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Cadernos de Psicologia Social do Trabalho

versão impressa ISSN 1516-3717

Cad. psicol. soc. trab. v.6  São Paulo dez. 2003

 

EDITORIAL

 

O presente volume trata de vários temas de interesse à Psicologia Social do trabalho. Abre esta edição o artigo de Suzana G. Albornoz, que nos apresenta uma reflexão sobre como o trabalho aparece no clássico Utopia, discutindo sua organização e distribuição na sociedade descrita por Thomas More. Ao fazê-lo, revela as raízes das atuais preocupações autogestionárias, bem como convida ao exercício da imaginação utópica para pensar a transformação libertária do trabalho.

Alice M. Busnardo e a equipe de Jacyara C.R. Nasciutti discutem em seus respectivos artigos a organização do trabalho e a vivência dos trabalhadores. O primeiro, descreve e analisa como a reestruturação produtiva implementada em uma empresa metalúrgica é percebida pelos seus trabalhadores, apontando as contradições do pós-fordismo e questionando o tipo de participação e diálogo implementados nesse modelo fabril. O segundo artigo reflete sobre a potencialidade das mudanças nas relações de trabalho possibilitadas pelo cooperativismo, bem como sobre os desafios para a efetivação da autogestão, tendo como base experiências concretas de cooperativas populares.

A temática da saúde e do trabalho comparece em três artigos. Michiel A. Kompier e Tage S. Kristensen configuram o estado da arte das intervenções em estresse ocupacional e, ao fazê-lo, tecem uma profunda crítica à forma como elas vêm sendo implementadas, caracterizando-se como intervenções que procuram modificar os indivíduos mais do que o seu ambiente de trabalho e que se voltam mais para a redução do estresse e de suas consequências de longo prazo do que para a redução dos estressores.

Maria Carmen Martinez e Ana Isabel B.B. Paraguay apresentam um panorama teórico-metodológico da relação entre satisfação e trabalho e traçam diretrizes para a promoção da saúde. Por sua vez, Selma Lancman e Seiji Uchida discutem a relação entre organização do trabalho e subjetividade a partir da Psicodinâmica do Trabalho de C. Dejours, oferecendo subsídios para a intervenção e a pesquisa na área.

Finalmente, temos o prazer de tornar pública a entrevista feita em setembro último com uma das pesssoas que muito tem contribuído para o repensar do trabalho e da produção, tendo como ponto de partida a Economia Solidária, o professor Paul Singer.

São Paulo, novembro de 2003.

Leny Sato

Fábio de Oliveira

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