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Psicologia: teoria e prática

versão impressa ISSN 1516-3687

Psicol. teor. prat. vol.13 no.1 São Paulo  2011

 

ARTIGO ORIGINAL

 

A importância da figura paterna no processo de escolha profissional: um estudo comparativo entre jovens universitários

 

The importance of a father figure in the process of career choice : a comparative study among university students

 

La importancia de la figura paterna en el proceso de elección de carrera : un estudio comparativo entre los estudiantes universitarios

 

 

Sandra Ribeiro de Almeida Lopes; Sabrina Ferreira de Paula

Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo – SP – Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O objetivo do estudo foi verificar se o jovem que não contou com a presença do pai durante seu desenvolvimento elegeu alguma figura substituta e se a ausência paterna trouxe implicações em sua escolha profissional. Utilizou-se o desenho-estória com tema e entrevista semidirigida, com 12 universitários, de ambos os sexos, entre 18 e 25 anos. Metade da amostra não conviveu com o pai/padrasto durante a infância e/ou adolescência (grupo 1), e metade contou com sua presença (grupo 2). Em ambos os grupos, os fatores determinantes na decisão foram o próprio interesse/desejo, retorno financeiro e campo de trabalho. Metade da amostra do grupo 1 elegeu alguma figura substituta; na outra metade, em que isso não ocorreu, houve a influência da figura materna na escolha profissional. Há indícios de que, diante da ausência paterna e na falta de uma figura substituta, a figura materna passa a ocupar um espaço significativo nesse cenário.

Palavras-chave: Escolha da profissão, Adolescente, Identificação, Relação pai-filho, Relação mãe-filho.


ABSTRACT

The objective of the research was to verify if the young who did not count on the fatherfs presence during his development choose some substitute figure and if his absence caused implications in his professional choice. Was applied the Drawing.Story with subject and a semi.directed interview, with twelve university students, both sexes, between 18 and 25 years. Half of the sample didnft live with the father/stepfather in childhood and/or adolescence (group 1), the half was by his presence (group 2). In both groups, were determining factors in deciding his own interest/desire, returns, and field work. Half of the group 1 choose a substitute figure, the other half, it did not occur, there was the influence of the maternal figure in career choice. There are indications that in face of father and a surrogate figure absences, the mother assumes a significant place in this scenario.

Keywords: Career choice, Adolescent, Identification, Father-child relation, Mother-child relation.


RESUMEM

El objetivo de este estudio fue determinar si el joven que no tenía la presencia de un padre durante su desarrollo y su sustituto elegido una figura si su ausencia tiene implicaciones en la elección de una carrera. Se utilizó el diseño temático y entrevista semi-dirigida, con doce universitarios, ambos sexos, entre 18 y 25 anõs. La mitad de la muestra no vivía con el padre/padrastro en la infancia/adolescencia (grupo 1) y la otra mitad con su presencia (grupo 2). En ambos grupos, fueron factores determinantes en la decisión: su interés propio/deseo, dineiro, y trabajo de campo. La mitad eligió una figura sustituta, la otra mitad, no se le ocurrió, no fue la influencia de la madre en la elección de carrera. Hay indicios de que ante la ausencia del padre y de una figura sustituta, la madre asume un lugar significativo en este escenario.

Palabras clave: Selección de profesión, Adolescente, Identificación, Relación padre-hijo, Relación madre-hijo.


 

 

Introdução

A adolescência é uma fase evolutiva do ser humano em que o indivíduo passa por diversas mudanças e conflitos, como a necessidade do distanciamento na relação com os pais, a tendência a estabelecer grupos, o desenvolvimento do corpo e da maturidade sexual. Por tratar-se de uma fase de evolução com mudanças e características tão marcantes para o indivíduo, o assunto torna-se de grande relevância social e científica, existindo, dessa forma, grande número de pesquisas a respeito do tema, com o propósito de entender e definir características dessa fase consideradas por diversos autores como "normais".

Entre os conflitos com que o adolescente se depara, há a questão da escolha profissional. O momento da decisão pela profissão é crucial para o adolescente, pois envolve muitos aspectos. Não se trata apenas de seu próprio desejo, do que gostaria de fazer, o que, na maioria das vezes, já é por si só motivo para dúvidas. Esse processo gera um grande conflito porque envolve pressão social, perspectivas dos familiares e pares, e situação financeira, sendo esta não apenas a situação vivida no momento, mas a estabilidade financeira que a profissão proporcionará futuramente (ALVES; SILVA, 2008; ALMEIDA; PINHO, 2008; SANTOS, 2005).

