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Psicologia: teoria e prática

versão impressa ISSN 1516-3687

Psicol. teor. prat. vol.17 no.1 São Paulo abr. 2015

 

PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO

Características das relações dos universitários e seus pares: implicações na adaptação acadêmica

 

Characteristics of the relationship between college students and their peers: implications for adjustment to college

 

Características de las relaciones de los universitarios y sus pares: implicaciones en la adaptación académica

 

 

Anelise Schaurich dos SantosI; Clarissa Tochetto de OliveiraII; Ana Cristina Garcia DiasII
I Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria – RS – Brasil
II Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre – RS – Brasil

Endereço para correspondência

 

 


Resumo

Buscou-se conhecer a opinião de estudantes universitários sobre as características das relações estabelecidas com seus pares, além de como estas se modificam ao longo da graduação e como influenciam na adaptação acadêmica na percepção de calouros e formandos. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas individuais com 24 acadêmicos dos cursos de Economia e Psicologia de uma universidade do Sul do Brasil. As respostas foram submetidas à análise de conteúdo. Verificou-se que os calouros têm uma boa relação com os colegas em geral, embora a turma seja percebida como desunida com o passar dos semestres. Mesmo assim, os alunos acreditam que os colegas contribuem para um melhor desempenho acadêmico por meio de apoio afetivo e instrumental. Conclui-se que o estímulo por parte dos docentes para o desenvolvimento de atividades em grupo e a criação de um ambiente com interações saudáveis são relevantes para facilitar a aprendizagem e a familiarização com a universidade.

Palavras-chave: ensino superior; estudantes universitários; adaptação acadêmica; amizade; interação interpessoal.


Abstract

The aim of this study was to investigate the college students' opinion about the characteristics of the relationship between them and their peers, as well as to understand how it changes over the years and how it influences on the adjustment to college from freshmen's and seniors' perspectives. Individual semi structured interviews were conducted with 24 college students from Economy and Psychology of a university in Southern Brazil. The answers were submitted to content analysis. Results showed that freshmen keep a good relationship with their classmates in general, although the class may be considered as disunited over the terms. Nevertheless, the students believe their classmates contribute to a better performance through emotional and instrumental support. We conclude that the incentive from professors for the development of group activities and for the creation of a pleasant environment is relevant to facilitate the learning and the adaptation to college.

Keywords: higher education; college students; adjustment to college; friendship; interpersonal interaction.


Resumen

Se buscó conocer la opinión de estudiantes universitarios sobre las características de las relaciones establecidas con sus pares, cómo éstas cambian a lo largo de la carrera y cómo influyen en la adaptación académica en la perspectiva de novatos e inminentes graduados. Se realizaron entrevistas semiestructuradas individuales con 24 estudiantes de las carreras de Economía y Psicología de una universidad del sur de Brasil. Las respuestas fueron sometidas a análisis de contenido. Se verificó que los novatos tienen una buena relación con los compañeros, aunque el grupo sea percibido como desunido al paso del tiempo. No obstante, ellos creen que los compañeros contribuyen para mejorar el rendimiento académico con el apoyo afectivo e instrumental. Se concluye que el estímulo, por parte de los docentes, para el desarrollo de actividades grupales y creación de un ambiente con interacciones saludables son relevantes para facilitar el aprendizaje y la familiarización con la universidad.

Palabras clave: enseñanza superior; estudiantes universitarios; adaptación académica; amistad; interacción interpersonal.


 

 

Os estudantes que ingressam na universidade se deparam com uma nova realidade a qual necessitam se adaptar. A adaptação acadêmica é um constructo multidimensional que se refere à capacidade dos alunos de se adaptar ao ensino superior. O processo de adaptação pode ser compreendido por meio das atitudes dos alunos em relação ao curso, de sua capacidade para estabelecer novas relações de amizade, da presença ou ausência de estresse e ansiedade ante as demandas acadêmicas e do vínculo desenvolvido pelo estudante com a instituição universitária (Baker & Siryk, 1984).

Entretanto, não é raro que os discentes encontrem dificuldades para se adaptar a esse novo ambiente devido às diversas exigências presentes na vida acadêmica. Nesse contexto, possuir uma rede de apoio composta por genitores, outros familiares, colegas e funcionários da própria universidade pode auxiliar os jovens a acelerar o processo de adaptação (Credé & Niehorster, 2012). Os vínculos estabelecidos com colegas, em especial, são fundamentais para a adaptação do estudante ao ensino superior (Credé
& Niehorster, 2012; DeAndrea, Ellison, LaRose, Steinfield, & Fiore, 2012). Além disso, os laços de amizade são fator protetor da transição do aluno para a universidade (Friedlander, Reid, Shupak, & Cribbie, 2007), já que os jovens tendem a buscar a ajuda dos pares para enfrentar as dificuldades acadêmicas (Teixeira, Dias, Wottrich, & Oliveira 2008).

