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Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva

versão impressa ISSN 1517-5545

Rev. bras. ter. comport. cogn. vol.4 no.2 São Paulo dez. 2002

 

EDITORIAL

 

A Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva vem cumprindo seu papel enquanto um meio de comunicação dos trabalhos da comunidade. Temos tido gradativamente maior procura por possibilidade de publicação em nossa Revista, o que nos deixa profundamente confiantes de que este tem sido um meio que, de fato, recebeu o respeito e a importância que merece.

Para melhorar ainda mais o nosso conceito junto à comunidade e aos órgãos de avaliação de publicação, a Revista tem contado, além do trabalho eficientíssimo de seu conselho editorial, com pareceristas ad hoc que têm enviado para os autores importantes sugestões de melhoria de texto e conteúdo. Isto tem resultado num movimento crescente no qual, autores, pareceristas, editores e leitores só têm ganhado. Os autores têm pedido com freqüência para que a equipe de editoração agradeça aos pareceristas as sugestões propostas em seus pareceres. Têm relatado o quanto aprenderam por meio deles.

Isto revela tanto a humildade dos autores em receber críticas e sugestões, quanto o respeito apresentado pelos pareceristas e membros do Conselho Editorial ao emitirem suas opiniões sobre o trabalho alheio. Isto revela uma comunidade fortalecida! Fortalecida não por meio da competição, mas pela cooperação.

Uma comunidade que “conversa” tem maiores chances de aperfeiçoamento técnico e científico. Vemos, gradativamente, pessoas tentando expor suas idéias e/ou os resultados de seus trabalhos que antes não teriam oportunidade, nem coragem de apresentar. Assistimos pessoas mais experientes fazendo críticas construtivas e sugestões de melhoria para trabalhos futuros. Observamos colegas trocando informações relevantes para a melhoria da área como um todo (e não apenas para “marcarem seus territórios”).

Isto tem sido reflexo do trabalho desenvolvido desde os primeiros anos da Revista, mas não apenas dele. Tem sido, também, reflexo do trabalho das diretorias da Associação Brasileira de Psicoterapia e Medicina Comportamental. Os Encontros Anuais da ABPMC têm resultado em maior número e (sem dúvida) melhor qualidade dos trabalhos produzidos na área, demonstrando que uma associação forte não se faz de apenas um grupo seleto de iniciados. A circulação das diretorias pelo Brasil, bem como o caráter educativo dos Encontros, têm dado a chance para que os “novos” se apresentem, os problemas de investigação desconhecidos sejam revelados e que a criatividade e a parcimônia tenham que andar lado a lado para que os princípios não nos “engessem” em nossa prática, e ao mesmo tempo a necessidade e o despreparo filosófico, científico (metodológico?) e tecnológico não nos faça parecermos ingênuos perante as dificuldades. Dessa forma, ficamos conhecendo problemas de investigação, método, aplicação e resultados de todos os que trabalham para o engrandecimento da área.

Obviamente isto não é do agrado de todos. Muitos de nós teremos opiniões contrárias às que apresentei acima, e podem, inclusive, ver nessa diversidade e/ou possível despreparo de alguns membros do grupo exatamente a fraqueza da comunidade. Podem ainda discordar de que este (ou aquele) seja o fórum para que as pessoas mais inexperientes se apresentem, reservando a elas outros espaços (em suas opiniões) mais adequados. Mas, quanto maior um grupo de pessoas (especialmente um grupo profissional), maior a diversidade de práticas e opiniões. Encontraremos entre nós pessoas que discordarão dessas diretrizes e também estarão prontas para criticá-las. Novamente a crítica será sempre bem vinda e analisada frente à nossa avaliação do estágio em que a ABPMC como um todo se encontra.

Creio que nos encontramos em um estágio de assentamento. Um assentamento advindo de uma grande boa vontade de todos, e esforços que, partilhados, não parecerão tão pesados...

Para que este assentamento seja assegurado, precisamos da participação de todos... Contamos com você.