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Revista da SBPH

versão impressa ISSN 1516-0858

Rev. SBPH vol.22 no.2 São Paulo jul./dez. 2019

 

ARTIGOS

 

Gestantes de alto risco em alta hospitalar qualificada: personalidade, estilo de vida e vivências

 

High-risk pregnant women in qualified hospital discharge: personality, lifestyle and experiences

 

 

Mariana Alves Porto1; Maria Jaqueline Coelho Pinto2

Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP) – São José do Rio Preto/SP

 

 


RESUMO

Objetivo: verificar estilo de vida e perfil cognitivo de personalidade de gestantes de alto risco hospitalizadas e inseridas no programa de alta qualificada na enfermaria obstétrica de um hospital escola no interior de São Paulo, bem como compreender os significados e sentidos atribuídos às suas vivências na atenção pré-natal. Método: foram utilizados os questionários: sociodemográfico, Estilo de Vida "Fantástico", Crenças Pessoais (PBQ – SF) e entrevista compreensiva. Dados quantitativos foram submetidos à análise descritiva, enquanto qualitativos, analisados na modalidade fenomenológica. Resultados: a amostra incluiu 13 gestantes de alto risco hospitalizadas, com média de idade 24 anos (± 5,1). A maioria se encontra em união estável, possui ensino médio, crença religiosa e se autodeclara do lar. A multiparidade está presente em 61% (N=8) e 61,5% (N=8) não tiveram histórico de aborto anterior. A maioria apresentou bom estilo de vida e os perfis de personalidade que se sobressaíram foram: esquizoide, evitativo e dependente. Quanto às vivências, emergiram cinco categorias: Medo; Preocupação; Fé como Recurso de Enfretamento; Importância do Suporte Social; e Relação Profissional-Paciente. Conclusão: A compreensão da demanda da população atendida propicia subsídios para adequação do atendimento e elaboração de plano terapêutico adequado às necessidades das pacientes.

Palavras-chave: gestação; gestação de alto risco; alta hospitalar; estilo de vida; personalidade.


ABSTRACT

Objective: verify lifestyle and cognitive personality profile of high-risk pregnant women hospitalized and included in qualified discharge program of a teaching hospital obstetric ward in São Paulo and characterize sociodemographic profile and understand perceptions and meanings attributed by high-risk pregnant women to their experiences in prenatal care. Method: Data was collected using questionnaires: sociodemographic, "Fantastic" Lifestyle, Personal Beliefs (PBQ - SF) and comprehensive interview. Quantitative data was submitted to descriptive analysis, while qualitative data was analyzed through phenomenological approach. Results: 13 in hospital high-risk pregnant women (mean age of 24 years. Standard deviation 5.1) have been enrolled. Most are in stable union with partners, have high school, religious belief and report being house wives. Multiparity has been present in 61% (N = 8) and 61.5% (N = 8) had no history of previous abortion. Most of them have shown a good lifestyle, and the following personality profiles have been found: schizoid, avoidant and dependent. As for the experiences, five categories emerged: Fear; Worry; Faith as a Coping Resource; Importance of Social Support; and Professional-Patient Relationship. Conclusion: data have shown to be relevant since understanding the assisted population’s needs and demands provides improved care practices and better therapeutic plan more suitable to the patients' needs.

Keywords: pregnancy; high risk pregnancy; patient discharge; lifestyle; personality.


 

 

Introdução

Além das mudanças físicas, psíquicas e sociais que uma gestação acarreta na vida da mulher, algumas gestantes ainda têm que lidar com o fato de vivenciar uma gravidez de alto risco, isto é, quando há risco à saúde e vida da mãe, do feto e do recém-nascido (Ministério da Saúde, 2012).

Fatores biológicos são considerados de risco à gestação, como a história reprodutiva anterior, condições clínicas preexistentes e doenças obstétricas na gravidez atual. Entretanto, os riscos reprodutivos ultrapassam o saber biomédico, pois as vulnerabilidades sociais influenciam no desenvolvimento da gravidez, bem como as características individuais e condições sociodemográficas desfavoráveis (idade, peso, baixa escolaridade, conflitos familiares, hábitos de vida, etc.) (Ministério da Saúde, 2012).

