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Revista de Etologia

Print version ISSN 1517-2805On-line version ISSN 2175-3636

Rev. etol. vol.14 no.2 São Paulo  2015

 

Etologia no Brasil (II): Dissertações de Mestrado de 2010 a 2014

 

Ethology in Brazil (II): Master Theses from 2010 to 2014

 

 

Leandro MagriniI, *; Elisabeth Spinelli De OliveiraI, II, *

IPrograma de Pós Graduação em Psicobiologia. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP). Universidade de São Paulo (USP)
IIDepto de Biologia. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP). Programa de Pós Graduação em Neurociência e Comportamento (NeC), Instituto de Psicologia (IP). Universidade de São Paulo (USP)

 

 


RESUMO

Neste estudo é feito o levantamento das Dissertações de Mestrado defendidas em cinco anos no Brasil, dando continuidade ao trabalho anterior sobre a produção acadêmica (i.e. teses) em Etologia. Usamos a busca por palavras chaves (e.g. etologia e comportamento animal) em sites e links de universidades, Instituições de pesquisa, e publicações pertinentes. Organizamos os dados de acordo com gênero, instituição, subárea, e grupo taxonômico. Foram encontradas 531 dissertações, 106±15 por ano, majoritariamente em instituições públicas, com apoio de agências estatais. A autoria feminina é maior (61%) do que a masculina (39%), fato já observado nos doutorados durante o mesmo período. O Sudeste (52%) e Nordeste (23%) são responsáveis por 75% das dissertações e 21 das 27 unidades federativas estão representadas, um número maior do que encontrado nos doutorados. Instituições de São Paulo são responsáveis por 28% da produção total das dissertações, um valor inferior ao encontrado para os doutoramentos. Minas Gerais com 15% das dissertações, Rio Grande do Norte com 9%, e Bahia, Paraná e Rio de Janeiro, com 7% das dissertações para cada são os principais estados. Ecologia Comportamental e Etologia Aplicada continuam a ser os temas mais estudados com 197 e 144 trabalhos, respectivamente. As demais subáreas estão presentes de maneira mais expressiva do que no estudo anterior: Cognição, Comunicação, Evolução do Comportamento, Neuroetologia, Psicologia Evolutiva e Teoria Comportamental. A diversidade da fauna brasileira está representada com pelo menos 203 espécies: 70 famílias e 29 ordens de Vertebrata, e 39 famílias e 13 ordens de Arthropoda. Dissertações sobre vertebrados correspondem a 78% do total: Mammalia está representada em 285 dissertações (54%), Aves em 39 (7%), Amphibia em 40 (8%) e Actinopterygii em 38 dissertações (7%). Além de Vertebrata os outros grupos representados pertencem majoritariamente a Arthropoda: Insecta destaca-se em 72 dissertações (14%); Arachnida e Malacrostaca completam o grupo. Concluímos que a importância da representação feminina na produção de Etologia no Brasil está confirmada, bem como o aumento relativo na autoria de dissertações por mulheres em relação à produção de teses entre 2010 e 2014. Verifica-se também o fortalecimento das várias subáreas da Etologia dentre os temas investigados nas dissertações, além das subáreas já consolidadas - Ecologia Comportamental e Etologia Aplicada. Observamos ainda a ampliação da participação de estados fora da região sudeste, embora essa região ainda prevaleça na produção nacional. O Instituto de Psicologia da USP tem uma contribuição relevante para a formação de mestres no cenário estadual e nacional, embora esta seja menos preponderante do que o observado para a formação de doutores. Vemos, portanto, com otimismo a trajetória futura da Etologia no Brasil. Acreditamos que o presente estudo possa servir de apoio para subsidiar o estabelecimento de diretrizes que visem à expansão da Etologia, mesmo em tempos de restrição de apoio financeiro destinado à formação de mestres e doutores, e à pesquisa de modo geral, pelo qual a ciência no país está passando no presente momento.

Palavras-chave: Temas em Comportamento Animal. Etologia nas Instituições de Ensino Superior. Dissertações 2010-2014. Gênero e autoria.