Diversas pesquisas nacionais (Bardagi & Hutz, 2012; Bartholomeu, Carvalho, Silva, Miguel, & Machado, 2011; Fior, Mercuri, & Almeida, 2011; Rosin, 2012; Teixeira, Castro, & Zoltowski, 2012; Teixeira et al., 2008) e internacionais (Credé & Niehorster, 2012; Pittman & Richmond, 2008; Swenson, Nordstrom, & Hiester, 2008) têm investigado de que forma a relação com os colegas está associada à adaptação acadêmica. Há relatos de que a formação de vínculos entre os pares se inicia já nas primeiras semanas de aula (Teixeira et al., 2012). Embora a manutenção das amizades do ensino médio seja importante para que o jovem possa expressar suas percepções sobre a vida acadêmica nesse período inicial (Ranney & Troop-Gordon, 2012), o estabelecimento de vínculos interpessoais adicionais, com os novos colegas, no processo de ingresso na universidade também pode contribuir para uma melhor adaptação acadêmica (Swenson et al., 2008).

Esses vínculos podem colaborar para o bem-estar dos jovens a partir da criação de uma rede de suporte emocional fora da família (Rosin, 2012) por meio do apoio em casos de dificuldade e do compartilhamento de expectativas, interesses, problemas e experiências (Pittman & Richmond, 2008; Teixeira et al., 2008, 2012). Nesse sentido, a turma desempenha a função de apoio afetivo e acadêmico para auxiliar os estudantes em situações problemáticas (Teixeira et al., 2008). Além disso, ela contribui para a construção da identidade profissional dos alunos (Teixeira et al., 2008), uma vez que os discentes tendem a associar informações sobre o curso, os colegas e a instituição com a profissão, de forma a compor o perfil do profissional que desejam ser (Bardagi & Hutz, 2012).

Os calouros reconhecem a importância das amizades construídas no início da graduação (Teixeira et al., 2008). Os vínculos que os estudantes estabelecem com os colegas podem ser compreendidos por meio da oferta ou recebimento de ajuda, de interações do convívio social, assim como das interações de amizade (Fior et al., 2011). De fato, estudar e sair com os amigos são situações diferentes que envolvem habilidades distintas, como conhecimentos acadêmicos e investimento em relações sociais, respectivamente. Assim, discentes mais preocupados com o estudo podem formar um grupo diferente daquele composto por alunos orientados para relacionamentos (Bartholomeu et al., 2011). De qualquer forma, os relacionamentos que se iniciam no contexto acadêmico formal podem evoluir para outras formas de interação com os pares, como relações íntimas de amizade (Fior et al., 2011).

Os relacionamentos interpessoais dos estudantes universitários ainda podem ser determinantes para adiar ou confirmar a decisão de abandono do curso. Percepções de amizade e cooperação entre os colegas, tanto no contexto acadêmico quanto fora dele, podem favorecer a permanência dos discentes em seus cursos (Bardagi & Hutz, 2012). Entretanto, as diferenças de valores e estilos de vida, somadas a conflitos com os pares, podem limitar a rede de apoio dos jovens, interferir na adaptação destes à universidade e, inclusive, contribuir para a evasão (Bardagi & Hutz, 2012; Swenson et al., 2008).

Alguns pesquisadores já apontaram aspectos relevantes para serem investigados em futuras pesquisas com o objetivo de ampliar a compreensão do papel da relação entre os pares para a adaptação acadêmica e para a permanência dos estudantes no ensino superior (Fior et al., 2011; Swenson et al., 2008; Teixeira et al., 2012). As sugestões envolvem a identificação não só das pessoas com quem os alunos se relacionam, mas também da forma como essas relações são estabelecidas e se mantêm (Teixeira et al., 2012). Nesse sentido, conhecer as características dos vínculos estabelecidos e verificar se eles se modificam ao longo da trajetória universitária pode ser útil para compreender o processo de integração dos discentes no ensino superior (Fior et al., 2011). Ademais, é possível que a análise dos tipos de apoio que os estudantes oferecem uns aos outros auxilie no entendimento do que é essencial para a construção de relacionamentos de qualidade (Swenson et al., 2008). A partir disso, buscou-se conhecer a opinião de estudantes universitários sobre as características das relações estabelecidas com seus pares e verificar como essas relações se modificam ao longo da graduação e como influenciam na adaptação acadêmica, segundo a percepção de calouros e formandos.

