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Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva

versão impressa ISSN 1517-5545

Rev. bras. ter. comport. cogn. vol.13 no.3 São Paulo dez. 2011

 

ARTIGOS ORIGINAIS

 

Uma Abordagem Funcional para os Comportamentos Delirar e Alucinar

 

A Functionalist Approach for Delusion and Hallucination Behaviors

 

 

Gina Nolêto Bueno**; Ilma A. Goulart de Souza Britto***

Pontifícia Universidade Católica de Goiás

 

 


RESUMO

O presente artigo busca discutir duas categorias psiquiátricas, delírios e alucinações, tradicionalmente descritas como sintomas de transtorno psicótico, com o conceito de comportamento orientado pelo behaviorismo radical de B. F. Skinner. O artigo inicia com a visão da Associação Americana de Psiquiatria, a qual procura descrever essas categorias como sintomas positivos de esquizofrenia e suas repercussões. Uma abordagem funcionalista para os comportamentos de delirar e alucinar são consideradas em alguns importantes detalhes. Os conceitos de visão e audição condicionada são discutidos como experiência comum. Finalmente, considerações são dadas para as implicações dos efeitos desses tipos de comportamentos-problema e sugestões para lidar com eventos dessa natureza no contexto clínico são oferecidas.

Palavras-chave: abordagem funcional; esquizofrenia; análise do comportamento; delírio; alucinação.


ABSTRACT

This article discusses two psychiatric symptoms, delusions and hallucinations, traditionally described as a characteristic of psychotic disorders based on the concept of behavior of the radical behaviorism of B. F. Skinner. The article begins with the criteria of the American Psychiatric Association, which describes these categories as positive symptoms of schizophrenia and shows their repercussions. A functionalist approaches to the behaviors of delusion and hallucination are considered in some important details. The concepts of vision and hearing conditioned facilities are discussed as a common experience. Finally, considerations are given to the implications of the effects of these types of behaviors, problems and suggestions are offered for dealing with such events in the clinical setting.

Key-words: functional approach; schizophrenia; behavior analysis; delusion; hallucination.


 

 

A esquizofrenia é definida como transtorno psicótico no Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais, o DSM-IV-TR, da Associação Americana de Psiquiatria - APA (2002/2003). O DSM-IV-TR esclarece que embora o termo psicótico tenha recebido historicamente diferentes definições, nenhuma delas conquistou aceitação universal. A definição do termo psicótico é limitada a delírios ou alucinações. Considerando as descrições apresentadas pelo manual da APA, a esquizofrenia é definida como um misto de sinais e sintomas positivos como delírios, alucinações e negativos como disfunções cognitivas e emocionais marcantes, que persistem por um período entre 1 a 6 meses, quando se verifica ainda disfunção social ou ocupacional.

Os delírios são descritos pelo DSM-IV-TR como crenças errôneas, enquanto as alucinações podem ser observadas em qualquer modalidade sensorial. Fica evidente no manual que, para alguns autores, a desorganização do pensamento é o aspecto mais importante da esquizofrenia. Assim, a esquizofrenia é definida como um comportamento amplamente desorganizado. O seu início é esperado para o final da adolescência em homens, e início da fase adulta em mulheres. No mundo, estima-se sua prevalência entre adultos de 0,5 a 1,5% dessa população.

Conforme mencionado, delírios e alucinações são considerados ainda sintomas de transtornos mentais e/ou mecanismos neurológicos que ocorrem dentro da pessoa, para os quais são formuladas inferências causais que se acreditam subjacentes a esses comportamentos, independentemente da falta de achados laboratoriais associados que os justifiquem (Britto, 2004; 2005). A visão do DSM-IV-TR expressa "(...) um anacronismo reducionista do dualismo mente e corpo." (APA, 2000/2003), p. 27) dominante na cultura ocidental sobre o comportamento da pessoa diagnosticada como esquizofrênica, mais especificamente, sobre suas falas incomuns, como alucinar e delirar. Embora assim reconhecido, no manual pode ser encontrado que "O problema criado pela expressão transtornos 'mentais' (...) persiste no título do DSM-IV, porque ainda não encontramos um substituto apropriado." (p. 27, grifos do autor).

