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Revista da SBPH

Print version ISSN 1516-0858

Rev. SBPH vol.24 no.1 São Paulo Jan./June 2021

 

Resiliência de profissionais de saúde frente à COVID-19

 

Resilience of health professionals in face of COVID-19

 

 

Adriana Oliveira Bringel MaiaI; Armante Campos Guimarães NetoII

ICentro Universitário de Mineiros -UNIFIMES, Mineiros/GO - adrianabringel@outlook.com.br
IICentro Universitário de Mineiros - UNIFIMES, Mineiros-GO - armanterv@unifimes.edu.br

 

 


RESUMO

Com a nova pandemia, gerada pelo novo coronavírus, a capacidade de resiliência dos profissionais de saúde tornou-se um tema de grande relevância para a saúde. O bem-estar desses profissionais implica diretamente na saúde da população em geral. No entanto, é um tema pouco discutido por se tratar de algo ainda muito recente. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi realizar uma revisão bibliográfica a fim de apresentar um panorama geral sobre os estudos desenvolvidos acerca da resiliência de profissionais de saúde frente à COVID-19. Desse modo, foram analisados e categorizados os aspectos formais, bem como os de conteúdo dos estudos pesquisados. Como resultado, foram encontrados 1193 artigos relacionados ao tema proposto e, após a leitura dos resumos e levando-se em consideração critérios de inclusão e exclusão, apenas 11 artigos foram selecionados, os quais foram analisados pormenorizadamente ao longo deste estudo. Concluiu-se que foi de suma importância abordar essa temática, pois o prejuízo à saúde mental de profissionais de saúde deve ser considerado, principalmente em tempos de pandemia, equilibrando fatores que levem a desenvolver maior resiliência.

Palavras-chave: saúde mental; covid-19; trabalhadores da saúde; pandemia.


ABSTRACT

With the new pandemic, generated by the new coronavirus, the resilience of health professionals has become a topic of great relevance to health. The well-being of these professionals directly affects the health of the general population. However, it is a topic little discussed because it is still very recent. In this sense, the objective of this study was to carry out a bibliographic review in order to present an overview of the studies developed about the resilience of health professionals in face of COVID-19. Thus, the formal aspects were analyzed and categorized, as well as the content of the researched studies. As a result, 1193 articles were found related to the proposed theme and, after reading the abstracts and taking into account inclusion and exclusion criteria, only 11 articles were selected, which were analyzed in detail throughout this study. It was concluded that it was extremely important to address this issue, as the damage to the mental health of health professionals must be considered, especially in times of pandemic, balancing factors that lead to the development of greater resilience.

Keywords: mental health; covid-19; health workers; pandemic.


 

 

Os estudos acerca da compreensão dos aspectos psicológicos e psiquiátricos são marcados pela investigação de características psicopatológicas. Assim, foi emergindo a necessidade de se investigar também as propriedades positivas da personalidade e comportamentos dos sujeitos (Seligman, 2004). Desse modo, a partir dos anos 2000, com o incentivo da investigação das potencialidades, capacidades e motivações do ser humano, o construto resiliência começou a ser investigado sob a ótica do desenvolvimento humano (Seligman, & Csikszentmihalyi, 2000).

Em 1807, o termo resiliência surgiu, originário do latim resilio (re+salio), que significa "ser elástico". Esse surgimento no cenário científico moderno, compôs o vocabulário da física e da engenharia, sendo um de seus precursores o cientista inglês Thomas Young (Timosheibo, 1983). A respeito de um material, resiliência é a energia de deformação máxima que ele é capaz de armazenar sem sofrer deformações fixas. Ou seja, é a capacidade de um material absorver energia sem sofrer alteração plástica ou permanente (Silva Júnior, 1972). No contexto social, a resiliência caracteriza-se pela capacidade de um indivíduo ou grupo, passar por uma situação adversa, conseguir superá-la e sair dela revigorado. Diante de situações indesejadas, que circundam a conjuntura mundial atual, algumas pessoas possuem certa facilidade em se adaptar à situação, ou seja, ter resiliência. Outras, possuem uma baixa capacidade de atravessar essas adversidades e aprender com elas (Flach, 1991).