 

Método

Os participantes deste estudo foram 24 estudantes universitários (16 mulheres e sete homens) dos cursos de Psicologia e Economia de uma universidade pública do Sul do Brasil, que frequentavam o primeiro (13 participantes) ou o último ano da graduação (dez participantes). A idade dos acadêmicos variou de 17 a 26 anos.

Para a realização da pesquisa, os coordenadores, professores e alunos dos cursos de Economia e Psicologia foram informados dos objetivos e procedimentos do estudo. Em seguida, os estudantes foram convidados a participar da pesquisa. A coleta das informações ocorreu por meio de uma entrevista semiestruturada individual, com questões sobre a adaptação dos discentes à universidade, como as características das relações estabelecidas com os colegas. A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética da universidade na qual se realizou o estudo. Ademais, os nomes dos participantes foram substituídos por nomes fictícios a fim de preservar suas identidades.

As entrevistas foram transcritas e submetidas à análise de conteúdo temática (Bardin, 1979). As pesquisadoras leram as entrevistas na íntegra e selecionaram as falas que se referiam à relação com os colegas. Essas informações foram agrupadas em duas categorias conforme similaridade de conteúdo: 1. características das relações entre colegas e 2. influência dos colegas na adaptação acadêmica. A primeira categoria apresenta as características das relações estabelecidas entre estudantes universitários e seus pares ao longo da trajetória universitária. A segunda reúne informações sobre a forma como os colegas podem interferir na adaptação acadêmica, segundo a percepção dos participantes.

 

Resultados e discussão

Os entrevistados responderam questões sobre a convivência deles com os colegas de turma e veteranos, a participação no trote e as influências de seus pares na vida acadêmica. Tais questões possibilitaram identificar de que maneira as relações estabelecidas podem influenciar no desempenho e, consequentemente, na adaptação dos acadêmicos.

Características das relações entre colegas

De maneira geral, tanto os calouros do curso de Economia quanto os de Psicologia afirmaram que estabeleceram uma boa relação com os colegas. Os calouros asseguraram que suas expectativas em relação à turma foram plenamente atendidas e até, em alguns casos, superadas.

É boa. A turma é bem legal e, como não é muito grande, a maioria se conhece, se enturma (Aline, caloura, Psicologia).

Ah, é ótima, não tenho problema com nenhum deles, todos os meus colegas são meus amigos. A gente sai junto, tem uma festa, vamos à festa. É bem legal, eu gosto muito deles. [...] Eu achava que na faculdade o pessoal não fosse tão, assim, de se unir. Eu pensei que fosse mais aquela coisa de competição, mas não, foi bem legal, todo mundo se ajuda, é bem interessante. Fiz muitas, grandes amizades, que quero levar pra vida inteira (Renata, caloura, Economia).

Raramente os colegas de ensino médio são os mesmos da faculdade, uma vez que a maioria opta por cursar diferentes graduações. Por isso, há a necessidade de estabelecer novos vínculos de amizade e o desejo de pertencimento ao novo grupo de colegas quando se ingressa na universidade (Stearns, Buchmann, & Bonneau, 2009). No estudo realizado por Teixeira et al. (2008), fica evidente que o foco da maioria dos estudantes é construir relacionamentos interpessoais satisfatórios nos semestres iniciais da graduação. Nesse período, a adaptação à rotina acadêmica, a gestão das responsabilidades e a preocupação com os estudos encontram-se em segundo plano e, na maioria das vezes, ganham importância após a constituição de vínculos de amizade com os novos colegas (Bardagi & Hutz, 2012). A identidade dos calouros é referenciada a partir do coletivo do qual fazem parte, já que ainda não foi possível formar uma identidade individual como estudante de determinada profissão (Teixeira et al., 2008).

Para muitos acadêmicos, a entrada no ensino superior acarreta um afastamento da unidade familiar e das relações interpessoais estabelecidas na infância e adolescência. Nas primeiras semanas do primeiro semestre da graduação, os estudantes estão se separando de suas comunidades de origem e realizando a transição para o convívio com a comunidade acadêmica (Benson, 2007). Por essa razão, eles procuram o apoio de pessoas que possam ajudá-los em um período de novas vivências. Frequentemente, essas pessoas são os colegas de curso, os quais podem estar experienciando situações semelhantes, como o distanciamento dos pais e amigos (Teixeira et al., 2008). Assim, os pares são fonte de suporte emocional durante o processo de autonomia das relações com os pais e outras figuras próximas, além de constituírem-se em um porto seguro para a exploração de novos ambientes. O grupo de pares configura-se como fonte de afeto, solidariedade, compreensão e orientação moral (Costa, 2010).