Talvez por tudo isso, diferentes terminologias são usadas para descrever o comportamento verbal de pessoas com diagnóstico de esquizofrenia. Algumas dessas terminologias podem ser notadas, por exemplo, nos estudos desenvolvidos por Ayllon e Haughton (1964) e Britto, Rodrigues, Santos e Ribeiro (2006) que o descreveram como verbalizações psicóticas; Britto, Rodrigues, Alves e Quinta (2010) e Dixon, Benedict e Larson (2001), como comportamentos verbais inapropriados e/ou falas inapropriadas; DeLeon, Arnold, Rodriguez-Catter e Uy (2003), Lancaster, LeBlanc, Carr, Brenske, Peet e Culver (2004) e Mace e Lalli (1999) como falas bizarras ou declarações bizarras; Epaminon-das (2010) o descreveu como verbalizações delirantes; enquanto Felipe (2009) e Marcon (2010) falas inapropriadas; já para Santana (2008) falas inadequadas; falas psicóticas para Santos (2007); e Wilder, Masuda, O'Connor e Baham (2001) usaram os termos vocalizações bizarras, falas alucinatórias e falas delirantes.

O presente estudo tem como objetivo apresentar uma análise de delírios e alucinações sob a perspectiva da abordagem funcional para o comportamento. Para essa finalidade, inicialmente apresentou a proposta de classificação tradicional, as terminologias usadas para descrever as classes comportamentais verbais de esquizofrênicos para, em seguida, trazer algumas considerações de outros estudos analítico-comportamentais, com foco no comportamento verbal apresentado por pessoas com o diagnóstico de esquizofrenia. Também apresenta dados clínicos de intervenções realizadas no contexto terapêutico, analisando-os pelos presostos teóricos dessa abordagem.

Desde a década de 1950 Skinner (1956/1979) já definia que o comportamento do esquizofrênico é parte e parcela do comportamento humano. E que o estudo desse tipo de comportamento deveria ser abordado por uma ciência natural, desde que se considerasse como objeto de estudo a atividade observável do organismo quando se locomove, permanece imóvel, toma objetos, empurra e puxa, produz sons, gestos e assim por diante. Isto porque observar o comportamento de uma pessoa é o mesmo que observar qualquer sistema físico ou biológico.

Como se nota, a abordagem analítico-comportamental difere da visão proposta pelo DSM-IV-TR. Na abordagem analítico-comportamental o comportamento assume um papel primário, em vez de secundário, sem nenhuma outra entidade localizada subjacente. O comportamento é algo que a pessoa faz. E melhor enfocado na forma de verbos, em função de especificarem ações. O interesse principal dessa abordagem é nas condições ou eventos que exercem efeitos sobre o comportamento (Skinner, 1953/2000). De acordo com Britto (2004) e Britto et al. (2010), delirar e alucinar são conceituados como comportamentos operantes. Enquanto tais devem ser compreendidos a partir da interação entre contingências ambientais de reforçamento e punição, históricas e atuais.

Com uma visão distinta sobre as ações dos organismos e ênfase no papel seletivo do ambiente, a visão skinneriana adota a abordagem funcional. E as abordagens funcionais adotam o modelo causal de variação e seleção por consequências da evolução biológica na solução de problemas com os quais somos confrontados (Skinner, 1981/2007). Na abordagem funcional, o comportamento deve ser estudado pelo seu próprio direito. De acordo com essa abordagem, a pessoa esquizofrênica é a soma dos efeitos históricos e presentes, e o seu comportamento atual interage tanto com as contingências ambientais de reforçamento e punição quanto com os efeitos de sua história. Desse modo, delirar e alucinar não são analisados como coisas que um esquizofrênico possua, nem sintomas de estruturas subjacentes, tampouco como atividades mentais. São comportamentos verbais controlados pelas consequências verbais e não verbais que produzem (Britto et al., 2010).

