EDITORIAL

A comunidade de terapeutas comportamentais e cognitivos tem várias razões para comemorar. Os Encontros Anuais da Associação Brasileira de Psicoterapia e Medicina Comportamental (ABPMC) atingem, neste ano, sua décima primeira edição; os livros da coleção “Sobre Comportamento e Cognição” chegam ao décimo volume publicado, sendo uma demonstração notável da produção dessa comunidade. E, como mais um pilar de consolidação da ABPMC, a Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva foi indexada no Index Psi Periódicos pelo Sistema de Bibliotecas e Informação da Pontifícia Universidade Católica de Campinas e no LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde) coordenado pela BIREME. Este feito foi alcançado através da submissão dos números publicados à Rede Nacional de Bibliotecas na Área de Psicologia (ReBAP) por meio do trabalho incansável de Rachel Rodrigues Kerbauy, sua editora até a publicação do volume III.

De fato, em apenas três anos, Rachel conseguiu publicar seis números com artigos fundamentais para a nossa prática clínica e de ensino. Conseguiu também reunir nomes expoentes da análise do comportamento e da terapia comportamental e cognitiva em trabalhos esclarecedores e instrutivos nas páginas da Revista. Por estes motivos, em nome da comunidade de terapeutas comportamentais e cognitivos, agradeço neste momento publicamente à Rachel pelo avanço proporcionado com seu trabalho.

Este é o sétimo número da Revista. Acabo de assumir, a partir deste número, a edição deste veículo de produção de conhecimento, tendo agora como tarefa manter a qualidade, a periodicidade de publicação e a manutenção da indexação já alcançada. É também uma meta buscar a indexação da Revista em outros sistemas. Para isso, conto com a colaboração da comunidade, pedindo-lhes que submetam seus artigos (consultem as Normas para Publicação neste número).

A Revista conta com um excelente Conselho Editorial e o sistema de avaliação por pares de assessores e, dessa forma, a avaliação dos artigos é partilhada. Ainda tem sido possível contar com assessoria ad hoc para emissão de pareceres sobre artigos que fogem do âmbito de atuação dos membros do Conselho Editorial, o que demonstra a riqueza e a abrangência de nossa atuação profissional.

Neste número, como exemplo, contamos com artigos abordando temas bastante variados, e também se pode notar a variabilidade das contribuições: há trabalhos de pesquisa correlacional, de validação de instrumentos de avaliação, de pesquisa histórica, trabalhos conceituais e de pesquisa aplicada.

Apesar de todos esses motivos para comemoração, nem tudo está sendo fácil... todos nós temos acompanhado a crise que atinge o financiamento de atividades científicas junto aos órgãos de fomento. As publicações não ficam de fora desta realidade. Dadas as dificuldades de obter financiamento para a edição deste número, tivemos que recorrer a patrocínios até então não usuais em nossas publicações. Consideramos que seria muito importante neste momento garantirmos a periodicidade e a publicação dos trabalhos submetidos. Os autores mereciam que seus artigos fossem publicados e a comunidade beneficiar-se-ia com eles. Observamos o que estava acontecendo com outras publicações e verificamos que este recurso tem sido utilizado nas mais diversas e respeitadas revistas científicas (por exemplo, o Journal of Experimental Analysis of Behavior e Behavior Therapy).

Decidimos, então, que essa seria uma forma legítima de contornarmos temporariamente esta dificuldade, sem deixarmos de expressar o repúdio da ABPMC a essa política. Assinamos, em conjunto com as entidades científicas brasileiras representadas pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), um manifesto expressando o nosso desagrado, como forma de pressão. Alguns resultados já foram obtidos, com uma parcela da verba destinada ao CNPq liberada pelo governo federal.

Por fim, eu gostaria de agradecer às pessoas que tornaram possível a realização deste número: a princípio, aos autores por suas contribuições inestimáveis, que dão o conteúdo a ser partilhado. A seguir, agradeço aos membros do conselho editorial e aos assessores ad hoc, pelas leituras cuidadosas e pelas brilhantes sugestões sobre os artigos submetidos, que fizeram com que estes ficassem ainda mais adequados à publicação. Por fim, agradeço ao meu esquadrão “Anjo da Guarda” (todas as pessoas que têm seus nomes listados no “Expediente” da Revista), sem os quais eu não sei trabalhar. Com todos vocês partilho o sucesso de mais este número.