Todavia, a maioria dos formandos dos dois cursos mencionados enxergou a turma como desunida. Segundo eles, apesar de as turmas serem pequenas, elas ainda eram divididas em outros pequenos grupos.

Esse é o problema da Economia, tu não formas uma turma. Minha turma nunca foi legal desde o começo. É muita panelinha, aí todo mundo se reparte em amigas e em amigos e só. Não foi o que eu esperava (Denise, formanda, Economia).

Eu achava que fosse uma parceria maior, mas, na verdade, eu acho que eu me excluía um pouco deles pelo fato de a maioria ter mais dinheiro, ter outros ssuntos. Aí eu fui ficando mais amiga mesmo dos mais parecidos comigo (Carolina, formanda, Economia).

Hoje, é que nossa turma tem uma configuração bem diferente mesmo, porque eram 25. Hoje, acho que são nove dos que entraram, e ainda assim com grupinhos. Eu tenho, então, três pessoas que sempre foram meus amigos desde o início, que eu tenho uma relação de irmão. Que sei que posso contar, sei que posso estudar, discutir o texto do Lacan, enfim, dividir mesmo minha vida (Nádia, formanda, Psicologia).

Parece que, no começo do curso, todos os colegas tendem a se relacionar bem entre si a fim de constituir uma rede de apoio para o enfrentamento das dificuldades. Há uma associação positiva entre apoio social e bem-estar emocional (Swenson et al., 2008). Portanto, quanto mais apoiados os discentes se sentirem, melhor emocionalmente eles estarão para enfrentar os desafios inerentes ao ingresso no ensino superior.

Contudo, é natural que os indivíduos estabeleçam amizades com pessoas parecidas com eles em diversas dimensões, como gostos, raça, idade e classe social (Stearns et al., 2009). Assim, no decorrer da graduação, é esperado que os discentes constituam laços de amizade com colegas com os quais apresentam afinidades de interesses e recorram a eles quando se deparam com adversidade acadêmica ou pessoal. Além disso, é possível que a desunião mencionada pelos formandos seja própria do processo de finalização do curso, na medida em que as pessoas terão novamente que buscar caminhos individuais. Diferentemente dos calouros, que estão preocupados em fazer amigos, os formandos voltam a sua atenção para a finalização da graduação e o que fazer após a formatura.

Apenas duas calouras do curso de Psicologia acreditavam que a turma era desunida. Para elas, isso é considerado algo natural e não se configura como um problema. Novamente, a seleção de amigos é feita por meio de características similares e interesses comuns. As pessoas carregam os hábitos de formação de amizades que adquiriram na infância e adolescência para a vida adulta, uma vez que não há como conviver exatamente com os mesmos amigos durante os anos em que o jovem está na faculdade. Aparentemente, o estabelecimento de vínculos com pessoas parecidas é propagado para o ambiente acadêmico, apesar de a universidade conceder a oportunidade aos jovens de se relacionarem com membros de diferentes grupos étnicos e raciais (Stearns et al., 2009).

Embora a nossa turma já tem essas panelinhas, todo mundo fala com todo mundo, não tem nenhuma rixa muito grande. Então, é bem legal, é bem boa a turma. [...] Eu me relaciono bem com todo mundo, eu tenho as pessoas que eu converso mais, mas com as que eu estou mais distante também. Eu não tenho problema com ninguém, mas acho que é por afinidade, já se separou, já está todo mundo meio pra um lado, então não tem o que fazer mais (Paula, caloura, Psicologia).

Eu me dou com todo mundo. Tem uns, claro, não tem contato com eles de estar falando, mas falo na aula e eles vêm falar comigo (Daniela, caloura, Psicologia).

Quanto à desunião da turma, foi mencionada a competição entre colegas. As principais dificuldades dos alunos em relação aos colegas costumam ser as percepções de postura individualista. Em alguns casos, em vez de os colegas cooperarem entre si, formando uma verdadeira parceria, assumem posturas de falta de apoio e até mesmo de rivalidade (Bardagi & Hutz, 2012). A postura competitiva durante a academia parece anteceder a competição presente no mundo do trabalho. Para os entrevistados dos dois cursos, tanto calouros quanto formandos, a rivalidade é uma atitude recorrente.

