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Cadernos de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento

versão impressa ISSN 1519-0307versão On-line ISSN 1809-4139

Cad. Pós-Grad. Distúrb. Desenvolv. vol.17 no.2 supl.2 São Paulo dez. 2017

 

RESUMOS

 

V mostra do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento - UPM 06 e 07/12/2017 Anais

 

 

A V Mostra do Programa de pós-graduação em Distúrbios do Desenvolvimento contou com a apresentação de 35 estudos científicos desenvolvidos por alunos, pesquisadores e professores do Programa. A participação de alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado, a diversidade de temas e estágios dos estudos propiciou um ambiente riquíssimo para a troca de saberes sobre os temas abordados e sobre o fazer científico tão importante na formação de pesquisadores.

Esse evento ocorreu de maneira concomitante com a mostra de trabalhos de conclusão dos cursos de graduação do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde - CCBS, construindo-se assim um espaço interdisciplinar e de integração graduação e pós-graduação.

A Mostra contou com a participação de 13 pareceristas, todos ex-alunos do programa, que puderam dialogar com os diversos apresentadores e ofereceram contribuições importantes para os projetos expostos.

Desta forma o objetivo maior da Mostra de propiciar um ambiente rico em conhecimento e rigor científico foi alcançado e evidenciou a interdisciplinaridade tão característica do Programa.

COMISSÃO ORGANIZADORA

Profa. Dra. Cibelle Albuquerque de la Higuera Amato
Profa. Dra. Marina Monzani da Rocha
Prof Dr Luiz Renato Rodrigues Carreiro

 


 

P.01 RELAÇÃO ENTRE O POLIMORFISMO THR92ALA-D2 E COMPORTAMENTO ADAPTATIVO EM INDIVÍDUOS COM SÍNDROME DE DOWN E INDIVÍDUOS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Alice Batistuzzo, Alyna Marcondes, Leni Siqueira e Thiago Gnecco Bueno Gomez.

Orientadoras: Marina Monzani da Rocha e Miriam Oliveira Ribeiro
E-mails: alice.batistuzzo@gmail.com | alynaam@gmail.com | leni.tutora@gmail.com | thiago.gnecco@gmail.com | marina.rocha@mackenzie.br | miriam.ribeiro@mackenzie.br

INTRODUÇÃO: A tireoide sintetiza e secreta triiodotironina (T3) e tiroxina (T4) sendo que 80% da produção da glândula é de T4, que é a forma inativa do hormônio. A enzima desiodase tipo 2 (D2) é a principal responsável pela disponibilização de T3 para o tecido, sendo altamente expressa no Sistema Nervoso Central. O Thr92Ala-D2 é um polimorfismo do gene da D2 que ocorre em cerca de 38% da população. Estudos sugerem que esse polimorfismo esteja positivamente associado a disfunções neuropsicológicas e psiquiátricas, como baixo QI e bipolaridade. O mecanismo implicado nessas disfunções seria uma possível modificação no transcriptoma celular. Indivíduos com algum transtorno do desenvolvimento, como a Síndrome de Down (SD) e o Transtorno do Espectro Autista (TEA) poderiam estar mais sujeitos aos efeitos do polimorfismo devido a deficiências de mecanismos compensatórios.
OBJETIVO GERAL: Avaliar a presença do polimorfismo Thr92Ala-D2 e como ele afeta o comportamento adaptativo de indivíduos com síndrome de Down e indivíduos com TEA.
MÉTODO: Foram avaliados 28 indivíduos com síndrome de Down e 81 indivíduos com TEA. A análise do DNA foi feita a partir do epitélio bucal, para a extração foi utilizado o kit Norgen Saliva DNA Isolation e para a genotipagem pela técnica de PCR em tempo real, o protocolo TaqMan SNP Genotyping Assay. Os indivíduos foram agrupados em selvagens (T/T), heterozigotos (T/A) ou polimórficos (A/A). Para avaliar o comportamento adaptativo foi utilizada a Escala Vineland de Comportamento Adaptativo (2ª Edição) e, de acordo com os scores fornecidos pela escala, o comportamento adaptativo foi classificado como Alto (≥130), Moderadamente Alto (115 - 129), Adequado (86 - 114), Moderadamente Baixo (71 - 85) ou Baixo (20 - 70). Para comparação entre os grupos, foram escolhidos, de forma pseudo randomizada, 28 dos indivíduos com TEA, garantindo o melhor pareamento etário possível. Para comparação das médias foi realizada ANOVA de uma via e pós teste de Tukey.
RESULTADOS: O polimorfismo ocorreu em 21,42% dos pacientes com SD e 32,14% dos pacientes com TEA, em concordância com a literatura. Os indivíduos com SD polimórficos tiveram pior Nível Adaptativo Global (p<0.02) e piores resultados no Domínio Social (p<0.005) e nos Subdomínios Atividade Doméstica (p<0.03), Relações Interpessoais (p<0.02) e Brincar e Lazer (p<0.01). Os indivíduos polimórficos com TEA tiveram melhor desempenho nos Domínios Social (p<0.03), Comunicação (p<0.02) e Atividades Diárias (p<0.015), e nos Subdomínios Comunidade (p<0.015), Relações Interpessoais (p<0.006) e Habilidades de Adaptação (p<0.02).
CONCLUSÃO: Os resultados mostram que o polimorfismo está associado a melhores resultados em alguns aspectos adaptativos nos indivíduos com TEA, enquanto nos indivíduos com SD o genótipo polimórfico está associado a piora piores resultados em alguns dos níveis adaptativos. Essa diferença pode ser devida à etiologia diversa dos dois distúrbios.

Palavras-chave: Polimorfismo Thr92Ala-D2; Síndrome de Down, TEA.