Características psíquicas e comportamentais também são consideradas fatores de risco à gestação. Ainda que exista maior segurança por meio das técnicas médicas, o que caracteriza a evolução da gestação são os cuidados com a saúde, as emoções e o estilo de vida da gestante, que podem influenciar de maneira positiva ou negativa no bem-estar físico ou mental da paciente (Sanchez, 2015).

O estilo de vida, relacionado ao aspecto comportamental, é definido como conjunto de hábitos e costumes que podem ser inibidos, modificados ou encorajados pelo processo de socialização ao longo da vida. Esses hábitos incluem uso de substâncias como álcool, tabaco, cafés e chás, prática de exercícios físicos e dietas, que implicam na saúde, influenciando nas áreas física, mental, espiritual e social (World Health Organization, 2004).

Estudos investigam como esse fator pode influenciar no desenvolvimento gestacional. Rodrigues et al., (2015) constataram que gestantes de alto risco, atendidas em uma clínica escola de nutrição, apresentavam hábitos de alimentação inadequados, o que demonstrou ser uma das causas do desenvolvimento não saudável da gestação.

Os fatores psíquicos e emocionais, por sua vez, relacionam-se ao perfil de personalidade do sujeito, e são definidos por Beck, Davis e Freeman (2017) como dotes inatos que interagem com as influências ambientais, produzindo distinções quantitativas nos padrões cognitivos e afetivos, resultando em diferenças individuais à personalidade. Assim, descrevem dez perfis cognitivos dos transtornos de personalidade, esquematizados de acordo com suas principais crenças: Evitativo, Dependente, Passivo-Agressivo, Obsessivo-Compulsivo, Paranoide, Antissocial, Narcisista, Histriônico, Esquizoide e Borderline.

Além da compreensão do modo de funcionamento, a identificação de traços ou transtornos de personalidade pode auxiliar na prevenção e recuperação da saúde não apenas mental, mas também física. Como elucida o estudo de Pereira, Lima, Magnanini, Legay e Lovisi (2011), os transtornos de personalidade durante a gestação, além de afetar o bem-estar da mulher, interferem negativamente no autocuidado, repercutindo no desenvolvimento inadequado da gestação, do feto e do vínculo pré-natal.

Portanto, mulheres que vivenciam a gestação de alto risco, necessitam de atendimento especializado, levando em consideração não apenas os fatores fisiológicos da gestação, mas também os psicológicos e sociais. Para atender a essa demanda de forma integral, é necessário entender os fatores que, possivelmente, levaram ao desencadeamento da gestação de risco.

A integralidade do atendimento de gestantes de alto risco foi incorporada em programas e leis que norteiam o trabalho das instituições de saúde. Um desses programas é a "Alta hospitalar qualificada", a qual é caracterizada por transferir o cuidado das pacientes no momento da alta hospitalar.

Algumas gestantes de alto risco vivenciam intercorrências na gestação e necessitam de hospitalização em enfermaria obstétrica para assegurar sua saúde e a do feto. Nesse momento, uma equipe multidisciplinar passa a acompanhar a gestante e, posteriormente, elabora um relatório, contendo as necessidades do caso, para que a Rede de Atenção à Saúde continue o acompanhamento adequadamente. Isto é, o cuidado é transferido e sua continuidade, garantida. Essas ações visam à prevenção de novas intercorrências, desde o nascimento prematuro do bebê, até um óbito fetal ou materno (Portaria n. 3.390, 2013).

A compreensão da dinâmica da alta hospitalar qualificada com gestantes de alto risco visa contribuir para o aprimoramento do programa e, consequentemente, influenciar na prevenção da morbimortalidade materna, fetal e infantil. Acredita-se que, para o bom funcionamento do programa, é necessário que a equipe multidisciplinar conheça a mulher em questão, tornando o atendimento mais humanizado e efetivo.

Assim, o presente estudo teve por objetivo verificar o estilo de vida e perfil cognitivo de personalidade de gestantes de alto risco, bem como compreender os significados e sentidos atribuídos às suas vivências na atenção pré-natal e alta qualificada.

 

Método

Estudo descritivo, transversal, com delineamento quantitativo e qualitativo, realizado na enfermaria obstétrica de um hospital escola no interior de São Paulo, unidade hospitalar responsável pela emergência obstétrica, internação de gestantes de alto de risco que apresentam intercorrência, onde, no período pós-parto, mães e recém-nascidos sadios permanecem em alojamento conjunto.