Nesse contexto, a resiliência é um aspecto crucial a ser trabalhado em uma psicoterapia (Peres, Mercante, & Nasello, 2005). Isso ocorre porque ter resiliência é algo adquirido, ou seja, ninguém é resiliente, mas sim o está no presente momento. Esse é um processo ativo, e, as influências do ambiente e do sujeito relacionam-se de maneira mútua, fazendo com que o indivíduo identifique qual a melhor atitude a ser tomada em determinado evento (Pinheiro, 2004; Assis, Pesce & Avanci, 2006).

Yunes (2003), em seu artigo sobre psicologia positiva e resiliência, destaca que a resiliência está entre os fenômenos indicativos de vida saudável. Projeta-se a reafirmação da psicologia positiva e sua importância, além da revisão sobre noção de resiliência em diferentes perspectivas, considerando dados qualitativos das histórias de vida e narrativas construídas e reconstruídas pelas interpretações de cada indivíduo.

A pesquisa apresentou dois focos, a resiliência individual e a resiliência com foco na família. Respectivamente, concluiu-se que ela não é uma característica ou traço individual, mas que possui um caráter processual com processos psicológicos que devem ser cuidadosamente examinados. Sob a perspectiva familiar, caracteriza-se tais conhecimentos como um discurso que ainda está em construção, uma vez que, os debates nesse campo ainda estão em fase inicial de investigação, mas que têm contribuído para reverter o panorama "negativo", no qual o mundo familiar tem como figura principal os desajustes e conflitos. Dessa forma, procurou-se compreender os processos e condições que possibilitam a "superação" de situações de crises e adversidades.

O conceito de resiliência está intimamente relacionado à compreensão dos riscos e fatores de proteção, podendo ser transformado na capacidade de o ser humano não adoecer, mesmo quando exposto a condições prejudiciais à saúde e ao desenvolvimento. Satisfação no trabalho, competência emocional, compaixão, perseverança e inovação são alguns dos fatores de resiliência. No entanto, experiências relacionadas ao trabalho podem causar doenças, afetar adversamente os profissionais de saúde (Silva et al., 2010; Sousa, & Araujo, 2015).

Nesse caso, observa-se o papel fundamental das organizações de saúde, com planos de apoio, a partir do incentivo ao desenvolvimento da resiliência individual e coletiva, da gestão eficaz das crises, da comunicação entre os membros da equipe, do fortalecimento do relacionamento interpessoal, da atualização profissional e no treinamento adequado da equipe para a proteção (Sun, et al., 2020; Wu, Connors, & Junior, 2020; Yin & Zeng, 2020).

Com base nessas afirmações, vale refletir sobre a importância de se trabalhar a capacidade de resiliência dos profissionais de saúde. As vivências relacionadas ao trabalho também podem levar ao adoecimento psíquico, repercutindo adversamente especialmente em profissionais de saúde (Silva et al., 2010; Sousa, & Araujo, 2015).

Nesse sentido, ter que enfrentar notícias difíceis, sentir-se imponentes diante da falta de tratamento específico para a doença e passar por dificuldades para a reabilitação dos pacientes afetados, geram potenciais fatores de risco para o desenvolvimento de emoções negativas, como o estresse, ansiedade, angústia, transtorno pós-traumático e depressão, por parte dos profissionais de saúde (Chew et al., 2020; Kang et al., 2020; Lai et al., 2020; Pappa et al., 2020; Rajkumar, 2020; Spoorthy, Pratapa, & Mahant, 2020; Xiao, Zhang, Kong, Li, & Yang, 2020).