Durante muitos anos, a distribuição de tarefas em nossa sociedade ocidental esteve bem delimitada: competia ao homem o sustento da família e à mulher a responsabilidade por cuidar da casa e das crianças. A entrada das mulheres no mercado de trabalho trouxe uma nova configuração a esse cenário na medida em que impulsionou e favoreceu a ampliação do envolvimento dos homens na esfera doméstica e no cuidado com os filhos, permitindo novas formas de interação conjugal e parental. Segundo Staudt e Wagner (2008), o crescimento da participação feminina na esfera pública não é proporcional ao crescimento do homem na esfera privada, ainda que existam muitos homens desempenhando tarefas domésticas e de cuidado com os filhos. Essas autoras afirmam ainda que, historicamente, a tarefa de cuidar tem sido associada ao gênero feminino, aspecto certamente reforçado socialmente com o fato da gravidez e da amamentação. Por sua vez, a paternidade não passa por esse mesmo processo, definindo-se por meio de uma construção cultural e social bastante identificada com esse determinismo biológico do gerar e do amamentar.

Mesmo que atualmente o pai pareça estar assumindo um papel mais participativo na vida dos filhos, as crenças e os valores presentes no imaginário social não se transformam abruptamente. Concomitantemente a essa demanda de um homem mais presente na vida privada, observa-se que ainda persiste no senso comum a vinculação da maternidade a uma aura idealizada, diferente da paternidade. As mulheres acabam assumindo a tarefa de corresponder a esse papel idealizado que culturalmente lhes é imposto e que acaba fazendo parte daquilo em que elas mesmas acreditam (STAUDT; WAGNER, 2008).

Na atualidade, muito se fala da importância da figura paterna no desenvolvimento da criança e do adolescente, de que a presença do pai é de extrema importância e influência no desenvolvimento do adolescente, porém muitos são inconclusivos em relação à definição de quais seriam essas influências. O estudo conduzido por Unbehaun Ridenti (1998 apud STAUDT; WAGNER, 2008) sobre o direito paterno de reivindicar a custódia dos filhos concluiu que muitos homens acolhem a ideia da maior relevância da mãe na vida dos filhos e sua maior habilidade nessa situação, principalmente se os filhos forem pequenos. Nessa mesma pesquisa, os pais relataram que percebiam-se mais importantes na vida dos filhos no período da adolescência, reforçando a ideia dos pais como figura de autoridade e responsável pela colocação dos limites, mais fortemente do que as mães.

Existem poucos estudos acerca das implicações da ausência da figura paterna no desenvolvimento da criança e do adolescente. Um desses estudos é o de Tanis (2009), resultado de seu trabalho como analista de adolescentes que haviam perdido o pai. O autor observa que, no dinamismo psíquico desses jovens, o polo narcisista-melancólico é dominante, dificultando não só a elaboração do luto pelo pai morto, mas também a possibilidade da instauração de uma estrutura egoica funcional e uma estabilidade maior das identificações, inclusive de gênero. Refere ainda o mecanismo de cisão adolescente, apresentando duas estruturas psíquicas de certo modo autônomas: uma alojando a onipotência, e, a outra, a impotência. Isso parece ter sua origem no próprio período da adolescência, no qual o aparelho psíquico encontra-se ainda em estruturação.

Perante essas informações, o objetivo da presente pesquisa foi verificar a importância da figura paterna ou de seu substituto no processo de escolha profissional. Para tanto, realizou-se um estudo comparativo entre 12 jovens adultos universitários da cidade de São Paulo, que contaram com a presença da figura paterna ou padrasto durante sua infância e adolescência, e jovens adultos que não contaram com essa figura no mesmo período. Com base no pressuposto de que a figura paterna é importante no desenvolvimento da criança e do adolescente, procurou-se identificar se o adolescente que não contou com a sua presença durante seu desenvolvimento elegeu alguma figura substituta durante o processo de escolha profissional. Objetivou-se ainda verificar se o fato de o adolescente não contar com a presença do pai nesse período causou implicações na sua decisão final de escolha profissional. Para isso, o estudo foi realizado com jovens adultos, de ambos os sexos, que já haviam realizado suas escolhas profissionais.

