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Psicologia: teoria e prática

versão impressa ISSN 1516-3687

Psicol. teor. prat. vol.12 no.1 São Paulo  2010

 

ARTIGO ORIGINAL

 

O trabalho das profissionais do sexo em diferentes lócus de prostituição da cidade

 

The sex worker's work in the streets and bars of the city

 

El trabajo de las profesionales del sexo en diferentes lócus de prostitución de la ciudad

 

 

Edil Ferreira da Silva; Daysse Beserra Costa; José Ulisses do Nascimento

Universidade Estadual da Paraíba

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Este artigo objetiva apresentar as diferenças e as singularidades das situações de trabalho das profissionais do sexo (PS), na feira central e nos bares da cidade de Campina Grande-PB. Para isso, empregaram-se técnicas de entrevistas coletivas, observação geral e sistemática do trabalho. Participaram 23 PS do gênero feminino. Os resultados mostram que a feira central é um lócus de labuta e de residência para muitas dessas mulheres, inclusive com filhos. A atividade mostrou-se paradoxal. A profissão propicia prazeres e o sustento, porém existe a prática da violência contra as PS. A bebida é evidenciada como um facilitador para a realização da atividade. Os quartos onde realizam o programa são insalubres, com diversos fatores de riscos. O uso do preservativo é negligenciado em diversas situações, o que potencializa o risco de contrair DST/Aids. Com esse trabalho, as PS conseguem sobrevivência e satisfação de necessidades materiais, mas demonstram sofrimento, configurado por angústia e desprezo por certas práticas da profissão.

Palavras-chave: Condições de trabalho, Saúde do trabalhador, Profissionais do sexo, Trabalho, Sofrimento.


ABSTRACT

This article shows the differences and singularities of the sex workers's (SW) situations in the central fair and in the bars of the city Campina Grande-PB. It was used collective interviews techniques, general observation and work systematization. 23 feminine SW took part in the research. The results show that the central fair is the labor place and home to many SW, some of them with children. The activity showed paradoxical in itself. The profession propitiates pleasure and support, however, there is violence practice against the SW. The drinks are pointed as facilitators to the activity. The rooms where are made the programs are insalubrious with several factors of risk. The use of the preservatives is forgotten in several situations, what potentiates the risk of contracting STDs/Aids. Through this work, the SW gets survival and satisfaction of the material needs, but they demonstrate a certain kind of suffering configured by anguish and contempt because of certain profession practices.

Keywords: Work conditions, Worker's health, Sex workers, Work, Suffering.


RESUMEN

Este artículo tiene como objetivo presentar las diferencias y peculiaridades de la situación de trabajo de las profesionales del sexo (PS), del mercado central y de los bares de la ciudad de Campina Grande-PB. Para ello, se utilizaron técnicas de entrevistas colectivas, observación general y sistemática del trabajo. Participaron 23 PS del género femenino. Los resultados muestran que el mercado central es un lugar de trabajo y de residencia para muchas de las mujeres inclusive sus hijos. La actividad es paradoxal. La profesión propicia placeres y sustento para ellas, aunque sufran violencia de género. La realización de la actividad es amenizada por el consumo de alcohol. Las habitaciones donde se realiza el trabajo son insalubres y presentan diversos riesgos. El uso del preservativo es en muchas ocasiones ignorado, hecho que potencializa el riesgo de contraer ETS/SIDA. Con este trabajo, las PS consiguen subsistir y satisfacer sus necesidades materiales, pero a la vez manifiestan sufrimiento, expresado por la angustia y desprecio de algunas de las prácticas de la profesión.

Palabras clave: Condiciones de trabajo, Salud del trabajador, Profesionales del sexo, Trabajo, Sufrimiento.


 

 

Introdução

Neste estudo, compreende-se o trabalho como uma ação humana sobre a natureza, que muda sua morfologia e constrói a identidade do sujeito, realizado histórica e socialmente. Nesse sentido, o trabalho de natureza sexual deve ser entendido como uma prática laboral, caracterizada por significados sociais, históricos e culturais construídos sobre influências da época e do local em que é praticado. A definição de trabalho sexual, como um comércio popularmente conhecido como prostituição, refere-se à prática de comercializar serviços de natureza sexual, como prazer, fantasias, sexo, carícias etc. É exercido mediante negociação direta com o cliente sobre os serviços a serem prestados, e os preços variam de acordo com a performance do profissional.