ABSTRACT

Presently the number of Master Theses issued during five years was evaluated aiming to complete the surveillance regarding the academic production of Ethology in Brazil. Sites, links and publications related to universities and research Institutions were assessed using keywords (e.g. ethology and animal behavior). Data were organized according to authorship, gender, institution, topic, and main taxonomic group. We found 531 Master Theses, 106±15/year; the majority earned at public universities state funded. Authorship is numerically more feminine (61%) than masculine (39%), a result already observed when doctoral dissertations were studied. The Southeast (52%) and the Northeast (23%) regions are responsible for 75% of the dissertations; the majority of the Federative Units (21 of 27) are regularly represented, a number larger than for doctorate dissertations. Institutions of São Paulo State are responsible for 28% of total. The other main states are Minas Gerais with 15% of theses, Rio Grande do Norte with 9%, and Bahia, Paraná and Rio de Janeiro with 7% each. The main topics are Behavioral Ecology (37% of total) and Applied Ethology (27%). Other topics, such as Cognition, Communication, Behavioral Evolution, Neuroethology, Evolutionary Psychology and Behavioral Theory are numerically more represented here than in the previous study regarding Doctorate Theses. The diversity of the Brazilian fauna is represented by at least 203 species, comprising 70 families and 29 orders of Vertebrata, and 39 families and 13 orders of Arthropoda. Vertebrata is the major subject (413 dissertations, 78% of total): Mammalia correspond to 54% of total, Amphibia to 8%, Aves and Actinopterygii correspond to 7% of total each. Insecta is the subject of 14% of dissertations; Arachnida and Malacrostraca complete the Arthropoda group. Our data confirm the important presence of women working with Ethology. It is also possible to observe the expressive presence of Ethology in States and regions beyond the Southeast boundaries and we acknowledge an expressive number of taxa being studied. The Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo contributes significantly to qualify Masters in Ethology, but its presence is less important than the role it plays regarding Doctorate Programs. Well succeeded Master Programs are a pre condition to consolidation of Doctorate Programs so we are quite optimistic regarding the future of Ethology in Brazil. Ultimately, we hope the present data can help future planning aiming further expansion of animal behavior studies, even when a substantial governmental financial cutback is foreseen.

Keywords: Topics of animal behavior. Animal behavior at Higher Education Institutions. Dissertations. 2010-2014. Gender and Authorship.


 

 

Introdução

O trabalho de Charles Darwin sobre a emoção em animais (Darwin, 1873) é considerado o marco inaugural da área da Etologia, tema de estudo cujo interesse vem se renovando até os presentes dias (Eckman, 2015; Otta, 2015).

Em meio a muita controvérsia e disputa sobre terminologia e competências, a Etologia ganhou paulatinamente autonomia acadêmica ao longo do século XX (Lorenz, 1995). O próprio termo "Etologia" (de ethos = hábito, maneira, caráter) foi usado em diferentes contextos e com diferentes significados ao longo dos séculos XIX e XX (ver Spinelli de Oliveira e Magrini, 2015).

Destacam-se para a institucionalização da ciência do comportamento animal a fundação da Association for the Study of Animal Behavior (ASAB) em 1936, e a fundação em 1964 da Animal Behavior Society, consolidando o termo "Animal Behavior", preferencialmente usado até hoje por pesquisadores e estudiosos oriundos do bloco anglófilo do hemisfério norte (Schein, 1994). O Prêmio Nobel em Fisiologia ou Medicina, conferido aos etólogos Karl von Frisch, Konrad Lorenz, e Nikolaas Tinbergen, em 1973, consolidou por definitivo a Etologia como campo autônomo do estudo do comportamento animal, realizado em um contexto naturalista e com enfoque evolutivo (Munhõz-Delgado e Moreno, 2007; Wessel, 2013; Fericean et al., 2015).

No Brasil a Etologia nasceu, na década de 1960, no Laboratório do prof. Dr. Walter Hugo de Andrade Cunha, no Departamento de Psicologia, Instituto de Psicologia (IP) da Universidade de São Paulo (Fuchs, 1995; Ades, 2010), com os estudos sobre o comportamento de formigas (Otta et al., 2013). Assim como nos Estados Unidos e na Alemanha (Wessel, 2013), a Etologia no Brasil não foi implantada de uma maneira planejada e manteve aproximação com áreas correlatas, atraindo estudantes de formação diversificada, desde a Biologia até a Filosofia (Fuchs, 1995; Otta et al., 2013).

Neste estudo, damos continuidade a trabalhos anteriores que buscaram identificar contribuições significativas feitas no campo da etologia lato sensu no Brasil (Spinelli de Oliveira et al., 2014; Spinelli de Oliveira e Magrini, 2015), para análises mais abrangentes, principalmente qualitativas.

Pesquisas do tipo estado da arte do conhecimento envolvem dois aspectos: o da análise inicial do conjunto de trabalhos, que propicia um panorama geral da produção, e outro que pode levar à identificação de tendências, ênfases, enfoques temáticos, e abordagens teóricas e metodológicas na área de estudo escolhida. De acordo com Ferreira (2002), além do caráter bibliográfico, esse tipo de trabalho possibilita o estudo da evolução quantitativa de tópicos, assim como o mapeamento geográfico na produção da área de conhecimento escolhida. Assim, nosso levantamento bibliográfico inclui alguns dos principais bancos de dados do país, mas não esgotou as bases de dados disponíveis, tarefa que é dificultada pelo fato da Etologia ter um caráter multidisciplinar e amplo, envolvendo desde laboratórios de Engenharia até de Psicologia Humana (ver Ades, 2010 e Spinelli de Oliveira e Magrini, 2015). Soma-se a isso o fato de bancos de dados, independentemente da área do conhecimento (Aldé et al., 2013), apresentarem inconsistências e limitações para a coleta de informações (Spinelli de Oliveira e Magrini, 2015).

No presente trabalho realizamos a compilação das Dissertações de Mestrado defendidas no Brasil durante o período de cinco anos, de 2010 a 2014, organizadas de acordo com o gênero do autor, subáreas da Etologia, táxons estudados e as regiões e unidades federativas em que os estudos foram conduzidos. Procuramos verificar também se a produção das Dissertações de Mestrado de Etologia no país segue o mesmo padrão encontrado na produção das Teses de Etologia; e se o Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, núcleo de origem da Etologia no país, ainda se destaca na produção dos trabalhos em Etologia nos dias atuais.