Dentre os aspectos associados com a resiliência está a capacidade de lidar, efetivamente, com o ambiente desafiador, que o ser humano enfrenta ao longo da vida, podendo ser desenvolvida ou fortalecida por meio de ações implementadas no campo profissional. Com a propagação da SARS-CoV-2 19, detectada em 31 de dezembro de 2019 em Wuhan, na China, e confirmada sua circulação, em 9 de janeiro de 2020, pela World Health Organization. (Chan et al., 2020; Chew et al., 2020; Spoorthy, Pratapa, & Mahant 2020; Yuki, Fujiogi, & Koutsogiannaki, 2020), em março deste ano, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, fez a declaração de situação de pandemia (WHO, 2020a).

No momento atual, há a mobilização global, a fim de promover o desenvolvimento de medidas rigorosas de saúde pública, para reduzir a infecção e disseminação do vírus (Lai et al, 2020). Portanto, esse é o momento de valorizar o profissional de saúde, remodelar-se, valorizar o tempo e examinar o caos, mas perceber que tudo vai passar, e uma trajetória de desenvolvimento flexível pode ser alcançada a qualquer hora, em qualquer lugar, principalmente diante da atual pandemia de COVID-19 (Silva et al., 2010).

Nesse contexto a resiliência torna-se fundamental para a promoção da saúde, visto que, diferentemente da prevenção, ela tem como característica um conjunto de intervenções que apresentam como meta a eliminação permanente ou pelo menos duradoura da doença, tentando eliminar suas causas mais básicas e não apenas evitar que se manifestem (Matos, 2004). Assim, ao promover o caráter de enfrentamento e construção positiva frente à adversidade, possibilitando que os indivíduos participem de uma vida ativa e participativa, com a capacidade de se transformar, tornando-se um sujeito crítico frente às condições, propicia o desenvolvimento da resiliência (Yunes, 2003).

Brolese et al. (2017) ressaltaram que, a compreensão do processo de resiliência pode propiciar uma melhor qualidade de vida para o trabalhador de saúde. Desse modo, o objetivo desse estudo foi apresentar um panorama geral, do processo de resiliência de profissionais de saúde, frente à COVID -19, por meio de uma revisão de literatura. Desse modo, serão descritos os aspectos formais e de conteúdo dos estudos selecionados sobre o constructo em questão.

 

Método

Delineamento do Estudo

Esse estudo voltou-se para uma revisão integrativa da literatura, em que se pretendeu investigar sobre a relação entre resiliência de profissionais de saúde e a COVID-19. Evidencia-se que este estudo foi de caráter descritivo e explicativo.

Materiais

Essa revisão foi realizada mediante busca eletrônica de artigos nacionais e internacionais, indexados nas seguintes bases de dados científicos: na base de dados da Biblioteca Virtual de Saúde - BVS (http://bvsalud.org/), no banco de dados da Scientific Eletronic Library Online - SciELO (https://scielo.org/) e na National Library of Medicine National Institutes- Pubmed (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/) , que abordavam sobre a resiliência de profissionais de saúde frente à COVID-19. Essas bases de dados científicos foram escolhidas conforme relevância e expressão no meio científico, com amplo acervo na área da saúde.

Procedimentos

De início, realizou-se a pesquisa nos sites BVS, SciELO e PubMed, com a combinação das expressões de busca "resiliência AND COVID-19" e com a mesma combinação de expressões, porém, na língua inglesa: "resilience AND COVID-19". O levantamento dos artigos foi efetuado nos meses de agosto e setembro de 2020.

Assim, foram escolhidos como amostra somente os artigos publicados em periódicos. Primeiramente, realizou-se um levantamento preliminar por meio da leitura dos resumos, estabelecendo os critérios de inclusão dos artigos que foram: a) estar nas bases de dados consultadas; b) nacionais ou estrangeiras; c) escritos em português e inglês; d) terem sido publicados nos últimos cinco anos (2016 a 2020); e) estudos relacionados com a resiliência e COVID-19, em profissionais de saúde. Destaca-se que, nessa etapa, foram desconsideradas da análise publicações que não eram artigos científicos, uma vez que, as referidas bases disponibilizaram também outras publicações como dissertações e teses.

