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Psicologia: teoria e prática

versão impressa ISSN 1516-3687

Psicol. teor. prat. vol.19 no.2 São Paulo ago. 2017

http://dx.doi.org/10.5935/1980-6906/psicologia.v19n2p131-147 

ARTIGOS
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

 

Validação brasileira do questionário de ansiedade social para adultos (CASO)

 

Brazilian validation of the social anxiety questionnaire for adults (SAQ)

 

Validación brasileña del cuestionario de ansiedad social para adultos (CASO)

 

 

Vicente E. CaballoI; Isabel C. SalazarII; Larissa Nobre-SandovalIII; Marcia F. WagnerIV; Benito AriasV; Lélio LourençoVI

IUniversidad de Granada, Espanha
IIFunveca, Espanha
IIIUniversidade de Brasília, DF, Brasil
IVFaculdade Meridional (IMED), RS, Brasil
VUniversidad de Valladolid, Espanha
VIUniversidade Federal de Juiz de Fora, MG, Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Uma prática comum no campo da avaliação da ansiedade social em países de língua espanhola e portuguesa é o uso de instrumentos de origem anglo-saxã sem adaptação prévia para o país de nova aplicação. Recentemente, desenvolveu-se empiricamente o novo Questionário de Ansiedade Social para Adultos (CASO) com situações sociais provenientes da América Latina, da Espanha e de Portugal. Este artigo apresenta as propriedades psicométricas do CASO aplicado a uma amostra de 2.422 brasileiros. Os resultados mostram que o questionário mantém a sua estrutura original de cinco dimensões, com os seus 30 itens apresentando carga fatorial superior a 0,40 em cada um dos cinco fatores. A confiabilidade e a consistência interna são elevadas. Foram encontradas diferenças associadas ao sexo, com mulheres pontuaram de maneira mais elevada em três das cinco dimensões e na ansiedade social geral. Esses dados indicam que o CASO (SAQ) é uma medida válida e confiável para uso no Brasil.

Palavras-chave: ansiedade social; fobia social; avaliação; (SAQ); análise fatorial.


ABSTRACT

A common practice in the field of social anxiety assessment in Portuguese and Spanish-speaking countries is the use of instruments, developed in English-speaking countries, without prior adaptation to the country of application. Recently, it has been empirically developed the new Social Anxiety Questionnaire for Adults (SAQ) with social situations from Ibero America, Spain, and Portugal. This article presents the psychometric properties of the SAQ, applied to a sample of 2,422 Brazilians. The results show that the questionnaire maintains its five-factor original structure, with its 30 items loading above 0.40 in each of the five factors. The reliability and internal consistency are high. Differences associated with gender were found, showing that women scored higher than men in three out of the five factors and in global social anxiety. These data indicate that the SAQ is a reliable and valid measure for use in Brazil.

Keywords: social anxiety; social phobia; assessment; SAQ; factorial analysis.


RESUMEN

Una práctica frecuente en el campo de la evaluación de la ansiedad social en países de lengua española y portuguesa es el empleo de instrumentos de origen anglosajón. Recientemente se ha desarrollado de forma empírica el nuevo Cuestionario de ansiedad social para adultos (CASO) con situaciones sociales generadas en Latinoamérica, España y Portugal. Este artículo presenta las propiedades psicométricas del CASO aplicado a una muestra de 2.422 brasileños. Los resultados muestran que el cuestionario mantiene su estructura original de cinco dimensiones, con sus 30 ítems presentando una saturación factorial superior a 0,40 en cada uno de los cinco factores. La fiabilidad y la consistencia interna son elevadas. Se encontraron diferencias asociadas al sexo, con las mujeres puntuando más alto que los hombres en tres de las cinco dimensiones y en la ansiedad social global. Estos datos indican que el CASO (SAQ) es una medida válida y fiable para su utilización en Brasil.

Palabras-claves: ansiedad social; fobia social; evaluación; SAQ; análisis factorial.