As participantes foram mulheres gestantes de alto risco, isto é, que apresentam alguma condição de saúde que implica risco para si e para o feto, hospitalizadas em enfermaria obstétrica e inseridas no programa de Alta Qualificada. Foram excluídas do estudo as gestantes com limitações que as tornavam impossibilitadas de responder aos instrumentos.

Para coleta de dados, foram utilizados os seguintes instrumentos: Questionário sociodemográfico e dados obstétricos, com questões sobre idade, escolaridade, estado civil, religião, trabalho laboral e histórico gestacional; Questionário Estilo de Vida "Fantástico", instrumento que considera o comportamento dos indivíduos,cujos resultados permitem associar o estilo de vida e a saúde. Apresenta 25 questões em escala do tipo Likert, divididas em nove domínios: família e amigos; atividade física; nutrição; cigarro e drogas; álcool; sono, cinto de segurança, estresse, e sexo seguro; tipo de comportamento; introspeção e trabalho (Añez, Reis & Petroski, 2008). Questionário de Crenças Pessoais – forma reduzida PBQ-SF, baseado no pressuposto de que as diferenças descritivas dos transtornos da personalidade estão apoiadas nos diferentes padrões de crenças, englobando nove tipos de perfis cognitivos de personalidade: evitativo, dependente, passivo-agressivo, obsessivo-compulsivo, paranoide, antissocial, narcisista, histriônico e esquizoide (Leahy, 2009); e Entrevista compreensiva na perspectiva fenomenológica, que consiste num diálogo iniciado por uma questão norteadora: "Como tem sido para você desde que soube do diagnóstico de gestação de alto risco?".

Foram entrevistadas 13 gestantes, entre o período de outubro de 2016 a janeiro de 2017. As participantes foram recrutadas por conveniência e convidadas a participar. Inicialmente, foi esclarecido todo o procedimento e fornecidas informações sobre a pesquisa. Para as que aceitaram participar, foi solicitada a leitura e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido – TCLE e, após, foram aplicados os instrumentos propostos pelo projeto.

A entrevista foi realizada no leito da gestante e, para garantia da privacidade e sigilo de suas respostas, foram utilizadas algumas estratégias como: ausência da acompanhante, realização das entrevistas em horário de almoço e troca de plantões das equipes médicas e de enfermagem; e quando necessário, a utilização de biombo no leito para privacidade da mesma.

Para a análise dos dados, os escores obtidos pelos questionários foram distribuídos em tabelas em número e frequência, para posterior análise dos dados e as entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra pela pesquisadora, com o devido consentimento das gestantes, para posterior análise descritiva. Em seguida, os relatos das gestantes foram submetidos à etapa de análise fenomenológica dos dados.

O projeto foi enviado ao Comitê de Ética em Pesquisa da FAMERP e foi aprovado sob o número CAEE: 59113816.4.0000.5415 e Parecer nº 1.775.076.

 

Resultados

A idade da amostra variou entre 15 a 32 anos, sendo a idade média 24 anos (com desvio padrão de 5,1). A maioria relata possuir companheiro, seja ele presente pelo casamento ou pela união estável. Seis participantes referem trabalho remunerado e as profissões variaram entre merendeira, auxiliares de limpeza, recepcionista, técnica em farmácia e operadora de caixa.

Na distribuição das gestantes segundo o histórico obstétrico, cinco participantes relataram terem abortado uma ou mais vezes. Todas são gestantes de alto risco e o motivo de sua hospitalização variou entre trabalho de parto prematuro, infecção urinária, cólica renal, perda de líquido amniótico, diabetes e aumento de pressão.

Dando sequência ao objetivo do estudo, as mulheres foram avaliadas quanto ao seu Estilo de Vida. Por meio do questionário utilizado, foi possível observar que 46,2% (N= 6) apresentaram um estilo de vida considerado bom, seguido de 38,5% (N= 5) que apresentaram o estilo de vida muito bom. Apenas uma gestante apresenta estilo de vida "regular" e nenhuma "necessita melhorar", demonstrando que possuem um estilo de vida favorável à saúde.

Entretanto, a análise individualizada das dimensões apresentadas pelo instrumento, possibilita a identificação de quais fatores são mais ou menos desenvolvidos pelas participantes. Isso é, quanto menor for o escore, maior é a necessidade de mudança. Tais dados são apresentados na Figura 1.