Pesquisar as implicações da ausência da figura paterna no processo de escolha profissional realizado na adolescência tem como propósito ampliar os conhecimentos já adquiridos acerca do assunto, tanto no que diz respeito aos fatores determinantes nesse processo de escolha profissional quanto na definição referente à importância da presença da figura paterna no desenvolvimento do adolescente, contribuindo, dessa forma, para prática de profissionais que utilizam a clínica nos processos de orientação profissional. Pretende-se que este estudo sirva de auxilio para esclarecer e repensar a importância e o papel a ser exercido pela figura paterna no processo de escolha profissional.

Segundo Aberastury e Knobel (1981), a adolescência é um processo de crescimento que se aplica especificamente ao período da vida compreendido entre a puberdade e o desenvolvimento completo do corpo. De acordo com Blos (1998) e Levisky (1998), no processo das transformações biológicas, as manifestações físicas da maturação sexual são denominadas de puberdade, já a adolescência é um processo psicossocial, uma vez que indica os processos psicológicos de adaptação desse período. A adolescência é um período que gira em torno das possibilidades de conquista de uma identidade (ÁDAMO, 1991). Para Ádamo (1991), a aquisição de um senso de Eu organiza-se ao redor de três dimensões: corpo, mente e mundo externo. De acordo com Osório (1991), por tratar-se de um processo de configuração de identidade, o adolescente contemporâneo passa por diversos dilemas: existencial, sexual, vocacional, tóxico e sociofamiliar.

Segundo Calligaris (2000), a adolescência é uma das formações culturais mais poderosas de nossa época, trata-se de uma criação social relativamente recente. Para esse autor, a adolescência pode ser definida como um período de moratória, no qual o jovem fisicamente maduro é impedido de entrar na sociedade dos adultos. As funções de ideal social e moratória possibilitam que o adolescente legitime uma identidade imposta pela sociedade, pois espera-se do jovem desobediência, ao passo que isso se constitui no desejo inconsciente dos adultos de uma ação não satisfeita por eles. Assim, desobedecer é, nesse caso, obedecer ao desejo dos adultos. Além disso, há uma expectativa de que o adolescente seja feliz, uma vez que vivencia uma hipotética suspensão das obrigações, das dificuldades e das responsabilidades pertencentes à vida adulta, além de corpos capacitados ao prazer.

A adolescência, como já mencionado, é um período de muitas transformações e conflitos, inclusive no relacionamento com os pais, no qual ocorrem muitas mudanças. Levisky (1998) acredita que há uma ambivalência entre o desejo de ver os filhos crescidos e independentes versus a perda dos filhos da infância, fatores parentais importantes tanto na dimensão do controle como na dimensão do afeto para o desenvolvimento da autonomia durante a adolescência. Em nossa cultura, a função paterna tem sido caracterizada por fazer prevalecer a coluna mestra, o eixo em torno do qual a personalidade irá se estruturar, em termos superegoicos e de ideal de ego. Para Romanelli (1998), pais e mães têm plena convicção de que a orientação paterna está sempre presente e ocorre mediante o exemplo e a presença paterna para uma formação adequada dos filhos. Contudo, ainda segundo esse autor, é necessário considerar que o exemplo paterno é, em grande medida, a constante reedição das relações hierárquicas e desiguais existentes na família e da autoridade do genitor que, embora flexibilizada pela existência do diálogo, vai sendo absorvida e reproduzida pelos filhos.

Com base em dados de pesquisa, Eizirik e Bergmann (2004) evidenciam que a ausência paterna tem potencial para gerar conflitos no desenvolvimento psicológico do indivíduo, no que se refere ao aspecto cognitivo e aos distúrbios do comportamento. Já de acordo com Volpe e Alvim (1986), a vida de um filho sem pai pode ser mais difícil e conflitada pela falta deste, no entanto essas dificuldades e conflitos são passiveis de aceitação e elaboração, o que dependerá da forma como os demais membros familiares lidam com a situação. Eizirik e Bergmann (2004) consideram que, nas situações de ausência paterna, o papel materno pode ajudar o filho a elaborar a situação e facilitar o bom desenvolvimento dele. Consideram também a importância da participação do ambiente familiar, social e econômico.