Conforme escrevem Maia, Chacham e Lopes (2002), não se trata de venda do corpo. Os profissionais do sexo atuam no imaginário de homens e de mulheres por meio da oferta de prazeres e práticas sexuais diferenciadas, especiais e incomuns. O trabalho de profissionais do sexo já tem um conjunto de prescrições e normas para o seu exercício (BRASIL, 2002; TEIXEIRA RODRIGUES, 2009). Entretanto, a iniciativa de alguns parlamentares na busca de mudar o estatuto legal da prostituição não logrou ainda êxito (TEIXEIRA RODRIGUES, 2009).

No que concerne à relação trabalho e saúde, diversos podem ser os aspectos inerentes ao cotidiano de trabalho dos profissionais do sexo, que podem influenciar na sua saúde física e mental. Segundo Maia, Chacham e Lopes (2002), no cotidiano dos profissionais do sexo estão presentes aspectos como violência e agressão física por parte dos clientes, conflito com a polícia, ocultação da profissão de familiares e amigos, além do conflito moral com a prática do sexo comercial. Todos esses fatores podem ser fontes potenciais de estresse e de depressão. Outros fatores, como sobrecarga de trabalho, inconstância de horário e local, condições de trabalho precárias, não reconhecimento e discriminação social, são elementos que podem representar perigos ao corpo e desencadear sofrimento e desgaste mental nos indivíduos (DEJOURS, 1992).

Todos esses elementos podem estar presentes na atividade de trabalho dos profissionais do sexo, como está previsto na descrição da Classificação Brasileira de Ocupação (CBO) (BRASIL, 2002).

Segundo a Organização Tornou-se, então, pertinente compreender essa atividade a partir de seus aspectos gerais e singularidade na cidade de Campina Grande-PB. Para Maia, Chacham e Lopes (2002), desconsiderar as especificidades e os aspectos envolvidos na prática do sexo comercial é uma forma dissimulada de a sociedade punir os profissionais do sexo. Essa categoria tem tomado uma visibilidade muito grande, principalmente no que concerne à defesa dos seus direitos. Atualmente, há aproximadamente 26 associações de apoio aos profissionais do sexo, formadas em diferentes estados e cidades do Brasil, que giram em torno de um aspecto comum: a reivindicação de direitos e deveres dos profissionais da prostituição.

Na cidade de Campina Grande-PB, funciona a ONG Centro Informativo de Prevenção, Mobilização e Aconselhamento dos profissionais do sexo (Cipmac) que, desde 1989, atua realizando trabalhos educativos de prevenção.

Este artigo tem como objetivo geral apresentar as diferenças e as singularidades das situações de trabalho das profissionais do sexo na feira central e nos bares da cidade de Campina Grande-PB. Os objetivos específicos são: descrever as formas de atividade da profissão, assim como as condições de trabalho, os fatores de risco à saúde e os fatores de proteção; descrever os lugares, as formas de negociações e de enfrentamentos com os clientes; identificar os lócus de prostituição da cidade e as ações empreendidas pelas mulheres para enfrentar as variabilidades e infidelidades do meio, presentes na feira central e nos bares.

 

Método

Os participantes da pesquisa foram 23 profissionais do sexo do gênero feminino, que trabalham nos principais pontos da feira central e em dois bares que funcionam em diferentes bairros da cidade de Campina Grande-PB. A fim de garantir o anonimato das entrevistadas, elas foram identificadas por nomes fictícios e pelo seu local de trabalho. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética sob o Processo no 0338.0.133.000-08.

Trata-se de um estudo qualitativo que utilizou como instrumentos de coleta de dados entrevistas, grupos de discussão e observação dos locais de trabalho profissional das participantes.

Foram realizadas duas entrevistas e três discussões de grupo que ocorreram nos locais de trabalho das profissionais do sexo. Por ser uma população de difícil acesso, em razão do nomadismo e do receio em participar de pesquisas, não foi possível realizar entrevistas coletivas em todos os locais visitados.

Os procedimentos de coleta de dados foram executados da seguinte maneira: visitaram-se os lócus de atuação profissional das participantes, a saber, vinte cabarés (dez na parte central, feira central e rodoviária velha; seis em bairros da cidade; quatro no centro comercial). Os locais onde as participantes exerciam a profissão foram observados com a finalidade de registrar as condições físicas, tipo de estabelecimentos, materiais utilizados etc.

Os procedimentos de análise de dados utilizados incluíram análise de conteúdo de acordo com Bardin (2002). O método prevê realizar operações de separação do texto em unidades, ou seja, descobrir os diferentes núcleos de sentido que constituem a comunicação, e, em seguida, fazer o seu reagrupamento em classes ou categorias. Procedeu-se à transcrição de todas as entrevistas. Em seguida, foi construído um quadro de categorias. As falas foram agrupadas no quadro em cada coluna que continha determinada categoria e, depois, discutidas.