Em seguida, considerando os critérios de inclusão e exclusão, os artigos selecionados foram recuperados na íntegra e analisados, conforme as categorias de análise: 1) quantidade de estudos; 2) ano de publicação e revista; 3) tipo de artigo: revisão teórica ou empírico; 4) amostra (dados sociodemográficos); 5) tipos de instrumentos utilizados; 6) objetivos; 7) resultados; 8) Fatores de risco, 9) Fatores protetivos à saúde e 10) Ações preventivas.

 

Resultados e Discussão

Na Figura 1, expôs-se o fluxograma de seleção dos artigos deste estudo. Inicialmente foram encontrados 1193 artigos relacionados com a temática deste trabalho. Contudo, após a leitura cuidadosa dos resumos dos artigos, foram selecionados apenas 11 estudos que continham os objetivos do trabalho. Os artigos selecionados correspondem a 0,9% de todos os encontrados.

Destaca-se que, todos os estudos selecionados para este trabalho foram publicados no ano de 2020 (N=11, 100%), haja vista que a detecção da SARS-CoV-2 19, ocorreu ao final de 2019, e, a situação pandêmica declarada pela OMS, em março de 2020 (Chan et al., 2020; Chew et al., 2020; Spoorthy, Pratapa, & Mahant, 2020; Yuki et al., 2020). Verificou-se que, os artigos encontrados, em sua maioria, caracterizaram-se como estudos empíricos (n= 7, 63,6%) e 36,4% dos estudos (n= 4) foram revisões da literatura.

No que diz respeito às características dos participantes, percebeu-se na Tabela 1, que a maioria dos estudos (n=7, 63,6%) utilizaram tanto participantes femininos quanto masculinos, sendo que o restante dos estudos são revisões literárias (n= 4, 36,4%). Houve predomínio de participantes profissionais médicos (n=6, 54,5%), seguidos de enfermeiros (n =5, 45,4%), técnicos de enfermagem (n=3, 27,2%) e farmacêuticos (n=3, 27,2%). Os demais profissionais analisados foram: pessoal logístico (n=2, 18,1%), assistentes sociais (n=2, 18,1%), técnicos em radiologia (n =1, 9,1%), paramédicos (n=1, 9,1%) e dentistas (n=1, 9,1%).

Ainda na Tabela 1, com relação ao local de trabalho avaliado, houve o predomínio dos hospitais (n= 6, 54,5%), seguido pelas unidades básicas de saúde (n= 3, 27,2%), farmácias (n= 3, 27,2%) e unidades de terapia intensiva com 9,1 % (n= 1). Cerca de 36,4 % dos estudos ocorreram na China (n= 4), com participação também de Israel (n= 1, 9,1%), Oriente Médio (n= 1, 9,1%), Espanha (n= 1, 9,1%), e Filipinas (n= 1, 9,1%).

Esses dados foram de encontro ao estudo de Lai et al. (2020) sobre resiliência, que destaca que os trabalhadores que lidam com o diagnóstico, tratamento e atendimento ao paciente com coronavírus, e que estão na linha de frente no cuidado direto desses pacientes, como os médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, são os mais vulneráveis a desenvolver sofrimento psíquico e outros sintomas referentes a saúde mental. Ademais, Lu et al. (2020), ao compararem equipes médicas e administrativas, relataram que os médicos têm cerca de duas vezes mais probabilidade de ter níveis elevados de medo, ansiedade e depressão.

Sendo assim, outro fator de destaque é que a localização e o departamento de trabalho são variáveis e podem afetar a forma como isso acontece. Os profissionais de saúde que trabalham em hospitais, que possuem um maior contato de pacientes suspeitos e confirmados, associado a longa jornada de trabalho, apresentam maior chance de desenvolver sintomas psicológicos adversos, como já ocorreu em pandemias passadas (Ho, Chee, & Ho, 2020).