A escolha da profissão se apresenta decisiva para a vida dos adolescentes e é vista como uma "necessidade" pela família, pela sociedade e por eles próprios (SANTOS, 2005). A família é um entre os vários facilitadores ou dificultadores do processo de escolha. De acordo com Santos (2005), os sentimentos gerados no jovem pela família apresentam-se contraditórios e demonstram ter influência no que se refere ao seu projeto de vida. Os jovens desse estudo dependiam da família e tinham dificuldade de enfrentá-la caso a escolha realizada não fosse a esperada pelos seus familiares

Esses resultados confirmam os achados do estudo de Lara et al. (2005), em que, apesar de os adolescentes descartarem a possibilidade de serem influenciados pela família em suas escolhas, percebe-se que, ao se referirem à história de vida, estão sendo influenciados diretamente pela família, pelos amigos e pelas relações sociais estabelecidas. Nesse paradoxo, há ainda uma complicação temporal, pois é difícil pontuar quando um adolescente depara com a escolha de uma profissão. Segundo Lara et al. (2005), a forma aberta de manifestações dos pais a respeito das profissões está sendo deixada de lado para dar lugar a métodos mais sutis de influência sobre os filhos, por meio de uma certa sugestão social, carregada de mensagens subliminares, valorização ou desvalorização de certas profissões. As influências, às vezes, são tão sutis que acabam por passar despercebidas pelos entrevistados

Para Osório (1991), há, nos dias atuais, um sacrifício das tendências vocacionais ao mercado de trabalho de uma sociedade competitivo-consumista, já não ocorrem mais pressões referentes à qual profissão seguir especificamente, mas estas dirigem-se para que os filhos dediquem-se a uma profissão mais rentável. Dessa forma, procede pensar ser esse um dos motivos da crescente escolha profissional por carreiras consideradas mais rentáveis, como referido no estudo realizado por Lemos e Custódio (2002), em que, para 62,5% dos sujeitos do total da amostra do seu estudo, as escolhas profissionais estavam mais pautadas em referenciais externos (sucesso, poder, dinheiro etc.) e menos voltadas a aspirações e desejos (realização profissional, interesses, aptidões etc.).

 

Método

Descrição e seleção da amostra.

Esta pesquisa, resultado de um projeto de iniciação científica, selecionou, por meio de uma amostragem aleatória, dois grupos de colaboradores:

• Grupo 1: jovens adultos, quatro do sexo masculino e dois do sexo feminino, com idade entre 18 e 25 anos, estudantes universitários, de diferentes cursos, que não conviveram com a figura paterna ou padrasto no período da infância e/ou adolescência, independentemente do motivo da ausência.

• Grupo 2: jovens adultos, três do sexo feminino e três do sexo masculino, com idade entre 18 e 25 anos, estudantes universitários, de diferentes cursos, que conviveram, na mesma residência, com a figura paterna ou padrasto no período da infância e da adolescência.

A amostra pretendida inicialmente era de dez colaboradores por grupo, porém, pela dificuldade de identificar pessoas que atendessem aos critérios de inclusão deste estudo e que se disponibilizassem a participar dele, a amostra alcançada foi de seis sujeitos por grupo. O contato foi realizado, num primeiro momento, informalmente. Em seguida, os jovens foram convidados a participar do estudo, respeitando os critérios de inclusão, independentemente do curso e da universidade frequentada.

Cuidados éticos com o sujeito de pesquisa

Por tratar-se de um estudo que envolve seres humanos, o projeto de pesquisa foi encaminhado para o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Presbiteriana Mackenzie, que o aprovou por meio do processo CEP/UPM nº 1042/04/2008 e Caae nº 0019.0272.000-08. Os sujeitos foram contatados para verificação quanto ao possível interesse em participar do estudo. Depois de realizado o contato e exposta, brevemente, a sua finalidade, os participantes receberam uma Carta de Informação e um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido explicando os objetivos da pesquisa e a importância da participação. Os participantes tiveram garantido absoluto sigilo sobre seus nomes, suas respostas ou qualquer outra informação que envolvesse sua participação. Somente após o consentimento do sujeito, iniciou-se a aplicação dos instrumentos previamente selecionados. Os sujeitos tiveram liberdade, a qualquer momento, de abandonar a pesquisa se assim desejassem.

Procedimento de coleta de dados

A coleta de dados foi realizada de forma individual. Aplicou-se o procedimento desenho-estória (D-E) com tema que, segundo Trinca (1987), tem sido utilizado como instrumento básico de pesquisa qualitativa. Esse instrumento é uma adaptação de Vaisberg (1997), que o utilizou para estudar as representações sociais, constituindo-se instrumento mediador e facilitador da comunicação do colaborador sobre o tema proposto.

