desenvolvimento de estratégias de enfrentamento adaptativas, a exclusão de estratégias desadaptativas, fortalecimento do apoio social e o manejo de sintomas de ansiedade. Estas intervenções podem ser empregadas com reuniões periódicas, momentos lúdicos com psicoeducação, atendimento psicológico em casal ou individual. A prática preventiva com os pais terá influência direta na sua melhor adaptação, refletindo na melhoria da adesão ao tratamento, relacionamento com equipe de saúde e na qualidade de vida das crianças com câncer.

Foi possível constatar que a produção científica é escassa referente às estratégias de enfrentamento e a ansiedade de pais de crianças com câncer, sendo localizada apenas uma publicação em língua portuguesa. Já no âmbito internacional são encontrados melhores resultados, entretanto ainda muito limitados. Por esta razão, salienta-se a necessidade de mais pesquisas sobre a atual temática, principalmente no Brasil.

Também é sugerido que pesquisas futuras abordem as estratégias de enfrentamento, ansiedade, apoio social e o estresse, tanto na fase de diagnóstico como no período de tratamento. Cabe ressaltar que algumas das estratégias de enfrentamento, identificadas nesta revisão, podem ser utilizadas para formulação de grupos psicoeducativos para prevenção e intervenção no sofrimento psíquico dos pais frente ao diagnóstico de câncer em seus filhos.

 

Referências

Alegrance, F. C., Souza, C. B., & Mazzei, R. L. (2010). Qualidade de vida e estratégias de enfrentamento em mulheres com e sem linfedema pós-câncer de mama. Revista Brasileira de Cancerologia Online, 56(3), 341-351. Recuperado em 23 de dezembro, 2016, de http://www1.inca.gov.br/rbc/n_56/v03/pdf/07_artigo_qualidade_vida_estrategias_enfrentamento_mulheres_linfedema_pos_cancer_mama.pdf        [ Links ]

Alencar, E. O., Santos, G. A. S., Salgado Filho, N., Santos, E. J. F., Ferreira, T. C. A., & Corrêa, R. D. G. C. F. (2015). Estresse e ansiedade em transplante renal. Revista Saúde & Ciência Online, 4(2), 61-82. Recuperado em 23 de dezembro, 2016, de http://www.ufcg.edu.br/revistasaudeeciencia/index.php/RSC-UFCG/article/view/254/168        [ Links ]

Almico, T., & Faro, A. (2014). Enfrentamento de cuidadores de crianças com câncer em processo de quimioterapia. Psicologia, Saúde & Doenças Online, 15(3), 723-737. Doi: 10.15309/14psd150313        [ Links ]

Alves, D. F. S., Brito, E. G., & Kurashima, A. Y. (2013). Estresse relacionado ao cuidado: o impacto do câncer infantil na vida dos pais. Revista Latino-Americana de Enfermagem Online, 21(1), 356-362.Doi: 10.1590/S0104-11692013000100010        [ Links ]

Ambrósio, D. C. M., & Santos, M. A. D. (2015). Apoio social à mulher mastectomizada: um estudo de revisão. Ciência & saúde coletiva Online, 20(3), 851-864. Doi: 10.1590/1413- 81232015203.13482014        [ Links ]

American Psychiatric Association. (2014). DSM-5: Manual diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. (5. ed.) Porto Alegre: Artmed.         [ Links ]

Aquino, V. V., & Zago, M. M. F. (2007). O significado das crenças religiosas para um grupo de pacientes oncológicos em reabilitação. Revista Latino-americana de enfermagem Online, 15(1), 42-7. Doi: 10.1590/S0104-11692007000100007         [ Links ]

Barbeiro, F. M. S. (2013). Sentimentos evidenciados pelos pais e familiares frente ao diagnóstico de câncer na criança. Revista de pesquisa: cuidado é fundamental Online, 5(5), 162-172. Doi: 10.9789/2175-5361.2013v5n5esp162        [ Links ]

Barrera, M., D'Agostino, N. M., Gibson, J., Gilbert, T., Weksberg, R., & Malkin, D. (2004). Predictors and mediators of psychological adjustment in mothers of children newly diagnosed with cancer. Psycho-Oncology Online, 13(9), 630-641. Doi: 10.1002/pon.765        [ Links ]

Bertolin, D. C., Pace, A. E., Kusumota, L., & Haas, V. (2011). Associação entre os modos de enfrentamento e as variáveis sociodemográficas de pessoas em hemodiálise crônica. Revista da Escola de Enfermagem da USP Online, 45(5), 1070-1076. Doi: 10.1590/S0080- 62342011000500006        [ Links ]