 


 

P.02 AVALIAÇÃO DE ESCOLARES PELA ESCALA DE DESENVOLVIMENTO MOTOR - EDM: COMPARAÇÃO ENTRE IDADES E SEXO

Aline Souza, Ana Rita Avelino Amorim, Silvana Maria Blascovi-Assis e Cibelle Albuquerque de La Higueira Amato
E-mails: alline-souza@hotmail.com.br | cibelleamato@gmail.com

INTRODUÇÃO: O desenvolvimento motor é um processo de extrema importância durante a infância, nessa fase a criança desenvolverá habilidades que lhe proporcionaram maior consciência de seu corpo, assim como percepção do espaço e tempo. A aquisição de habilidades motoras está associada ao desenvolvimento de outras áreas como o desenvolvimento intelectual e social. No período de escolarização a um amplo amadurecimento dessas habilidades, uma vez que elas passam a ser mais especificas e complexas. A avalição do desenvolvimento motor nessa fase se faz importante, porque pode identificar de forma precoce alterações no desenvolvimento infantil e reconhecer a área com debilidade, possibilitando uma intervenção precoce e eficaz e minimizando ou até mesmo neutralizando as possíveis intercorrências futuras.
OBJETIVO: Avaliar a coordenação global de um grupo de crianças em idade escolar pela Escala de Desenvolvimento Motor EDM.
MÉTODOS: Participarão do estudo 30 crianças devidamente matriculadas em uma escola da rede regular de ensino, com idade entre 07 e 11 anos, distribuídas igualmente entre os sexos e idade. A coleta de dados será realizada individualmente em ambiente escolar, data e horário previamente agendados com autorização do responsável pela instituição. Avaliação seguirá a proposta da Escala de Desenvolvimento Motor (EDM) elaborada por Rosa Netto, que tem por objetivo avaliar aspectos psicomotores de crianças entre 2 a 11 anos. A escala é composta por baterias (motricidade fina, global, equilíbrio, esquema corporal, organização espacial, organização temporal e lateralidade), constituídas por 10 tarefas motoras cada, organizadas em grau de complexidade, a criança inicia o teste na tarefa de menor complexidade e evolui a cada acerto, a bateria é interrompida quando a criança não conclui a tarefa com êxito. Ao final de cada bateria será atribuída uma idade motora correspondente ao desempenho da criança, após será calculado a idade motora geral e o coeficiente motor geral. Esses valores serão quantificados, permitindo classificar as habilidades motoras avaliadas em: muito superior, superior, normal alto, normal médio, normal baixo, inferior e muito inferior.

Palavras-chave: escolares, desenvolvimento motor e escala de desenvolvimento motor (EDM).

 


 

P.03 PROJETO PARA VALIDAÇÃO DE UM PROGRAMA DE INTERVENÇÃO EM FUNÇÕES EXECUTIVAS E AUTORREGULAÇÃO EM SALA DE AULA DE CRIANÇAS DO 3º AO 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Ana Paula Soares de Campos e Luiz Renato Rodrigues Carreiro
E-mails: anapaulasdec@yahoo.com.br |renato.carreiro@gmail.com

Funções Executivas (FE) são habilidades que reúnem aspectos como flexibilidade cognitiva, memória de trabalho, controle inibitório, planejamento, autorregulação que permitem controlar comportamentos direcionados a objetivos. Estas habilidades seguem distintas trajetórias de desenvolvimento, até o início da idade adulta. A escola proporciona um ambiente rico em estímulos das funções executivas pela vivência diária em sala de aula. Este estudo tem por objetivo validar um Programa de Intervenção em Autorregulação e Funções Executivas (PIAFEX) para alunos de 3º ao 5º ano do Ensino Fundamental I através de um modelo experimental aplicado em crianças em idade escolar de 3º ao 5º ano do Ensino Fundamental I. Esse trabalho está organizado em três fases: planejamento e implementação de uma formação teórica aos professores do Ensino Fundamental I de 3º ao 5º anos sobre funções executivas e autorregulação para que eles tenham conhecimento para a aplicabilidade do material em sala de aula; aplicação do material pelos professores juntamente com os seus alunos, sendo acompanhados pela pesquisadora através de fichas avaliativas; avaliação do programa de intervenção proposto para verificar e comparar os desempenhos pré e pós-intervenção no grupo experimental e controle. Os alunos serão avaliados antes (avaliação pré-intervenção) e após (avaliação pós-intervenção) a implementação da intervenção por meio de testes neuropsicológicos para avaliar funções executivas (atenção, memória operacional, flexibilidade cognitiva e controle inibitório), inventários comportamentais aplicados a pais e professores e registro do desempenho acadêmico por meio das notas das disciplinas em cada bimestre letivo. Os resultados obtidos serão tabulados. Posteriormente serão conduzidas as seguintes análises: análise de Variância do efeito do nível escolar sobre os desempenhos nos testes de desempenho (funções executivas e atenção);análises de correlação de Pearson entre os desempenhos em avaliações de FE, desempenho acadêmico, para verificar possíveis relações entre esses diferentes domínios cognitivos; análises de correlação de Pearson entre os desempenhos nas medidas de FE, e as avaliações sobre comportamento das crianças conforme relato de pais e de professores e análise de Variância com medidas repetidas tendo o momento (pré ou pós-teste) como medida repetida e o grupo (GE e GC) como medida entre - sujeitos, sobre os desempenhos nos testes. Após serem feitas as análises de dados, espera-se que o material adaptado e utilizado como ferramenta seja de grande importância para a estimulação das funções executivas e autorregulação no espaço da sala de aula.

Palavras-chave: Funções Executivas, Autorregulação, Dificuldades de Aprendizagem.