 

 

Introdução

A ansiedade social em sua forma clínica, ou seja, como transtorno de ansiedade social (ou fobia social), é uma das síndromes clínicas mais comuns internacionalmente. O DSM-5 (APA, 2013) define esse transtorno como um medo marcante e persistente de uma ou mais situações sociais em que a pessoa se sente exposta à avaliação dos outros, no qual os efeitos sobre a sua vida variam entre a evitação a determinadas situações sociais até uma incapacidade quase total.

Para a avaliação da ansiedade social, entrevistas e questionários são utilizados predominantemente, com preponderância dos últimos pela facilidade de aplicação e economia de tempo e dinheiro. Os questionários aplicados habitualmente para avaliar a ansiedade social, tanto no âmbito internacional quanto no ibero-americano, têm origem anglo-saxã, como o Inventário de ansiedade e fobia social (Social Phobia and Anxiety Inventory, SPAI; Turner, Beidel, Dancu, & Stanley, 1989), a Escala de Ansiedade social de Liebowitz, versão de autorrelato (Liebowitz Social Anxiety Scale, Self-Report; LSAS-SR; Liebowitz, 1987), o Inventário de fobia social (Social Phobia Inventory, SPIN; Connor et al., 2000), a Escala de Fobia Social (Social Phobia Scale, SPS; Mattick & Clarke, 1998) e a Escala de ansiedade na interação social (Social Interaction Anxiety Scale, SIAS; Mattick & Clarke, 1998).

O uso desses instrumentos não originou, de acordo com as informações disponíveis, uma adaptação das situações sociais e das idiossincrasias do país latino-americano ao qual se aplica a avaliação; usualmente é feita apenas a tradução (acompanhada, muitas vezes, pelo back translation). Com esse procedimento, corre-se o risco de que nem todas as situações sociais do instrumento original sejam relevantes para o país de aplicação ou que existam situações importantes que não estejam incluídas no questionário original. Estudos confirmam que isso ocorre em algumas das situações sociais incluídas (ou não incluídas) em avaliações de autorrelato de origem anglo-saxã, aplicadas para avaliar a ansiedade social em países da América Latina, Espanha e Portugal (Caballo et al., 2012). Há situações na maioria dos questionários, como, "beber em lugares públicos" ou "urinar em banheiros públicos" que não parecem ser relevantes para as pessoas com ansiedade social na Ibero-América, Espanha e Portugal. Situações muito significativas, no entanto, como "interação com o sexo oposto" não parecem encontrar espaço na maioria dos questionários de origem anglo-saxã (Caballo et al., 2012; Caballo et al., 2015).

Outro problema com questionários é a instabilidade de sua estrutura fatorial em diferentes estudos, apontando variações no número de fatores e itens incluídos em cada fator. No instrumento SPAI, por exemplo, foram identificados de dois a seis fatores; na LSAS-SR, foram encontrados de dois a cinco fatores; e no SPIN, de um até cinco fatores. Uma revisão crítica da estrutura fatorial de cinco dos questionários de ansiedade social mais utilizados a nível internacional foi realizada por Caballo, Salazar, Irurtia, Arias, & Nobre (2013).

Uma dificuldade adicional desses instrumentos diz respeito ao fato de que todos oferecem uma única pontuação global, que serve para indicar se um indivíduo apresenta ou não ansiedade social. Embora todos tenham estudos sobre estrutura fatorial, eles não oferecem informações sobre o tipo de dimensão em que o indivíduo tem dificuldades.

Por fim, embora as diferenças entre homens e mulheres tenham sido frequentes na literatura sobre a ansiedade social (Baños, Botella, Quero & Medina, 2007; Caballo, Salazar, Irutia, Arias et al., 2014; Caballo et al., 2013; Stewart & Mandrusiak, 2007), nenhum dos questionários internacionais aponta diferentes pontos de corte de acordo com o sexo. Ainda que essa diferença traga complicações ao separar por sexo, com e sem ansiedade social, em nível comunitário e nível clínico, a avaliação estaria mais próxima da realidade e traria um cenário mais preciso da ansiedade social.

