EDITORIAL

O mal-estar na cena subjetiva cotidiana

Discontens in everyday subjective scenes

O mal-estar, como uma condição subjetiva iniludível, atualiza-se em cada cena, sustentado pelo sujeito nos laços sociais que desvela um discurso ou um emaranhado discursivo. É este o lugar de onde devemos extrair a presença da linguagem que constitui uma existência.

Assim, cada fenomênica social implica em um discurso que, trazido para o campo subjetivo, denota um impasse na resposta subjetiva diante da convocatória do Outro, que se apresenta mediante um desatamento.

Neste sentido, os fenômenos sociais que afetam sobremaneira a vida cotidiana de pais, filhos, da sociedade, enfim, a teia de relações impossíveis, mas presentes como um ponto de inflexão para o sujeito, são visitados neste número de Mal-estar e Subjetividade, com o intuito de trazer à comunidade científica elementos para reflexão sobre a cena subjetiva cotidiana.

Temas como angústia, AIDS e jogos eletrônicos se entrelaçam com contrapontos indispensáveis à análise do que assistimos como efeitos da inconsistência do Outro. Desta forma, o processo de individuação, a posição do sujeito na clínica, a biopolítica e a psicanálise perfilam-se como ferramentas importantes na discussão sobre os efeitos que convocam o sujeito à insistência no sentido, mesmo que a época seja muito mais afeita à constatação da morte da representação.

Mudança Editorial

Comunicamos aos nossos leitores que, a partir do ano de 2008, a Revista Mal-estar e Subjetividade passa a circular com uma periodicidade trimestral, nos meses de março, junho, setembro e dezembro.

Esta mudança é devido ao amadurecimento proporcionado pelos 7 anos em que programamos a publicação da revista semestralmente.

O aumento substancial na demanda de publicação de trabalhos de excelência levou o último número da revista a publicar 15 trabalhos, entre artigos e relatos de pesquisa, além de uma resenha de filme.

Com esta nova periodicidade modificamos também a forma de distribuição, passando a subsidiar todos os Programas de Pós-Graduação em Psicologia reconhecidos pela CAPES, além da manutenção dos intercâmbios realizados com Bibliotecas, editorias de outros periódicos científicos e o corpo de assinantes cadastrado.

Ampliamos a composição do Conselho Editorial, que conta agora com 6 conselheiros de países da Europa e América Latina, além de 10 componentes distribuídos em todas as regiões do Brasil e fixados em 8 estados da Federação.

As seções obedecem a duas grandes divisões: "Autores de Outros Países" e "Autores do Brasil". Em cada divisão, e de acordo com a montagem de cada número, a Revista apresenta várias subseções: artigos, relatos de pesquisa, resenhas ou outras categorias, conforme a descrição dos materiais publicados nas "Instruções aos Autores".

Finalmente, passamos a publicar no primeiro número de cada ano os resumos dos trabalhos de dissertação defendidos durante o ano anterior, no intuito de difundir para a comunidade científica a produção discente do Programa responsável pela publicação da Revista Mal-estar e Subjetividade.

Agradecemos, pois, na aurora desta nova fase, a todos os autores que apostaram, durante esta caminhada, no projeto inicial da Mal-estar e Subjetividade. Jubilosos, contamos com a prestimosa colaboração dos que nos conhecem e dos que desejam participar deste projeto.

Henrique Figueiredo Carneiro
Editor e organizador