 


 

P.04 CORRELAÇÃO ENTRE ATENÇÃO E INTELIGÊNCIA FLUIDA: UM ENSAIO DIDÁTICO

Ana Paula Soares de Campos, Cristiane Hemi Yokota Chechetto, Daniela Soares Gonzales Faria

Suzete Araujo Aguas Maia e Luiz Renato Rodrigues Carreiro
E-mails: anapaulasdec@yahoo.com.br |cristianeyokota@hotmail.com

A atenção se refere à construção mais básica utilizada como preditor de desempenho em tarefas múltiplas. O melhor desempenho nestas tarefas foi relacionado com a qualidade da atenção que as pessoas detêm e maior facilidade em focar a atenção para as tarefas determinadas. A inteligência fluida revela a capacidade de raciocinar de forma abstrata em situações novas e é considerada de origem biológica. Investigar os fundamentos cognitivos da inteligência humana é de particular interesse em pesquisa sobre inteligência, assim como considerar os vários tipos de atenção para fornecer uma resposta fundamentada se a atenção é uma fonte de inteligência. O objetivo desse estudo foi verificar a relação entre a atenção e inteligência fluida em dois testes que avaliam estes construtos. Pretendeu-se averiguar se o melhor desempenho em testes de atenção está associado ao melhor desempenho em testes de inteligência fluida. Os participantes são adultos, na faixa etária de 25 a 45 anos, sendo que três alunos são do sexo masculino e cinco do sexo feminino, constituindo oito participantes no total. Todos os participantes consentiram em participar, preenchendo o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foram utilizados dois instrumentos para a coleta de dados: o Subteste Raciocínio Matricial da Escala Wechsler Abreviada de Inteligência (WASI), instrumento de avaliação neuropsicológica que fornece o QI de Execução, se associando com o conceito de inteligência fluida, o qual foi aplicado individualmente e, o teste de Atenção Concentrada (AC), que permite a avaliação da atenção concentrada e sustentada, que foi aplicado coletivamente. Os dados coletados foram analisados com base na correlação paramétrica Pearson e a correlação não paramétrica Spearman. A análise dos dados demonstrou que não houve correlação significativa nos resultados do Subteste Raciocínio Matricial da Escala Wechsler Abreviada de Inteligência - WASI e do teste Atenção Concentrada - AC, corroborando com estudos realizados por alguns pesquisadores os quais questionam a magnitude da correlação entre atenção e inteligência. O presente trabalho foi realizado como uma atividade didática e indicou que há a necessidade de mais estudos que investiguem esta relação, considerando as diversas variáveis existentes, como o tamanho e homogeneidade da amostra e outros processos cognitivos envolvidos nesta relação e os diferentes tipos de atenção, os quais poderão contribuir para análises futuras que ratifiquem os achados na literatura da correlação positiva entre atenção e inteligência.

Palavras-chave: Inteligência Fluida, Atenção Concentrada, Avaliação Neuropsicológica.

 


 

P.05 MODELO DE RESPOSTA À INTERVENÇÃO (RTI) APLICADO A CRIANÇAS COM QUEIXAS DE DESATENÇÃO E HIPERATIVIDADE: APRESENTAÇÃO DE PROJETO DE PESQUISA

Ana Paula Roim Micieli e Luiz Renato Luiz Rodrigues Carreiro
E-mails: aprm.psico@yahoo.com | luizrenato.carreiro@mackenzie

INTRODUÇÃO: O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) caracteriza-se por padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade e impulsividade que afetam a atenção, memória, tomada de decisão, autorregulação com prejuízo acadêmico e social. O uso de intervenções neuropsicológicas nas queixas de TDAH têm se mostrado eficaz, mas ainda faltam diretrizes para sua aplicação na escola.
OBJETIVO GERAL: O objetivo desse projeto é desenvolver e aplicar um protocolo, baseado no Modelo da Resposta à Intervenção (RTI), em crianças que apresentam sinais de TDAH.
MÉTODO: O RTI é um modelo de intervenção precoce para escolares em risco de desenvolver transtornos de aprendizagem, mas que aqui será aplicado ao TDAH. Ele é realizado em diferentes níveis, desde o rastreamento grupal até a intervenção individualizada. Testes neuropsicológicos (Atenção - TAC, Função executa - Trilhas e Memória operacional IMO-WISC-IV) e inventários comportamentais (respondidos por pais e professores como CBCL e TRF) serão aplicados em quatro turmas do segundo ano do EF I, para identificar crianças com sinais de desatenção e hiperatividade, mas que ainda não têm o diagnóstico. Os selecionados passarão pelas três fases preconizadas pela RTI: Intervenção grupal em sala de aula (sessões para manejo comportamental e estimulação cognitiva), aqueles que mantiverem os sinais passarão para intervenção no segundo nível com treino cognitivo e comportamental em pequenos grupos. Aqueles que ainda apresentarem sinais passarão para intervenção no terceiro nível, com treino cognitivo e comportamental específico para cada criança. A redução dos sinais de TDAH e de seus prejuízos causados no contexto escolar e familiar serão analisados pela reaplicação de inventários e testes neuropsicológicos a cada final de nível.

Palavras-chave: TDAH; Intervenção Neuropsicológica; RTI.