Na abordagem analítico-comportamental o comportamento gerado pelas contingências deve ser analisado de modo funcional, sem haver a necessidade de se apelar para estados mentais ou processos neurobiológicos hipotéticos (Skinner, 1969/1980). Isso porque, se um dado estímulo não apresentar certo efeito, implica apenas que o organismo não o notou. Portanto, pode-se concluir que "(...) o estímulo não teve um papel importante nas contingências que prevaleceram no momento da resposta." (Skinner, 1969/1980, p. 180). Já o efeito oposto pode ocorrer quando o organismo está privado da presença de determinados estímulos, cuja magnitude exerce efeito reforçador relevante. Considere o exemplo: quando a filha de uma das autoras que estudava fora do país agendava seu retorno, a mãe, dada a probabilidade iminente de sua chegada, 'via' a filha ausente e ainda 'ouvia' a sua voz. Esse tipo de visão e audição condicionada pode ser explicado em função de que tanto o 'ver' como o 'ouvir' não exigem a presença da 'coisa vista' ou da 'coisa ouvida' (Skinner, 1953/2000). Portanto, ver ou ouvir na ausência do referido estímulo é experiência comum (Skinner, 1974/1985). A visão condicionada explica a tendência que se tem de ver o mundo de acordo com a própria história, uma vez que os estímulos que geram a visão condicionada, muitas vezes são reforçadores (Skinner, 1953/2000).

Skinner (1974/1985) sugere que se deve voltar para a história ambiental à procura desses tipos de respostas, pois quando uma pessoa 'vê' alguém em sua imaginação, pode estar apenas fazendo aquilo que faz na presença desse alguém. Adquirimos "(...) um repertório visual sob o controle de estímulos verbais." (p. 73), ou seja, a mãe 'via a filha' porque era reforçada ao fazê-lo, e o nível de privação da mãe tinha efeitos motivacionais. E o que parece ser uma simples resposta sensorial depende também de variáveis nos campos do condicionamento, motivação, privação e emoção (Skinner, 1953/2000).

Ainda que uma formulação das interações entre um organismo e o seu meio especifique a ocasião na qual ocorre a resposta, a própria resposta e suas consequências, as interrelações entre elas são muito mais complexas do que as que ocorrem entre um estímulo e uma resposta (Skinner, 1969/1980). Esse é o caso que ocorre com o ver ou o ouvir novamente uma coisa que já se viu ou já se ouviu. "Numa análise operante, e no behaviorismo radical que se constrói sobre ela, o ambiente permanece onde está e onde sempre esteve - fora do corpo." (Skinner, 1974/1985, p. 66, grifos do autor). Portanto, uma resposta reforçada tem maior probabilidade de ocorrer em ocasiões semelhantes e "(...) respondemos de maneiras idiossincráticas por causa do que já aconteceu quando estivemos anteriormente em contato (...)." (p. 67). As variações ocorrem em função de serem diferentes as contingências, ainda que mantidos os mesmos estímulos, além de haver a necessidade de se considerar como relevante o estado de privação do organismo. Então, "(...) uma pessoa vê uma coisa como alguma outra coisa quando a probabilidade de ver esta é grande e o controle exercido por aquela é pequeno." (p. 67).

Skinner (1953/2000) declara que o controle funcional exercido por um estímulo permite distinguir entre 'sentir' e outras atividades sugeridas pelos termos como 'ver', 'perceber' ou 'conhecer'. O sentir refere-se à mera recepção do estímulo. Ver é o comportamento interpretativo controlado por um estímulo e caracteriza uma relação especial entre o comportamento e os estímulos. É diferente de sentir, do mesmo modo que responder é diferente de ser estimulado. "Nossa 'percepção' do mundo - nosso 'conhecimento' do mundo - é o nosso comportamento em relação ao mundo." (p. 86, grifos do autor). Assim, 'recordar', 'imaginar' ou 'relembrar' nada mais é que ver novamente aquilo que já foi visto, seja pela percepção direta, seja pela memorização. "Poder uma pessoa ver coisas quando nada há para ser visto deve ter sido uma forte razão para o mundo mental ter sido inventado." (Skinner, 1974/1985, p. 75).

Assim, os analistas do comportamento buscam as contingências que são responsáveis pelo comportamento verbal do esquizofrênico e as circunstâncias pelas quais seus conteúdos verbais se inserem (Britto, 2011). Nota-se que a atenção social é frequentemente dispensada ao comportamento verbal inapropriado do esquizofrênico que de acordo com Miranda e Britto, (2011) ora fala de modo estranho, incoerente ou falso, isto é, delira; ora se comporta como se visse, ouvisse ou sentisse estímulos que não estão presentes, isto é, alucina. E na tentativa de elucidá-lo, esse tipo de comportamento vem se constituindo um importante tema de investigação na ciência do comportamento. Britto (2004) sugere que para compreender a esquizofrenia é necessário observar os comportamentos estranhos ou 'bizarros' do indivíduo diagnosticado com ênfase na função e conteúdo de suas verbalizações. Observa-se que a fala do esquizofrênico é também, na maioria das vezes, incoerente, indesejada e com conteúdos misteriosos.