Sendo assim, foi solicitado que o sujeito fizesse um desenho de acordo com a seguinte instrução: "A que influências você, como adolescente, esteve submetido durante o período de sua escolha profissional?". Depois de realizar o desenho, o sujeito deveria contar uma estória sobre o que foi desenhado. Após a finalização da aplicação do D-E com tema, realizou-se uma entrevista semidirigida, elaborada com fins específicos para este estudo, abordando questões referentes ao momento em que o colaborador fez sua escolha profissional e as influências sofridas. A entrevista aconteceu após a aplicação do teste a fim de evitar que as questões abordadas influenciassem e/ou direcionassem os desenhos e as estórias relatadas pelos colaboradores..

Procedimento de análise dos dados

Os dados das entrevistas e as estórias relatadas com base nos desenhos foram transcritos literalmente, e, em seguida, fez-se a análise de conteúdo, conforme metodologia descrita por Bardin (2000). O conteúdo dos discursos foi interpretado sob a ótica da teoria psicodinâmica. Utilizou-se o raciocínio hipotético-dedutivo, a fim de que pudessem ser compreendidos e analisados os diferentes aspectos do discurso dos participantes para posteriormente categorizá-los e relacioná-los aos objetivos desta pesquisa

A análise do material permitiu a categorização inicial de dois grandes grupos de fatores: os fatores presentes e aqueles determinantes na escolha profissional. Para cada grupo, foram elencados 12 subfatores relativos aos tipos de influências, consideradas aqui como a expressão direta de opiniões e considerações sobre as diferentes profissões, e quanto às habilidades e características do jovem para determinados cursos: influência direta da figura paterna (quando o sujeito escolheu a mesma profissão do pai); influência indireta da figura paterna (quando o sujeito demonstrou ter sofrido algum tipo de influência do pai); presença de figura substituta temporária (presença de uma figura que substituiu o pai por um período da vida do sujeito); presença de figura substituta permanente (presença de uma figura que substituiu o pai e que esteve presente durante toda a vida do sujeito); influência da figura materna; influência de terceiros (pessoas do circulo social do sujeito); condições financeiras na época; retorno financeiro; habilidade; interesse/ desejo (interesse e/ou desejo do próprio sujeito em relação à profissão escolhida); status profissional; e campo de trabalho.

Para os colaboradores do grupo 2, os fatores presença de figura substituta temporária e presença de figura substituta permanente não foram listados.

 

Resultados

Grupo 1

A Tabela 1 apresenta todos os fatores que estiveram presentes no momento da escolha profissional dos sujeitos de pesquisa.

Apenas um sujeito apresentou influência direta da figura paterna (5), e dois apresentaram influência indireta da figura paterna (1 e 2). Em relação à presença de figura substituta temporária, ocorreu a presença do fator em dois sujeitos (1 e 5); já em relação à presença de figura substituta permanente, apenas um sujeito apresentou esse fator (4). A influência da figura materna esteve presente em quatro (1, 2, 3 e 6), porém, em nenhum deles, essa influência se mostrou determinante na decisão da escolha profissional. Já a influência de terceiros apareceu em cinco sujeitos (1, 2, 3, 4 e 5), porém há uma diferenciação na importância e no determinismo desse fator para cada um deles.

A preocupação com as condições financeiras na época esteve presente em três participantes (1, 2 e 4), assim como o fator habilidade, que também esteve presente em três deles (1, 3 e 5). Quatro sujeitos apresentaram influência do fator retorno financeiro (1, 3, 4 e 5). O fator campo de trabalho também apresentou influência em quatro destes (1, 2, 4 e 5), o que demonstra que esses fatores são de grande relevância para os adolescentes no momento de decisão da escolha profissional. Em contrapartida, o fator status profissional foi levantado por apenas um (5).

O fator interesse/desejo foi apontado por todos os sujeitos, porém o grau de influência desse fator na decisão final foi divergente entre eles. Para dois deles, esse fator foi desconsiderado na decisão final, porém, para outros quatro, esse fator foi determinante na decisão.

A Tabela 1 mostra que um sujeito apresentou influência direta da figura paterna, dois apresentaram influência indireta e três não apresentaram influência da figura paterna. Dois sujeitos tiveram a presença de uma figura substituta temporária, um deles teve a presença de figura substituta permanente, e três não apresentaram figuras substitutas.