 

Material & Métodos

Levantamento dos dados

As palavras chaves "bem estar animal", "cognição", "comportamento animal", "comunicação", "conservação', "ecologia comportamental', "etologia", "etologia humana", "psicologia evolutiva", e "teoria comportamental" foram utilizadas para buscas em sites e links de universidades (ver Anexo I). Informações dos laboratórios do levantamento feito em Spinelli de Oliveira et al. (2014) foram também consultadas. A confirmação da autoria e demais informações foram feitas através de consultas à Plataforma Lattes do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq).

Adicionalmente, o formulário que consta do Anexo II foi divulgado no site (http://www.etologiabrasil.org.br/) e na fanpage (https://www.facebook.com/etologiabrasil/) da Sociedade Brasileira de Etologia (SBEt), e enviado aos sócios via e-mail para que fornecessem dados a respeito de dissertações de Mestrado de Etologia defendidas no país entre 2010 e 2014 (cf. Spinelli de Oliveira e Magrini, 2015).

Apresentação dos Dados

Os dados foram apresentados em tabelas correspondentes aos anos de 2010 a 2014 (Tabelas 1-5), e organizados de acordo com o sobrenome (ordem alfabética) do autor(a), o título da dissertação, a instituição de filiação do autor(a), a subárea da Etologia, e o táxon estudado (cf. Spinelli de Oliveira e Magrini, 2015). Os estudos foram classificados de acordo com:

a) O sexo de autoria;

b) subárea da Etologia consideradas nas seções editoriais da Revista de Etologia (RE), com pequenas modificações, sendo bastante similar ao novo formato que o futuro periódico, o Current Ethology, terá em substituição à RE. As subáreas são: Cognição, Comunicação, Ecologia Comportamental, Etologia Aplicada (abrangendo Bem Estar Animal e Conservação), Evolução do Comportamento, Neuroetologia, Psicologia Evolutiva e Teoria Comportamental. Adicionalmente, a categoria identificada como "Outra" foi criada para a classificação dos estudos que não estão contemplados na classificação supracitada (ver Spinelli de Oliveira e Magrini, 2015);

c) para a classificação dos táxons estudados, sempre que possível os mesmos foram identificados até o nível específico ou genérico, além dos táxons superiores (Classe, Ordem e Família) ao qual pertencem. Para essa identificação, diferentemente de Spinelli de Oliveira e Magrini (2015), utilizamos apenas o título dos trabalhos; somente em alguns poucos casos nos quais os títulos dos trabalhos claramente sugeriam o estudo de um modelo biológico, os resumos e palavras chaves dos trabalhos originais foram consultados. Assim como em Spinelli de Oliveira e Magrini (2015), usamos o clado Cetartiodactyla, que inclui as ordens Artiodactyla e Cetacea (Boisseri et al., 2005; Spauldinget al., 2009). Para estudos cujos táxons não puderam ser determinados ao nível específico ou genérico utilizamos a notação (ND); estudos em que nenhuma categoria taxonômica pode ser identificada, e para estudos em que não foi utilizado um modelo biológico utilizamos o símbolo (-). Os títulos originais das dissertações foram mantidos, entretanto, optamos pela atualização das mudanças taxonômicas recentes na classificação/identificação dos táxons (ver Spinelli de Oliveira e Magrini, 2015);

d) os dados sobre as regiões geográficas e unidades federativas brasileiras estão apresentados de acordo com a ordem alfabética, segundo as normas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os currículos Lattes/CNPq dos autores de todas as dissertações compiladas no estudo foram consultados para confirmar as informações das dissertações (e.g. título, ano de defesa) quando as mesmas foram encontradas em nosso levantamento de dados através do currículo Lattes/CNPq do orientador, ou em bases de dados (repositórios) de dissertações de Universidades (ver Anexo I). Quando foram encontradas discrepâncias entre as informações, utilizamos a seguinte ordem de prioridade para a confirmação das informações: arquivo do trabalho original da Dissertação do autor, quando disponível; currículo Lattes/CNPq do autor (quando atualizado após a data informada de conclusão do Mestrado); e currículo Lattes/CNPq do orientador.

Para os dados quantificados utilizamos a estatística descritiva (média±um desvio padrão, e porcentagem) visando representar tanto valores absolutos quanto relativos.

 

Resultados e Discussão

Na análise presentemente realizada foram encontradas 531 dissertações de mestrado em Etologia, defendidas no Brasil, no intervalo de cinco anos, de 2010 a 2014, uma média de 106±15 dissertações por ano. O número de dissertações defendidas em cada ano está apresentado na Figura 1.