Importante ressaltar que os comportamentos delirar e alucinar são considerados inapropriados simplesmente porque não são característicos do contexto, "(...) o que dificulta sua compreensão e dá margens para explicações baseadas em processos mentais e fisiológicos inferidos, que ocorrem dentro do indivíduo." (Britto et al., 2010, p. 140). O comportamento verbal do esquizofrênico torna-se assim assunto relevante. Isso em função de ser notado como uma chave para tentar equacionar determinados problemas que têm sido tratados apenas pela via medicamentosa; ou para conseguir uma explicação adequada às respostas sensoriais alucinatórias e convicções delirantes, presentes nos relatos de pessoas com diagnóstico de esquizofrenia.

Tendo em vista a importância dessas questões, recorrer ao estudo do comportamento verbal é imprescindível, à medida que Skinner (1957/1978) indicou o caminho para lidar com os fenômenos que envolvem os episódios verbais entre os indivíduos como relações funcionais próprias de uma comunidade verbal. Ainda que sua obra apresente mínimas referências a dados empíricos e ainda que seja um livro teórico interpretativo dos fenômenos da linguagem, a obra procura dar uma versão para o entendimento da visão analítico-comportamental a respeito de tais fenômenos. Exatamente por isso, B. F. Skinner não pretendeu responder dúvidas, mas ao contrário suscitá-las para estimular a pesquisa do comportamento verbal, de onde têm surgido respostas às inúmeras perguntas elaboradas desde a publicação do Verbal Behavior. E em relação ao comportamento verbal do esquizofrênico, perguntas aguardam respostas, dada a necessidade de se criar tecnologia apropriada tanto para investigar quanto para intervir nesse tipo de comportamento verbal. Nesse sentido, e utilizando-se da perspectiva skinneriana, Simonassi, Cameschi, Vilela, Valcacer-Coelho e Figueiredo (2007) afirmam que o comportamento verbal é um dos padrões comportamentais mais difíceis de ser submetido a um estudo experimental. Se assim, estudar o comportamento verbal do esquizofrênico não é diferente: a tarefa é desafiadora.

Na abordagem tradicional, palavras são as unidades mínimas analisadas por linguistas, que consideram 'coisas' como objetos (Chomsky, 1959). Nessa visão, as palavras faladas são símbolos ou meras superfícies de processos profundos e ocultos que não podem ser diretamente observados, mas inferidos da mente de um falante para expressarem significados ou intenções. Desse modo, o significado de uma palavra é algo que o falante formula em sua mente, por meio de processos que incluem as representações mentais (Moore, 2000). Uma implicação desse ponto de vista: delirar e alucinar são vistos como uma espécie de possessão mental, meros sintomas de processos subjacentes; coisas, objetivos ou entidades autônomas que um esquizofrênico possui. Longe, portanto, de uma abordagem funcional.

Moore (2000), por sua vez, alertou que 'palavras não são coisas'. Várias classes de comportamento verbal são diferenciadas porque as topografias que as produzem diferem de classe para classe. Salienta o autor que quando um falante diz que está se referindo a alguma coisa, ele está especificando para o ouvinte o que está controlando o seu comportamento verbal ou sobre o que ele está falando. Nesse sentido, relações funcionais que controlam o comportamento verbal devem ser buscadas para, dessa forma, sua explicação tornar-se possível (Skinner, 1957/1978).

Considere o exemplo: em suas respostas sensoriais, nomeadas como alucinações, o esquizofrênico relata 'Formigas estão caminhando dentro do meu cérebro'. Algumas análises são possíveis. A primeira é que esse tipo de fala envolve componentes respondentes e operantes, uma vez que imaginar em resposta às palavras é experiência comum. Imaginamos de modo que pode parecer realidade (Martin & Pear, 2007/2009). Segunda, ao imaginar formigas dentro do cérebro, a palavra formiga elicia atividades na parte visual desse órgão de forma que ele vivencia o comportamento de 'ver' na ausência do inseto sendo, portanto, uma visão condicionada; isso porque ele passou por experiências nas quais olhava e via formigas em sua história prévia de condicionamento (Martin & Pear, 2007/2009; Skinner, 1953/2000; Staats, 1996). A terceira é que esse tipo de fala pode ser fortemente influenciado pelos efeitos reforçadores da atenção social (Britto et al., 2010; DeLeon et al., 2003; Dixon et al., 2001; Lancaster et al., 2004; Mace e Lalli, 1999; Marcon, 2010; Mello, 2010; Santana, 2008; Wilder et al., 2001, entre outros). E a quarta, a elocução, pode evocar comportamentos incompatíveis com funções mais assertivas no ambiente laboral do esquizofrênico, ao permitir que ele se afaste de determinadas atividades, até pelo efeito emocional que esse tipo de fala exerce sobre o ouvinte. Por fim, a quinta que aponta ser essa uma fala falsa (delírio) e com estímulos que não estão presentes (alucinação), cujo significado para o esquizofrênico deve ser encontrado entre os determinantes de sua resposta e não entre suas propriedades (Britto, 2011).

Dessa forma, esforços têm sido requeridos dos analistas do comportamento: traduzir as falas inapropriadas emitidas por pessoas com o diagnóstico de esquizofrenia e, consequentemente, apontar para relações confiáveis para se intervir nos agentes eliciadores, evocadores e mantenedores de classes de respostas verbais, como anteriormente descrito. Sugere-se que essa deva ser a forma confiável para se estudar as convicções delirantes e respostas sensoriais alucinatórias faladas por pessoas diagnosticadas como esquizofrênicas.

Os analistas de comportamento focam as contingências que são responsáveis pelo comportamento verbal. As funções estão no contexto, como os operantes verbais. E entre todos os operantes o comportamento verbal é o mais arbitrário, inclusive o comportamento verbal do esquizofrênico. O comportamento verbal organiza as ações de uma pessoa nas relações que ela estabelece com os eventos de seu contexto (Skinner, 1957/1978). Então, se ele organiza o comportamento de uma pessoa, ele também pode desorganizá-lo e levá-la a ser diagnosticada como psicótica ou esquizofrênica. Por conseguinte, a organização do comportamento do esquizofrênico passará também pela organização de seus relatos verbais.

Para a presente proposta, classes de comportamento verbal de pessoas com o diagnóstico de esquizofrenia são quase sempre diferenciadas e na maioria das vezes inapropriadas a qualquer ocasião. Considere o relato: 'O diabo aparece para mim, querendo matar Jesus Cristo' (Rodrigues & Bueno, 2009). A pessoa relata o agente controlador de seu comportamento verbal: a palavra 'diabo', estímulo não observável, mas fortemente presente na cultura. Esse tipo de elocução serviria como um estímulo discriminativo (SD) que evocaria outros comportamentos do falante, como por exemplo, permanecer a maior parte do dia em contato com eventos sagrados. Esse tipo de comportamento verbal afetaria o comportamento do ouvinte ao gerar nele reações emocionais. O ouvinte, por sua vez, reforçaria o comportamento disponibilizando a atenção social contingente. E o efeito reforçador da atenção social poderia ser alterado momentaneamente por efeito de uma operação motivacional (Marcon & Britto, 2011). E esta, disponibilizada contingente a esse tipo de relato, aumentaria a probabilidade de suas ocorrências ainda que seja uma fala falsa ou delírio; e como estímulo não observável ou alucinação (Britto et al., 2010). E mais, a pessoa diagnosticada como esquizofrênica não diz as palavras 'o diabo querendo matar Jesus' na presença desses estímulos. Essa forma de comportamento verbal, em que as palavras não apresentam relações com eventos ambientais, conduz ao diagnóstico psiquiátrico de portador de 'transtorno psicótico' ou esquizofrenia (Britto, 2011).

Rodrigues e Bueno (2009) estudaram o comportamento de uma participante de 29 anos, solteira, ensino fundamental, que residia com os pais. A participante relatou histórias de rejeição, abandonos, agressões físicas e verbais frequentes, além de, ao longo de sua vida, ter recebido vários conceitos depreciativos sobre si, imputados por parte de seu ambiente familiar e social. Foi diagnosticada como esquizofrênica, quando passou a ser medicada com risperidona (Risperdal®) 4mg à noite, durante o estudo.

A participante apresentava respostas verbais incomuns que faziam referências à (a) pessoa famosa, como 'Eu sou a Xuxa; tenho cabelos loiros e olhos azuis'; (b) estado civil incompatível à idade 'Sou casada desde criança'; (c) ter filho próximo de sua idade, ao relatar 'Tenho uma filha de 21 anos de idade'; (d) falas sobre estímulo inobservável 'O diabo me dava comida estragada e fazia sexo comigo'; (e) relatos que envolviam ação sobrenatural 'Eu não deixo o diabo matar Jesus Cristo'; (f) falas com conteúdos sobrenaturais sobre entidades religiosas 'Vi na igreja Deus, Nossa Senhora, Jesus Cristo e o diabo'; (g) relatos de efeitos mágicos 'Comecei a rezar e veio uma ventania e o povo pensou que era chuva. Mas não, era apenas a minha fé e daí eu matei todos'; (h) bem como falas sobre ganhos de divindade 'Jesus Cristo me deu um celular' entre outras.

A intervenção aplicada visando ao controle dessas respostas verbais pautou-se na busca da relação funcional dos antecedentes e consequentes de 'ouvir vozes' e 'ver imagens' nas ausências dos respectivos estímulos. A participante relatou que 'via' e 'ouvia' pessoas imaginárias sempre que necessitava de algum tipo de ajuda. Então, foi instruída pela terapeuta a confrontar suas imagens, isto é, ir ao encontro delas e, se possível, tocá-las. A partir dessa instrução a participante aprendeu a diferenciar suas imagens, o que ela realmente pensava, sentia e imaginava daquilo que acontecia em seu ambiente natural. Foi-lhe ensinado também que, ao imaginarmos, associamos palavras com sensações de 'ver' às figuras que as palavras descrevem. Por meio dessa experiência, a participante relatou que as pessoas imaginárias quase sempre eram reforçadoras e surgiam quando ela buscava ajuda para sanar seus problemas. Porém, a intervenção aplicada favoreceu-lhe discriminar suas respostas sensorias e públicas, possibilitando a ela melhor descrever o controle dos estímulos sobre os quais respondia (Britto, 2004).

Em outro estudo, Silva e Bueno (2010) trabalharam com o comportamento verbal inapropriado de uma participante de 49 anos, técnica de enfermagem, solteira, que residia com os pais e estava aposentada por invalidez. A participante relatou histórias de sucessivas hospitalizações em função de problemas diversos de ordem emocional e física, inclusive tentativa de suicídio. Relatou, também, à terapeuta que alguns eventos e pessoas a perseguiam por todos os lugares em que se deslocava. Por consequência, passou a responder de modo desorganizado a (a) sons como o canto dos pássaros: 'Pássaros cantam sempre quando chego aos lugares'; (b) a veículos em movimentos ou estacionados: 'Há pessoas me vigiando em diversos pontos da cidade'; (c) a pessoas do ambiente social: 'Quando estou em casa e me proponho a fazer algo, começam a fazer barulhos insistentes'; (d) a caminhonetes pretas: '(...) estou sendo perseguida'; e (e) a viaturas da polícia militar: 'Por onde ando, a polícia me segue'. Como consequência, deixou de sair de casa.

Nas sessões de intervenção, a terapeuta tentou modificar as classes de respostas verbais definidas como inapropriadas emitidas pela participante, ocasião em que foram incluídos procedimentos direcionados exclusivamente à diminuição desses tipos de relatos. Inicialmente, a terapeuta conduziu a participante até a janela da sala de terapia da clínica-escola e pediu que observasse os movimentos dos pássaros nas árvores adjacentes. Em seguida foi solicitado que ela descrevesse, passo a passo, o que ocorria fora da sala. Por fim, as consequências geradas por seus relatos foram analisadas.

Os dados resumidos na Tabela 1 mostram que, gradualmente, a participante notou seus equívocos em relação ao canto dos pássaros; relatou que esses não a perseguiam, ao contrário, apenas cantavam. Relatou ainda que em ambientes arborizados era comum a presença de pássaros, e que poderiam cantar a qualquer hora do dia, aleatoriamente. Nas sessões seguintes a terapeuta instruiu a participante a escrever em cartões o que imaginava e a confrontar o que ela havia escrito no cartão com evidências naturais de seu ambiente. A participante passou então a portar e a fazer uso de inúmeros cartões. Quando do retorno às sessões ela relatava à terapeuta: 'Não é tarefa simples ter o delírio persecutório e depois tentar saber se ele é real ou não. Como tem me dado trabalho essa intervenção'. Relatava ainda que 'Hoje, quanto mais acontecem coisas que eu acho estranhas, mais eu as enfrento. (...). Para mim, enfrentar é não deixar de fazer as coisas que gosto. A verdade é que não tenho provas de que as pessoas estejam me perseguindo'.

 

 

Assim, a participante aprendeu que não havia relação funcional entre o que ela imaginava e os fatos que ocorriam em seu ambiente natural. Isso porque, de acordo com a perspectiva da análise do comportamento, para modificar comportamentos é imprescindível relacioná-los com as condições que os produziram. Esse entendimento enfatiza as condições responsáveis pela origem das respostas verbais inapropriadas e as relações resultantes dessas classes de respostas. Esse resultado pode ser mais bem entendido quando Skinner (1974/1985) afirma que "Ocorre uma mudança no comportamento do paciente se aquilo que ele vê (ouve, sente etc.) tem o mesmo efeito positivo ou negativamente reforçador das próprias coisas quando vistas." (p. 75).

Como exposto, estabelece-se que dentro da perspectiva skinneriana as respostas verbais de esquizofrênicos, como qualquer outra resposta verbal, são partes do mundo de eventos observáveis para as quais se aplicam os métodos da ciência análise do comportamento e para cuja compreensão esses métodos se provaram adequados (Skinner, 1956/1979). Assim sendo, espera-se que o conhecimento adquirido pelo cliente durante as sessões terapêuticas resulte a ele na aprendizagem de novas habilidades. E dessa forma, essa pessoa com o diagnóstico de esquizofrenia adquira recursos para engajar-se na melhoria de seus problemas existenciais.

Em síntese, afirmar-se-ia para essa pessoa que os processos de discriminação são mais relevantes do que as sensações, quando se descreve o comportamento como uma complexa classe de operante. Relatam-se estímulos e não percepções ou sensações. "Embora a atenção social possa ter função controladora nos comportamentos-problema de um sujeito, é muito provável que tipos diferentes de atenção (ou tipos diferentes de estímulos) também estejam exercendo essa função em outras pessoas (...)." (Epaminondas & Britto, 2010, 71). Conhecer a função dos comportamentos verbais de falar, ouvir e ver na ausência dos respectivos estímulos (alucinar) é condição sine qua non para o estabelecimento de um programa de intervenção que favoreça a redução das falas inapropriadas, o aumento das falas apropriadas, a instalação de novos repertórios comportamentais à pessoa com diagnóstico de esquizofrenia. Porém, requer ainda intervenção no contexto ambiental dessa pessoa, ambiente esse que lhe favoreceu a aquisição e manutenção dessa classe complexa de respostas. Pois como salientam Montes e Álvares (2010), a pessoa diagnosticada como esquizofrênica "(...) costuma encontrar-se em posições sociais globalmente alteradas, costuma enfrentar conflitos, ter metas, sofrer rejeições, apresentar desejos e ter esperanças. (...) um emaranhado histórico-social que proporciona contextos para formar-se ou para desfazer-se." (p. 35). Desta feita, procedimentos próprios da análise do comportamento, com a função de modificar e controlar repertórios devem ser aplicados, como modelagem, modelação, reforçamento positivo, reforçamento diferencial de comportamentos alternativos e extinção. Fica claro, também, que "(...) o comportamento emitido por pessoas diagnosticadas como esquizofrênicas pode ser desenvolvido, fortalecido, mantido ou extinto pelas suas próprias consequências." (Britto, 2009, p. 400). Logo, conclui-se que o comportamento do esquizofrênico, assim como qualquer outro comportamento "(...) tem se mostrado sensível às contingências quando estudado funcionalmente via intervenções operantes. Por meio do controle dos procedimentos de reforçamento foca-se a redução de comportamentos inapropriados, além de promover o ensino sistemático de comportamentos (...), possibilitando uma maior inserção social do esquizofrênico." (Britto, 2009, p. 400). Daí a necessidade de estudos, como o ora proposto, para que sejam identificados, com maior precisão, graças a uma tecnologia mais avançada, os agentes que controlam esses comportamentos. Quando explicações fantasiosas sobre aquilo que é possível ser conhecido, descrito, portanto controlado, sejam dispensáveis.

 

Referências

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Recebido em 2 de março de 2011
Devolvido em 16 de maio de 2011
Aceito em 20 de outubro de 2011

 

 

* Parte da tese de doutorado da primeira autora.
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