Tem uma disputa, alguma coisa que "ah, eu não vou emprestar o caderno pra ela, porque ela vai tirar uma nota melhor", coisas assim que eu acho que leva a nada (Camila, formanda, Economia).

No início, teve colegas meus que não sabiam o meu nome, mas vinham perguntar as minhas notas, no primeiro semestre. [...] Tem colega que pega livro na biblioteca e fica com o livro até perto da prova e não passa e não empresta e deixa os outros sem, e é escancarado! (Angélica, formanda, Psicologia).

Não sei explicar, mas eu via pessoas extremamente preocupadas com as suas notas, em ser o melhor aluno, pessoas extremamente individualizadas, algumas panelas, era o que eu vi da nossa turma (Letícia, formanda, Psicologia).

O que fica mais pra mim é isso, que na minha turma especificamente eu acho muito competitivo assim. [...] Mais eu acho isso de a pessoa estar tentando um projeto, alguma coisa, participar, e só quem fica sabendo ou é amiga que ela anda ou vai correr um boato por acaso, porque não comenta num grupo, por exemplo, numa roda. Já entram muito competitivos, um tentando passar por cima do outro (Lúcia, caloura, Psicologia).

A competitividade pode acarretar dificuldades no estabelecimento de laços de amizade e, consequentemente, na adaptação ao ensino superior. A importância do bom relacionamento com os pares para a adaptação à universidade foi comprovada por um estudo realizado com estudantes evadidos de diferentes cursos, o qual tinha como objetivo compreender quais aspectos contribuíram para o abandono da graduação. Observou-se que tanto o impacto da falta de envolvimento nas atividades acadêmicas como a ausência de relacionamentos interpessoais satisfatórios contribuíam para a decisão de evasão. No caso dos estudantes em que a insatisfação com o curso não era motivada por questões relacionais, os participantes relataram que as boas relações mantidas com o grupo de colegas os levaram a postergar a saída do curso. Contudo, os discentes que se percebiam afastados dos pares se sentiam fragilizados em relação à escolha de curso realizada, o que aumentava a probabilidade de abandono e desengajamento acadêmico. Portanto, sentir-se parte do novo grupo, o que é possível principalmente em um ambiente de cooperação e não de rivalidade, é fundamental para a consolidação da identidade profissional, uma vez que o aluno tende a fazer uma associação entre o curso, os colegas, a instituição e a profissão em si (Bardagi & Hutz, 2012).

De maneira geral, os entrevistados afirmaram que os colegas fazem o papel da família em diversas ocasiões, mesmo quando, em alguns casos, se encontram em um contexto no qual existe um clima de desunião e competição. Isso ocorre principalmente com aqueles que deixam suas famílias de origem para poder ingressar na universidade e frequentar um curso universitário.

Acaba sendo tua família mesmo aqui teus amigos, tu está com eles, às vezes, de manhã, de tarde e de noite. Ainda mais a gente, que almoça no RU, acho que, sei lá, 80% dos meus colegas almoçam lá também, aí é uma galera que senta sempre junto, aí acaba se formando uma família (Felipe, calouro, Economia).

O relacionamento de amizade que eu considero mais importante é de colega da universidade. Pra mim, é como se fosse família. Se alguém precisar de alguma coisa, eu estou ali; se eu precisar, eu sei que estão. A gente se entende bem. [...] Eu considero que eu tenho uma família entre os meus amigos (Hélio, formando, Psicologia).

Bem importante, até pelo fato de não ter família aqui. Conhecer pessoas, pra almoçar, fazer as refeições, vai junto. É bem mais acolhedor (Maíra, caloura, Psicologia).

A entrada na universidade provoca uma mudança radical no contexto de vida dos jovens que passam a viver longe das figuras parentais (Teixeira et al., 2008). A privação do convívio diário com os pais tende a fazer com que os jovens adquiram liberdade e autonomia, pois essa é a primeira vez que eles passarão a gerir seu tempo e seus recursos econômicos na maioria das vezes (Almeida, 2007). Os obstáculos advindos de não conviver diariamente com os genitores exigem o desenvolvimento de respostas adaptativas perante um conjunto de situações relacionadas ao gerenciamento da própria vida. Quando o jovem sabe que terá apoio de seus colegas no compartilhamento de angústias e resolução de problemas, sua ansiedade diminui e a adaptação à nova rotina é mais fácil (Teixeira et al., 2008). A divisão de experiências entre aqueles que já vivenciaram a etapa inicial do curso e os que a estão vivenciando agora é percebida como fonte importante de conforto emocional e tranquilidade (Teixeira et al., 2012).