 


 

P.06 A RELAÇÃO ENTRE AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM E O DESEMPENHO PSICOMOTOR

Ana Rita Avelino Amorim, Cibelle Albuquerque de la Higuera Amato e Silvana Maria Blascovi-Assis
E-mails: ana.rita.av@gmail.com | silvanablascovi@gmail.com | cibelleamato@gmail.com

INTRODUÇÃO: As dificuldades de aprendizagem são os grandes desafios que os professores se deparam diariamente nas salas de aula. São muitos os fatores que interferem na performance escolar dos alunos, dentre eles pode-se citar as alterações no desenvolvimento psicomotor, conforme apontam diversos estudos. Quanto mais precoce for a identificação destas alterações, mais cedo se poderá propor intervenções que possam ajudar o aluno, bem como o professor na sua atuação em sala de aula. O diferencial neste processo é compreender quais as áreas motoras que estando alteradas comprometem o processo de aprendizagem. Diante disso, o
OBJETIVO GERAL desta pesquisa foi de avaliar e comparar o desempenho psicomotor de alunos com dificuldades de aprendizagem do Ensino Fundamental I.
MÉTODO: Participaram deste estudo alunos do 2º, 3º, 4ºe 5º anos do Ensino Fundamental, de ambos os sexos com idades entre 7 e 11 anos. Foram avaliados 104 alunos através de três diferentes instrumentos psicométricos distintos referentes à leitura, escrita e aritmética a fim de se obter o grupo amostral deste trabalho, ou seja, os alunos com Dificuldades de Aprendizagem. Tratam-se respectivamente das seguintes avaliações a Prova de Escrita sob Ditado versão reduzida - PED-vr, Teste de Competência de Leitura de Palavras e Pseudopalavras - TCLPP e Prova de Aritmética - PA. Mediante os resultados obtidos, aqueles alunos que tiveram a pontuação padrão entre 70 e 84, considerada baixa e a pontuação padrão abaixo de 70, considerada muito baixa foram avaliados pela Escala de Desenvolvimento Motor - EDM, com o propósito de verificar o desempenho motor deste grupo final com 34 alunos.
RESULTADOS PARCIAIS: Em decorrência das pontuações obtidas nas provas, pôde-se observar que dos 34 alunos deste estudo, 73,5% obtiveram a classificação baixa ou muito baixa na Prova de Ditado e destes, 38,2% tiveram a classificação inferior ou muito inferior na EDM. No TCLPP foram 14,7% com a classificação baixa ou muito baixa e destes 8,8% com classificação inferior ou muito inferior na EDM. Na prova de Aritmética foram 67,5% com a classificação baixa ou muito baixa e destes, 50% tiveram a classificação inferior ou muito inferior na EDM.
CONCLUSÃO: Os resultados parciais apontam que existe uma relação entre as dificuldades de aprendizagem e o baixo desempenho motor. Contudo, para se analisar com maior clareza e profundidade os dados, faz-se necessária a realização de uma análise estatística dos resultados apurados nas avaliações psicométricas e da EDM e, a partir disso será possível não somente inferir sobre os dados obtidos, bem como também apurar quais as áreas motoras que apresentam uma maior relação no desempenho em leitura, escrita e aritmética.

Palavras-chave: Dificuldades de Aprendizagem. Desempenho Psicomotor. Habilidades Motoras.

 


 

P.07 PROGRAMA DE INTERVENÇÃO PARA PROMOÇÃO DE AUTORREGULAÇÃO (PIPA): GANHOS EM CONTROLE INIBITÓRIO E REGULAÇÃO EM CRIANÇAS PRÉ-ESCOLARES

Camila Barbosa Riccardi León, Grace Zauza, Tatiana Pontrelli Mecca, Monalisa Muniz, Alessandra Gotuzo Seabra e Natália Martins Dias
E-mails: camilaleon30@gmail.com | gracezauza@gmail.com | tati.mecca@gmail.com | monamuniz@gmail.com | alessandragseabra@gmail.com | natalia_mdias@yahoo.com.br

Autorregulação (AR) refere-se a processos que permitem ao indivíduo manter níveis apropriados de ativação emocional, motivacional e cognitiva, incluindo a capacidade de controle inibitório (CI), que envolve a inibição de resposta, atencional e cognitiva. Neste resumo, apresentam-se dados parciais de um estudo que desenvolveu e investigou a efetividade do Programa de Intervenção para Promoção de Autorregulação (PIPA). O objetivo deste recorte foi investigar o efeito do PIPA sobre desempenho em CI e AR de crianças pré-escolares. Participaram 82 crianças com idade média inicial de 5 anos (DP=0,2) de uma escola pública de Educação Infantil de São Paulo, divididas em grupos: experimental (GE) e controle (GC) passivo. Foi utilizada a Tarefa de Regulação (TReg), instrumento computadorizado do tipo 'go-no-go' que avalia CI (média de acertos e tempo de reação - TR) e Reg (média de variabilidade no TR). Para intervenção foi utilizado o PIPA, que visa estimular AR nas crianças por meio de atividades de estimulação diárias pelos professores na escola. Organizado em 6 módulos, o PIPA possui 59 atividades e 4 estratégias de uso diário. Foram realizadas 3 etapas nesta pesquisa: pré-teste, com avaliação de todas as crianças com o TReg; intervenção (professoras capacitadas e supervisionadas na aplicação do PIPA em sala de aula, por 4 meses) e pós-teste, como nova aplicação do TReg. Análise de medidas repetidas mostrou efeito marginalmente significativo da interação tempo*grupo sobre a média de acertos na TReg, com maior ganho para o GE. Observou-se também efeito significativo da interação tempo*grupo sobre a variabilidade no TR, indicando maior ganho do GE em regulação. Em ambos os casos, o tamanho de efeito foi de pequeno a moderado. Tais resultados sugerem que a intervenção com o PIPA foi efetiva para a estimulação das habilidades de CI e Reg de crianças pré-escolares.

Palavras-chave: funções executivas; desenvolvimento; educação.