As dissertações aqui apresentadas foram produzidas quase exclusivamente em instituições públicas (99%), e subsidiadas majoritariamente por agências de fomento estatais. Os dados completos estão nas Tabelas 1 a 5. Análises da Pós Graduação no Brasil também mostram a importância da rede pública, tanto de ensino como de pesquisa, no cenário do Ensino Superior brasileiro, principalmente nas últimas décadas (Picinin et al., 2012; Alves e de Oliveira, 2014). Em trabalho sobre a produção de Teses de Doutorado em Etologia no Brasil (Spinelli de Oliveira e Magrini, 2015), no mesmo período de estudo aqui realizado (2010-2014), observamos que as teses se originaram exclusivamente em Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa públicas, ressaltando a importância fundamental destas instituições na formação de pesquisadores (Mestres e Doutores), e consequentemente, na produção científica nacional.

Sexo da autoria

A autoria do sexo feminino é numericamente maior (61%; 323 trabalhos; 65±11 dissertações por ano) do que a do sexo masculino (39%; 208 trabalhos; 42±6/ por ano), mostrando pouca variação ao longo dos cinco anos do estudo (Figura 1). Padrão similar foi observado nas teses de doutorado de Etologia produzidas durante o mesmo período, ou seja, 58% das teses são de autoria do sexo feminino, e 42% de autoria do sexo masculino (Spinelli de Oliveira e Magrini, 2015).

A questão do sexo na produção científica em nível nacional e internacional é tema de grande interesse, e recentemente vários estudos qualitativos e quantitativos foram realizados (Olinto, 2011; Lavière et al., 2013; Leta, 2014; Allum e Okahana, 2015; Spinelli de Oliveira e Magrini, 2015). Analisando-se o cenário global observa-se o aumento da participação feminina em todas as áreas do conhecimento, o que também é válido para o Brasil, segundo o Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq Lattes (ver http://lattes.cnpq.br/web/dgp/censo-atual/).

A distribuição percentual dos pesquisadores por sexo no Brasil em 2014 é de 50% para cada. Deste modo, o resultado do presente trabalho em relação à produção de dissertações na área específica de Etologia no Brasil encontra-se, assim como para a produção de teses de doutorado (Spinelli de Oliveira e Magrini, 2015), dentro da faixa esperada, salientando-se que se considera equidade de sexo quando os valores variam de 40 a 60%. Do ponto de vista da paridade na formação de mestres o número foi alcançado. Os próximos passos no futuro devem ser, portanto, no sentido de assegurar as mesmas oportunidades de participação nas universidades e centros de pesquisa em posições acadêmicas, tanto em cargos de direção como na igualdade de condições relativas à produtividade (Leta, 2014; Moschkovich e Almeida, 2015).

Regiões geográficas

A região Sudeste (274 dissertações, 52% do total) e a região Nordeste (121 dissertações, 23%) contribuem com um total de 395 trabalhos de mestrado, o que corresponde a 75% das dissertações de Etologia (Figura 2). Em ambas as regiões as dissertações são produzidas de maneira regular e contínua no período amostrado (2010 a 2014). A assimetria regional verificada nas dissertações de Etologia também é observada em termos de Programas e Cursos de Pós Graduação no país. Segundo levantamento feito por dos Santos e de Azevedo (2009), os Programas de Mestrado e Doutorado da região Sudeste corresponderam a 61% do total nacional, sendo similar à proporção de dissertações (presente estudo) e teses (Spinelli de Oliveira e Magrini, 2015) produzidas em Etologia por essa mesma região geográfica do país. Este mesmo cenário de predominância da região Sudeste é visto em outras áreas do conhecimento, como por exemplo, com relação à educação (Teixeira e Megid Neto, 2011).

Também há uma contribuição contínua e regular na produção das dissertações da região Sul (15%), Norte (6%) e Centro-Oeste (5%) entre 2010 e 2014 (Figura 2). Em 2014, os grupos de pesquisas por região cadastrados no Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil Lattes/CNPq (http://lattes.cnpq.br/web/dgp/censo-atual/) eram: 44% no Sudeste, 22% no Sul, 20% no Nordeste, 7,5% no Centro-Oeste, e 6% na região Norte (valores em porcentagem do total). Há, portanto, grande similaridade entre a porcentagem de grupos de pesquisa e a produção de dissertações em Etologia em relação a todas as regiões geográficas brasileiras. Já em relação à produção de teses de Etologia a similaridade observada foi menor, na medida em que as regiões Centro-Oeste e Sul apresentaram valores consideravelmente menores de trabalhos produzidos do que seria esperado, quando comparados à porcentagem de grupos de pesquisa nessas regiões (Spinelli de Oliveira e Magrini, 2015).

Unidades Federativas

Grande parte das unidades federativas (UFs) brasileiras, 21 das 27 unidades (78%), está representada no período de estudo (Figura 3). Dez UFs contribuíram todos os anos, [Bahia (BA), Ceará (CE), Minas Gerais (MG), Pará (PA), Paraná (PR), Pernambuco (PE), Rio de Janeiro (RJ), Rio Grande do Norte (RN), Santa Catarina (SC) e São Paulo (SP)]; e seis UFs contribuíram em quatro dos cinco anos do estudo [Amazonas (AM), Distrito Federal (DF), Paraíba (PB), Piauí (PI), Rio Grande do Sul (RS) e Sergipe (SE)]. As demais unidades federativas representadas foram Espírito Santo (ES), Goiás (GO), Maranhão (MA), Mato Grosso (MT) e Mato Grosso do Sul (MS) (ver Suplemento I). Ao longo dos cinco anos do estudo, entre 15 e 19 UFs participaram na produção das dissertações em cada ano: 15 em 2010, 16 em 2011 e 2014, 19 em 2012, e 18 em 2013 (Suplemento I). Dessa forma, um número maior de UFs participou na produção das dissertações de Etologia no país (média de 17 por ano) comparado as UFs representadas na produção de teses de doutorado (média de 12 por ano; ver Spinelli de Oliveira e Magrini, 2015).