A Tabela 2 apontou os fatores que foram determinantes para cada sujeito na decisão da escolha profissional. Apenas um sujeito indicou influência direta da figura paterna, e outro, a presença de figura substituta permanente.

Um sujeito apresentou influência de terceiros. Os fatores condições financeiras na época, status profissional e campo de trabalho foram apontados como fatores determinantes para apenas um participante. Já os fatores retorno financeiro e interesse/desejo apareceram determinantes para quatro sujeitos.

É importante ressaltar ainda que, para a maioria dos sujeitos, houve a presença de mais de um fator determinante na decisão da escolha profissional.

A Tabela 2 mostra que um sujeito apresentou influência direta da figura paterna como fator determinante no momento da decisão da escolha profissional, nenhum apresentou influência indireta da figura paterna, e cinco não apresentaram influência da figura paterna seja direta ou indireta como fator determinante no momento da decisão da escolha profissional.

A Tabela 2 mostra que nenhum deles contou com a presença de uma figura substituta temporária, apenas um mostrou a presença de figura substituta permanente como fator determinante no momento da escolha profissional, e cinco não apresentaram figura substituta temporária ou permanente como fator determinante na decisão da escolha profissional.

Grupo 2

A Tabela 3 exibe todos os fatores presentes no momento da escolha profissional dos sujeitos de pesquisa.

Nenhum sujeito apresentou influência direta da figura paterna, três apresentaram influência indireta da figura paterna, porém, para apenas um dos sujeitos, essa influência se mostrou determinante na decisão da escolha profissional. A influência da figura materna esteve presente em quatro sujeitos (2, 4, 5 e 6), já a influência de terceiros em dois (2 e 3), e ambos os fatores não podem ser considerados como fatores decisivos para a escolha profissional de nenhum dos participantes.

Apenas um sujeito apontou o fator retorno financeiro e mesmo assim não foi de forma determinante. O campo de trabalho esteve presente como fator influenciador em três sujeitos, mas com graus de importância diferentes. Dois sujeitos apresentaram o fator habilidade como influenciador, e cinco indicaram seu próprio interesse/desejo como fator de influência na escolha profissional; para estes cinco, o fator apareceu como determinante para a escolha da profissão.

A Tabela 3 mostra que nenhum sujeito apresentou influência direta da figura paterna, dois apresentaram influência indireta, e dois não apresentaram influência da figura paterna.

A Tabela 4 exibe os fatores que foram determinantes para cada sujeito na decisão da escolha profissional, o que diminui significativamente a quantidade de influências.

Nenhum sujeito apresentou influência direta da figura paterna, e apenas um indicou influência indireta da figura paterna, mas este indicou também como fator determinante seu próprio interesse/desejo.

O fator habilidade apareceu como fator determinante apenas para um sujeito, que também apresentou mais um fator como determinante, seu próprio interesse/desejo. Apenas dois sujeitos apresentaram o campo de trabalho como fator decisivo. Dos cinco sujeitos, quatro revelaram o próprio interesse/desejo como fator determinante para a escolha da profissão.

A Tabela 4 mostra ainda que nenhum sujeito apresentou influência direta da figura paterna, um apresentou influência indireta, e três não mencionaram nenhuma influência.

A Tabela 5 exibe sinteticamente a quantidade de sujeitos por fator presente e determinante na escolha profissional. É importante ressaltar que alguns apresentaram mais de um fator para a escolha profissional. Como pode ser observado na Tabela 5, quando são priorizados os fatores percebidos como determinantes no momento da escolha, há uma redução significativa de influências, porém ainda há sujeitos que apresentaram mais de um fator determinante no momento de sua escolha. É possível verificar também que o grupo 1 apontou uma maior quantidade de fatores influenciadores no momento da escolha profissional.

 

Discussão de resultados

Os 12 sujeitos da pesquisa apresentaram alguns fatores responsáveis pela escolha profissional, porém com diferentes graus de importância. Todos os sujeitos mostraram mais de um fator influenciador no momento da escolha profissional. Dessa forma, é possível concluir que muitos fatores influem na escolha de uma profissão, de características individuais a convicções políticas e religiosas, valores e crenças, situação político-econômica do país, a família e os pares, corroborando os achados de Santos (2005). Quando selecionados os fatores que foram determinantes na decisão da escolha profissional, a quantidade de fatores diminuiu consideravelmente. Ainda assim, de uma amostra de 12 sujeitos, sete apresentaram mais de um fator como determinante na decisão da escolha profissional.