Todas essas questões se tornaram evidentes quando foi dado início, de forma empírica, ao desenvolvimento de um novo questionário de ansiedade social, o Questionário de Ansiedade Social para Adultos (CASO), a partir de amostras e situações próprias de 16 países da Ibero-América, Espanha e Portugal. As propriedades psicométricas da versão final do CASO são excelentes a nível global (com dados de todos os países) e, especificamente, com estudantes universitários da Espanha. No entanto, não foram ainda publicados dados sobre o comportamento dos questionários para cada país da Ibero-América ou de Portugal. O objetivo deste trabalho é apresentar as características psicométricas do CASO para uma amostra geral de brasileiros, incluindo a sua estrutura fatorial, confiabilidade, consistência interna e validade convergente, assim como possíveis diferenças associadas ao sexo na ansiedade social.

 

Método

Participantes

Os participantes foram 2.422 pessoas de diferentes regiões do Brasil, com média de idade de 26,86 anos (DP = 9,83). A distribuição por sexo foi de 1.312 mulheres (M = 26,60 anos, DP = 9,73) e 1.110 homens (M = 27,17 anos, DP = 9,93). A faixa etária variou entre 16 e 78 anos, concentrada entre 18 e 30 anos. Da amostra total, 570 participantes eram estudantes de Psicologia; 681, estudantes de outros cursos; 84, psicólogos; 354, profissionais com outros cursos universitários; 374, trabalhadores sem formação universitária; 116, estudantes pré-universitários; 243, não se enquadraram em nenhuma das opções anteriores (aposentados, desempregados, donas de casa etc.).

Instrumentos

Para avaliar a ansiedade social, foram utilizadas as seguintes medidas de autorrelato:

a) Questionário de Ansiedade Social para Adultos (Cuestionario de ansiedad social para adultos, CASO; Caballo, Salazar, Arias et al., 2010; Caballo et al., 2012; Caballo et al., 2015). Foi utilizada a versão brasileira do CASO (Anexo A), composta por 30 itens pontuados em uma escala Likert de cinco pontos, de 1 = "Nenhum ou muito pouco mal-estar, tensão ou nervosismo" a 5 = "Muito ou muitíssimo mal-estar, tensão ou nervosismo". O CASO avalia cinco dimensões da ansiedade social, compostas por seis itens distribuídos aleatoriamente em cada uma: 1) Falar em público/Interação com pessoas em posição de autoridade. 2) Interação com pessoas desconhecidas. 3) Interação com o sexo oposto. 4) Expressão assertiva de incômodo, desagrado ou raiva. 5) Ficar em evidência ou fazer papel de ridículo. O questionário tem uma estrutura sólida e estável de cinco fatores, explicando percentuais adequados de variância acumulada (entre 40,80% e 54,39%) em amostras clínicas e gerais. Os níveis de consistência interna (alfa de Cronbach) para a pontuação total de CASO são elevados (de 0,88 até 0,93) e para as dimensões (ou fatores) são classificados como níveis de moderados a altos (de 0,66 a 0, 90). A confiabilidade encontrada (método das duas metades de Guttman) para a pontuação total do CASO é elevada (de 0,82 a 0,94) (Caballo, Salazar, Arias et al., 2010; Caballo et al., 2012; Caballo et al., 2015; Salazar, 2013). Encontrou-se também que o questionário é sensível aos efeitos do tratamento em sujeitos com ansiedade social em uma amostra brasileira (Wagner, Pereira, & Oliveira, 2014). As diferenças entre os países participantes no desenvolvimento do CASO foram habitualmente pequenas e sem um padrão específico, mas sempre muito menores que as diferenças encontradas entre sexos. Ou seja, as diferenças encontradas entre homens e mulheres de um mesmo país foram muito maiores do que entre homens de distintos países ou entre as mulheres desses países (Caballo et al., 2015; Caballo, Salazar, Irurtia, Arias et al., 2014).