As categorias elencadas foram: facetas dos ambientes de trabalho das profissionais do sexo, análise da atividade, condições de trabalho e presença do risco de contrair doenças.

 

Resultados e discussão

Caracterização das participantes

As profissionais do sexo da feira central que participaram da pesquisa tinham em média 33,5 anos de idade. Nos bares, a idade média foi de 27 anos. Todas as pesquisadas da feira central (19) declararam-se solteiras. Nos bares, duas afirmaram que são solteiras, e duas, separadas. Na feira, foi possível observar uma média de quase três filhos para cada profissional do sexo; já nos bares, essa média cai para quase dois. Onze participantes declararam ser analfabetas, e as oito restantes cursaram apenas os primeiros anos do ensino fundamental. Nos bares, as quatro entrevistadas cursaram o segundo grau completo. Esses dados se assemelham aos observados por Passos e Figueiredo (2004), que afirmam que a reduzida escolaridade da maioria das PS participantes de sua pesquisa pode ser resultado das dificuldades de acesso à escola e ao abandono precoce dos estudos.

Os resultados mostraram que, na feira central, o tempo de profissão dessas mulheres variou de cinco meses a 44 anos, com média de aproximadamente dez anos e oito meses para cada profissional do sexo. Quanto às entrevistadas que trabalhavam nos bares, observou-se variação de quatro meses a dez anos, com média de três a cinco meses de profissão para cada uma delas. Esses dados demonstram uma longa permanência das profissionais do sexo na atividade, o que corrobora os dados da pesquisa realizada por Aquino et al. (2008, p. 431), que afirmam que "essa profissão não é apenas um momento na vida dessas mulheres".

As facetas dos ambientes de trabalho das profissionais do sexo

Na cidade de Campina Grande-PB, o mapa da prostituição compreende, praticamente, todas as regiões dessa cidade. No Cipmac de Campina Grande, estão registrados 1.714 profissionais do sexo. Desse total, 1.463 (85%) são do sexo feminino. Cabe destacar a característica de nomadismo dessas pessoas que, numa mesma semana, podem ser encontradas em variados pontos ou mesmo em outra cidade. Como desenvolvem um serviço que depende da clientela, estão sempre onde existe mais procura.

Um tipo de estabelecimento em que as profissionais vendem seus serviços são os bordéis. Cada bordel tem características estruturais e normas próprias para seu funcionamento. Os que se situam em ruas com predominância residencial são mantidos em discrição, razão por que funcionam no interior do imóvel, com portas fechadas, por vezes, nos fundos e com redução do volume do áudio. Para evitar transtornos com a vizinhança, por causa do fluxo de pessoas que se estende pela noite e pela própria prática do sexo comercial, são tomadas medidas preventivas. Existem, também, os bordéis que ficam próximos a postos de combustíveis. A maioria dos seus clientes é composta de viajantes e caminhoneiros. Geralmente, ficam em rodovias bem movimentadas e que passam pelo meio urbano. Outro tipo de local de prostituição são os bares. Geralmente localizados em zonas comerciais, são abertos, porém sem o mesmo cuidado com a discrição, e têm a exposição das profissionais do sexo como estratégia para atrair clientes. Nesses, os usuários são geralmente de outros bairros da cidade e/ou de outras cidades. Existe ainda o tipo de prostituição que é exercida, pelo menos sua fase de sedução e de acerto do programa, em via pública. No centro de Campina Grande, a prostituição é condensada em algumas localidades: a feira central, o terminal rodoviário e algumas ruas. Quando acertados, os programas são realizados em quartos existentes nessas imediações, que ficam localizados em casas, bares ou locais de jogos (sinuca, por exemplo). A pesquisa constatou que o exercício da prostituição na feira central é grande. Há predominância feminina e diversos cabarés para atender a toda a demanda de usuários.

Nesse mesmo ambiente, estão instalados bares que funcionam também como bordéis. Alguns deles são mais bem estruturados, principalmente os que se localizam nas imediações da feira. Suas estruturas físicas, apesar de não serem luxuosas, são confortáveis, e os quartos onde são realizados os programas são comumente higienizados. As profissionais do sexo que trabalham nesses locais devem estar maquiadas, perfumadas e vestidas com trajes que valorizem o corpo. Elas têm as melhores condições da feira para trabalhar: higiene, segurança e melhores clientes. Essas são as razões pelas quais os programas desses estabelecimentos são os mais "caros": variam de trinta a sessenta reais. No entanto, esses bordéis não espelham toda a realidade da feira central. Nos bordéis que se localizam no interior da feira, há um sério quadro de pauperização, e o comércio sexual é a principal fonte de renda para centenas de pessoas. Para muitas profissionais do sexo, a feira central é o único local da cidade conhecido. Elas já nasceram nesse ambiente, de mães prostitutas, e permanecem como tais. Essas mulheres estão, geralmente, maltrapilhas, sujas, por vezes descalças, com algumas exceções. Muitas se apresentam sob o efeito de álcool, outras, quando falta o alimento, satisfazem suas necessidades básicas com drogas. As condições de higiene dos quartos onde realizam os programas são muito precárias. O valor do programa, quase sempre, não passa de dez reais, chegando a ser negociado por um prato de comida, uma dose de bebida, três, quatro ou cinco reais.