Bloch, M., Daly, R. C., & Rubinow, D. R. (2003). Endocrine Factors in the Etiology of Postpartum Depression. Comprehensive Psychiatry Online, 44(3), 234-246. Doi: 10.1016/S0010-440X(03)00034-8        [ Links ]

Brum, M. V., & Aquino, G. B. (2014). Estudo do impacto do tratamento do câncer infantil nos aspectos emocionais dos cuidadores de crianças com diagnóstico da doença. Revista Científica da Faminas Online, 10(2). Recuperado em 23 de dezembro, 2016, de http://www.faminas.edu.br/upload/downloads/20141126163652_658284.pdf        [ Links ]

Calderero, A. R. L., Miasso, A. I., & Corradi-Webster, C. M. (2008). Estresse e estratégias de enfrentamento em uma equipe de enfermagem de Pronto Atendimento. Revista Eletrônica de Enfermagem Online, 10(1), 51-62. Doi: 10.5216/ree.v10i1.7681        [ Links ]

Câmara, M. C. S., & Colleto, M. (2009). Estratégias de enfrentamento e percepção da doença em pais de crianças com doença crônica: o contexto do cuidador. Diversitas: Perspectivas en Psicología Online, 5(1), 97-110. Recuperado em 23 de dezembro, 2016, de http://www.scielo.org.co/pdf/dpp/v5n1/v5n1a09        [ Links ]

Canesqui, A. M., & Barsaglini, R. A. (2012). Apoio social e saúde: pontos de vista das ciências sociais e humanas Social. Ciência & Saúde Coletiva Online, 17(5), 1103-1114. Doi: 10.1590/S1413-81232012000500002        [ Links ]

Chaves, B. L., & Mendes, T. N. (2013). Estratégias de enfrentamento utilizadas para parar de fumar após diagnóstico de câncer: dois estudos de caso. Psicologia Hospitalar Online, 11(1), 25-51. Recuperado em 23 de dezembro, 2016, de http://pepsic.bvsalud.org/pdf/ph/v11n1/v11n1a03.pdf        [ Links ]

Chen, J., Liu, Y., Cai, Q. Q., Liu, Y. M., Wang, T., Zhang, K., . . . Huang, H. (2015). Type D Personality Parents of Children With Leukemia Tend to Experience Anxiety: The Mediating Effects of Social Support and Coping Style. Medicine Online, 94(10). Doi: 10.1097/MD.0000000000000627        [ Links ]

Compas, B. E., Desjardins, L., Vannatta, K., Young-Saleme, T., Rodriguez, E. M., Dunn, M., . . . Gerhardt, C. A. (2014). Children and adolescents coping with cancer: self- and parent reports of coping and anxiety/depression. Health Psychology Online, 33(8), 853-861. Doi: 10.1037/hea0000083        [ Links ]

Costa, J. B., Mombelli, M. A., & Marcon, S. S. (2009). Avaliação do sofrimento psíquico da mãe acompanhante em alojamento conjunto pediátrico. Estudos de Psicologia Online, 26(3), 317-325. Doi: 10.1590/S0103-166X2009000300005        [ Links ]

Costa Rosa, T. E., Benício, M. H. D. A., Alves, M. C. G. P., & Lebrão, M. L. (2007). Aspectos estruturais e funcionais do apoio social de idosos do Município de São Paulo. Caderno de Saúde Pública Online, 23(12), 2982-2992. Doi: 10.1590/S0102- 311X2007001200019        [ Links ]

Dahlquist, L. M., Czyzewski, D. I., Copeland, K., Jones, C., Taub, E., & Vaughan, J. K. (1993). Parents of children newly diagnosed with cancer Anxiety, coping, and marital distress. Journal of Pediatric Psychology Online, 18(3), 365-376. Doi: 10.1093/jpepsy/18.3.365        [ Links ]

Dahlquist, L. M., Czyzewski, D. I., & Jones, C. L. (1996). Parents of children with cancer: A longitudinal study of emotional distress, coping style, and marital adjustment two and twenty months after diagnosis. Journal of pediatric psychology Online, 21(4), 541-554. Doi: 10.1093/jpepsy/21.4.541        [ Links ]

Faria, A. M. D. B., & Cardoso, C. L. (2010). Aspectos psicossociais de acompanhantes cuidadores de crianças com câncer: stress e enfrentamento. Estudos de Psicologia Online, 27(1), 13-20. Recuperado em 23 de dezembro, 2016, de http://www.scielo.br/pdf/estpsi/v27n1/v27n1a02        [ Links ]