b) Escala de ansiedade social de Liebowitz - versão de autorrelato (Liebowitz Social Anxiety Scale - Self-Report, LSAS-SR; Liebowitz, 1987). Ela é composta por 24 itens que avaliam ansiedade ou mal-estar, por um lado, e, por outro, evitação de situações sociais específicas. O mal-estar ou ansiedade é avaliado em uma escala de tipo Likert que varia de 0 ("Nenhum") a 4 ("Intenso") e a evitação de tais situações de 0 ("Nunca - 0%") a 4 ("Geralmente - 100%"). A pontuação total é obtida pela soma da pontuação das subescalas de mal-estar ou ansiedade e a de evitação. As propriedades psicométricas da LSAS-SR são adequadas e a confiabilidade (método das duas metades de Guttman) da pontuação total da LSAS-SR vai de moderada a alta (desde 0,79 a 0,94) (Salazar, 2013). Os níveis de consistência interna (alfa de Cronbach) da subescala de ansiedade ou mal-estar estão entre 0,83 e 0,92, da subescala de evitação entre 0,84 e 0,91, e da escala total entre 0,86 e 0,95 (Caballo et al., 2013; Salazar, 2013).

Procedimento

A participação do Brasil no desenvolvimento do CASO ocorreu desde a sua primeira versão, incluindo a compilação de situações sociais próprias do país (Caballo, Salazar, Irurtia, Arias, Hofmann, & the CISO-A Research Team, 2010) e os sucessivos estudos que reduziram o número inicial de 516 itens à versão final de 30 itens, que é a utilizada neste estudo (Caballo et al., 2012; Caballo et al., 2015). A adaptação do CASO para o português foi realizada em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). O instrumento possuía uma versão em espanhol e outra em português. O back translation foi organizado pela equipe espanhola, primeiramente com algumas pessoas que conheciam os dois idiomas, e revisadas por outras que não integraram a primeira equipe. Para a validação brasileira, dois profissionais da área da psicologia integrantes do grupo de pesquisa Avaliação e Atendimento em Psicoterapia Cognitiva da PUCRS, que possuíam o domínio da língua espanhola, realizaram a avaliação da tradução dos termos. Foram sugeridas pequenas modificações, visto que a tradução estava adequada em sua maior parte. A partir dessa versão em português, um estudo piloto de validação semântica com profissionais da área da psicologia foi conduzido para verificar se os termos estavam adequados e as instruções de aplicação estavam claras. O instrumento foi considerado de fácil compreensão e não houve dúvidas em relação aos termos da versão traduzida para o português.

A aplicação dos questionários teve duração entre 10 e 15 minutos e foi realizada em sala de aula, em locais de trabalho ou em associações, em grupo e de forma anônima, preservando a privacidade dos participantes. Foi assegurado que todos os cuidados éticos foram tomados na elaboração e na coleta de dados desse estudo. Os participantes foram verbalmente esclarecidos quanto a objetivos, procedimentos e usos dos dados antes da aplicação dos instrumentos. A pesquisa apresenta riscos mínimos aos participantes. Ainda assim, foi ressaltado que sua participação era voluntária, e que o sigilo não permitiria sua identificação.

Análise dos dados

A amostra total de participantes foi dividida em duas subamostras (com um procedimento aleatorizado) para realizar uma análise fatorial exploratória (AFE) sobre uma delas (amostra 1) e uma análise fatorial confirmatória (AFC) sobre a outra (amostra 2). Realizou-se uma AFE com análise hierárquica de fatores oblíquos por meio do programa Statistica 12.0 (StatSoft, 2013). Esse tipo de análise fatorial pressupõe a hipótese de que há um fator geral (secundário) de ansiedade social que provavelmente afeta todas as dimensões da ansiedade social medidas pelos itens de cada questionário. Além disso, as soluções fatoriais fornecidas nesse tipo de análise são mais limpas e mais claras, favorecendo os itens alocados em um único fator. A carga fatorial mínima para incluir um item em um fator foi de 0,40, considerada adequada para fins de interpretação (Stevens, 1986).