Análise da atividade

Desde 2002, a atividade de profissionais do sexo está registrada na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), no grande grupo de "prestadores de serviços". Segundo a CBO, as profissionais do sexo trabalham por conta própria, podendo atuar em locais públicos e privados, atendendo e acompanhando clientes homens e mulheres, de orientações sexuais diversas (BRASIL, 2002). Para Teixeira Rodrigues (2009, p. 70), "o novo CBO traduz o reconhecimento por parte do MTE da 'profissional do sexo' como uma trabalhadora e inovou ante o modelo tradicionalmente adotado no país para o enfrentamento da questão da prostituição". Embora a CBO faça uma prescrição das habilidades e competências pessoais para o exercício dessa profissão, a realidade é bem diferente.

O cotidiano das PS da feira central é marcado pela busca de clientes, para a realização do programa como um meio de sobrevivência. Fazem uso de bebidas alcoólicas como uma forma de passar o tempo e de estimular a libido, uma vez que, quando começam a beber, sentem-se mais desinibidas para chegar até o cliente e suportar o desempenho da atividade. Entre as que trabalham nos bares, também é comum o consumo de bebidas como uma ferramenta para a realização da atividade de trabalho. Isso corrobora os estudos desenvolvidos por Esposito e Kahhale (2006) e Passos e Figueiredo (2004), que afirmam existir contradições vividas acerca do trabalho, sendo este fonte de sofrimento e prazer. Ao mesmo tempo que a atividade é vivida a ponto de necessitar da elaboração de algumas estratégias para poder ser tolerada, ela também propicia prazeres que são difíceis de ser verbalizados, como expressa esta fala:

Eu bebo mais assim, porque beber me dá mais euforia, eu me sinto mais solta [...]. Eu bebendo eu fico assim de chegar numa mesa, conversar com o cara, chamar ele pra sair, tá entendendo? Agora eu sem beber...(Katarina - bar).

Na feira central, as PS usam estratégias específicas para conquistar o cliente e conseguir o programa. A situação de carência econômica das mulheres que fazem programa nesse local torna a labuta delas um meio de subsistência. Esses dados se assemelham aos resultados da pesquisa realizada por Molina e Kodato (2005) com prostitutas da cidade de Ribeirão Preto-SP, que afirmam que a prostituição seria uma forma de conseguir sobreviver por meio de seu próprio corpo ou de um pedaço do corpo.

Primeiro eu peço pra ele pagar um cafezinho, mas só que ele não quer pagar, aí eu peço um real pra comer um cuscuzinho (Daniele - feira central).

Segundo Russo (2007), as prostitutas têm seu corpo e dele se utilizam como objeto de troca. Elas trocam o prazer que podem proporcionar por algo capaz de garantir, mesmo que minimamente, a manutenção de suas necessidades diárias.

Faz parte da atividade a negociação do valor do programa. Geralmente, isso é feito antes ou depois da consumação nos bares. O valor do programa depende da modalidade sexual que se quer praticar. O sexo oral ou anal é mais caro. Entre as profissionais da feira central, essa negociação (custo e modalidade sexual) acontece, muitas vezes, durante o programa. Nesse caso, o risco de o cliente não querer pagar é maior. Já as profissionais do sexo que trabalham em bares negociam e exigem o pagamento adiantado.

O programa também pode ser acertado pelo desejo da PS. No caso de Natália, que trabalha em um bar fechado, ela relata que escolhe com quem quer fazer o programa, pois, para ela, tem que ter algo a mais, algo que parta dela, de seu interesse.

Se eu tiver interessada em alguém também, não sou obrigada a ficar com ninguém que eu não queira, entendeu? Então vamos conversar, se não bater, pra mim não dá. Se ficar, pra mim tem que ser com [camisinha] (Natália - bar).

As PS falam de um modo próprio de conquistar o cliente no exercício de sua atividade. Cada uma tem um modo singular de fazê-lo. Como o programa depende da aceitação do outro, é preciso desenvolver estratégias de sedução para conquistá-lo. O trabalho delas envolve relações de intersubjetividade. Cada uma tem seu jeito particular de fazer seu trabalho.