Na Tabela 2, apresentaram-se os instrumentos utilizados durante a realização das pesquisas, sendo a Escala Chinesa de Resiliência Connor Davidson, o método mais empregado (45,5%, n=5). Apareceram, na sequência, os questionários sociodemográficos com 36,4%, (n=4). Em seguida, a Escala de Classificação de Apoio Social (SSRS) aparece em 18,1% das pesquisas (n=2), assim como a Brief Resilience Scale (BRS) (18%%, n=2), e o Questionário de Suporte Organizacional Percebido (POS) (18%%, n=2). Os outros instrumentos utilizados como The Chinese Perceived Stress Scale, a Escala de Senso de Coerência do Trabalho, Patient-Reported Outcomes Measurement Information System (PROMIS), o inventário PRSF, Escala de Vulnerabilidade Percebida a Doença, The Impact of Event Scale-Revised (IES-R), Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS), Maslach Burnout Inventory-MBI-HSS, Symptom Checklist 90 (SCL-90), COVID-19 Anxiety Scale, apareceram apenas uma vez cada, proporcionalmente com 9,1 %.

Com relação aos objetivos dos artigos, na Tabela 3, chamou a atenção o fato de que 81,8% (n= 9) dedicaram-se a investigar fatores psicológicos/sociais (estresse, ansiedade, transtornos psiquiátricos e suporte social) associados com a resiliência, seguidos de estudos que levantaram estratégias para minimizar o impacto psicológico (9,1%, n=1) e da avaliação da influência da resiliência organizacional no bem-estar dos funcionários (9,1%, n=1). Barzilay et al. (2020) ressaltam a importância da resiliência como fator protetor contra fatores estressores. Ademais, contribui para a redução dos níveis de ansiedade e depressão em profissionais de saúde e não profissionais, além de auxiliar como fator moderador no enfrentamento de preocupações referentes à COVID-19.

Assim, de acordo com a Tabela 3, em relação aos resultados obtidos dos estudos consultados, a análise dessa categoria evidenciou a necessidade de se desenvolver estratégias de cuidado para os trabalhadores de saúde (36,4%, n= 4), redução da adaptabilidade em profissionais inexperientes e jovens (18,1%, n= 2), sintomas psiquiátricos em profissionais de saúde (18,1%, n= 2), correlação negativa entre resiliência e estresse/ansiedade (18,1%, n= 2), e influência da resiliência organizacional para a segurança dos profissionais e pacientes (9,1%, n=1).

Sousa e Araújo (2015) salientam, ainda, a importância de se atentar ao adoecimento físico e mental de profissionais de saúde, haja vista que muitos cuidadores não conseguem exercer suas atividades laborais, devido a doenças ligadas ao trabalho. As autoras reforçam, ainda, a urgência de as instituições enfatizarem fatores de proteção à saúde, visando o bem-estar dos trabalhadores.

Os fatores de risco para o adoecimento psíquico de profissionais de saúde, listados nos estudos, estão descritos na Tabela 4. Observou-se que o principal fator descrito, 72,7 %, n= 8, refere-se à exposição a grandes estressores no trabalho, seguido de acúmulo de emoções negativas (n= 5, 45,4%), preocupação com o adoecimento familiar (n= 5, 45,4%), equipe médica com menor resiliência (n= 4, 36,4%), ser do sexo feminino (n= 4, 36,4%), possuir um maior nível de exposição ao COVID 19 (n= 4, 36,4%), ter ansiedade (n= 4, 36,4%), possuir menos anos de experiência profissional (n= 3, 27,2%), ter depressão (n= 3, 27,2%), possuir estresse pós traumático (n= 2, 18,1%), e ter um alta carga de trabalho (n= 2, 18,1%).

Observou-se na Tabela 4, que a exposição a grandes estressores apresenta um índice considerável, no que se refere aos fatores de risco para a saúde mental. O estresse envolve o aumento da ativação psicológica e física exigida pelo eixo hipotálamo-pituitária-adrenal ativado, que é incompatível com o sono normal (Zhang, 2020). Os distúrbios do sono causados pela interação entre estresse, ansiedade e dor causados pela equipe que trabalha no surto de COVID-19, podem causar um aumento contínuo no eixo, perpetuando assim o ciclo de estresse e insônia. Com isso, os profissionais de saúde são mais suscetíveis aos efeitos negativos do estresse ocupacional, ou seja, menos resilientes, podendo sofrer distúrbios biológicos ou comportamentais.