Antes da análise fatorial confirmatória (AFC) com a amostra 2, foi realizada uma análise paralela (Horn, 1965) utilizando o procedimento de Monte Carlo com 200 repetições; o objetivo foi garantir o número ótimo de fatores a serem retidos. Para realizar a AFC, foi utilizado o programa LISREL, v 8.8 (Scientific Software International, 2006) para verificar a estrutura interna do CASO. A AFC foi realizada utilizando os mínimos quadrados ponderados diagonalmente (DWLS). Foram testados três modelos: M1 = modelo unifatorial; M2 = modelo de cinco fatores correlacionados; M3 = modelo de cinco fatores de primeira ordem e um fator de segunda ordem. O M3 é similar a M2, mas foi levada em consideração a hipótese de que pode haver um fator geral, denominado "ansiedade social" (segundo nível), que une os outros cinco fatores (primeiro nível). Para a interpretação dos dados, foi considerado o erro de aproximação da raiz quadrada da média (Root Mean Square Error of Approximation, RMSEA); os valores < 0,05 indicariam uma melhor aproximação, entre 0,05 e 0,08, um erro razoável de aproximação, e > 0,10, um ajuste pobre; no índice de ajuste comparativo (Comparative Fit Index, CFI) e no índice de Tucker-Lewis (Tucker-Lewis index, TLI) os valores superiores a 0,90 indicariam um bom ajuste; na raiz quadrada da média dos resíduos ao quadrado padronizada (Standardized Root Mean Square Residual, SRMR), os valores < 0,10 são considerados favoráveis (Kline, 2005).

Foram calculados também correlações (Pearson) entre os escores totais de ambos os questionários. Assim como, entre os fatores do CASO e das subescalas da LSAS-SR e a escala total, com o objetivo de avaliar a validade convergente do CASO.

 

Resultados

Extração das subamostras

Do total de 2.422 participantes foram extraídas duas subamostras aleatoriamente. A primeira subamostra (n1) consistiu de 1.222 indivíduos, dos quais 656 eram mulheres (M= 25,94, DP = 8,80) e 566 homens (M = 27,87 anos, DP = 10,47). A segunda subamostra (n2) consistiu de 1.200 indivíduos, dos quais 656 eram mulheres (M = 27,26, DP = 10,55) e 544 homens (M = 26,44 anos, DP = 9,30).

Análise fatorial exploratória do CASO com a amostra 1

A AFE do CASO encontrou uma solução de cinco fatores que explicaram 52,32% da variância acumulada. Os fatores obtidos foram: Fator 1. Interação com o sexo oposto; Fator 2. Expressão assertiva de incômodo, desagrado ou raiva; Fator 3. Falar em público/Interação com pessoas em posição de autoridade; Fator 4. Interação com pessoas desconhecidas; Fator 5. Ficar em evidência ou fazer papel de ridículo. Na Tabela 1, vê-se as cargas fatoriais dos itens em cada fator e as correlações item-total destes. Todos os itens apresentaram um valor acima de 0,40 em seus correspondentes fatores.

Análise paralela e análise fatorial confirmatória do CASO com a subamostra 2

Para confirmar o número ótimo de fatores do CASO, foi realizada uma análise paralela com a subamostra 2, que comparou os valores próprios observados (extraídos a partir da matriz de correlações) com as obtidas a partir de variáveis ​​normais não correlacionadas (componentes paralelos derivados de dados aleatórios).

Os resultados, por um lado, mostraram que a solução de cinco fatores foi a que melhor se ajustou aos dados, considerando que apenas os valores próprios desses cinco fatores foram maiores do que os valores próprios gerados aleatoriamente.

Por outro lado, a AFC com a segunda subamostra do CASO foi realizada sobre a matriz de covariância dos itens. A Tabela 2 mostra os resultados obtidos com distintos índices de ajuste com os três modelos propostos. Os Modelos 2 e 3 parecem satisfazer todos os índices de ajuste. No entanto, o modelo de cinco fatores correlacionados (M2) supera o modelo de cinco fatores de primeira ordem e um de segunda ordem (M3) em três dos quatro índices (RMSEA, CFI e SRMR) e iguala no TLI, indicando que nossos dados se ajustam melhor ao modelo 2. O modelo de um único fator (M1) não parece uma solução apropriada, como indicam diversos índices.