Influências dos colegas na adaptação acadêmica

O bom relacionamento com os colegas é um dos preditores da satisfação acadêmica com o curso superior. Muitas vezes, são as relações satisfatórias com os pares que fazem com que o estudante não desista do curso que está frequentando (Bardagi & Hutz, 2012; Pittman & Richmond, 2008). A troca de experiências com colegas pode ser fundamental para dar sentido ao percurso do discente na faculdade, de modo que ele se sinta emocionalmente apoiado e menos ansioso. Além disso, essa troca pode ajudar o estudante a lidar com as dificuldades e desenvolver estratégias de adaptação à universidade (Teixeira et al., 2008). Os colegas foram citados como fonte de apoio pela maioria dos participantes desta pesquisa, indistintamente para os discentes dos dois cursos, tanto iniciantes quanto concluintes.

No caso, no primeiro semestre, que eu tive essa dificuldade, disse: "Vou desistir, isso não é pra mim". Daí eu falava com meus amigos, com meus colegas, que tinham uma outra visão, eles falavam: "Não, calma, espera acabar o teu primeiro semestre" (Lauro, calouro, Psicologia).

O grupo foi muito importante pra mim, o grupo de colegas. Eu acho que, se não fosse elas estarem junto, seria muito difícil pra mim, porque as gurias me deram apoio muito grande. Eu não sei como teria sido se não tivesse o grupo, se eu estivesse sozinha. Eu acho que é nesse sentido de dar um apoio, de tu poder perceber que aquilo é um sentimento que não é só teu, isso é uma questão dessa etapa e eu acho que foi isso, de sentir um apoio no grupo (Helena, formanda, Psicologia).

A adaptação a novas circunstâncias é facilitada pelas relações de afetividade saudáveis que o indivíduo estabelece. Os efeitos dos eventos estressores que não podem ser evitados tendem a ser mais brandos, e o prejuízo à saúde psicológica é menor quando o indivíduo percebe que tem a quem recorrer. Assim, as relações de afetividade, cuidado e atenção fazem com que o indivíduo sinta-se amado, cuidado e seguro, o que contribui para a sensação de coerência e controle sobre sua vida, fatores que causam impactos positivos na adaptação acadêmica (Souza, 2010).

Também foi referido pela quase totalidade dos participantes o fato de os colegas au­xiliarem na otimização do rendimento acadêmico. Segundo os entrevistados, o desempenho nas matérias é facilitado por estudos em conjunto, discussões e debates de textos, empréstimos de materiais e explicações da matéria por aqueles colegas que dominam melhor o conteúdo. Acredita-se que o auxílio nos estudos ocorre somente entre os integrantes dos pequenos grupos formados dentro das turmas devido às características semelhantes que um indivíduo apresenta em relação ao outro. Assim, há uma diferenciação entre colegas que se tornam amigos, os quais ajudam a melhorar o rendimento acadêmico, e os colegas que não são amigos.

Tu estando com todos eles, nos estudos, a gente pode ajudar, estudar junto (Luciana, caloura, Economia).

A gente costuma estudar sempre em grupos, às vezes tem um trabalho pra fazer, aí se você se relaciona bem com os teus colegas, tu consegues conversar com eles. Tu conseguindo conversar, os problemas se resolvem, ou vocês resolvem os problemas juntos, e mesmo que tenha uma prova, vamos estudar juntos, vamos tirar dúvidas do outro (Renata, caloura, Economia).

Hoje eu acho que isso acrescenta, ter um bom amigo, inclusive pra discutir ao mesmo tempo, tu está numa conversa e está discutindo coisas sobre o curso: "Olha, isso, aquilo, aquele conteúdo, que tu acha disso?" (Eduardo, formando, Psicologia).

Torna-se relevante propor atividades diferenciadas para auxiliar na aprendizagem dos estudantes e potencializar os aspectos positivos decorrentes dos intercâmbios realizados com os pares. É importante propor novas formas de aprendizagem, que congreguem os alunos em grupos, para que estes possam ser agentes facilitadores do processo de aprendizagem uns dos outros. O trabalho em grupo é uma prática que favorece a ocorrência de interações entre os estudantes e um melhor aproveitamento da experiência universitária (Bardagi & Hutz, 2012; Fior et al., 2011).