 

 

Os menores escores foram nas dimensões atividade física, comportamento e introspecção, demonstrando que as participantes possuem deficiência na prática de atividades físicas, apresentam comportamentos de raiva e hostilidade e sentem-se tristes ou desapontadas.

Outra questão avaliada pelo presente estudo foi a busca pela compreensão acerca dos perfis de personalidade presentes na amostra, apresentados na Figura 2.

 

 

Vale ressaltar que não há normas para cada estilo de personalidade, o que se pretende é observar quais estilos estão presentes na amostra estudada. Dificilmente alguém pertencerá exclusivamente a apenas um estilo, pois as pessoas tendem a apresentar um misto de diferentes traços de personalidades. Portanto, os dados da figura não mostram o número exato de participantes, pois uma gestante pode apresentar escores elevados em mais de um tipo de estilo de personalidade (Leahy, 2009).

O perfil de personalidade que mais obteve escores elevados foi a personalidade Esquizoide, a qual é caracterizada principalmente pelo isolamento social e desapego de relacionamentos em todos os contextos. Essas pessoas se veem como vulneráveis às pressões sociais, ao controle, humilhação e rejeição e por isso, preferem evitar relacionamentos. Veem os outros como exigentes, intrusivos e hostis e a estratégia mais utilizada é, portanto, o afastamento social (Beck, 2017).

Para complementar a compreensão sobre o modo como essas mulheres vivenciam e enfrentam a gestação de alto riso, a seguir serão apresentadas as análises compreensivas dos relatos das participantes.

Categoria 1 – A vivência do medo

Nessa categoria as mulheres falam sobre como se sentiram frente ao diagnóstico. As unidades de significado que caracterizam essa categoria estão dispostas na Tabela 1.

 

 

As gestantes apresentam o medo como o principal sentimento aflorado nesse momento, porém o sentido que atribuem a ele pode variar. Algumas das participantes relatam o medo da possibilidade da hospitalização do filho em UTI Neonatal após o parto e, consequentemente, o sofrimento que o bebê pode vir a vivenciar. Já outras participantes possuem crenças mais calamitosas, referindo-se ao medo da morte e perda de seu filho.

Além de suscitar o sentimento de medo, a dúvida e incerteza do desfecho de sua gestação podem provocar também preocupações com as possibilidades do que está por vir. Essas preocupações foram expressas pelas participantes do estudo e estão apresentadas na categoria 2.

Categoria 2 – Preocupação

As mulheres relatam quais são suas principais preocupações diante do diagnóstico de gestação de alto risco e da hospitalização, apresentados na Tabela 2.

 

 

Chama a atenção que a preocupação das gestantes está relacionada com a possibilidade de nascer prematuro, de perder o bebê e o que pode vir acontecer com ele. Fica claro que a única preocupação é com a saúde do filho, deixando de lado qualquer outro tipo de preocupação.

Por meio da avaliação dessas duas categorias, fica evidente o impacto negativo produzido pela notícia de que a gestação possui um risco, promovendo na mulher a necessidade de reorganização. Contudo, sabe-se que a presença de alguns recursos durante o processo de reorganização pode agravar ou minimizar tais sentimentos adversos (Oliveira & Mandú, 2015).

As categorias a seguir trazem os discursos das participantes que demonstram a presença de recursos que as auxiliaram na travessia deste percurso.

Categoria 3 – A importância do suporte social

Nessa categoria as gestantes falam sobre a necessidade de ter outra pessoa presente para compartilhar este momento e como isso pode influenciar em sua experiência. Os relatos são descritos na Tabela 3.

 

 

Observa-se dois lados diferentes do suporte social. Um dos relatos (G8) elucida claramente a importância da presença e apoio do marido para auxiliá-la no enfrentamento da situação. Contrariamente, os outros dois relatos (G10 e G11) demonstram que a ausência de outra pessoa para acompanhá-las e apoiá-las nesse momento dificulta o enfrentamento da situação e agrava os sentimentos de insegurança e do medo.

Categoria 4 – A fé como recurso de enfrentamento

Aqui, as gestantes relatam sobre a utilização da fé e espiritualidade como um recurso que as auxiliaram no enfrentamento da situação. A Tabela 4 apresenta os discursos referentes a esta categoria.

