EDITORIAL

Editorial

É com muita alegria que anuncio o segundo número do volume 25 da Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar. Os leitores e leitoras têm em mãos uma coletânea de artigos que trazem contribuições importantes para a psicologia hospitalar, uma área que cada vez mais se firma como um campo de atuação e também como um terreno fértil para pesquisa e produção de conhecimento.

Os artigos desta edição encontram-se divididos em três partes: Pandemia: o cuidado e seus efeitos; Intervenções psicológicas em cuidados paliativos e, por fim, Aborto legal, prematuridade e adoecimento na infância.

Na primeira parte deste número, autoras e autores debruçaram-se sobre a importância do cuidado, bem como sobre seus efeitos no contexto da pandemia da COVID-19, considerando que a vivência de um acontecimento sem precedentes convocou os psicólogos e as psicólogas hospitalares a desenvolverem dispositivos clínicos para abordar o sofrimento não apenas dos pacientes, como também de seus familiares e da própria equipe de saúde.

Em seguida, temos os artigos que versam sobre as possibilidades e limites da intervenção psicológica nos cuidados paliativos, levando em consideração a especificidade desse campo de atuação, a saber, quando o corpo não é mais passível de autodefesa e passa a necessitar constantemente do auxílio do outro, encarnado aqui nas medicações, nos profissionais de saúde e na própria hospitalização. Nesse contexto, os autores propuseram intervenções possíveis que vão desde o uso de recursos de videochamadas, passando pela abordagem do sofrimento de pais de crianças e adolescentes em cuidados paliativos, chegando à necessidade da atenção ao sofrimento da equipe de saúde.

Na última parte desta edição, apresentamos artigos com valiosas reflexões sobre o quão fundamental é a presença do psicólogo e da psicóloga hospitalar em situações de adoecimento e de necessidade de procedimentos cirúrgicos na infância, bem como tratam da importância de se considerar as especificidades da clínica do infantil quando a prematuridade da criança tem efeitos na construção da parentalidade. Encerramos essa terceira e última parte com um artigo de extrema relevância sobre a decisão de interrupção legal de uma gravidez fruto de abuso sexual e as repercussões psíquicas e sociais que devem ser consideradas para que se possa estabelecer uma ética do cuidado.

Finalmente, leitoras e leitores mais atentos devem ter percebido que este número de nosso periódico está sendo publicado com pouco mais de um mês de atraso. Além disso, desde o primeiro trimestre de 2022 suspendemos a submissão de novos manuscritos. Por isso, nós, da equipe editorial, desculpamo-nos tanto com as associadas e associados da SBPH, bem como com autoras e autores que nos confiam seus manuscritos e sempre valorizaram a seriedade e a transparência do nosso processo editorial.

Cabe ressaltar que, desde o fim do ano passado, a Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar está passando por um processo de atualização e aprimoramento da sua política editorial. A publicação agora conta com um site próprio para submissão de manuscritos: https://revistasbph.emnuvens.com.br/revista/index e, a partir do volume 26, irá adotar o sistema de publicação contínua de artigos, dando mais celeridade à divulgação dos trabalhos.

Todas essas mudanças, evidentemente, estão sendo implementadas com a maior rapidez possível e sempre com base no estado da arte da comunicação científica internacional e no respeito e adesão aos mais altos padrões éticos e editoriais. A previsão é de que em meados de março todo esse processo esteja finalizado e a submissão de manuscritos restabelecida. Desde já agradecemos a compreensão de toda a comunidade acadêmica pelos eventuais atrasos na publicação de trabalhos e na tramitação de manuscritos.

Dessa forma, termino esse editorial sublinhando que a Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar é fruto da dedicação, do trabalho e do entusiasmo de nossas comissões executiva e editorial, bem como de nossos pareceristas. Assim, em nome de todos, faço votos para que os artigos desta edição contribuam de forma significativa para a psicologia hospitalar e para a comunidade acadêmica como um todo.

Cordialmente,

Marcus Vinícius Rezende Fagundes Netto

Editor-Chefe da Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar