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Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva

versão impressa ISSN 1517-5545

Rev. bras. ter. comport. cogn. vol.15 no.2 São Paulo ago. 2013

 

ARTIGOS ORIGINAIS

 

B. F. Skinner e o uso do controle aversivo: um estudo conceitual

 

B. F. Skinner and the use of aversive control: a conceptual study

 

 

Tatiana Evandro Monteiro Martins*; Marcus Bentes de Carvalho Neto; Paulo Cesar Morales Mayer

Universidade Federal do Pará

 

 


RESUMO

B. F. Skinner (1904-1990) é frequentemente citado como representante de um posicionamento contrário ao uso de controle aversivo. Entretanto, observa-se certa divergência, na literatura comportamental, quanto à postura de Skinner a esse respeito. O presente trabalho teve como objetivo identificar e analisar em quais momentos Skinner prescreve ou adverte sobre o uso do controle aversivo. Um estudo conceitual foi realizado, no qual oito obras (Skinner 1938/1991; 1948/1975; 1953/1989; 1968/1972; 1969/1980; 1971; 1974/2006; 1989) foram analisadas conforme as categorias: 1) a definição de controle aversivo e conceitos envolvidos; 2) os aspectos negativos do controle aversivo e proibições; e 3) os aspectos positivos do controle aversivo e prescrições. Por fim, não foi possível encontrar uma definição específica de controle aversivo, e constatou-se que em determinados momentos Skinner justifica o uso deste tipo de controle, mas não o prescreve genericamente.

Palavras-chave: controle aversivo; Skinner; análise do comportamento aplicada; estímulo aversivo; punição.


ABSTRACT

B. F. Skinner (1904-1990) is frequently cited as having a contrary position on the use of aversive control. However, in certain passages Skinner presents a more flexible opinion about the use of this type of behavioral control. The purpose of the present study was to identify and analyze the passages where Skinner prescribes or warns about such use. A conceptual study was conducted involving eight Skinner works (Skinner 1938/1991, 1948/1975, 1953/1989, 1968/1972, 1969/1980, 1971, 1974/2006, 1989), analyzed according to the following categories: 1) the definition of aversive control and concepts involved; 2) the negative aspects of aversive control and prohibitions; and 3) the positive aspects of aversive control and its recommendations. It wasn't possible to find a specific definition of aversive control and it was observed that at certain moments Skinner justifies the use of aversive control, but does not prescribe it in general.

Keywords: aversive control; Skinner; applied area; aversive stimulus; punishment.


 

 

Na literatura comportamental, B. F. Skinner (1904-1990) é frequentemente citado por diversos autores por apresentar um posicionamento contrário e crítico em relação ao uso de controle aversivo (Balsam & Bondy, 1983; Crosbie, 1998; Delprato, 1995; Dinsmoor, 1992; Hineline, 1984; Jacovozzi, 2009; Johnston, 1985; Maurer, 1974; Mazzo, 2007; Mulick, 1990; Newsom & Kroeger, 2005; Silva, 2003; Skiba & Deno, 1991; Todorov, 2001; Van Houten, 1983). Isto se deve ao fato deste tipo de controle comportamental ser considerado por Skinner como ineficaz em função da transitoriedade de seus efeitos (Balsam & Bondy, 1983; Dinsmoor, 1992; Hineline, 1984; Maurer, 1974; Silva, 2003; Skiba & Deno, 1991; Todorov, 2001), e por produzirem subprodutos indesejáveis e perigosos (Balsam & Bondy, 1983; Crosbie, 1998; Dinsmoor, 1992; Hineline, 1984; Jacovozzi, 2009; Maurer, 1974; Mazzo, 2007; Newsom & Kroeger, 2005; Silva, 2003; Van Houten, 1983).

Embora, Skinner seja apontado como o principal crítico do controle aversivo, autores como Griffin, Paisey, Stark e Emerson (1988) e Mazzo (2007) afirmam que em determinados momentos ele apresenta uma posição mais flexível, pois, de acordo com o contexto, o uso de estimulação aversiva se-ria necessário e justificado. Conforme Griffin et al. (1988), Skinner, através de uma carta cujos trechos foram publicados pelos autores, faz a ressalva de que em situações extremas, como em casos de crianças autistas que se engajam em comportamentos autolesivos, o uso de um estímulo aversivo apresentado de forma contingente à resposta inadequada poderia ser justificado. Mazzo (2007), ao discutir os efeitos desejáveis do controle aversivo, comenta que Skinner (1968/1972, 1989) justificaria a aplicação de procedimentos baseados em contingências aversivas, sendo que este uso somente seria aceitável caso o comportamento sob intervenção apresente alto risco à integridade física do indivíduo e caso não haja outra alternativa disponível no momento. Dessa forma, nota-se certa ambiguidade na forma como a posição de Skinner vem sendo apresentada por seus comentadores sobre o uso ou não uso de controle aversivo.

Trabalhos anteriores, como os realizados por Jacovozzi (2009) e Mazzo (2007), dedicaram-se ao estudo do controle aversivo investigando questões contraditórias que permeiam esta área. Jacovozzi (2009), por exemplo, buscou verificar quais as divergências entre a área de pesquisa básica e a área aplicada, da Análise do Comportamento, especialmente quanto à indicação para o uso de procedimentos comportamentais aversivos. Mazzo (2007) realizou um estudo sobre os possíveis efeitos desejáveis do controle aversivo (contingências de punição e reforço negativo) na aprendizagem do comportamento eficaz.

Contudo, apesar de Jacovozzi (2009) e Mazzo (2007) investigarem o posicionamento de Skinner sobre o uso do controle aversivo, não era objetivo destes estudos uma análise ampla e sistemática desta questão. Jacovozzi deteve-se na análise de quais procedimentos eram indicados ou não pelo autor. Além disso, foram utilizados apenas capítulos de livros. Mazzo (2007), por sua vez, apesar de ter utilizado uma seleção abrangente das obras skinnerianas, deteve-se na possibilidade do controle aversivo contribuir para a promoção de comportamento eficaz, e não sobre o posicionamento de Skinner relativo ao uso ou não uso do controle aversivo.

Devido às formas divergentes com que Skinner é citado a respeito do uso do controle aversivo e à ausência de um estudo pontual do posicionamento do autor sobre este assunto, a realização de uma análise mais detalhada e ampla das obras de Skinner, a partir da qual seja possível identificar qual a sua posição (ou posições) sobre o uso ou não uso de controle aversivo para resolver problemas humanos, poderia ajudar a esclarecer esse aspecto de sua obra. Concomitante a tal análise, um primeiro pas-so necessário seria descrever como Skinner definia controle aversivo, pois a literatura comportamental em geral apresenta certa dificuldade em defini-lo (Hunziker, 2011; Perone, 2003).

O presente trabalho teve como objetivo identificar e analisar qual o posicionamento de Skinner sobre o uso do controle aversivo. Para tanto, foi realizada uma análise de diferentes obras skinnerianas, nas quais procurou-se: identificar a definição de controle aversivo adotada por Skinner, assim como localizar em quais momentos Skinner adverte e aponta os aspectos negativos do controle aversivo, e em quais momentos prescreve e aponta aspectos positivos deste tipo de controle comportamental.

 

MÉTODO

O trabalho foi composto pelas seguintes etapas:

Seleção das obras:

Esta primeira etapa refere-se à realização de um estudo preliminar que teve como objetivo verificar, em textos da Análise Aplicada do Comportamento, como a posição de Skinner sobre o uso do controle aversivo vem sendo descrita por seus comentadores na área aplicada. Os resultados de tal etapa compuseram parte do exposto na introdução do presente artigo. A seleção destes textos ocorreu a partir da leitura de revisões da literatura comportamental, como Axelrod e Apsche (1983) e Lerman e Vorndran (2002), e da pesquisa de capítulos sobre controle aversivo na coleção "Sobre comportamento e cognição" (volumes 1 a 20). Uma segunda função desse estudo preliminar foi identificar quais obras de Skinner eram citadas a respeito do controle aversivo. As seguintes obras de Skinner foram relacionadas: The Behavior of Organisms (Skinner, 1938/1991); Walden Two (Skinner, 1948/1975); Science and Human Behavior (Skinner, 1953/1989); The Technology of Teaching (Skinner, 1968/1972); Beyond Freedom and Dignity (1971); e About Behaviorism (Skinner, 1974/2006). Ressalta-se que alguns autores apenas citaram o nome de Skinner, ao tratar do controle aversivo, mas não fizeram menção a nenhuma obra específica.

Além das obras inicialmente escolhidas, com o decorrer do desenvolvimento da pesquisa mais dois livros foram selecionados: Contingencies of Reinforcement: A Theoretical Analysis (1969/1980) e Recents Issues in the Analysis of Behavior (1989). Skinner (1969/1980) foi selecionado por ser um livro que reúne vários textos que tratam da utilização das contingências de reforçamento na interpretação de práticas culturais e na predição e controle do comportamento humano. Já Skinner (1989) foi selecionado por conter alguns dos últimos textos do autor, nos quais ele retoma vários assuntos que geraram discussões dentro da Análise do Comportamento (AC), entre eles a punição.

Leitura e identificação das palavras-chave nas obras selecionadas (categoria de registro):

As obras selecionadas foram lidas na íntegra. Durante a leitura foi feito um processo de identificação das seguintes palavras-chave: punição (positiva e negativa), reforçamento negativo, estímulo aversivo, coerção, extinção, condicionamento negativo e supressão. As palavras-chave foram selecionadas a partir das definições de controle aversivo comumente encontradas na literatura comportamental (Catania, 1998/1999; Crosbie, 1993; Hineline ,1984; Hutchinson, 1977; Mazzo & Gongora, 2007; Mulick, 1990; Perone, 2003). A cada palavra-chave encontrada, o trecho correspondente era transcrito na íntegra e organizado em planilhas.

Por trecho, entende-se a seleção de partes da obra nas quais se poderia ter uma ou mais palavras-chave, mas que deveriam envolver todo o contexto no qual tais palavras estavam inseridas. Portanto, os trechos poderiam ser desde um parágrafo até mesmo mais de uma página. Os trechos selecionados para cada categoria deveriam, de preferência, fazer referência aos procedimentos e contextos nos quais o autor os mencionava.

Nesta etapa, observou-se que Skinner (1938/1991) não trata de aspectos aplicados do uso do controle aversivo, mas sim do estabelecimento da base científica de sua ciência do comportamento. Portanto, optou-se pela não categorização desta obra, tendo em vista que a mesma não apresenta dados específicos sobre os objetivos do presente trabalho.

Categorização:

Para sistematizar o tratamento dos dados foram criadas as seguintes categorias de análise:

A definição e os conceitos que fazem parte do controle aversivo - trechos nos quais o autor se referiu ou fez menção à definição de controle aversivo, e onde Skinner se referiu aos processos e conceitos comportamentais aversivos, como: estímulo aversivo, punição positiva, punição negativa, reforçamento negativo, e outros menos usuais, como extinção, restrição física e time-out.

Aspectos negativos do controle aversivo e proibições - trechos nos quais Skinner apresenta características negativas ou prejudiciais do controle aversivo, e nos quais o autor apresenta um posicionamento contrário, proibitivo e de advertência com relação ao uso do controle aversivo.

Aspectos positivos do controle aversivo e prescrições - trechos nos quais Skinner descreve e/ ou apresenta características positivas, no sentido de se-rem desejáveis ou benéficas, e onde prescreve o uso do controle aversivo.

Outras - trechos que continham as palavras-chave selecionadas, porém, não foram considerados pertinentes aos objetivos do presente estudo e, assim, não se enquadram em nenhuma das categorias de análise utilizadas.

 

RESULTADOS & DISCUSSÃO

A definição de controle aversivo e conceitos envolvidos

Constatou-se que em nenhum momento, nas obras aqui examinadas, Skinner define de forma direta e explícita este tipo de controle comportamental.

Apesar de Skinner não definir especificamente o que seria controle aversivo, em alguns momentos, encontrou-se menções indiretas de quais seriam os procedimentos nele envolvidos e quais aqueles que não o caracterizariam. Isto é feito pelo autor através de comparações e contraposições com tipos de controle que não envolvem estimulação aversiva e por meio de exemplos cotidianos nos quais o controle aversivo se faz presente. Das oito obras selecionadas, em seis delas (Skinner, 1948/1975, Skinner, 1953/1989, Skinner, 1968/1972, Skinner, 1971, Skinner, 1974/2006, Skinner, 1989) foi possível encontrar estas definições gerais e indiretas de controle aversivo.

Em Skinner (1968/1972), por exemplo, no capítulo V, há um tópico exclusivo denominado "Controle aversivo". Todavia, apesar de discorrer sobre o tema e de usar o termo controle aversivo, Skinner não o define em nenhum momento.

Em outra obra, Skinner (1974/2006) comenta que a punição é facilmente confundida com o reforço negativo, e que este algumas vezes é chamado de controle aversivo (p. 56). Em Skinner (1989), porém, nota-se que a referência ao controle aversivo não inclui a contingência de punição ao afirmar, por exemplo, que a cultura frequentemente controla seus membros com estímulo aversivo, seja por reforçamento negativo, seja pelo uso de punição (p. 31).

Apesar de, na análise aqui realizada, não ter sido encontrada uma definição pontual de controle aversivo na obra de Skinner, um elemento em comum que pôde ser identificado foi o contato do organismo com "estimulação aversiva", independentemente de ela ser antecedente ou consequente ao comportamento, e ter ocorrido apenas no estabelecimento do responder (como no caso da esquiva). A estimulação aversiva seria entendida tanto pelo contato com estímulos aversivos quanto pela perda de estímulos reforçadores negativos, estes dois eventos entendidos como aversivos, pois havendo possibilidade de se comportar de modo a não produzi-los, em geral o organismo o faz. Tais relações, por sua vez, caracterizam as contingências de punição e de reforçamento negativo (fuga e esquiva). Nota-se aqui a complexidade desta concepção, baseada numa relação com o estímulo, cuja função foi determinada em observações que podem anteceder a situação a ser analisada.

No caso da punição, por exemplo, a contingência é definida por Skinner (1953/1989) pela produção de estímulo aversivo ou remoção de estímulo reforçador positivo. Funções essas, aversiva e reforçadora positiva, determinadas por relações anteriormente observadas que mantiverem o organismo respondendo, no primeiro caso por prevenir, eliminar ou reduzir o contato com tal estímulo (fuga ou esquiva) ou por produzir tal estímulo no caso dos reforçadores positivos. Como para Skinner (1953/1989; 1974/2006; 1989) a supressão comportamental, quando ocorre em contingências punitivas, é explicada majoritariamente por fortalecimento negativo de respostas incompatíveis com o responder punido, talvez seja possível afirmar que para Skinner o controle aversivo estaria ocorrendo em qualquer relação que envolva tanto o contato com estímulos aversivos ou a perda de reforçadores positivos, assim como a prevenção ou amenização da perda de reforçadores positivos ou do contato com reforçadores negativos.

Os aspectos negativos do controle aversivo e proibições

Os principais argumentos de Skinner observados sobre o não uso de controle aversivo referem-se ao fato deste tipo de controle comportamental conter procedimentos como a punição, que é considerada por ele como sendo uma técnica de controle ineficaz, pois apresentaria efeitos supressivos temporários, assim como produziria subprodutos indesejáveis (Skinner, 1948/1975, Skinner, 1953/1989, Skinner, 1968/1972, Skinner, 1969/1980, Skinner, 1971, Skinner, 1974/2006, Skinner, 1989).

Em todas as obras analisadas (Skinner, 1948/1975, Skinner, 1953/1989, Skinner, 1968/1972, Skinner, 1969/1980, Skinner, 1971, Skinner, 1974/2006, Skinner, 1989) Skinner faz referência aos efeitos colaterais indesejáveis produzidos pelo controle aversivo, em especial, a punição. Em alguns momentos, Skinner apenas comenta que há a produção de subprodutos indesejáveis, em outros cita e descreve quais são eles. Vale ressaltar que Skinner (1953/1989) dedica um tópico "Alguns lamentáveis subprodutos da punição" no capítulo de punição (capítulo XII) para tratar do assunto. Os subprodutos citados em tal tópico foram: reações emocionais fortes, como ansiedades perturbadoras e medo (que interferem com o operante a ser reforçado), resistência passiva, fobias, fuga e contracontrole.

Skinner ainda argumenta que o uso de estimulação aversiva pode ter igualmente alguns subprodutos lamentáveis sobre o comportamento operante, como a falha no processo de autocontrole (1953/1989), o indivíduo pode apresentar respostas discriminativas inexatas (1953/1989), o processo de autoconhecimento pode ser afetado (1953/1989; 1974/2006), assim como o indivíduo pode reagir deficientemente aos estímulos gerados pelo seu próprio comportamento (1953/1989).

A análise qualitativa dos trechos selecionados permitiu observar que constantemente Skinner utilizou termos qualificadores para caracterizar o controle aversivo e seus subprodutos, tanto como fez uso de comparações de cunho depreciativo. Skinner (1953/1989), por exemplo, refere-se à "pobreza" da punição como técnica de controle (p. 328), usa termos como: infelizes, lamentáveis, perigosos, perturbadores e prejudicais. Segundo Skinner (1953/1989), a estimulação aversiva é "incômoda" e perigosa. Skinner (1968/1972) classifica os subprodutos como infelizes, e Skinner (1969/1980) refere-se a efeitos colaterais perturbadores. Tanto em Skinner (1948/1975) quanto em Skinner (1953/1989) é comentado que o uso de estimulação aversiva como meio de controle comportamental é algo ultrapassado e que apenas governos primitivos ainda utilizam de tal ferramenta: "Agora, as formas primitivas de governo são, naturalmente, baseadas na punição. A técnica é óbvia quando o fisicamente forte controla o fraco" (Skinner, 1948/1975, p. 258). Ou seja, fica implícito que recorrer ao uso de punição seria optar por uma tecnologia comportamental ultrapassada, podendo subentenderse que o progresso não estaria ou não deveria estar pautado no uso de controle aversivo.

Em todas as obras, Skinner indica alternativas ao uso de controle aversivo (Skinner 1948/1975, Skinner, 1953/1989, Skinner, 1968/1972, Skinner, 1969/1980, Skinner, 1971, Skinner, 1974/2006, Skinner, 1989). Entre as mais indicadas, encontramse a extinção e o uso do reforço positivo (este último especialmente para o condicionamento de comportamento incompatível). Tanto em Walden Two (1948/1975) quanto em Ciência e Comportamento Humano (1953/1989), Skinner refere-se à psicoterapia como uma alternativa possível. Supõe-se que a psicoterapia nesse caso não envolveria punição. Com relação à extinção, o autor afirma que é a técnica mais indicada para enfraquecer um responder, pois esta estaria relativamente livre de subprodutos indesejáveis (Skinner, 1953, p. 188). O reforçamento positivo direto de comportamento incompatível também é indicado por ter poucos efeitos colaterais negativos (Skinner, 1953/1989, Skinner, 1968/1972, Skinner, 1974/2006, Skinner, 1989).

Identifica-se, portanto, que a partir das análises feitas os aspectos negativos ressaltados por Skinner sobre o uso do controle aversivo referem-se ao fato de este tipo de controle comportamental conter técnicas como a punição, que para o autor se caracteriza como uma técnica comportamental ineficaz (a longo prazo) e produz efeitos colaterais indesejáveis tanto em nível de comportamento operante quanto em nível de comportamento reflexo. Não foi possível identificar uma fala proibitiva de Skinner quanto ao uso de controle aversivo. Porém, em diversos momentos, Skinner parece desencorajar e desqualificar o uso deste tipo de controle, seja pela sistemática sugestão de alternativas ao uso do controle aversivo seja pelo uso de termos qualificadores de cunho depreciativo, o que indica que para o autor o controle aversivo não seria a forma de controle comportamental mais indicada, ou pelo menos, a de primeira escolha.

Os aspectos positivos do controle aversivo e prescrições

Na presente análise foram identificados momentos nos quais Skinner reconhece que o uso do controle aversivo pode ser desejável. Todavia, constatou-se igualmente que em diversos momentos este posicionamento se apresenta de forma implícita.

Em Skinner (1969/1980) e em Skinner (1989), é justificado o uso de estimulação aversiva como meio de intervenção para a supressão de comportamentos problemáticos. Skinner (1969/1980) afirma: Em um lar para crianças retardadas, se o controle aversivo for mantido no mínimo e, portanto, a dignidade e a felicidade ao máximo, e se algumas crianças aprenderem o bastante para viverem no mundo lá fora, estes efeitos estarão entre os importantes reforçadores para aqueles que planejaram a comunidade (p. 208).

Skinner (1989) é enfático ao afirmar: Quando o estímulo aversivo é usado para parar o comportamento indesejável de crianças autistas, no sentido de favorecer o controle por práticas não aversivas, parece ser justificável o seu uso. Entretanto, somente se não houver outra alternativa que possa ser utilizada (p. 80).

Portanto, entende-se que Skinner justificaria o uso de estimulação aversiva em casos extremos como os mencionados, cuja integridade física do indivíduo estivesse em risco, desde que não houvesse outra alternativa disponível e que sua aplicação fosse mínima. Tal justificativa foi também observada na carta de Skinner publicada por Griffin et al. (1988) e por Mazzo (2007) e Nye (1992).

A partir dessas análises, nota-se que Skinner, apesar de não reconhecer diretamente a importância do controle aversivo em certos contextos, fala da importância da participação deste tipo de controle comportamental, como: ao tratar da expansão territorial (Skinner, 1948/1975), do desenvolvimento e manutenção do comportamento de autocontrole (Skinner, 1948/1975, Skinner, 1953/1989, Skinner, 1971) e da promoção da adaptação e sobrevivência do organismo (Skinner, 1948/1975, Skinner, 1953/1989, Skinner, 1968/1972, Skinner, 1969/1980, Skinner, 1971, Skinner, 1974/2006, Skinner, 1989).

Com relação à expansão territorial, em Walden Two, Skinner (1948/1975), na voz de Frazier, diz que caso esta não ocorra do modo esperado (sem resistência dos moradores vizinhos) acontecerá através da apresentação de estímulos aversivos ou pela retirada de estímulos reforçadores positivos, ou seja, por meio da utilização de controle aversivo.

Até que uma carência de terra nos ameace em qualquer localidade, estaremos em posição de exercer pressão. Se comprarmos metade das fazendas que negociam numa determinada cidade, controlaremos a cidade. Os negociantes de alimentos, as lojas de ferramentas e os vendedores de maquinaria agrícola dependem de nós. Podemos pô-los fora do negócio ou controlá-los através do nosso comércio. Os verdadeiros valores das propriedades na cidade podem ser manipulados à vontade e, a cidade em si, gradualmente, apagada. Podemos sempre usar tijolos de segunda mão. Podemos tornar a área não muito confortável para os donos de terra que não cooperarem por terem perdido seus canais de suprimento e distribuição. A longo prazo, qualquer aumento no valor da terra para nós significará um decréscimo no valor dos outros. É um caso muito diferente da real valorização usual das propriedades. Não devemos nos preocupar com os poucos proprietários obstinados. Nós não precisamos de toda a terra (Skinner, 1948/1975, p. 230).

Em Skinner (1948/1975, 1953/1989) contingências de reforçamento negativo e de punição fazem parte do estabelecimento do comportamento de autocontrole. O mesmo pôde ser observado por Mazzo (2007) e Mazzo e Gongora (2007). Segundo as análises feitas por Mazzo (2007), em Skinner (1953/1989) o referido autor afirma que as contingências de punição são imprescindíveis para o surgimento do comportamento de autocontrole, pois trata-se de um comportamento que ocorre a partir de situações conflitantes nas quais há a presença de estimulação aversiva (Mazzo, 2007, p. 80).

Mais precisamente sobre a contribuição que o contato prévio com estímulos aversivos pode ter para a sobrevivência, Skinner (1971) diz: "a suscetibilidade ao reforço negativo é igualmente importante, aqueles que foram mais altamente reforçados quando escaparam ou evitaram situações potencialmente perigosas têm tido vantagens óbvias" (p. 104). Portanto, considerando-se uma análise a nível filogenético, o contato com estimulação aversiva foi útil em termos adaptativos.

Skinner (1971), por exemplo, ao tratar da liberdade comenta que o comportamento controlado por reforço positivo pode ter consequências aversivas atrasadas. De acordo com Skinner, tais consequências podem gerar problemas, "pois estas não ocorrem em um momento no qual a fuga ou ataque - seja viável - quando, por exemplo, o controlador pode ser identificado ou esteja ao alcance" (p. 35). Para solucionar estas dificuldades, Skinner propõe a apresentação de consequências aversivas imediatas. Apesar de Skinner não indicar explicitamente o uso de estimulação aversiva, apreende-se que ele o considera desejável, neste contexto. Perone (2003), ao comentar sobre esta passagem de Skinner (1971), chama atenção para o fato de que Skinner não apenas considerou indesejável em alguns momentos o controle por reforço positivo, como propôs o uso de um tipo de controle aversivo como antídoto para combater os seus efeitos negativos.

Portanto, pode-se afirmar que, para Skinner, o controle aversivo é justificável diante de certas condições, como quando: (a) caso não haja outra alternativa disponível; (b) em caso do controle por reforço positivo falhar; (c) desde que aplicação de estimulação aversiva seja feita de forma moderada e seja mínima; (d) que seja ministrada de forma controlada. Constatou-se também que para Skinner o controle aversivo tem participação importante em situações específicas, como: em caso de expansão territorial (Skinner, 1948/1975), no desenvolvimento e manutenção do comportamento de autocontrole (Skinner, 1948/1975, Skinner, 1953/1989, Skinner 1971) e na promoção da adaptação e sobrevivência do organismo (Skinner, 1948/1975, Skinner, 1953/1989, Skinner, 1968/1972, Skinner, 1969/1980, Skinner, 1971, Skinner, 1974/2006, Skinner, 1989).

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do presente estudo, verificou-se que não há uma definição direta e explícita de controle aversivo nas obras skinnerianas aqui examinadas. Todavia, de modo geral, Skinner (1948/1975, 1953/1989, 1968/1972, 1971, 1974/2006, 1989) aborda esse tipo de controle comportamental no contexto no qual existe a presença de estimulação aversiva e/ ou de contingências de punição e de reforçamento negativo. A dificuldade em definir controle aversivo parece não se restringir apenas às obras de Skinner, mas aos livros texto da AC como um todo (Hunziker, 2011). A definição de controle aversivo na literatura comportamental, normalmente, é feita pelas relações que o constituem, como as contingências de reforçamento negativo e punição (Catania, 1998/1999; Crosbie, 1993; Hineline, 1984; Hutchinson, 1977; Mazzo & Gongora, 2007; Mulick, 1990; Perone, 2003).

Perone (2003) e Hunziker (2011) enfatizam a importância e a necessidade de uma definição específica e clara de controle aversivo para o discurso científico. Diante dos resultados obtidos, constata-se que a ênfase dada pelos autores é pertinente, pois a ausência de um conceito explícita e diretamente definido de controle aversivo dificulta a discussão minuciosa de questões aplicadas em relação ao tema.

Quanto ao uso do controle aversivo, Skinner posicionou-se mais frequentemente de forma contrária, pois de acordo com o autor, este tipo de controle envolve técnicas comportamentais ineficazes a longo prazo e que produzem subprodutos indesejáveis. Nesse contexto, Skinner frequentemente usa termos qualificadores de cunho pejorativo.

Na literatura da Análise Aplicada do Comportamento (AAC), autores como Newsom et al. (1983) e Van Houten (1983) apresentam algumas vantagens que o uso de punição pode apresentar como técnica de intervenção comportamental para tratamento de comportamentos autolesivos.

Verificou-se ainda que, para Skinner, a presença do controle aversivo pode ser considerada desejável em outros contextos: como estratégia de expansão territorial; como técnica para a manutenção e para o desenvolvimento do comportamento de autocontrole.