 

 

Os dados sociodemográficos da amostra demonstram que 85% das gestantes referem pertencer a alguma religião. Com os relatos, é possível observar como essa crença interfere positivamente na vivência de gestantes de alto risco. Nota-se que além de utilizarem a fé como a busca de renovação de suas forças para enfrentar a situação, a religião também contribui para a aceitação tanto da situação presente, quanto das possibilidades que estão por vir.

Categoria 5 – Relação Profissional-Paciente

Nessa categoria as pacientes falam sobre como se sentiram ao receber os cuidados dos profissionais dentro do hospital e como isso influenciou no seu estado emocional (Tabela 5).

 

 

O que fica evidente nessa categoria é a importância do bom atendimento e acolhimento oferecido dentro do hospital. Quando a paciente se sente apoiada e tem suas dúvidas sanadas, ela vivencia a situação de uma maneira mais positiva e segura. Quando o contrário acontece, contribui para o aumento dos sentimentos adversos como medo, ansiedade, preocupação e insegurança.

 

Discussão

Dentre os dados sociodemográficos e obstétricos, os resultados que se destacaram por serem considerados fatores de risco à gestação de alto risco foram a união estável, multiparidade e o não planejamento da gestação.

Apesar da presença de um companheiro representar um aspecto positivo para a gestação, diversos estudos encontraram, na maioria da amostra, gestantes em união estável, demonstrando que vem acontecendo uma mudança estrutural na formação de famílias (Santos et al., 2017; Silva & Rosa, 2015).

A união estável ou consensual é considerada uma situação conjugal instável ou insegura, visto que se trata de uma união na qual os laços são formados sem formalidades. Portanto, essa característica pode ser um fator de risco à gestação ou um agravante de complicações durante a gestação (Versiani & Fernandes, 2013; Rezende & Souza, 2012).

Nos dados obstétricos, a multiparidade pode ser considerado um fator de risco gestacional, uma vez que esse mesmo dado foi encontrado em diversos estudos que buscaram delinear o perfil epidemiológico de gestantes de alto risco (Xavier, Jannotti & Martins, 2013; Leal et al., 2017; Luz et al., 2015; Anjos, Pereira, Ferreira & Paiva, 2014; Menetrier & Almeida, 2017).

Dado que também se destacou foi o não planejamento da gestação, resultado semelhante encontrado no estudo de Prietsch, Chica, Cesar e Sassi (2011), com 65% das gestantes. Para os autores, gestações não planejadas estão relacionadas com mães mais jovens, que não vivem maritalmente, são mais pobres, já têm outros filhos e não são assistidas por um plano de saúde privado.

Em seu estudo, Rodrigues e Lopes (2016) entrevistaram somente gestantes que não planejaram a gravidez e os resultados mostraram que 67% das mulheres nunca participaram de encontros no Planejamento Familiar e 75% não foram instruídas sobre o planejamento da gravidez na instituição de saúde, demostrando certa deficiência no processo de educação sexual e planejamento familiar dessas mulheres.

Conhecer o planejamento, a aceitação e o desejo da criança que está por vir são questões relevantes para compreender a vivência dessas mulheres. Deste modo, ressalta-se a relevância de ações de planejamento familiar para a prevenção da saúde mental de mulheres que vivenciam essa condição.

Já no Estilo de Vida, a amostra se destacou pela deficiência na prática de atividades físicas, na introspecção e comportamento.

Pesquisas apontam que mulheres que praticam atividades físicas durante a gravidez tiveram menor ganho de peso, conseguiram manter sua rotina cotidiana, perceberam sua recuperação pós-parto como "excelente" e perceberam benefícios no desenvolvimento do feto (Calomeni, Ferreira, Neto & Morales, 2014).

Por ser uma amostra que apresenta risco gestacional, é válido considerar as limitações e impedimentos que o risco impõe a essas mulheres. Contudo, a falta da prática de exercícios físicos é uma realidade comum entre as gestantes e o agravante dessa situação é a falta de habilitação e pouca preparação de profissionais para realizar a prescrição de exercícios individualizados e específicos para cada gestante, principalmente as que apresentam alguma complicação (Ocanhas & Nakamura, 2007).

Em relação às dimensões "comportamento", a qual diz respeito à pressa, hostilidade e raiva, e a "introspecção", a qual se refere a sentimentos de pessimismo, tensão, desapontamento e tristeza, a baixa pontuação pode estar associada a situação em que as participantes se encontram.