As instituições do estado de SP são responsáveis por 147 dissertações (28% do total), em seguida estão as instituições de MG com 79 trabalhos (15%), RN com 46 (9%), BA com 37 trabalhos (7%), e PR e RJ com 36 dissertações cada (7%). No conjunto, esses seis estados são responsáveis por 73% das dissertações de Etologia entre 2010 e 2014 (Suplemento I).

A Universidade de São Paulo (USP) é responsável por 80 dissertações, ou seja, 15% das dissertações de Etologia produzidas no país nos cinco anos de estudo, média de 16±4 por ano (Tabelas 1 a 5, Figura 4). Neste cenário, a USP destaca-se como responsável pela produção de 54% das dissertações de mestrado em Etologia no estado de São Paulo. Se considerarmos que a USP produziu nesse mesmo intervalo de tempo um total de 16.433 dissertações de acordo com o portal da universidade (http://teses.usp.br), o tema de Etologia correspondeu a 0,5% do total das dissertações da USP.

Embora a maioria das dissertações de Etologia tenha sido produzida em outras unidades da USP, o Instituto de Psicologia (IP) contribui de maneira regular (5±2/ano; total de 23), representando 31% da produção de dissertações de Mestrado em Etologia da USP, e cinco por cento do total de dissertações de Etologia no país (Tabelas 1 a 5; Figura 4). Vale salientar que nos cinco anos analisados, o IP produziu um número de dissertações similar ao da sétima unidade federativa que mais contribuiu com a produção de dissertações no país (i.e. Santa Catarina, 26 dissertações), indicando que este Instituto ainda mantém a posição histórica entre os núcleos mais importantes de Etologia no Brasil (Figura 4).

Apesar da Universidade de São Paulo ser a Instituição que mais contribuiu na produção de dissertações de Etologia dentre as instituições paulistas, e ocupar uma posição de destaque na produção em Etologia no cenário nacional, verifica-se uma preponderância menor da USP na produção de dissertações em relação a produção de teses de doutorado de Etologia no estado de São Paulo e no país ao longo período de estudo (73% dos doutorados de Etologia no estado de São Paulo, e 36% dos doutorados de Etologia produzidas no país de 2010 a 2014; ver Spinelli de Oliveira e Magrini, 2015). Com relação ao IP observa-se um padrão similar de contribuição em relação ao observado na produção de toda a USP, o qual mantém sua posição de destaque no cenário paulista e nacional, mas apresenta uma produção menos marcante de dissertações de Etologia em relação a produção de teses (27% da produção de teses de Doutorado de Etologia da USP, e 10% do total de teses de Etologia no país) (ver Spinelli de Oliveira e Magrini, 2015).

Subáreas da Etologia

A principal subárea de estudo nos cinco anos de amostragem é a de Ecologia Comportamental, com 197 dissertações (37%), representando entre 30% (em 2014) e 42% (em 2011) do total das dissertações de Etologia em cada ano. Em segundo lugar está representada a subárea de Etologia Aplicada (EA) com 144 dissertações (27%), abrangendo a EA propriamente dita com 96 dissertações (18%), Bem Estar Animal com 42 (8%), e Conservação com seis dissertações (1%) (Figura 5).

A Comunicação representa a terceira subárea mais investigada entre 2010 e 2014, total de 40 dissertações (8%), entre 3% (três dissertações) e 13% (16 dissertações) do total das dissertações de Etologia em cada ano, o que indica que essa subárea, assim como a Ecologia Comportamental e a Etologia Aplicada, também está consolidada no país. A Neuroetologia, com 30 dissertações (6% do total) foi a quarta subárea mais investigada. As demais subáreas estão todas representadas ao longo do período estudado: Cognição com 23 dissertações (4% do total), Teoria Comportamental com 14 (3%), Psicologia Evolutiva com 12 (2%), e Evolução do Comportamento com 11 dissertações (2%). A categoria identificada como Outra (60 dissertações, 11% do total) contribui consideravelmente para o total de dissertações produzidas, e embora inclua subáreas pouco representadas na Etologia quando consideradas de maneira isolada - e.g. Cronobiologia e Fisiologia do Comportamento - contribuem em conjunto para uma grande diversidade de temas (Figura 5).

O padrão de investigação das subáreas da Etologia nas Dissertações de Mestrado é bastante similar ao observado na produção de Teses de Doutorado em Etologia de 2010 a 2014. As principais diferenças encontradas são a contribuição relativa um pouco maior das subáreas de Ecologia Comportamental e de Etologia Aplicada nas dissertações (26% e 20% das teses em Etologia, respectivamente); e uma mudança em relação à terceira subárea mais investigada, que nas dissertações foi a subárea de Comunicação, enquanto nas teses essa posição foi ocupada pela Neuroetologia (13% do total das teses).