Gonçalves, L. D. O., Ferreira, C. B., Zanini, D. S., Vasconcelos, C. L. B., & Gonçalves, S. S. S. (2015). Coping em pacientes crônicos, cuidadores e profissionais de saúde. Revista da SPAGESP Online, 16(1), 107-121. Recuperado em 23 de dezembro, 2016, de http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rspagesp/v16n1/v16n1a09.pdf        [ Links ]

Greening, L., & Stoppelbein, L. (2007). Brief report: Pediatric cancer, parental coping style, and risk for depressive, posttraumatic stress, and anxiety symptoms. Journal of Pediatric Psychology Online, 32(10), 1272-1277. Doi: 10.1093/jpepsy/jsm057        [ Links ]

Gudmundsdottir, E., Schirren, M., & Boman, K. K. (2011). Psychological resilience and long-term distress in Swedish and Icelandic parents' adjustment to childhood cancer. Acta Oncologica Online, 50(3), 373-380. Doi: 10.3109/0284186X.2010.489572        [ Links ]

Guedea, M. T. D., Albuquerque, F. D., Tróccoli, B. T., Noriega, J. A. V., Seabra, M. A. B., & Guedea, R. L. D. (2006). Relação do bem-estar subjetivo, estratégias de enfrentamento e apoio social em idosos. Psicologia: Reflexão e Crítica Online, 19(2), 301-308. Doi: 10.1590/S0102-79722006000200017         [ Links ]

Han, H. R., Cho, E. J., Kim, D., & Kim, J. (2009). The report of coping strategies and psychosocial adjustment in Korean mothers of children with cancer. Psycho-oncology Online, 18(9), 956. Doi: 10.1002/pon.1514        [ Links ]

Harper, F. W., Peterson, A. M., Albrecht, T. L., Taub, J. W., Phipps, S., & Penner, L. A. (2015). Satisfaction with support versus size of network: differential effects of social support on psychological distress in parents of pediatric cancer patients. Psycho-Oncology Online, 25(5), 551-558. Doi: 10.1002/pon.3863        [ Links ]

Hoekstra-Weebers, J. E. Jaspers, J. P., Kamps, W. A., & Klip, E. C. (1999). Risk factors for psychological maladjustment of parents of children with cancer. Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry Online, 38(12), 1526-1535. Doi: 10.1097/00004583-199912000-00014        [ Links ]

Hoffmann, F. S., Muller, M. C., & Frasson, A. L. (2006). Repercussões psicossociais, apoio social e bem-estar espiritual em mulheres com câncer de mama. Psicologia, Saúde & Doenças Online, 7(2), 239-254. Recuperado em 23 de dezembro, 2016, de http://www.scielo.mec.pt/pdf/psd/v7n2/v7n2a07.pdf        [ Links ]

Kohlsdorf, M., & Costa Junior, Á. L. (2008). Estratégias de enfrentamento de pais de crianças em tratamento de câncer. Estudos de Psicologia Online (Campinas), 25(3), 417-429. Doi: 10.1590/S0103-166X2008000300010        [ Links ]

Kohlsdorf, M., & Costa Junior, Á. L. (2009). Enfrentamento entre cuidadores de pacientes pediátricos em tratamento de leucemia. Interação em psicologia Online, 13(2), 263-274. Recuperado em 23 de dezembro, 2016, de http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/6013/1/ARTIGO_EnfrentamentoCuidadoresPacient es.pdf         [ Links ]

Kohlsdorf, M., & Costa Junior, Á. L. (2011). Coping strategies and caregiver's anxiety in pediatric oncohematology. Psicologia: Reflexão e Crítica Online, 24(2), 272-280. Doi: 10.1590/S0102-79722011000200008        [ Links ]

Kohlsdorf, M., & Costa Junior, Á. L. (2012). Impacto psicossocial do câncer pediátrico para pais: revisão da literatura. Paidéia Online, 22(51), 119-129. Doi: 10.1590/S0103- 863X2012000100014        [ Links ]

Marques, A. K. M. C., Landim, F. L. P., Collares, P. M., & Mesquita, R. D. (2011). Apoio social na experiência do familiar cuidador. Ciência e saúde coletiva Online,16(1), 945-955. Doi: 10.1590/S1413-81232011000700026        [ Links ]

Maruiti, M. R., Galdeano, L. E., & Farah, O. G. D. (2008). Ansiedade e depressão em familiares de pacientes internados em unidade de cuidados intensivos. Acta Paulista de Enfermagem Online, 21(4), 636-642. Doi: 10.1590/S0103-21002008000400016.         [ Links ]