Eu mesmo, como já sou profissional do sexo, já sei conquistar não é, não preciso nem beber, vamos ali, meu filho... aí eu pego no peitinho, dô um cheirinho, eu chamo, aí ele vai (Daniele - feira central).

Lopes, Rabelo e Pimenta (2007, p. 73) relatam, em sua pesquisa, que as profissionais do sexo usam o corpo como um objeto e acrescentam que o corpo é uma "verdadeira arma de sedução, que lhes propicia alcançar seus objetivos financeiros".

O horário de trabalho dessas profissionais varia, dependendo do local onde exercem a atividade. Aquelas que trabalham na feira central começam a chegar ao seu local de trabalho por volta das 8h30 e passam o dia todo na "batalha", que termina por volta das 17 horas. Quando questionadas sobre se seu horário de trabalho interfere na sua vida de alguma forma, elas relataram que não.

Esse depoimento lembra que a violência é o principal motivo para que as atividades das profissionais do sexo que atuam naquele local se encerrem ainda no horário da tarde. Entretanto, sua carga horária não finda, ela se desloca para outro ponto da cidade. Isso confirma a característica de nomadismo da profissão.

Já as que trabalham nos bares e nos bordéis começam suas atividades por volta das 10 horas e encerram por volta das 21 horas, pois esses pontos estão localizados em áreas residenciais. Logo, o movimento à noite pode incomodar a vizinhança. As PS afirmaram que o horário de trabalho, às vezes, atrapalha quando precisam resolver algum problema pessoal ou familiar. Segundo Oliveira (2008), há uma divisão entre a possibilidade de liberdade e de autonomia na administração dos horários de trabalho e das suas condições físicas, assim como melhores ganhos financeiros. Porém, foi observado que não há liberdade para a administração dos seus horários, tampouco estão relacionados com melhores ganhos financeiros.

Em relação às que trabalham na feira central, o espaço de trabalho é o próprio espaço pessoal de sua vida cotidiana, razão por que não há, por vezes, divisão lógica entre o tempo de trabalho e de sua vida como mulher.

Condições de trabalho das profissionais do sexo

As PS trabalham, geralmente, em lugares que não lhes oferecem condições de trabalho adequadas ao exercício de sua atividade. Dependendo do local onde realizam seu programa, as mulheres enfrentam situações muito precárias de higiene e segurança. Entre os riscos previstos pela CBO, no exercício da profissão, destacam-se a discriminação social, o contágio de doenças sexualmente transmissíveis (DST), maus-tratos, violência de rua e até morte (BRASIL, 2002).

A seguir, apresentam-se os principais aspectos relacionados às condições de trabalho encontradas nos locais de trabalho das PS.

O quartos

Nos prostíbulos da feira central de Campina Grande, há cômodos específicos onde as profissionais do sexo realizam os programas: os quartos, que ficam dentro do próprio bar ou em uma residência cujos cômodos ficam prontos para receber os pagantes. A profissional do sexo já inclui no preço do programa o valor do aluguel do quarto, que depois é repassado para o dono do estabelecimento. Os valores, tanto os pagos à garota quanto aqueles destinados ao aluguel do ambiente, variam conforme a qualidade do serviço prestado e os adicionais solicitados. Os quartos que custam mais caro se apresentam higienizados, com lençóis limpos, camas de casal e colchões confortáveis, além de banheiro com água corrente. No entanto, é raro encontrar um ambiente com essas características nos bordéis da feira central. Os mais comuns ficam em bares afastados da feira. O preço do aluguel de um quarto na feira central varia de dois a três reais. Esse irrisório valor mostra a dimensão da completa insalubridade do quarto para se manter uma relação sexual. Os utensílios e materiais existentes nesses ambientes são: cama, colchão, papel higiênico (em determinada quantidade, não é um rolo que é deixado), um balde (que pode ser uma lata de tinta grande ou uma bacia pequena), uma garrafa pet com água e um preservativo (que é geralmente distribuído pelo Cipmac). São cubículos de até 2 x 2 m², a cama é, por vezes, de cimento (alvenaria), os colchões são antigos, esfarrapados e descobertos, com presença visível de fungos e umidade. A contaminação biológica é flagrante, como mostra esta fala de uma PS da feira central:

Outra vez eu senti um negócio coçando, quando meti a mão era um percevejo (Daniele - feira central).

O estado de higiene dos quartos, onde são feitos os programas, é muito precário, e a limpeza do ambiente, quase inexistente. Não é rara a recusa da utilização do quarto pelo cliente, como atesta esta fala:

Os clientes que a gente chama pra ir pros quartos, que olha eles não gostam, sabe? Às vezes, quando a gente vem chamar, se eles perceber, por que eles não limpam (Luana - feira central).