Ades (2010) chama a atenção para o crescimento tanto da Ecologia Comportamental como da Etologia Aplicada nos últimos vinte anos, e lista os pesquisadores no Brasil dessas subáreas da Etologia. Observando os resultados encontrados no presente estudo e em trabalho prévio (Spinelli de Oliveira e Magrini, 2015), notamos que a maioria desses pesquisadores está bem representada através de seus orientados de trabalhos de dissertações e teses.

Táxons estudados

Foram estudadas pelo menos 203 espécies nominais considerando-se o total das dissertações de mestrado de 2010 a 2014, compreendendo 110 famílias e 43 ordens (Suplemento II-IV). A Figura 6 mostra que a maioria das dissertações tem como modelo biológico os vertebrados (413 dissertações, 78% do total), seguida dos artrópodes (98 dissertações, 19%). Uma única dissertação (Tabela 1, Suplemento IV) estudou uma espécie do filo Echinodermata.

 

 

Os vertebrados estudados estão incluídos em 70 famílias de 29 ordens: 14 famílias e nove ordens de Actinopterygii (peixes ósseos); nove famílias e uma ordem de Amphibia; sete famílias e duas ordens de "Reptilia"; 15 famílias e oito ordens de Aves; 25 famílias e nove ordens de Mammalia (Suplemento II).

Os artrópodes estudados estão incluídos em 39 famílias e 13 ordens: 25 famílias e oito ordens de Insecta; dez famílias e quatro ordens de Arachnida (Chelicerata); e quatro famílias e uma ordem de Malacrostaca (Crustacea) (Suplemento III).

Dentre os vertebrados, Mammalia foi estudada em 285 dissertações (54% do total), Amphibia em 40 dissertações (8%), Aves em 39 dissertações, e Actinopterygii em 38 (7% do total cada). Dentre os artrópodes, Insecta destaca-se em 72 dissertações (14% do total), Arachnida (subfilo Chelicerata) em 21 (4%) e Malacrostaca (subfilo Crustacea) em quatro dissertações (1%) completam o grupo. Cerca de quatro por cento dos trabalhos são teóricos ou de espécies não identificadas.

Cetartiodactyla (104 dissertações), Primates (98), e Rodentia (41) são as ordens mais estudadas dentre os mamíferos, e as famílias mais representadas nos cinco anos estudados são Bovidae (75), Hominidae (37) e Muridae (32). As linhagens albinas de Rattus norvegicus compreendem 30 dissertações, 6% de todas as dissertações defendidas nos cinco anos analisados. Esse valor é metade do registrado para as Teses de Doutorado de Etologia no mesmo período de cinco anos. Dentre os Arthropoda, a ordem mais estudada é a Hymenoptera (49 dissertações).

Os grandes grupos taxonômicos investigados nas dissertações em Etologia estão representados de modo similar ao encontrado nas teses de doutorado (vertebrados em 70% das teses, e artrópodes em 25% das teses; Spinelli de Oliveira e Magrini, 2015). As principais diferenças encontradas são a maior diversidade de vertebrados e de artrópodes estudados nas dissertações em relação às teses (64 famílias e 27 ordens; e 34 famílias e 10 ordens representadas nas teses, respectivamente).

A maior contribuição para o aumento dessa diversidade dentre os vertebrados é observada para os mamíferos (18 famílias e seis ordens de Mammalia nas teses). Nesse grupo, destaca-se Cetartiodactyla, que foi a mais investigada nas dissertações, enquanto nas teses de doutorado esse grupo esteve bem menos representado, com a maior contribuição sendo da ordem Primates (46% dos mamíferos investigados nas teses) (ver Spinelli de Oliveira e Magrini, 2015).

Também cabe ressaltar que o predomínio da família Hominidae como modelo biológico investigado dentre os mamíferos nas teses de doutorado não foi observado nas dissertações de mestrado, nas quais se destacam os Bovidae. O único grupo de vertebrados que foi consideravelmente menos investigado nas dissertações em relação às teses foram os Actinopterygii (39 famílias e 13 ordens). Dentre os artrópodes investigados, observa-se um aumento expressivo da contribuição do grupo Arachnida (Chelicerata) nas dissertações (representados em cinco famílias e três ordens nas teses de doutorado) (Spinelli de Oliveira e Magrini, 2015).

 

Considerações finais

Assim como ocorreu no levantamento das teses de doutorado em Etologia no Brasil entre 2010-2014 (Spinelli de Oliveira e Magrini, 2015), a adesão voluntária ao fornecimento de informações sobre dissertações foi muito baixa. O mesmo resultado é reportado por Aldé et al. (2013), em um estudo feito sobre dissertações e doutorados da área de ciências políticas. Esses autores, assim como nós, também encontraram inconsistências nos dados coletados a partir da Plataforma Lattes, como por exemplo, em relação aos títulos das dissertações que frequentemente se apresentam em mais de uma versão, provavelmente porque na época da defesa o título é modificado e a alteração não é atualizada na Plataforma Lattes.