 


 

P.08 EFEITOS COMPORTAMENTAIS DA MEDITAÇÃO MINDFULNESS NO EMPREGO DE DUAS ESTRATÉGIAS DE REGULAÇÃO EMOCIONAL, UMA ANÁLISE PRELIMINAR

Camila P. R. A. Teixeira e Paulo S. Boggio
E-mails: prateixeira.camila@gmail.com | psboggio@gmail.com

Dentre as variadas estratégias de se modular os componentes da resposta emocional, a reavaliação cognitiva e a distração se destacam nas pesquisas atuais. Sabe-se também que esta capacidade de regulação emocional é tipicamente aprimorada a partir da meditação mindfulness, a qual tipicamente apresenta efeito significativo no funcionamento cognitivo e na capacidade de voltar a atenção para o momento presente. Nesse sentido, este estudo buscou investigar o efeito de duas práticas diferentes de mindfulness na reavaliação cognitiva e distração. Foram coletados 68 participantes universitários saudáveis sem qualquer experiência com mindfulness. Desses participantes, 21 passaram por uma prática de mindfulness com atenção plena na respiração; 32 passaram por uma prática de mindfulness com atenção plena na observação de pensamentos; e os 15 restantes não passaram por nenhuma das duas práticas. Após a prática, todos os participantes responderam a uma tarefa de observação de imagens de conteúdo afetivo, adotando as estratégias de regulação emocional, segundo instrução prévia do pesquisador. Após a observação de cada imagem, o participante deveria avalia-las quanto sua valência e intensidade. Análise preliminar dos dados revelou diferenças significativas na modulação de afetos negativo (F2,130=19.161; p<0,001; ηp=0.227) e positivo (F2,130=36.757; p<0,001; ηp=0.361), com relação aos momentos anterior e posterior a tarefa de regulação emocional, independentemente do grupo experimental. Além disso, com relação aos resultados referentes aos julgamentos de valência e intensidade, não foram observadas diferenças estatísticas entre os grupos experimentais, apenas entre as diferentes estratégias de regulação emocional, seja para o julgamento de valência de imagens negativas (F2,124=23.568; p<0,001; ηp=0.275), para imagens positivas (F2,124=45.728; p<0,001; ηp=0.424), para julgamento de intensidade para imagens negativas (F2,124=24.815; p<0,001; ηp=0.285), ou o mesmo julgamento para imagens positivas (F2,124=69.356; p<0,001; ηp=0.528). De uma maneira geral, seja para julgamento de valência como para intensidade, observa-se uma maior eficiência na diminuição do impacto emocional da estratégia de reavaliação cognitiva em comparação a estratégia de distração atencional na regulação de emoções negativas, ao passo que durante a regulação emocional de imagens positivas a reavaliação cognitiva significantemente promoveu um aumento da experiência emocional enquanto que a distração emocional promoveu uma diminuição. Conjuntamente, estes achados apontam o efetivo papel de diferentes estratégias de regulação emocional na experiência emocional, bem como o efeito particular de cada uma. Contudo, estes achados representam o resultado de uma análise preliminar (68 participantes de uma amostra planejada para 90, contendo 30 participantes em cada grupo). Desta forma outras 22 coletas se encontram em andamento, as quais possibilitarão uma melhor compreensão do fenômeno em questão.

Palavras-chave: Regulação Emocional; Meditação; Mindfulness.

 


 

P.09 O PAPEL DA FISIOTERAPIA NA QUALIDADE DE VIDA E NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL

Carolina Quirino Dias e Cibelle Albuquerque de la Higuera Amato
E-mails: carol.quirinodias@gmail.com e cibelleamato@gmail.com

O envelhecimento da população brasileira está relacionado a um fenômeno mundial. O aumento da expectativa de vida traz em si dados importantes sobre o avanço da sociedade em seu processo de humanização, mas ressalta também, a importância da ampliação de cuidados e ações que garantam a qualidade de vida destes idosos. O estudo tem como objetivo elaborar um questionário para avaliar o conhecimento da atuação do fisioterapeuta no processo de envelhecimento e a relação deste conhecimento com a qualidade de vida reportada pelos mesmos. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da universidade sede da pesquisa. Todos os participantes selecionados de acordo com os objetivos da pesquisa assinarão o TCLE. Participarão deste estudo 40 indivíduos, de ambos os sexos, divididos em dois grupos com 20 indivíduos cada de acordo com a idade. Para o primeiro grupo serão selecionados indivíduos a partir de 60 anos, que é o inicio da terceira idade com base na idade cronológica e para o segundo grupo, indivíduos de 40 a 59 anos de idades, que representa o inicio do declínio funcional. Ambos realizarão as mesmas tarefas. Para avaliar a qualidade de vida dos indivíduos, será utilizado o World Health Organization Quality of Life - OLD (WHOQOL-OLD). É um questionário adaptado para pessoas idosas, que consiste em avaliar qualidade de vida das mesmas em diferentes domínios (ou facetas). Cada domínio contém 4 itens totalizando 24 itens, que serão avaliados pela escala de Likert (1 a 5 pontos). O escore final pode oscilar de 4 a 20 pontos, onde o escore mais alto significa maior qualidade de vida, e o mais baixo, pior qualidade vida (POWER; SCHIMIDT, 2004). Para saber qual é o conhecimento que os participantes têm sobre a Fisioterapia será elaborado um questionário específico. Como é o objetivo da pesquisa a elaboração do questionário, o mesmo fará parte dos resultados, entretanto estabeleceu-se uma estrutura base para ser seguida. A estrutura base inicial considerada para a elaboração do questionário contém três partes. A primeira parte englobará questões sobre o respondente, incluindo perguntas referentes a dados pessoais (nome, idade, gênero, escolaridade, estado civil, residência) e dados sobre o percurso individual do envelhecimento (autonomia, segurança, saúde). A segunda parte contará com questões que terá como objetivo acessar o conhecimento do respondente sobre a Fisioterapia (conceito, acesso ao tema, áreas de atuação). A terceira parte terá um enfoque maior em questões que relacionem a Fisioterapia a qualidade de vida (prioridades, interesses, bem-estar). O questionário será elaborado com perguntas fechadas e autoexplicativas para que o participante possa responder de forma independente e autônoma. Após a coleta, os dados serão tabulados, os resultados serão apresentados de forma descritiva e receberão o tratamento estatístico apropriado para atender os objetivos do estudo.

Palavras-chave: envelhecimento saudável, qualidade de vida e fisioterapia.

 


 

P.10 RELAÇÃO ENTRE A AUTOPERCEPÇÃO DA ATENÇÃO E DESEMPENHO EM TESTE DE ATENÇÃO CONCENTRADA: UM ENSAIO DIDÁTICO

Carolina Viana de Barros, Leônidas Valverde da Silva, Marina de Souza, Maurício Cardille e Luiz Renato Rodrigues Carreiro
E-mails: marina@lifeintegral.com.br | carolinavianadebarros@gmail.com | leonidas_valverde@hotmail.com | mcipb@ig.com.br | luizrenato.carreiro@mackenzie.br

O conceito de atenção recebeu diferentes definições no decorrer da história da psicologia. Geralmente é concebido como um mecanismo de seleção de informações que serão processadas pelo sistema nervoso. Para medir atenção, o teste de atenção concentrada AC é um instrumento adequado, uma vez que mede a atenção e também registra o número de omissões e erros ampliando a investigação. O teste AC foi apontado como instrumento muito conhecido pela comunidade de psicólogos e estudantes de psicologia brasileiros (PORTO NORONHA, 2005). Para verificar se o desempenho no teste de atenção AC está correlacionado com a autopercepção do indivíduo sobre sua própria atenção, foi utilizada a escala “Adult ADHD Self-Report Scale Symptom Checklist - ASRS-18”, que incluem os critérios do DSM para o diagnóstico dos transtornos do Déficit de Atenção e Hiperatividade. Afim de verificar a possibilidade da correlação do desempenho em testes de atenção e o auto relato dos participantes em relação à própria atenção, com possíveis dificuldades cognitivas em outras esferas, foi utilizado o teste de fluência verbal fonética e semântica FAS. A ferramenta para análise dos dados de correlação foi o SPSS. Participaram oito estudantes de pós-graduação, sendo sete do sexo feminino e um do sexo masculino, com idades entre 28 e 47 anos e escolaridade entre 17 e 23 anos. Os resultados não apontaram correlação entre a autoavaliação da atenção na escala ASRS e o desempenho no teste de atenção AC ou de fluência verbal FAS. No entanto, o resultado indicoucorrelação entre o desempenho no quesito fonêmico do teste de fluência com a parte semântica da avaliação. Os participantes que tiveram melhor desempenho em uma das variáveis também obtiveram melhores resultados em outra, sugerindo que o indivíduo que apresenta habilidade de fluência fonética mais desenvolvida também a tem no quesito semântico. Além disso, os indivíduos que obtiveram mais acertos no teste AC também foram os que finalizaram o teste com mais pontos, indicando que os números de erros e omissões neste grupo de participante não foi relevante para afetar o desempenho total no teste. Em função do trabalho ter sido realizado com um ensaio didático, faz-se necessário estudos futuros, com amostras maiores e mais heterogêneas, para compreendermos melhor a autopercepção da atenção e sua relação com as funções cognitivas atenção e fluência verbal.

Palavras-chave: Avaliação Neuropsicológica; Atenção; Correlações.

 


 

P.11 ESTUDO DE EMPATIA ATRAVÉS DA INTERVENÇÃO DO PROCESSO JUDICIAL EM CASAIS EM SEPARAÇÃO, OU SEPARADOS, COM FILHOS MENORES DE IDADE

Carolina Viana de Barros e Ana Alexandra Caldas Osório
E-mails: carolinavianadebarros@gmail.com | ana.osorio@mackenzie.br

Este projeto de pesquisa visa verificar se há ganhos de empatia pela realização de processos de mediação de judicial em casais em separação ou separados com filhos crianças e/ou adolescentes. A pesquisa ocorrerá nos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (Centros ou Cejuscs), unidades do Poder Judiciário, onde são realizados os procedimentos de mediação, que visam reestabelecer uma aproximação entre partes que possuem relacionamentos de trato sucessivo (como famílias). É importante verificar ganhos sociais, cognitivos e comportamentais que podem ser obtidos pela mediação, tanto para aprimorá-la, como meio de apaziguamento social e política pública, tanto para compreender se a mediação pode ser um método de intervenção com efeitos de prevenção de geração de distúrbios do desenvolvimento. O processo de mediação da forma que foi estabelecido atualmente é recente e o Brasil regulou e operacionalizou o processo somente recentemente, estabelecimento parâmetros de atuação e cursos de mediação que propiciam confiabilidade aos mediadores judiciais atuantes. O objetivo da pesquisa é estudar a empatia através da mediação judicial em casais separados ou em separação com filhos menores. O estudo terá como instrumento o teste de associação implícita, que será aplicado antes e depois das mediações judiciais nos Cejuscs nos participantes que deverão obrigatoriamente ser casais separando-se ou separados e que tenham filhos menores de idade. A associação implícita mediará o quanto cada um do casal pensa no outro de forma cooperativa ou competitiva, procurando analisar se após a mediação o nível de cooperação de ambos do casal aumentam. Relatos de alguns mediadores judiciais indicam que podem haver ganhos de empatia através de processos de mediação oferecidos pelos Cejuscs, o que pode vir a beneficiar não somente pais, mas como os filhos que vivenciam o litígio dos adultos.

Palavras-chave: Empatia; Políticas Públicas; Prevenção de Distúrbios.