As profissionais do sexo se queixam de o cliente usar primeiro os materiais de limpeza pessoal, deixando-as sem nada para sua higiene. Em alguns casos, usam uma toalha que, assim como os lençóis, não é substituída com a frequência necessária. Essa é, pois, uma forma de transmissão de doenças diversas.

No bordel afastado da feira, o quarto é higienizado com mais frequência e há banheiro no local, no entanto os lençóis não são trocados depois de cada programa. No quarto, que se localiza dentro do bar, cuja entrada é virada para as mesas, não há isolamento acústico, o que dificulta tanto a discrição quanto a concentração no ato sexual.

A violência dos clientes

Outra situação bastante citada refere-se à violência praticada pelos clientes contra as mulheres. Essa violência se dá de diferentes formas. Conforme levantado com as entrevistadas, destacam-se: o fato de o cliente não querer pagar o combinado - uma situação que elas denominam de xeixo; exigir uma modalidade de sexo não aceita pela profissional (oral e/ou anal); ou violência moral, quando a mulher passa por situações de humilhação. Russo (2007, p. 502) assevera que, além da imposição do estigma e do preconceito, várias práticas discriminatórias fazem parte do seu cotidiano como profissional do sexo, "indo desde a violência simbólica até as agressões físicas". Conforme relatam as entrevistadas, a própria iminência de a violência acontecer causa sofrimento psicológico, como angústia.

O xeixo ocorre devido ao não pagamento do programa, fato muito comum de acontecer tanto com as profissionais do sexo que trabalham em bordéis, na feira central, quanto com as que trabalham em lugares mais afastados e que atendem outros tipos de clientes e que têm o ambiente e os valores diferenciados daqueles. Segundo Russo (2007), na prostituição, a quebra do contrato e o não pagamento pelo programa significam uma desvalorização total da mulher, pois os serviços oferecidos não são nem ao menos reconhecidos como profissionais. Quando o pagamento não é efetuado, também ocorrem situações diferentes em ambas as classes de prostitutas. Portanto, por causa da alta ocorrência da resistência do cliente em pagar pelos serviços às profissionais do sexo, elas passaram a montar estratégias para prevenir e/ou enfrentar os dividendos. As que atendem à classe média geralmente conseguem deixar bem explicitado para o cliente o que fazem e por quanto fazem, e o pagamento deve ser efetuado antes da relação sexual. A prática do xeixo por determinados clientes provoca atos de violência por parte das mulheres que trabalham na feira central, como uma forma de garantir o recebimento do que foi contratado. A estratégia das PS da feira é de se unirem para "lixar" (tipo de surra) o homem que não quer pagar. É um tipo de acordo tácito presente no cotidiano e que tem finalidade tanto de apoio à colega de batalha quanto de obtenção de reciprocidade e uma forma de identificação dos homens que não pagam pelo serviço, para que as demais também não sejam vítimas.

Um exemplo, se acontece deles fazer isso, né?, eles não querer pagar e ela se agarrar com ele, a gente tudo vai, tudo vai em cima ajudar (Ivy - feira central).

[...] é o seguinte, aqui a gente vive batalhando, aí a gente tá esperando o de comer, né?, aí chega o cara, aproveita e goza, aí quando acabou não quer pagar?! Aí tem que apanhar. É o jeito (Maria - feira central).

A coletividade não está tão presente na atividade das profissionais do sexo que trabalham para a classe média. Algumas usam como estratégia de proteção a segurança de terceiros.

[...] houve uma amiga minha que foi para um motel e o cara não quis pagar, aí veio o policial e fez com que ele pagasse o motel e o programa dela. Agora tem muitos que diz: "Devia tá em casa, sua rapariga "fuleira'". E xinga, diz um monte de nome aí é capaz de dar um tapa e manda o cara ir embora (Katarina - bar).

Como se pode perceber nesse depoimento, as mulheres são vitimas da violência dos homens, são exploradas e ainda acusadas de criar aquela situação. Isso configura que a profissional do sexo é sobremaneira discriminada e desrespeitada em seus direitos.

Risco de contrair doenças

A principal fonte do fator de risco de DST e Aids é a recusa dos clientes em utilizar as camisinhas durante toda a relação sexual. As profissionais do sexo somente fazem o programa se o homem aceitar usar a camisinha, porém, durante o ato sexual, ele fica insistindo para retirar o preservativo. Essa atitude coloca em risco a saúde das mulheres e lhes causa sofrimento.

E às vezes eles forçam pra estourar (Eloíza - feira central).