O presente trabalho confirma a paridade de sexos na autoria das dissertações de Etologia defendidas de 2010 a 2014 no Brasil, também encontrado para as teses de doutorado (Spinelli de Oliveira e Magrini, 2015), com tendência à predominância da presença do sexo feminino. Estudos internacionais e nacionais mostram a atualidade do tema e colocam o Brasil entre os países de forte presença feminina na ciência, principalmente aquelas relacionadas ao comportamento e saúde humana (Olinto, 2011; Lavière et al., 2013; Leta, 2014; Allum e Okahana, 2015).

Em relação à contribuição das regiões geográficas e estados brasileiros na produção em Etologia, observa-se uma ampliação de unidades federativas representadas na produção de dissertações de mestrado com relação aos trabalhos de doutorado produzidos no mesmo intervalo de tempo. Esse dado nos permite ver com otimismo o futuro da Etologia no Brasil, na medida em que a consolidação dos Programas de Pós Graduação (PPGs) de nível mestrado é uma condição prévia para a criação e o estabelecimento de PPGs de doutorado robustos. Em uma perspectiva histórica, o IP-USP e a própria USP mantém desde a década de 1960 um papel proeminente na formação de mestres em Etologia, como já evidenciado em trabalhos anteriores (Fuchs, 1995; Ades, 2010, Otta et al., 2013). Contudo, essa contribuição é menos marcante do que o observado com relação à formação de doutores (Spinelli de Oliveira e Magrini, 2015).

A evolução temporal de Etologia no Brasil segue uma trajetória de continuidade e de crescimento observada em outras áreas, acompanhando o que é observado com relação à implantação da Pós Graduação no país. Segundo dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES (dos Santos e de Azevedo, 2009), na década de 1960 haviam 38 cursos de várias áreas implantados no país, e em 2008 o número de cursos era 2.588. A implantação da Pós Graduação stricto sensu no Brasil ocorreu na década de 1960, que foi possível a partir da criação da CAPES e do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) em 1951, ambos de abrangência nacional (Picinin et al., 2012; Alves e de Oliveira, 2014). Completando o cenário que ainda hoje é fundamental para o apoio ao ensino de terceiro grau e à pesquisa, estabeleceu-se a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), no Estado de São Paulo. Em 1962, ocorreu o início efetivo das atividades da FAPESP (Hamburger, 2004). Adicionalmente, ocorreu a fundação de outras agências estaduais de fomento à pesquisa nas diferentes UFs.

Diferentemente do que ocorre em outros níveis da educação no Brasil a Pós Graduação tem mantido continuidade, em sua maior parte graças às agências de fomento mencionadas, e demais agências públicas de fomento estaduais (Moritz, et al., 2011; Picini et al., 2012; Alves e de Oliveira, 2014). Na última década, os avanços em ciência e tecnologia colocaram o Brasil na 13ª posição na produção científica mundial, o que foi dado destaque em fóruns e organismos internacionais (Gianetti, 2011 apud Moritz et al., 2011). Sob o ponto de vista qualitativo, tomando-se como base o número de citações de artigos brasileiros em publicações de todo o mundo, os dados colocam o Brasil no 22° lugar entre os 30 países que dominam 98% da produção científica mundial (site UnB, apud Moritz et al., 2011). Esses resultados, segundo Balbachevski (2005), colocam a Pós-Graduação brasileira entre as mais importantes do mundo.

O presente estudo mostra que a Etologia acompanha o cenário nacional e tem avançado no Brasil tanto com relação à produção de dissertações de mestrado como de teses de doutorado (Spinelli de Oliveira e Magrini, 2015). Consultando a base de dados da plataforma CAPES (http://bancodeteses.capes.gov.br/banco-teses/#!/), usando a palavra chave "etologia" para uma avaliação da produção em Etologia ao longo de uma série temporal mais longa do que o período considerado no presente estudo (2010-2014), encontramos que de 1990 a 1994 foram defendidas 20 dissertações sobre Etologia; este número sobe para 100 trabalhos de 2000 a 2004; e aumenta para 115 dissertações de 2010 a 2014. De acordo com o presente levantamento, o número de dissertações defendidas de 2010 a 2014 é de 531, o que mostra o sucesso das políticas governamentais de apoio e de financiamento que foram bastante ampliadas nas duas últimas décadas - particularmente de 2001 a 2014.

Considerando-se o cenário específico do Brasil, a fundação da Sociedade Brasileira de Etologia (SBEt) em 1982, também teve um papel essencial na divulgação, na expansão e no apoio aos grupos de etólogos que se formaram ao longo da história no país. A primeira reunião formal de etólogos brasileiros foi realizada na ocasião do I Encontro Paulista de Etologia, em 1983. Por tradição, o nome foi mantido nos eventos que se sucederam, e a partir de 1985 o Encontro Paulista de Etologia transformou-se no Encontro Anual de Etologia (EAE), que se realiza continuamente e de forma itinerante entre as unidades federativas até os dias atuais, dentro de um espírito de proximidade com o ambiente estudantil, mas sempre com a participação de acadêmicos e de profissionais nas áreas do comportamento propriamente dito, e também de áreas correlatas.