Confiabilidade do CASO e da escala LSAS-SR

Ambas as medidas obtiveram níveis adequados de confiabilidade. A confiabilidade das duas metades de Guttman para o CASO foi de 0,93 para o escore total e para seus cinco fatores foi de 0,87 (fator 1), 0,81 (fator 2), 0,79 (fator 3), 0,78 (fator 4), e 0,80 (fator 5). A consistência interna (alfa de Cronbach) do CASO global foi 0,92 e para os cinco fatores foi 0,84 (fator 1), 0,77 (fator 2), 0,84 (fator 3), 0,78 (fator 4) e 0,77 (fator 5). A confiabilidade das duas metades de Guttman para a LSAS-SR (subescala de Ansiedade) foi de 0,80 e o seu nível de consistência interna (alfa de Cronbach) foi de 0,90.

A confiabilidade das duas metades de Guttman para a LSAS-SR foi de 0,91 para o escore total, para a Subescala de Ansiedade foi de 0,90 e para a Subescala de Evitação de 0,88. A consistência interna (alfa de Cronbach) da LSAS-SR global foi 0,93, para a Subescala de Ansiedade foi de 0,90 e para a Subescala de Evitação de 0,87.

As relações entre os fatores do CASO e com LSAS-SR

Foram encontradas as correlações (Pearson) entre os cinco fatores do CASO e também com a LSAS-SR (validade convergente). As correlações entre os fatores do CASO eram de moderadas a altas (variando de 0,47 a 0,61) e as correlações com a LSAS-SR eram também de moderadas a altas (variando de 0,37 a 0,64).

 

Tabela 3

 

Diferenças na ansiedade social associado ao sexo

Foram encontradas diferenças entre homens e mulheres na ansiedade social, tanto em nível global (escores totais dos questionários) quanto em seus fatores (ou dimensões). As principais diferenças foram encontradas nas dimensões de "Interação com o sexo oposto", "Falar em público/Interação com pessoas em posição de autoridade", "Ficar em evidência ou fazer papel de ridículo", e na pontuação total do CASO. Não foram encontradas diferenças entre homens e mulheres (p > 0,05) ou foram insignificantes (d de Cohen < 0,20) nas dimensões "Interações com pessoas desconhecidas" e "Expressão assertiva de incomodo, desagrado ou raiva". Na LSAS-SR, foram encontradas diferenças entre homens e mulheres na subescala de Evitação, mas não na subescala de Ansiedade. A Tabela 4 mostra o resultado das diferenças associadas ao sexo:

 

Discussão

O objetivo deste estudo foi analisar as propriedades psicométricas da versão brasileira do Questionário de Ansiedade Social para Adultos (CASO), sua estrutura fatorial, confiabilidade e validade convergente. Os dados da AFE do questionário na versão brasileira coincidem com os obtidos na versão original (Caballo, Salazar, Arias et al., 2010; Caballo et al., 2012, Caballo et al., 2015), o que fortalece o seu uso no Brasil. A estrutura fatorial do CASO permanece estável em todos os níveis, tanto no número de fatores quanto na distribuição dos itens em cada fator, não havendo nenhum item que sature em mais de um fator (acima do critério estabelecido de 0,40) ou em um fator diferente do obtida na versão original. Essa robustez das dimensões favorece seu uso na Ibero-América.

Com relação a outras propriedades psicométricas do CASO, conclui-se que essas são muito adequadas porque mostraram elevados níveis de consistência interna (alfa de Cronbach = 0,92) e de confiabilidade pelo método das duas metades de Guttman (r = 0,93). O alto índice de confiabilidade obtido na pontuação global do CASO revela a estabilidade do questionário nessa amostra, como em outras amostras ibero-americanas (Caballo et al., 2012; Caballo et al., 2015; Salazar, 2013), demonstrando que possui a capacidade de obter resultados semelhantes quando aplicado em diferentes momentos temporais. O alto nível de consistência interna revela a homogeneidade do conteúdo dos itens que compõem essa medida, como em outros trabalhos (Caballo, Salazar, Arias et al., 2010; Caballo et al., 2012; Caballo et al., 2015; Salazar, 2013). Quanto à consistência interna dos cinco fatores do CASO (alfa de Cronbach entre 0,77 e 0,84), é possível afirmar que os valores apoiam a inter-relação dos itens que compõem cada fator e a homogeneidade de cada dimensão latente (ou fator).