 


 

P.12 INVESTIGAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DO SISTEMA ENDOCANABINOIDE NO PREJUÍZO DO COMPORTAMENTO SOCIAL DE RATOS EXPOSTOS AO STATUS EPILEPTICUS NEONATAL

Fernanda Teixeira Ribeiro e Roberta Monterazzo Cysneiros
E-mails: fernandatribeiro@gmail.com | rcysneiros@yahoo.com

Animais expostos a status epilepticus (SE) neonatal têm se revelado um modelo promissor para o estudo de sistemas cerebrais específicos envolvidos no prejuízo do comportamento social que caracteriza o transtorno do espectro autista (TEA). Animais submetidos a SE neonatal mostram, na vida adulta, redução do interesse por novidade social e déficit de discriminação social, apesar de manterem funções cognitivas preservadas. Este trabalho utiliza esse modelo animal para investigar a participação do sistema endocanabinoide no TEA, considerando-se evidências sobre seu envolvimento em múltiplos processos, desde a supressão de crises epilépticas até a modulação de emoções. Foram utilizados ratos Wistar machos submetidos ao SE no nono dia de vida (P9) pela administração de pilocarpina (380 mg/kg, i.p.) - enquanto os controles receberam salina 0,9% (0,1 mL/ 10g). Em P60 os animais adultos de ambos os grupos foram subdivididos em: administrados com salina 0,9% ou com o fármaco JZL195 (0,01 mg/kg, i.p.) - inibidor das enzimas FAAH e MAGL, que catalisam, respectivamente, a hidrólise de anandamida (AEA) e 2-araquidonoilglicerol (2-AG), agonistas endógenos dos receptores canabinoides (CB1). Após 2 hrs, os animais foram avaliados quanto à memória social, sociabilidade e memória de curto e de longo prazo para reconhecimento de objetos. No teste de memória social, animais experimentais exibiram menos tempo de investigação da novidade social que os controles (F (1,18)=5,872; p=0,026); o tratamento com JZL195 não interferiu no desempenho de ambos grupos no interesse por contato com novidade social (F (1,18)=1,335; n.s.). No teste de avaliação de sociabilidade, na fase da novidade social, animais controle exibiram maior preferência pela novidade social (F (1,19)=2,773; p=0,003), sem interferência do tratamento (F (1,19)=3,423; n.s.). No teste de reconhecimento de objetos, ambos os grupos mostraram maior preferência por investigar o objeto novo nas fases de avaliação de memória de curto prazo e de memória de longo prazo (F (1,7)=6,439; p = 0,039) (F (1,7)=15,735; p=0,005), dado indicativo de preservação das funções cognitivas; o tratamento com JZL195 prejudicou a distinção entre objetos em ambos os grupos no teste de memória de curto prazo (F (1,7)=18,128; p=0,004) e não interferiu no teste de memória de longo prazo (F (1,7)=0,450; n.s.). A locomoção total dos animais foi avaliada no aparato campo aberto: experimentais exploraram o espaço menos que controles (F (1,7)=9,601; p=0,017.); o tratamento não interferiu na atividade locomotora (F (1,7)=3,774; n.s.). Resultados de experimentais e controles nos testes de memória social e sociabilidade replicam estudos anteriores, sugerindo que animais expostos ao SE têm déficit de discriminação social e menor interesse por novidade social. Resultados no teste de reconhecimento de objetos sugerem preservação das funções cognitivas. Tratamento não interferiu na memória ou na sociabilidade e prejudicou o desempenho cognitivo.

Palavras-chave: canabinoides, memória, sociabilidade.

 


 

P.13 DESENVOLVIMENTO E RELEVÂNCIA DE UM COMPÓSITO DE RISCO NEONATAL EM AMOSTRA DE PREMATUROS

Gisane Novaes Balam, Paulo Roberto Pachi e Ana Alexandra Caldas Osório
E-mails: gisane.novaes@gmail.com | ppachi@terra.com.br | ana.osorio@mackenzie.br

Segundo a OMS, é considerado prematuro o bebê nascido com idade gestacional inferior a 37 semanas, sendo bem estabelecido que a prematuridade é um fator de risco biológico para o desenvolvimento típico infantil, onde a gravidade dos prejuízos é diretamente proporcional à diminuição do peso no momento do nascimento e à idade gestacional do bebê. Durante vários anos, o peso ao nascimento serviu como um indicador de risco de óbito em recém-nascidos. Contudo, recentes pesquisas têm enfatizado diferenças significativas no prognóstico de neonatos com mesmo peso ao nascimento em diferentes Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Tais disparidades prognósticas estão relacionadas entre outros fatores, às variações dos riscos da população, justificando a importância de uma adequada caracterização amostral. O objetivo deste estudo foi realizar um compósito de risco neonatal para bebês prematuros, baseado em estudos prévios, a fim de se obter uma variável mais fidedigna e com maior poder estatístico na análise dos riscos da prematuridade. O levantamento dos dados foi feito a partir de registros/prontuários médicos de bebês nascidos no Hospital da Santa Casa de Misericórdia do Estado de São Paulo, sendo a amostra foi composta por 24 bebês prematuros (15 meninos, 62.5%). O cálculo do compósito de risco neonatal foi obtido com base na média de dois escores Z, sendo um deles referente ao sub-compósito da prematuridade (gerado a partir da inversão da média dos escores Z da idade gestacional e do peso ao nascimento) e o outro referente ao sub-compósito de riscos médicos. Os riscos médicos que foram incluídos neste estudo e seus respectivos resultados, que se referem ao número de bebês que apresentaram o risco foram: Apgar no 1º minuto inferior a 7 (n= 9, 37.5%), dependência de oxigênio (n= 11, 45.8%), intubação orotraqueal (n= 5, 20.8%), uso de pressão positiva contínua em vias aéreas (n= 14, 58.3%), permanência em UTIN por mais de 30 dias (n= 9, 37.5%), apneia (n= 7, 29.2%), Síndrome da angústia respiratória (n= 8, 33.3%), idade materna ≤ a 18 anos ou ≥ a 35 anos (n= 7, 29.2%), nascimento gemelar (n= 3, 12.5%), infecção/sepse neonatal (n= 2, 8.3%). O somatório dos riscos médicos variou de 0 a 7, sendo que a média foi 3.12 (DP = 1.82). Concluímos que em estudos envolvendo a prematuridade, a utilização de um compósito capaz de agregar fatores de risco potencialmente prejudiciais é bastante relevante tanto para uma adequada caracterização da amostra como também para aumentar o poder estatístico na análise dos riscos da prematuridade.