Uma relação satisfatória com os colegas também auxilia no bom desempenho acadêmico por despertar mais vontade de ir à aula. Estudantes que percebem um melhor relacionamento na faculdade desenvolvem um sentido de pertencimento à universidade mais forte (Pittman & Richmond, 2008), conforme pode ser notado na fala a seguir: "Aqui a gente é muito mais unido, por causa dessa união faz as pessoas terem mais vontade de vir na aula e querer estar junto com o pessoal, ir pra frente juntos [...]" (Leandro, calouro, Economia).

Dois calouros do curso de Economia acreditavam ainda que um bom relacionamento com os colegas poderia levar a um desempenho acadêmico pior. Isso aconteceria por ser difícil separar os momentos de conversa, brincadeiras e descontração dos momentos sérios, nos quais se deveria prestar atenção em aula, conforme pode ser identificado­ nos relatos: "Até pra mal às vezes, deixar de prestar atenção [...]" (Bruna, caloura, Economia) e "Até o cara pode ir mal de tanta zoação [...]" (Márcio, calouro, Economia).

Destaca-se também que os colegas auxiliam não só na adaptação acadêmica, mas também na familiarização com o município no qual a universidade se localiza, no caso dos estudantes que saíram de sua cidade de origem. Os amigos que o estudante já tinha antes de ingressar no ensino superior também ajudam nesse processo. Durante as primeiras semanas no curso de graduação, é benéfico um contato mais estreito com os "antigos" amigos. Contudo, com o passar do tempo, é importante que o estudante consiga desenvolver laços de amizade com os novos colegas (Swenson et al., 2008). Para ilustrar essa diferença, na primeira fala, o calouro está se referindo a amigos que já tinha antes de ingressar na faculdade e, na segunda, a caloura faz menção a uma colega que virou sua amiga durante o processo de inserção na universidade.

[...] pra ajudar na adaptação é que muitos deles querem vim pra cá fazer festa. Ou já vieram pra cá passar um final de semana comigo, passar a semana comigo, acho que isso é uma forma de incentivo (Felipe, calouro, Economia).

Quem é de fora, tipo eu e essa outra minha amiga, que é de fora e mora lá perto de casa, então foi assim que a gente foi ficando mais amiga. Ela mora perto de casa, a gente vem junto pra aula, a gente começou a conversar mais, aí os trabalhos começou a fazer junto [...] (Janaína, caloura, Psicologia).

Além dos colegas, outro fator importante para a socialização são os veteranos. Neste estudo, eles foram citados tanto por calouros quanto por formandos dos dois cursos analisados como facilitadores do processo de adaptação ao ambiente universitário.

Ah, eu falo bastante com os veteranos [...] (Felipe, calouro, Economia).

Eu consegui, digamos assim, me sentir afetivamente acolhido pela turma dos nossos veteranos, tanto é que, pra mim, esse ano está sendo extremamente difícil, porque é um ano que eu estou me sentindo sozinho aqui (Carlos, formando, Psicologia).

Gostei muito também da relação com os veteranos, especialmente os mais próximos, os do segundo ano, que eles estão sempre dispostos, ajudam e conversam (Lúcia, caloura, Psicologia).

Os relatos dos participantes deste estudo vão ao encontro dos resultados da pesquisa realizada por Teixeira et al. (2012), no sentido de que os veteranos concedem suporte acadêmico aos graduandos que ingressam no curso. O suporte acadêmico pode ser entendido como uma série de processos diretos ou indiretos que os agentes de socialização, nesse caso, os pares, providenciam para facilitar o sucesso acadêmico (Oliveira, Monteiro, Alho, Tavares, & Diniz, 2010). Ele inclui os apoios afetivo e instrumental. No caso do apoio afetivo, os veteranos realizam o acolhimento das principais ansiedades advindas dos calouros referentes às demandas iniciais da graduação. Já no caso do apoio instrumental, os veteranos mostram-se facilitadores da transição nesse novo ambiente ao concederem dicas sobre disciplinas e aspectos práticos do cotidiano da vida universitária. Dessa forma, nos momentos iniciais de entrada na graduação, os veteranos auxiliam na familiarização dos calouros com a rotina acadêmica. Eles são vistos como modelos de sucesso acadêmico e conhecedores do funcionamento das disciplinas e da instituição como um todo (Teixeira et al., 2012).