A gestação representa para mulher um desafio à sua maturidade e estrutura de personalidade em decorrência de diversas mudanças corporais, sociais e de identidade pessoal, exigindo um esforço suplementar de síntese e reorganização. A busca pela estabilidade nem sempre ocorre sem dificuldades, podendo acarretar um acréscimo de vulnerabilidade e risco para a saúde mental da mulher (Silveira & Ferreira, 2016).

O fato de a amostra estudada ser especificamente de gestantes de alto risco pode contribuir para o agravamento dessas características, pois além do problema médico, aparecem novas exigências e dificuldades relacionadas ao seu estado, suas consequências e cuidados necessários (Oliveira & Mandú, 2015).

Com isso, é possível compreender que o estilo de vida envolve não somente os cuidados com a saúde física, mas também os cuidados com a saúde mental. Um acompanhamento mais próximo desses fatores pode contribuir para o adequado desenvolvimento da gestação e da saúde materna. O período antes e durante a gravidez pode representar uma oportunidade de mudança de estilo de vida, pois as mulheres são mais suscetíveis a aderir aos aconselhamentos, em função de seu desejo de melhorar a gravidez e os resultados do parto (Zhang et al., 2014).

Os resultados referentes aos perfis cognitivos de personalidade e as vivências das mulheres frente à gestação de alto risco, indicam as características psicológicas e emocionais das participantes.

Pacientes com perfil de personalidade esquizoide apresenta como aspecto em comum a presença de um trauma durante seu desenvolvimento, como separação, doença, morte, violência, dentre outros. Traumas cumulativos como rejeição, humilhação, desprezo e seus sentimentos traumáticos como medo, dor e impotência, podem influenciar diretamente na presença desses traços de personalidade (Heinemann, 2015).

Como demonstrado na descrição de suas vivências, é comum que estas gestantes vivenciem sentimentos como medo, preocupações e impotência diante da situação de risco, tanto para ela, quanto para seu filho. Uma hipótese a ser considerada é que os traços esquizoides possam ter emergido diante da vulnerabilidade que a situação impõe a elas.

As vivências demonstraram também que essas mulheres buscaram estratégias que as auxiliaram a enfrentar a situação, como o suporte social e o enfrentamento religioso.

O apoio familiar é considerado um fator de proteção que permite a gestante superar problemas emergentes, bem como contribui de forma positiva para a estruturação e o fortalecimento da gestante que está passando por uma fase de grande preocupação. Quando o problema é compartilhado torna-se mais fácil administrá-lo e superá-lo (Lima et al., 2015; Petroni, Silva, Santos, Marcon & Mathias, 2013).

Corroborando a afirmação, Maffei, Menezes e Crepaldi (2019) demonstram, a partir de uma revisão integrativa da literatura, que diversos estudos buscaram compreender a relação entre suporte social e aspectos psicológicos maternos, identificando relação direta, visto que mulheres com apoio social, apresentam menores escores relacionados à ansiedade e depressão. Destacam, portanto, o quanto a presença do apoio pode ser benéfica para a promoção de saúde.

A religião traz benefícios à saúde, não só mental, mas também física. Pessoas que utilizam o enfrentamento religioso lidam melhor com suas condições, assim como um melhor nível de saúde física também está associado ao maior envolvimento religioso. Entende-se que isso decorre do fato de que a religião é um instrumento de formação de comportamentos que repercutem na saúde, como a restrição alimentar e proibição do uso de álcool e drogas. Além disso, os adeptos incorporam como diretrizes, sentimentos de moderação e conformidade, o que acaba diminuindo o risco de uma vida estressante e aumenta a harmonia interpessoal (Alves, Alves, Barboza & Souto, 2010).

É possível observar que a religião tem relação estreita com o estilo de vida, desenvolvendo um papel importante na promoção de saúde. Portanto, a espiritualidade deve ser incentivada pelos profissionais da saúde, respeitando a individualidade, fé e religião de cada um. Para isso, deve ser dissociada da religião e os profissionais devem compreendê-la como algo que dá sentido a situação de crise e sofrimento do paciente, além de poder auxiliá-lo em sua recuperação (Póvoas, Santos, Trezza, Monteiro, Santos & Santos, 2015).

Dado destacado também pelas participantes foi a influência da relação profissional-paciente em suas vivências durante a hospitalização.