O histórico do EAE pode ser acessado no site da SBEt (www.etologiabrasil.org.br/sbet), onde se encontram os anais de todos os EAE já realizados, que atestam a regularidade, a importância, e o sucesso desses encontros, tanto em termos de participação de um número expressivo de estudantes, como da presença constante nos eventos de pesquisadores de renome. Adicionalmente, a amplificação da Etologia no Brasil também pode ser observada pela recente modificação do corpo editorial da Revista de Etologia, e sua transformação na Current Ethology, um periódico agora de caráter internacional, que é uma publicação da SBEt. Este periódico se propõe a representar as diferentes abordagens de estudo dentro da Etologia, incluindo tópicos como a Evolução do Comportamento, Ecologia Comportamental, Neuroetologia, Bem Estar Animal, Conservação, Cognição Animal, Comunicação, Etologia Aplicada, e Psicologia Evolucionista.

Ajustes de trajetórias fazem parte do crescimento de qualquer ciência que queira contribuir para o benefício coletivo de um país ou de uma dada população (Botomé, 2007). No Brasil, essa tarefa cabe em parte à Sociedade Brasileira de Etologia, como preconizado por Ades (2010). Assim, esta Sociedade exerce e deve exercer um papel importante nos ajustes e projetos que se fazem necessários para que o papel da Etologia, disciplina multidisciplinar, seja mantido e ampliado no cenário do ensino e da ciência brasileira, mesmo em tempos que se avizinham de aparente turbulência nas políticas de apoio institucionais (Gibney, 2015).

 

Agradecimentos

Agradecemos a MSc. Ana Paula Braga, e a Rafaela Lima pela contribuição em parte do levantamento de dados; ao prof. Dr. Flavio A. Bockman pela ajuda na taxonomia das famílias de alguns peixes ósseos. LM é bolsista do Programa Nacional de Pós Doutorado (PNPD) da Coordenação de Apoio de Pessoal de Nível Superior (Capes) junto ao Programa de Pós Graduação de Psicobiologia (FFCLRP/USP). Somos gratos aos colegas etólogos, Doutores Ivelize Nascimento e Prof. Vanner Boerer pela cuidadosa revisão e importantes comentários. Salientamos, no entanto, que o texto final é de inteira responsabilidade dos autores (LM e ESO).

 

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* Corresponding author: E-mail: lm.leandrom@gmail.com; esolivei@usp.br

 

 


Suplemento I - Clique para ampliar

 

 


Suplemento II - Clique para ampliar

 

 


Suplemento III - Clique para ampliar

 

 


Suplemento IV - Clique para ampliar

 

Anexo I

Sites consultados.

Ver também Spinelli de Oliveira et al. (2014).

http://bibliotecas.ufs.br/pagina/1923

http://letaufsc.wixsite.com/letaufsc/teses-e-dissertaes

http://repositorio.ufpa.br/jspui/

https://repositorio.ufsc.br/

https://repositorio.unesp.br/handle/11449/122960

http://repositorio.unicamp.br/

https://sigaa.ufpa.br/sigaa/public/programa/portal.jsf?id=485

http://sites.uefs.br/portal

http://www.animalbehaviorsociety.org/web/about-history.php

http://www.bc.ufrr.br/index.php/tesesedissertacoes

http://www.bibliotecas.ufu.br/

http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/handle/1843/BUOS-8VWKVQ

http://www.brasil.gov.br/ciencia-e-tecnologia/2010/09/conheca-as-instituicoes-de-fomento-a-pesquisa-no-pais

http://www.grupoetco.org.br/integrantes.html

http://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/284

http://www.repositorio.ufc.br/

http://www.teses.usp.br/

http://www.ufrgs.br/ufrgs/inicial/coringa/repositorio-digital

http://www.unesp.br/portal#!/propg/banco-de-teses/

 

Anexo II

Formulário divulgado pela SBEt

Cadastro de dissertações e teses (SBEt)

Olá,

A SBEt (Sociedade Brasileira de Etologia) quer conhecer e divulgar os trabalhos defendidos nos últimos 4 anos nas diversas áreas da etologia (etologia aplicada, neuroetologia, ecologia comportamental, psicologia e evolução, evolução do comportamento, cognição animal, comunicação, teorias comportamentais, etc).

Por favor, nos ajude a completar este cadastro com os dados da sua dissertação/tese/trabalho de conclusão de curso. Você também pode nos ajudar compartilhando esse formulário com seus alunos e colegas.

Obrigado!

Sociedade Brasileira de Etologia

Tipo de material:

Tese

Dissertação

Monografia/Trabalho de conclusão de curso

Título da tese/dissertação/monografia:

Autor(a):

Em qual (s) categoria(s) você classificaria seu trabalho?

Cognição animal

Comunicação

Ecologia comportamental

Etologia aplicada

Evolução do comportamento

Neuroetologia

Psicologia evolutiva

Teoria comportamental

Outra:

Orientador(a):

Ano da defesa:

Instituição:

E-mail para contato:

Resumo do trabalho:

Membros da banca:

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