Por fim, é importante destacar que todos os participantes consideraram o trote positivo, uma vez que esse evento ajudou na integração e no processo de socialização inicial. Nessa universidade, os trotes em geral incluem brincadeiras recreativas e festas. Os estudantes consideram que é mais fácil fazer contatos em ambientes mais descontraídos. Caso o primeiro contato tivesse sido feito em sala de aula, provavelmente seria mais difícil iniciar uma conversa e, a partir daí, constituir laços de amizade. Portanto, o trote funciona como um "quebra-gelo", já que proporciona um entrosamento inicial com os demais colegas de turma e com os dos semestres posteriores, além de ser o primeiro contato direto com a vida acadêmica (Teixeira et al., 2008).

Foi bem legal, bem pra integração mesmo, pra conhecer pessoas. Não teve nada de sacanagem, eles foram bem legais conosco e foi muito bom porque a gente se divertiu e, ao mesmo tempo, a gente conversou com as pessoas, a gente conheceu todos os veteranos, os colegas. Eu achei bem legal, marcou a minha vida o trote (Renata, caloura, Economia).

Eu acho bom o trote, acho legal, porque acho que é uma forma de unir a turma antes de começar o curso. Então tu não chega sem conhecer ninguém, pode conversar, conhecer as pessoas antes de começar a aula, eu acho bom ter o trote (Paula, caloura, Psicologia).

Até foi uma forma, enfim, eu conheci a turma inteira. Pra uma situação inicial, acho que é muito bom. Pra mim foi. Teve algumas pessoas que eu me aproximei no início também, por causa do trote (Hélio, formando, Psicologia).

Diante do que foi exposto, constatou-se que os calouros dos dois cursos pesquisados possuem uma boa relação com a turma no geral, tanto que suas expectativas em relação aos colegas foram plenamente atendidas e até, em alguns casos, superadas. Entretanto, com o passar dos semestres, os alunos tendem a perceber a desunião da turma por meio da falta de companheirismo por parte dos colegas. Mesmo assim, calouros e formandos mencionaram, por um lado, a competição existente entre os colegas de turma e, por outro, o papel familiar que alguns colegas desempenham para aqueles que passaram a viver longe das figuras parentais. Observou-se, ainda, que colegas e veteranos auxiliam na adaptação acadêmica por meio dos apoios afetivo (conversas sobre as vivências acadêmicas positivas e negativas, troca de experiências e apoio na resolução de problemas) e instrumental (estudos em conjunto, discussões e debates de textos, empréstimos de materiais e explicações da matéria por aqueles que dominam o conteúdo). Além disso, os pares auxiliam na adaptação à cidade (para aqueles que saíram de sua cidade de origem) e à instituição como um todo.

É importante entender a natureza dos vínculos formados entre os colegas de graduação para que as coordenações de cursos, por meio dos professores, estimulem o desenvolvimento de atividades em grupo. Acredita-se que elas auxiliaram na formação de laços de amizade e, por conseguinte, na adaptação acadêmica, uma vez que os amigos, muitas vezes, facilitam o entendimento de conteúdos e de processos burocráticos dentro da universidade. Ademais, é relevante que coordenações de cursos e docentes atentem para a criação de um ambiente de interações saudáveis, já que é mais difícil a criação de vínculos sinceros e de uma cultura de ajuda mútua em contextos de relacionamentos hostis.

Este estudo possui algumas limitações que devem ser consideradas ao extrapolar os resultados encontrados para além da amostra estudada. Salienta-se que a pesquisa foi desenvolvida apenas com cursos da área de ciências sociais e humanas. É possível que estudantes de outros cursos enxerguem a relação com os colegas de uma forma diferente. Portanto, uma pesquisa com discentes desses cursos poderia encontrar resultados diferentes no que diz respeito à desunião da turma e a outros aspectos. Além disso, não foram encontradas pesquisas que enfocassem a formação de vínculos entre os pares em estudantes de universidades particulares. Assim, não há como saber se os laços de amizade são formados de forma semelhante ou não. Diante disso, sugere-se que mais pesquisas sejam realizadas abrangendo acadêmicos de cursos de outras áreas e outras instituições, objetivando conhecer de que forma são constituídos os vínculos entre os colegas e se isso ajuda, atrapalha ou é indiferente para o melhor desempenho acadêmico.

 

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Endereço para correspondência:
Anelise Schaurich dos Santos
Universidade Federal de Santa Maria
Rua Marechal Floriano Peixoto, 1.750, 3º andar, sala 308, Centro
Santa Maria – RS – Brasil. CEP: 90160-090
E-mail: anelise_ssantos@hotmail.com

Submissão: 23.5.2013
Aceitação: 12.9.2014

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