Portanto, conclui-se que Skinner, de modo geral, opõe-se à utilização de controle aversivo como primeira alternativa de intervenção, porém, em al-guns momentos, justifica seu uso diante de situações extremas e não o prescreve genericamente. Tal constatação acerca dos posicionamentos de Skinner sobre o uso ou não de controle aversivo poderá contribuir para o esclarecimento de um dos principais debates da área, conhecido como controvérsia aversiva (ver Iwata, 1988; Mulick, 1990; Newsom & Kroeger, 2005). Em tal debate, diversos autores e profissionais discutem se intervenções comportamentais deveriam ou não adotar tecnologias baseadas em contingências aversivas. Revisões de literatura de diferentes décadas apontam tanto a eficácia do uso de punição, quanto o questionamento da ocorrência de efeitos colaterais negativos, em geral, salientando a maior eficácia de tratamentos mistos, com algum elemento aversivo (Matson & LoVullo, 2008; Matson & Taras, 1989; Prangell, 2010).

Uma vez que muitos dos profissionais que se posicionam contra ao uso de controle aversivo normalmente o fazem tendo como base textos skinnerianos, ter conhecimento de que para Skinner há exceções, e que estas estão justamente relacionadas ao tratamento de comportamentos autolesivos, pode redimensionar o rumo de certos argumentos.

Sobre este contexto em específico (tratamento de comportamentos autolesivos) foi possível notar a partir da presente análise que, ao se referir à supressão de tais comportamentos, Skinner explicitamente admite (como última alternativa) a adoção de tratamentos baseados em tecnologias aversivas. Apesar de, neste caso, reconhecer a importância da utilização do controle aversivo, ressalta-se que o autor em diversos momentos indicou o desenvolvimento de procedimentos alternativos ao uso deste tipo de controle comportamental. A esse respeito, salientase que possivelmente Skinner não estivesse recomendando a mera substituição do controle aversivo por qualquer uso do reforçamento positivo (ver Campos, 2010, para mais detalhes), pois o controle por reforçamento positivo também pode apresentar efeitos colaterais negativos (Perone, 2003; Balsam e Bondy, 1983; Campos, 2010). Técnicas de reforçamento diferencial, por exemplo, podem aumentar a resistência à extinção do comportamento alvo (Mace, McComas, Mauro, Progar, Taylor, Ervin & Zangrillo, 2010) e produzir respostas emocionais negativas, como choro, grito e desengajamento da atividade (Cowdery, Iwata & Pace, 1990).

Além do mais, sabe-se que a análise skinneriana dos problemas do controle aversivo não é isenta de críticas. Autores como Carr e Lovaas (1983), Mazzo e Gongora (2007), Newsom et al., (1983), Perone (2003), Rush, Crockett & Hagopian (2001) e Van Houten (1983) discutem que ao se utilizar o controle aversivo não há produção exclusiva de subprodutos indesejáveis, existindo também a produção de subprodutos positivos, tais como: melhora do comportamento de interação social, maior responsividade emocional, o aprendizado de comportamentos de imitação e de responder discriminativo, comportamento de jogo adequado e maior atenção (Newsom et al., 1983).

Sendo Skinner uma das fontes frequentemente consultada por analistas do comportamento, em relação ao uso do controle aversivo sugere-se que seria necessário ampliar a amostra de obras skinnerianas investigadas em análises futuras, considerando que no presente estudo apenas oito dos principais livros foram examinados. Do mesmo modo, considera-se interessante a realização de estudos que investiguem, mais precisamente, o posicionamento de Skinner sobre o uso ou não do controle aversivo, enfocando temas específicos, como o social, o educacional e o político, por exemplo. Ao invés de uma posição geral indiferenciada, Skinner poderia ter assumido posições específicas, ajustadas ao contexto tratado.

 

NOTAS

Trabalho parcialmente financiado pela CAPES através de bolsa de Mestrado. O presente artigo é derivado da Dissertação desenvolvida pelo primeiro autor, sob orientação do segundo e co-orientação do terceiro.

Agradecimentos especiais aos Professores Doutores Roberto Alves Banaco e Maria Helena Leite Hunziker. Agradecimentos também às valiosíssimas críticas e sugestões dos pareceristas anônimos.

 

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Recebido em 31/05/2012
Revisado em 29/10/2012
Aceito em 10/02/2013

 

 

* tatimmartins@yahoo.com.br