Para encontrar a validade convergente, utilizou-se a Escala de Ansiedade Social de Liebowitz-versão autorrelato (LSAS-SR), medida usada internacionalmente. A correlação entre a pontuação total do CASO e o total da LSAS-SR, bem como a sua subescala de Ansiedade ou Mal-estar, foi alta (0,64) indicando que ambos os questionários estejam provavelmente medindo o mesmo constructo.

Levando em conta que as subescalas de Ansiedade e de Evitação não proporcionam informação discriminativa separadamente, com frequência, é considerada como uma única subescala de Ansiedade (p. ex., Caballo et al., 2013; Heimberg et al., 1999) quando se utiliza a escala LSAS-SR. E é justamente essa percepção da ansiedade, maior que a da evitação, que tem uma alta correlação com o CASO.

Embora ambos os questionários avaliem o mesmo construto de ansiedade social, parece que não avaliam as mesmas dimensões, como pode ser visto em correlações mais baixas da LSAS-SR com as dimensões do CASO. Parece que as dimensões "Falar em público/interação com pessoas em posição de autoridade" e a "Interação com pessoas desconhecidas" estão melhor representadas na LSAS-SR, na medida em que as de "Expressão assertiva de incômodo, desagrado ou raiva" e "Ficar em evidência ou fazer papel de ridículo" estão menos representadas. Também não está muito representada a dimensão "Interação com o sexo oposto", que é avaliada apenas com um item na LSAS-SR. Mas a estreita relação que esta, geralmente, tem com a dimensão "Interação com pessoas desconhecidas" provoca um aumento em suas correlações com a LSAS-SR.

O que temos encontrado em diferentes estudos com população ibero-americana (Caballo et al., 2012, Caballo et al., 2015) é que existem situações incluídas na maioria dos questionários desenvolvidos no âmbito anglo-saxão que não têm relevância para a Ansiedade social no contexto ibero-americano (p. ex., "comer/beber em público" ou "beber com outros em locais públicos"). A falta de relevância desses itens não impediu que esses questionários fossem utilizados no âmbito latino, sem adaptação. Ou seja, a simples tradução dele tem sido a tática seguida para a sua aplicação, sem questionar se realmente todas as situações sociais propostas nos questionários de ansiedade social, desenvolvidos no âmbito anglo-saxão, são relevantes para a avaliação de ansiedade social em países ibero-americanos. Com o CASO, tal questão não ocorre, pois os itens foram gerados empiricamente a partir de situações sociais relevantes para a ansiedade social nos países ibero-americanos e, portanto, adaptados desde seu desenvolvimento inicial a esse âmbito de atuação. E o que é ainda mais relevante: a ansiedade social em contexto ibero-americano é composta por cinco dimensões básicas, algo não encontrado em qualquer um dos questionários que normalmente são usados a nível internacional, incluindo Ibero-América.

Outro objetivo deste estudo foi encontrar diferenças na ansiedade social associadas ao sexo e os resultados foram semelhantes nos dois questionários, corroborando estudos anteriores. As mulheres expressaram maior ansiedade social do que os homens, de forma significativa, nas dimensões de "Interação com o sexo oposto", "Falar em público/Interação com pessoas em posição de autoridade" e na pontuação total do CASO. O mesmo se aplica à dimensão "Ficar em evidência ou fazer papel de ridículo", embora essa diferença seja muito menor do que nas três dimensões anteriores. Os resultados do CASO concordam inteiramente com os encontrados em um estudo anterior com 16 países da América Latina, Espanha e Portugal (Caballo, Salazar, Irurtia, Arias et al., 2014).

Uma possível razão dessas diferenças poderia ser que as mulheres percebem esse tipo de situação como mais difícil. As habilidades sociais poderiam ter um importante papel nisso, pois recentemente descobriu-se que as mulheres parecem ter menos habilidades sociais do que os homens nesse tipo de situação social (Caballo, Salazar, Olivares et al., 2014; Caballo, Salazar, & CISO-A España, 2017). Tais dados são esperados, tendo em vista a estreita relação entre habilidades sociais e ansiedade social (Caballo, Salazar, Irurtia, Olivares, & Olivares, 2014) e o frequente uso do treinamento em habilidades sociais para o tratamento da ansiedade social (Caballo, 2003; Wagner et al., 2014). Assim, o estudo apoia os resultados da ausência de diferenças significativas entre homens e mulheres nas dimensões do CASO "Interação com pessoas desconhecidas" (não significativa) e "Expressão assertiva de incômodo, desagrado ou raiva" (significativa mas com um d de Cohen trivial), semelhantes aos encontrados por Caballo, Salazar, Irurtia, Arias et al. (2014) sobre as mesmas situações mas na área das habilidades sociais.