Na pesquisa de Oltramari e Camargo (2004a), realizada em Florianópolis, as profissionais do sexo relacionam a Aids com a prática sexual realizada sem preservativo. Os autores da pesquisa, calcada na representação social, afirmam que

[...] foram especificados dois motivos para essa prática arriscada: a falha do preservativo (seu rompimento) e o descumprimento do acordo estabelecido para o programa por parte de alguns clientes (a retirada do preservativo durante a relação sexual) (OLTRAMARI; CAMARGO, 2004a, p. 321).

Isso corrobora os resultados da pesquisa realizada por Guimarães e Hamann (2005), que afirmam que o uso do preservativo não se constitui como um obstáculo para a prática do sexo seguro, pois toda mulher que batalha deve saber colocar a camisinha em seu cliente. E mesmo que o cliente tente romper o acordo de usar o preservativo durante o programa, as PS podem empregar estratégias para impedir que tais situações sejam recorrentes. Aquino et al. (2008) consideram como um dos principais desafios enfrentados pela profissional do sexo a necessidade de convencer o cliente a usar o preservativo. No estudo de Oltramari e Carmargo (2004b, p. 80), os "clientes são considerados 'pessoas' perigosas e, com relativa frequência, as entrevistadas relacionam essas 'pessoas' a possíveis transmissores das DSTs". No cotidiano desse tipo de trabalho, é preciso zelar ininterruptamente pela prevenção, como mostra a fala de uma profissional do sexo:

Eu ouço muito. Comigo nunca teve não. O problema eu sempre ouço outras pessoas falar que [os clientes] querem fazer sem preservativo. Aí gera DST, e como tá hoje as DSTs, principalmente o HIV não vale a pena arriscar não. Por uma mixaria, não vale a pena se arriscar (Natália - bar).

Isso, no entanto, é uma exceção, pois essa profissional recebe uma pensão e não retira do programa toda a sua renda. Na feira central, onde o trabalho como prostituta é um meio de sobrevivência, fica mais difícil resistir à pressão do cliente para transar sem o preservativo, uma vez que o não uso da camisinha implica, muitas vezes, um adicional aos preços do programa. Essa análise é corroborada pelos dados da pesquisa realizada por Esposito e Kahhale (2006), em que eles afirmam que as práticas sexuais inseguras, muitas vezes, são mais bem remuneradas pelo cliente.

Segundo Guimarães e Hamann (2005), a concorrência e a escassez de clientes fazem que as PS tenham dificuldades em negociar o programa e aceitar práticas inseguras. A atividade da profissional do sexo é paradoxal em relação ao programa, o que lhe causa sofrimento. Por um lado, ela sabe da necessidade do preservativo para sua saúde; por outro, o cliente recusa efetuar o pagamento se usá-la. Oltramari e Carmargo (2004b, p. 80) afirmam que "o 'dinheiro', para essas mulheres, é um fator que pode aumentar o risco de contrair alguma DST em sua atividade".

Outra fonte de risco em relação às DST e à Aids é a ingestão de bebida. Como já foi abordado, as mulheres fazem uso do álcool para ficar mais desinibidas e ir em busca de mais clientes. Entretanto, essa prática contribui com a permissividade do sexo desprevenido, que é uma prática multiplicadora de riscos para a saúde. Esses resultados assemelham-se aos descritos por Libório (2005) e Passos e Figueiredo (2004), em pesquisa realizada em Ribeirão Preto-SP. Oltramari e Camargo (2004a) acrescentam que esse tipo de prática pode diminuir os cuidados relacionados à prevenção das DST/Aids, o que torna as profissionais do sexo mais vulneráveis.

[...] quando eu bebo, eu digo agora é eu, chegue! Pra falar a verdade mesmo, eu só ganho dinheiro quando eu tô bebendo, porque eu fico mais assanhada (Eloíza - feira central).

Oltramari e Camargo (2004b) verificaram que as mulheres evitavam se exceder na bebida com o intuito de não "perderem o controle das suas ações preventivas".

Outra fonte de risco é o fato de a profissional do sexo aceitar ter relações sexuais sem camisinha com parceiro fixo, o que também confirma as observações de Aquino et al. (2008), Passos e Figueiredo (2004), Guimarães e Hamann (2005) e Esposito e Kahhale (2006), que acrescentam que o uso do preservativo tende a caracterizar a relação comercial, e o não uso conserva o valor simbólico da afetividade. Segundo Oltramari e Camargo (2004a, 2004b), as estratégias de prevenção utilizadas pelas PS são diferenciadas de acordo com a natureza do vínculo com o parceiro sexual. Quando há algo considerado íntimo ou amoroso, o não uso do preservativo é visto como símbolo de fidelidade, enquanto a camisinha denota desconfiança. O fato de ter relações sexuais com diversos parceiros cujas histórias sexuais são desconhecidas já torna as profissionais do sexo sujeitas à aquisição de DST (AQUINO et al., 2008).