Um estudo realizado na China, apontou como um fato importante, a preocupação da equipe médica, com relação à transmissão da doença, por temer ser portadora assintomática e potencial propagadora do COVID-19 aos seus familiares, principalmente idosos, ou até aos membros da própria equipe (Cai et al., 2020a). Com isso, foi possível observar que a alta taxa de mortalidade por infecção COVID-19 e a incerteza quanto à segurança de si e de seus familiares, têm causado ansiedade na maioria dos membros da equipe médica (Cai et al., 2020a; Sun et al., 2020; Pappa et al., 2020). Vale destacar também que o medo de contrair o vírus e infectar familiares dificulta o contato com redes de apoio, que é prejudicial à saúde mental. (Sasangohar et al., 2020).

Os resultados apresentados, na Tabela 4, reiteraram as características amostrais dos estudos, em que há um número considerável de participantes que são enfermeiros e técnicos de enfermagem, dentre os quais ressalta-se o predomínio de mulheres. Esse dado está relacionado a questões históricas e culturais, nas quais mulheres lidam com atividades laborais em seu dia a dia, atendem às demandas dos filhos, companheiros e da casa, o que favorece o surgimento de alterações psíquicas, como o estresse e ansiedade (Leão, 2018; Sena, Lemes, Nascimento, & Rocha, 2015). Esse fato foi observado em estudo desenvolvido em Wuhan, China, epicentro da doença COVID-19, no qual observaram-se graus mais severos de ansiedade e demais sintomas relacionados à saúde mental de mulheres enfermeiras, que atuavam no combate à pandemia em unidades hospitalares (Lai et al., 2020).

No entanto, fatores de proteção reduziram seu impacto, como por exemplo a sensibilidade emocional e a empatia (Sousa, & Araujo, 2015). Em relação aos fatores protetivos associados à resiliência e à saúde, conforme a Tabela 5, o apoio familiar, social e de supervisores e colegas de trabalho, entram como os mais citados com 63,6% cada (n= 7), proporcionalmente. Deve-se levar em consideração também a organização do trabalho (n= 6, 54,5%), o treinamento/ experiência profissional (n= 6, 54,5%), a confiança/ altruísmo (n= 5, 45,4%), a disponibilidade de equipamentos de proteção individual (n= 5, 45,4%), o bem-estar no trabalho (n= 5, 45,4%), o otimismo (n= 3, 27,2%), o autocuidado (higiene do sono, atividade física) (n= 3, 27,2%) e a capacidade de tenacidade / força (n= 2, 18,1%).

 

 

Observa-se que os dados apresentados na Tabela 5, foram de encontro a fatos já analisados. Por exemplo, em situações desfavoráveis da vida humana, o impacto negativo inicial é natural, mas no momento seguinte, essa situação pode ser vista como uma oportunidade de crescimento e amadurecimento em profissionais resilientes. O trabalho em equipe eficiente e justo trará inúmeros resultados, incluindo relacionamentos interpessoais agradáveis, habilidades e cooperação coletiva, fornecendo assim um bem-estar profissional. Essa situação oferece grande potencial e capacidade para o apoio de supervisores e colegas de trabalho, que compartilharão da experiência em conjunto (Correio, Vargas, Carmagnani, Ferreira, & Luz, 2016).

Chew et al. (2020) evidenciaram como o treinamento e a preparação da equipe podem afetar o impacto psicológico dos profissionais de saúde e contribuir para equipes de saúde mais resilientes. Ademais, uma compreensão positiva, com confiança e altruísmo, das medidas para prevenir e conter a proliferação de COVID-19, tem impacto positivo nas respostas psicológicas (Wang et al., 2020). Vale ressaltar, ainda, que o apoio social e familiar, como elemento de proteção, pode auxiliar o indivíduo a lidar com situações estressantes de forma mais eficaz. Portanto, a importância do uso de outros dispositivos não presenciais foi enfatizada, a fim de se conectar uns aos outros por meio de chamadas telefônicas e de vídeo e fortalecer esse apoio (WHO, 2020b).