No grupo 1, a influência da figura materna esteve presente em quatro sujeitos, contudo, para nenhum deles, foi um fator determinante na decisão da escolha profissional. Eizirik e Bergmann (2004) chamam a atenção para um dado importante: a influência do comportamento e da reação materna como mediadores dos efeitos da ausência paterna sobre a criança. No grupo 2, a influência materna também esteve presente em quatro sujeitos, entretanto não foi fator determinante para nenhum. Sendo assim, considera-se que, independentemente da presença ou ausência da figura paterna durante o desenvolvimento do adolescente, a figura materna não só tem importância no desenvolvimento do adolescente como é fator influenciador em suas escolhas. Mesmo que essa influência não seja considerada pelo adolescente determinante em suas escolhas, elas estarão permeadas por aspectos apreendidos em sua história familiar. De acordo com Santos (2005), a história familiar é o ponto de partida para a constituição dos conceitos que os jovens têm de si mesmos, assim como para a compreensão das suas aptidões.

A influência direta da figura paterna esteve presente e foi fator determinante na escolha profissional para apenas um sujeito do grupo 1, enquanto a influência indireta da figura paterna foi fator presente em dois do mesmo grupo, sendo fator determinante na decisão destes. Dessa forma, a influência da figura paterna esteve presente em 50% da amostra do grupo 1, o que permite pensar que, para esses sujeitos, a ausência da figura paterna pôde ser compensada pela identificação com os valores, os ideais e as escolhas assumidos e reconhecidos pelo pai. Em relação aos jovens da amostra do mesmo grupo, que não apresentaram influência da figura paterna ou a presença de uma figura substituta, é possível afirmar que tal ausência proporcionou-lhes maior autonomia na escolha realizada, na medida em que priorizaram o interesse e o desejo na realização da escolha. No entanto, não é possível estabelecer o motivo específico, já que a ausência poderia ter gerado a necessidade de o sujeito tornar-se mais independente ou até mesmo por não ter sofrido, por parte de uma figura de autoridade, uma determinada pressão no momento de escolha. Pode-se inferir que essa situação também ocorre quando o pai está ausente, pois o amadurecimento precoce poderia gerar maior independência por parte dos jovens. Há um sacrifício das tendências vocacionais ao mercado de trabalho de uma sociedade competitivo-consumista, e a influência coercitiva dos pais dirige-se para que os filhos dediquem-se a "uma profissão mais rentável para esses tempos de crise" (OSÓRIO, 1991, p. 87). No entanto, visto que os sujeitos do grupo 1 não tiveram a presença da figura paterna, ficaram "livres" dessa influência coercitiva, ou, pelo menos, ela ocorreu de forma minimizada.

No grupo 2, não foi observada a presença de influência direta da figura paterna, mas sim da influência indireta, sendo fator determinante na escolha de apenas um deles. Esse dado permite questionar se o papel da família ainda é um fator de grande influência na escolha profissional do adolescente que conta com uma estrutura familiar tradicional.

A criança convive em muitos ambientes e desenvolve mecanismos para lidar com cada um deles, aprende a conviver com os grupos que estão fora da sua casa em vários contextos, o que demonstra que o papel dos pais fica reduzido, se comparado ao ambiente social (SANTOS, 2005).

No grupo 1, para dois sujeitos houve a presença de figura substituta temporária como fator de influência, porém para nenhum deles foi um fator determinante na decisão, e, em apenas um sujeito da amostra, apareceu a figura substituta permanente e apenas para este foi um fator determinante na decisão da escolha profissional. Todavia, isso significa que metade da amostra apresentou algum tipo de influência proveniente da figura paterna. É interessante observar também que apenas dois sujeitos não apresentaram nenhum tipo de influência paterna ou presença de figura substituta, entretanto eles referiram influência da figura materna. Dessa forma, todos os sujeitos do grupo 1 apresentaram algum tipo de influência da família, mesmo que não considerada determinante para a escolha final da profissão, o que demonstra como a família e a história de vida permeiam as escolhas realizadas pelo sujeito, ainda que os jovens não reconheçam conscientemente isso.