Ao comparar os resultados da pontuação total da LSAS-SR e de suas subescalas de Ansiedade/Mal-estar e de Evitação, entretanto, foram encontradas diferenças significativas na subescala de Evitação (d = 0,27), mas não na subescala Ansiedade/Mal estar (d = 0,11). Tais resultados não confirmam os encontrados por Caballo et al. (2013), que obtiveram o contrário: diferenças significativas entre homens e mulheres na subescala de Ansiedade/Mal-estar (com d de Cohen de 0,23), mas não na subescala de Evitação. Esse resultado se soma à lista de controvérsias que acumula a pesquisa com a escala LSAS-SR, que não mantém estável nem a sua estrutura nem as suas propriedades, em muitos estudos que realizam com sua aplicação (p. ex., Caballo et al., 2013). Entretanto, os resultados obtidos com o CASO no contexto ibero-americano foram muitos semelhantes em diferentes países, conservando, sempre, tanto sua estrutura penta-fatorial quanto suas propriedades.

Esse estudo tem também algumas limitações. Uma delas é que a amostra utilizada é uma amostra por conveniência, ou seja, os colaboradores aplicaram os questionários aos sujeitos que estavam ao seu alcance. Outra limitação é a falta de dados sobre a validade preditiva e a validade concorrente do CASO. Embora nesse momento o trabalho tenha enfocado as características psicométricas do questionário com amostras espanholas (p. ex., utilizando a seção de fobia social da "Entrevista clínica estruturada para transtornos do Eixo I do DSM-IV" (First, Spitzer, Gibbon, & Williams, 1997) como critério para a validade concorrente do CASO), os dados ainda não foram publicados.

 

Referências

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Endereço para correspondência:
Vicente E. Caballo
Faculdade de Psicologia, Universidade de Granada
18071, Granada (Espanha)
E-mail: vcaballo@ugr.es

Submissão: 8.5.2015
Aceitação: 20.6.2017

 

 

Anexo A

Questionário de ansiedade social para adultos (CASO)

(Caballo, Salazar, Arias, Irurtia, Calderero, & CISO-A Equipo de Investigación, 2010)

A seguir é apresentada uma série de situações sociais que podem produzir mal-estar, tensão ou nervosismo em maior ou menor grau. Por favor, coloque um "X" no número que melhor corresponde a seu comportamento de acordo com a escala apresentada.

Caso não tenha vivido algumas das situações citadas, imagine qual seria o grau de mal-estar, tensão ou nervosismo que lhe ocasionaria e coloque o "X" no número correspondente.

 


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Por favor, não deixe nenhum item sem responder e faça-o de maneira sincera; não se preocupe, não existem respostas corretas ou incorretas.

 


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Instruções para a correção do CASO e de suas dimensões:

Dimensão 1:

Falar em público/Interação com pessoas em posição de autoridade (soma dos itens 3, 7, 12, 18, 25, 29)

Dimensão 2: Expressão assertiva de incômodo, desagrado ou raiva (soma dos itens 2, 5, 9, 11, 14, 26)
Dimensão 3: Interação com o sexo oposto (soma dos itens 4, 6, 20, 23, 27, 30)
Dimensão 4: Interação com pessoas desconhecidas (soma dos itens 10, 13, 15, 17, 19, 22)
Dimensão 5: Ficar em evidência ou fazer papel de ridículo (soma dos itens 1, 8, 16, 21, 24, 28)
Pontuação total: Soma de todos os itens do questionário

Os pontos de corte para o questionário e cada uma de suas dimensões se podem encontrar em Caballo et al. (2012) e Caballo et al. (2015).

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