Outra fonte de risco é o fato de a profissional do sexo aceitar ter relações sexuais sem camisinha com parceiro fixo, o que também confirma as observações de Aquino et al. (2008), Passos e Figueiredo (2004), Guimarães e Hamann (2005) e Esposito e Kahhale (2006), que acrescentam que o uso do preservativo tende a caracterizar a relação comercial, e o não uso conserva o valor simbólico da afetividade. Segundo Oltramari e Camargo (2004a, 2004b), as estratégias de prevenção utilizadas pelas PS são diferenciadas de acordo com a natureza do vínculo com o parceiro sexual. Quando há algo considerado íntimo ou amoroso, o não uso do preservativo é visto como símbolo de fidelidade, enquanto a camisinha denota desconfiança. O fato de ter relações sexuais com diversos parceiros cujas histórias sexuais são desconhecidas já torna as profissionais do sexo sujeitas à aquisição de DST (AQUINO et al., 2008).

A assistência à saúde que as profissionais do sexo pesquisadas recebem está relacionada à prevenção por meio do trabalho educativo feito pelo Cipmac, que distribui preservativos femininos e masculinos, e realiza eventos e palestras gratuitas. Apesar dos esforços dessa ONG, a demanda ainda supera a oferta. O acesso aos serviços públicos de saúde ocorre por meio das unidades básicas de saúde existentes nos bairros de Campina Grande. Algumas não costumam informar que são profissionais do sexo, mas dizem que têm vários namorados. Outras costumam dizer qual é a sua profissão, mas são discriminadas no atendimento. Pires e Miranda (1998, p. 152) referem que a dificuldade de acesso aos serviços de saúde e de prevenção se dá, principalmente, por causa da condição "marginal" que os profissionais do sexo ocupam na sociedade. A limitação de médicos e a demora no atendimento fazem que as profissionais se recusem a procurar assistência médica. Para Pires e Miranda (1998, p. 153), as dificuldades são "tanto de estruturação dos serviços para se adequarem à realidade e às necessidades da população alvo, bem como em relação a sua permanência no atendimento", tendo em vista a insegurança inerente à condição de profissionais do sexo. Para as prostitutas que trabalham mais afastadas da feira e conseguem obter sobras financeiras, há a alternativa de procurar médico particular. Dessa forma, a vulnerabilidade ao risco de contrair DST/Aids e de não obter assistência no tratamento é maior nas profissionais do sexo da feira central.

 

Considerações finais

A prostituição, em Campina Grande, é um fenômeno social, presente na sua história e disseminada em todas as suas regiões. Os dados da pesquisa demonstraram realidades diferentes das profissionais do sexo. Os resultados expressam que, nos bares e bordéis, é oferecido um tipo de serviço com mais higiene. Na feira central, a situação se configura como um problema de saúde pública, já que a falta de higiene e os fatores de risco biológicos estão produzindo agravos nas mulheres. Muitas das entrevistadas apresentavam problemas de pele. No que concerne à violência, é uma constante no trabalho de todas as profissionais do sexo que participaram da pesquisa, tanto física quanto social e psicológica. O risco de contrair doenças sexualmente transmissíveis também está presente na prática de todas as profissionais, pois, nesse modo de vida, não importa o local em que se esteja trabalhando.

As singularidades também foram verificadas entre as PS. Na feira central, ficou constatado que elas se unem para rechaçar clientes que não querem pagar o programa acertado. A questão da sedução dos clientes, na feira central, apresenta uma característica singular em relação aos bares. Por força da concorrência e da escassez de clientes, elas usam determinadas estratégias de conquista, como sentar-se no colo dos homens.

Os resultados da pesquisa revelaram que as dificuldades que permeiam o universo profissional dessas mulheres advêm da falta de organização de classe e de acesso às políticas públicas e de respeito à sua situação de profissional do sexo. Entretanto, essas profissionais estão engendrando, nas situações concretas de trabalho, modos de viver e sobreviver que possibilitam continuar trabalhando em um contexto em que, para a maioria das pessoas, é impossível viver.

 

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Endereço para correspondência

Karla Carolina Sousa
Rua Gregório Torres, 93 A
Jardim Iporanga - São Paulo - SP
CEP 04828-160
e-mail: karura15@yahoo.com.br

Tramitação
Recebido em novembro de 2009
Aceito em março de 2010

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