Medeiros, V. C. C., & Peniche, A. D. C. G. (2006). A influência da ansiedade nas estratégias de enfrentamento utilizadas no período pré-operatório. Revista da Escola de Enfermagem da USP Online, 40(1), 86-92. Doi: 10.1590/S0080-62342006000100012        [ Links ]

Mendes, K. D. S., Silveira, R. C. C. P., & Galvão, C. M. (2008). Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto & Contexto Enfermagem Online, 17(4), 758-764. Doi: 10.1590/S0104-07072008000400018        [ Links ]

Norberg, A. L., & Boman, K. K. (2008). Parent distress in childhood cancer: a comparative evaluation of posttraumatic stress symptoms, depression and anxiety. Acta Oncologica Online, 47(2), 267-274. Doi: 10.1080/02841860701558773        [ Links ]

Norberg, A. L., Lindblad, F., & Boman, K. K. (2005). Coping strategies in parents of children with cancer. Social Science & Medicine Online, 60(5), 965-975. Doi: 10.1016/j.socscimed.2004.06.030         [ Links ]

Norberg, A. L., Lindblad, F., & Boman, K. K. (2006). Support-seeking, perceived support, and anxiety in mothers and fathers after children's cancer treatment. Psycho Oncology Online, 15(4), 335-343. Doi: 10.1002/pon.960        [ Links ]

Sahler, O. J. Z., Dolgin, M. J., Phipps, S., Fairclough, D. L., Askins, M. A., Katz, E. R., Butler, R. W. (2013). Specificity of problem-solving skills training in mothers of children newly diagnosed with cancer: results of a multisite randomized clinical trial. Journal of Clinical Oncology Online, 31(10), 1329-1335. Doi: 10.1200/JCO.2011.39.1870        [ Links ]

Santana, J. J. R. A., Zanin, C. R., & Maniglia, J. V. (2008). Pacientes com câncer: coping, rede social e apoio social. Paidéia Online,18(40), 371-384. Recuperado em 23 de dezembro, 2016, de http://www.scielo.br/pdf/paideia/v18n40/13.pdf        [ Links ]

Savóia, M. G., Santana, P. R., & Mejias, N. P. (1996). Adaptação do inventário de estratégias de coping de Folkman e Lazarus para o português. Psicologia USP Online, 7(1), 183-201. Doi: 10.1590/S1678-51771996000100009        [ Links ]

Seidl, E. M. F., Tróccoli, B. T., & Zannon, C. M. L. C. (2001). Análise fatorial de uma medida de estratégias de enfrentamento. Psicologia: teoria e pesquisa Online, 17(3), 225- 234. Doi: 10.1590/S0102-37722001000300004        [ Links ]

Sousa, M. R. G., Landeiro, M. J. L., Pires, R., & Santos, C. (2011). Coping e adesão ao regime terapêutico. Revista de Enfermagem Referência, (4), 151-160.         [ Links ]

Stehl, M. J. L., Kazak, A. E., Hwang, W. T., Pai, A. L. H., Reilly, A. F. & Douglas, S. D. (2008). Innate immune markers in mothers and fathers of children newly diagnosed with cancer. Neuroimmunomodulation Online, 15(2), 102-107. Doi: 10.1159/000148192        [ Links ]

Trindade, L. L., Lautert, L., & Beck, C. L. C. (2009). Mecanismos de enfrentamento utilizados por trabalhadores esgotados e não esgotados da estratégia de saúde da família. Revista Latino-Americana de Enfermagem Online,17(5), 607-612. Doi: 10.1590/S0104-11692009000500002         [ Links ]

Vasconcelos, A. D. S., Costa, C., & Barbosa, L. N. F. (2008). Do transtorno de ansiedade ao câncer. Revista da SBPH Online, 11(2), 51-71. Doi: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rsbph/v11n2/v11n2a06.pdf        [ Links ]

Welbourne, J. L., Eggerth, D., Hartley, T. A., Andrew, M. E., & Sanchez, F. (2007). Coping strategies in the workplace: Relationships with attributional style and job satisfaction. Journal of Vocational Behavior, 70(2), 312-325. Doi: 10.1016/j.jvb.2006.10.006        [ Links ]

 

 

1 Psicólogo Clínico – Universidade Luterana do Brasil – Gravataí – Rio Grande do Sul – E-mail: felipe.s.psico@gmail.com.
2 Acadêmico do curso de psicologia da Universidade Lutera do Brasil – Cachoeirinha – Rio Grande do Sul – E-mail: nicolas.deoliveira@hotmail.com.
3 Mestre em Ciências da Saúde – Universidade Luterana do Brasil – Gravataí – Rio Grande do Sul – E-mail: cgmazoni@gmail.com.

Creative Commons License