Fica evidente que a relação entre profissionais e pacientes exercem papel fundamental na vivência destas gestantes. O sofrimento é maior quando ela não tem espaço dentro do serviço para se expressar, entender e elaborar o que o diagnóstico significa. Por outro lado, os sentimentos como medo e preocupação podem ser amenizados se receberem a devida atenção. É importante que os profissionais se atentem a compreender o contexto em que se encontram as tensões das pacientes e considerem as condições psicossociais e culturais que influenciam no modo como experienciam e lidam com a gestação e seus problemas (Oliveira & Mandú, 2015).

É possível encontrar dados semelhantes entre as experiências de cada uma, como os medos, as preocupações, as angústias e as formas como lidam com esse problema. Isso porque, a gestação já é marcada por modificações biopsicossociais e quando ela está associada ao um risco, a fragilidade e instabilidade emocional são reforçadas, podendo interferir na qualidade da saúde materna (Silva et al., 2013). Por esse aspecto, evidencia-se a necessidade de uma assistência mais humanizada, cuja integralidade do cuidado deve ser a grande aliada na qualidade da assistência prestada (Oliveira, Madeira & Penna, 2011).

Aproximar-se da experiência vivida pelas gestantes de alto risco permite que o profissional avalie não só as necessidades de cuidados objetivos, mas principalmente os subjetivos. O conhecimento produzido a partir da compreensão do contexto que perpassa toda a vivência dessas gestantes deve ser utilizado como uma ferramenta de intervenção coerente com a realidade daquela paciente. Para isso, o profissional deve submergir na realidade subjetiva da gestante a ser atendida, melhorar a qualidade do atendimento e auxiliar no alívio de sentimentos como medo, desespero, incerteza, bem como aceitação da situação e mudança de hábitos e atitudes pouco saudáveis (Vasquez, Sánchez, Caicedo & Parrado, 2013).

 

Conclusão

O presente artigo pretendeu demonstrar a variedade de fatores que podem estar envolvidos no processo gestacional de alto risco e, para isso, foram investigadas características relacionadas ao estilo de vida, perfil cognitivo de personalidade e vivências de gestantes de alto risco hospitalizadas e inseridas no programa de alta qualificada.

Por meio dos resultados, conclui-se que essas mulheres vivenciam um momento de vulnerabilidade emocional diante do diagnóstico e hospitalização. Foi possível observar que a maioria apresentou um estilo de vida positivo nas dimensões relacionadas à família, alimentação, uso de álcool e drogas e trabalho. Houve, entretanto, prejuízo no estilo de vida nas dimensões que tratam do comportamento (raiva, pressa e hostilidade) e introspecção (sentimentos de pessimismo, tensão, desapontamento e tristeza). Os traços de personalidade que emergiram com maior frequência na amostra, foram esquizoides, evitativo e dependente, associados com baixa autoestima e o medo da rejeição. Já na compreensão dos significados e sentidos das vivências acerca da gestação de alto risco, as participantes destacaram os sentimentos de medo e preocupação frente à incerteza do desfecho gestacional.

Apesar das dificuldades enfrentadas e dos sentimentos adversos vivenciados, essas mulheres utilizaram estratégias positivas, que as auxiliaram no enfrentamento da situação. Destacaram, principalmente, como estratégias positivas de enfrentamento, o suporte social e a busca pela espiritualidade com o intuito de amenizar as angústias provenientes do momento de vulnerabilidade.

Questão que vale destaque é a influência que a relação com profissionais de saúde exerce na vivência dessas mulheres. Os relatos demonstraram que, quando o atendimento oferecido pelos profissionais é adequado e acolhedor, a paciente sente-se apoiada e vivencia a hospitalização de uma maneira positiva e segura.

O atendimento integralizado de gestantes de alto risco requer uma abordagem biopsicossocial por parte dos profissionais da saúde, pois além das complicações médicas, essas mulheres passam por um processo de reestruturação emocional diante do risco da saúde de seu filho e de sua própria saúde.

 

Referências

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Agência de Fomento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES

 

 

1 Psicóloga. Mestre em Psicologia e Saúde pela Famerp. Especialista em Psicologia da Saúde pela Famerp. Psicóloga atuante em Obstetrícia – mariana_aporto@hotmail.com.
2 Psicóloga. Doutora em Psicologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto – USP. Professora-adjunta, Subchefe do Departamento de Psicologia da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP). Vice Coordenadora do Programa de Mestrado em Psicologia e Saúde da FAMERP – psijaqueline@famerp.br.

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