A adoção de medidas eficazes de biossegurança, o fornecimento de tecnologia e gestão de assistência adequada, também podem promover a melhoria da saúde física e mental (Moraes, Sanchez, Valente, Souza, Nassar, 2020). De acordo com o Ministério da Saúde - MS (2020), os trabalhadores têm direito a um ambiente de trabalho seguro, a medidas de proteção compatíveis com sua rotina e atividades especiais, como as decorrentes da prestação de serviços para o COVID-19. Portanto, é essencial fornecer os Equipamentos de Proteção Individual - EPI´s.

Os EPI's, descartáveis ou não, deverão estar à disposição em número suficiente nos postos de trabalho, de forma que seja garantido o imediato fornecimento ou reposição" (Brasil, 2005, p. 3). Além dessas medidas, enfatiza-se, também, a necessidade de organização do trabalho, desenvolvendo políticas voltadas para o atendimento de profissionais, que percorrem longas e difíceis jornadas. Torna-se fulcral estabelecer uma escala de plantão coerente para o trabalho dos profissionais de saúde, permitir o descanso e atender às necessidades fisiológicas como alimentação, sono, utilização do banheiro, além de classificar os profissionais mais suscetíveis a infecções e atividades com risco de contaminação (Gallasch, Cunha, Pereira, & Silva Júnior, 2020).

Observando as medidas preventivas expostas na Tabela 6, percebeu-se que a maioria das ações citadas nos estudos, 72,7% (n= 8) referem-se à necessidade de treinamento de resiliência com a equipe médica. Hirschle e Gondim (2020) salientam que é preciso compreender o processo e a dinâmica da felicidade, além da organização do trabalho. Assim, alguns recursos pessoais também devem ser integrados, como: a resiliência, autoeficácia, habilidades emocionais, estratégias de regulação emocional e distanciamento psicológico.

Diálogos individuais de trabalho-vida e fatores de nível coletivo fortalecem o fator resiliência. Assim, ajustes psicológicos e de vida, como por exemplo: não pensar no estresse vivido, controlar a respiração em momentos desfavoráveis da prática profissional, sentir-se abertamente quando necessário, estabelecer meios altruístas na busca de apoio entre os membros da equipe e compartilhar experiências em momentos desfavoráveis para estimular a vida, podem prevenir a exposição aos fatores de risco associados à saúde mental (Sun et al., 2020).

 

Considerações Finais

Este estudo realizou uma revisão da literatura com o intuito de apresentar um panorama geral sobre os estudos desenvolvidos, acerca do processo de resiliência dos profissionais de saúde diante da pandemia COVID-19. Sendo assim, foram analisados e categorizados os aspectos formais e de conteúdo dos estudos encontrados. Na realização deste trabalho foi possível perceber a importância da promoção e prevenção do adoecimento mental dos profissionais de saúde, a fim de torná-los mais resilientes, promovendo melhor qualidade de vida em um contexto-geral. Assim, promover o caráter de enfrentamento e construção positiva frente à adversidade, e desse modo, ser resiliente, é um aspecto fundamental para a psicoterapia e um indicativo de vida saudável.

Abordar a temática sobre essa pandemia, resulta em benefícios não apenas para os profissionais de saúde, mas também para a sociedade em geral, uma vez que essa questão está intimamente relacionada à saúde pública. Os estudos foram de extrema importância, visto que as características que abordam a nova pandemia COVID-19, ainda não foram bem desenvolvidas, por se tratar de um tema atual e desse modo, pouco estudado. Além disso, tendo em vista o aumento do adoecimento mental profissional, torna-se necessário que atuações multifocais sejam realizadas com mais frequência e pontuais, trabalhando os aspectos de promoção e prevenção, aqui abordados, para amenizar os fatores de risco modificáveis para a temática abordada.

 

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Adriana Oliveira Bringel Maia - Acadêmica de Medicina.
Armante Campos Guimarães Neto - Mestre em Psicologia

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