O estudo mostrou que os sujeitos que não conviveram com a figura paterna estiveram submetidos a uma maior diversidade de influências quando comparados ao grupo que conviveu com esta, mesmo quando considerados apenas os fatores determinantes para a escolha. Isso pode representar uma implicação decorrente da ausência do pai e das limitações que podem ser acarretadas pelo fato, como restrição financeira. É possível pensar, com base nessa constatação, que, em decorrência da ausência da figura paterna, os sujeitos ficaram mais suscetíveis a outras influências, tendo que considerar também aspectos práticos como retorno financeiro, campo de trabalho e condições financeiras na época da escolha, porém não deixando de lado o seu próprio interesse/desejo, o que confirma a conclusão do estudo de Lara et al. (2005) de que os jovens escolhem a profissão de acordo com seu orçamento familiar e seu gosto, visando ao retorno financeiro. No entanto, no grupo 2, os sujeitos, na sua maioria, priorizaram seu próprio interesse/desejo no momento da escolha, deixando de lado os outros fatores, o que pode estar relacionado ao fato de contarem com a segurança de uma estrutura familiar tradicional e situação financeira estável.

Para ambos os grupos, assim como no estudo de Lara et al. (2005), a maior parte dos entrevistados descartou a possibilidade de influência da família em sua escolha, pois, no presente estudo, para apenas três sujeitos a influência da família ou figura substituta foi determinante para a decisão da escolha profissional. Sete sujeitos demonstraram a presença da influência de terceiros, número significativo perante o número total de sujeitos, mas, para apenas um, esse fator foi determinante no momento da decisão da escolha. Dessa forma, não é possível afirmar se os sujeitos foram influenciados de forma significativa pelas relações sociais estabelecidas ou não. O estudo conduzido por Santos (2005) aponta a família como um dos principais fatores que ajudam ou dificultam no momento da escolha e na decisão do jovem, e que o papel da família é importante, mas não determinante para a escolha final.

O fator que mais se revelou determinante na decisão da escolha profissional foi o interesse/ desejo do próprio sujeito, que apareceu em nove participantes, quatro do grupo 1 e cinco do grupo 2. No estudo realizado por Lemos e Custódio (2002), em 62,5% dos sujeitos do total da amostra, as escolhas profissionais estiveram mais pautadas em referenciais externos (sucesso, poder, dinheiro etc.) e menos voltadas a aspirações e desejos (realização profissional, interesses, aptidões etc.). Entretanto, no presente estudo, a maior parte dos sujeitos realizou suas escolhas com base em seus interesses/desejos, o que pode ser compreendido como fruto das experiências, dos valores, dos projetos e das expectativas construídos socialmente, sobretudo no convívio familiar.

 

Conclusão

Verificou-se que os jovens adultos universitários que participaram desta pesquisa estiveram submetidos a algumas influências durante o período da escolha profissional. Os fatores que mais apareceram como determinantes nesta decisão foram o interesse/desejo do próprio sujeito, seguido dos fatores retorno financeiro e campo de trabalho, porém a família também foi fator presente no processo de escolha profissional, pois, dos 12 sujeitos, 11 apresentaram algum tipo de influência proveniente da figura paterna, materna e/ou figura substituta. Ainda que tais influências não sejam consideradas pelo adolescente determinantes em suas escolhas, elas estão permeadas por aspectos apreendidos em sua história familiar. Sendo assim, os dados obtidos corroboram os achados da literatura que afirmam que o papel da família é importante, mas não determinante para a escolha final.

Os resultados sugerem que o fato de o adolescente não contar com a presença da figura paterna nesse período pode acarretar implicações no seu processo de escolha profissional, particularmente no que diz respeito ao sustento financeiro. Para muitos, o fato de ter que trabalhar para pagar a faculdade ou mesmo optar por um curso cuja carga horária permita a conciliação com o emprego é um fator que, de certo modo, restringe a escolha, no entanto não é possível afirmar que a decisão final será afetada por esse fato.

Verificou-se que 50% da amostra, que não contou com a presença da figura paterna durante seu desenvolvimento, elegeu alguma figura substituta, e na outra metade, em que isso não ocorreu, houve a influência da figura materna para a escolha profissional. Dessa forma, há indícios de que, diante da ausência paterna e na falta de uma figura substituta, a figura materna passa a ocupar um espaço significativo nesse cenário.

No entanto, por ser a amostra deste estudo bastante restrita, os resultados obtidos não podem ser considerados conclusivos, sendo necessária a realização de novas pesquisas na área.

 

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Endereço para correspondência

Sandra Almeida Lopes
e-mail: salmeidalopes@mackenzie.br

Tramitação
Recebido em outubro de 2010
Aceito em fevereiro de 2011