Palavras-chave: prematuridade, risco neonatal, desenvolvimento infantil.

 


 

P.14 COMPARAÇÕES DE INDICADORES DE FUNÇÕES EXECUTIVAS NAS VISÕES DE PAIS E PROFESSORES DE CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL I

Graziela Piccirillo Kovac, Bruna Tonietti Trevisan, Alessandra Gotuzo Seabra e Ana Alexandra Caldas Osório
E-mails: gra_happiness@yahoo.com.br | brunattrevisan@gmail.com | alessandragseabra@gmail.com, ana.osorio@mackenzie.br

INTRODUÇÃO: O Inventário de Dificuldades em Funções Executivas, Regulação e Aversão ao Adiamento - IFERA-I, é um questionário com vinte e oito questões, que avaliam Memória de Trabalho - MT (5 itens), Flexibilidade Cognitiva - FC (5 itens), Controle Inibitório - CI (6 itens), Aversão ao Adiamento - AD (5 itens) e Regulação - RG (7 itens).
OBJETIVO GERAL: Verificar se existe concordância entre a visão de pais e professores de crianças do Ensino Fundamental I relativamente a indicadores de funcionamento executivo (por meio do IFERA-I) de crianças saudáveis do Ensino Fundamental I.
MÉTODO: Foram avaliadas 77 crianças, entre o primeiro e quinto anos do Ensino Fundamental I, de cinco escolas públicas da rede municipal do interior do Estado de São Paulo. As crianças tinham entre 6 e 12 anos de idade (M = 8.31; DP = 1.53), de ambos os sexos (n = 46 meninos; 59.7%), sem histórico de deficiências, distúrbios do desenvolvimento, neurológicos ou psiquiátricos de acordo com o relato de pais e professores, e com pais alfabetizados. PRINCIPAIS
RESULTADOS: Não houve concordância entre pais e professores em relação à pontuação total do IFERA-I, t (76)= 3.52, p <.001. Os pais avaliaram os filhos como tendo mais dificuldades em indicadores de funções executivas do que os professores, pois a média da pontuação total dos pais foi de 2.81 pontos e dos professores 2.47. Houve concordância entre pais e professores somente nas escalas de Memória de Trabalho, t (76)=-0.09, p=.92 e de Flexibilidade Cognitiva t (76)=0.52, e p=.59.
CONCLUSÃO: Os pais tendem a avaliar os filhos como tendo mais dificuldades do que os professores, e de forma geral não há concordância entre pais e professores em relação ao funcionamento executivo das crianças.

Palavras-chave: funções executivas, crianças, pais, professores.

 


 

P.15 O TDAH EM ADULTOS: AS CARACTERÍSTICAS DO QUADRO COM A PASSAGEM DO TEMPO

Izabella Trinta Paes, Paula Nascimento Frade e Luiz Renato Rodrigues Carreiro
E-mails: bell30p@hotmail.com | nascimento.paula83@gmail.com | luizrenato.carreiro@mackenzie.br

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), segundo o DSM-5, representa padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que ocasiona prejuízos ao funcionamento cognitivo, social, ocupacional e acadêmico. O quadro inicia na infância e pode se estender até a fase adulta. Nesta última, ocorre sintomatologia completa ou remissão parcial, e na maioria dos casos há redução dos sinais de hiperatividade-impulsividade e persistência dos sinais de desatenção. Apesar dessas indicações, o TDAH em adultos permanece pouco explorado, o que dificulta a identificação do transtorno. O objetivo deste estudo é identificar características de adultos em uma amostra brasileira com queixas de desatenção e hiperatividade-impulsividade compatíveis com TDAH. Os participantes serão 75 adultos das cidades de São Paulo e São Luís, entre 18 e 67 anos, com 4 anos ou mais de escolaridade. Uma triagem selecionará participantes com 2 queixas frequentes de desatenção a partir da Escala de Auto-Avaliação do TDAH no adulto (ASRS), ausência de déficit cognitivo sugestivo de quadro demencial baseada no Mini Exame do Estado Mental (MEEM), e QI estimado dentro da média segundo o Escala Wechsler Abreviada de Inteligência (WASI). Na sequência eles passarão por avaliação com Entrevista para o Diagnóstico do TDAH em Adultos (DIVA 2.0), Escala de Prejuízos Funcionais no TDAH (EPF-TDAH), Inventário de Auto-Avaliação para Adultos (ASR) ou Inventário de Auto-Avaliação para Adultos mais Velhos (OASR), Questionário de Qualidade de Vida em Adultos com TDAH (AAQoL), Escala de Impulsividade de Barratt (BIS-11), e pelos testes de desempenho Bateria Psicológica para Avaliação da Atenção (BPA), Teste dos Cindo Dígitos (FDT); Índice de Memória Operacional da Escala de Inteligência Wechsler para Adultos (WAIS III); testes computadorizados de atenção voluntária e automática. Os resultados demonstrarão indicadores de: controle inibitório; flexibilidade cognitiva; memória operacional; atenção concentrada, difusa, alternada, voluntária e involuntária; prejuízos funcionais; qualidade de vida; e sinais de depressão, ansiedade e impulsividade. A amostra será dividida para análise em 5 grupos com 15 adultos, nas faixas etárias 18 a 27 anos, 28 a 37 anos, 38 a 47 anos, 48 a 57 anos e 58 a 67 anos. Serão realizadas análises de correlação de Pearson entre indicadores e sinais de desatenção e hiperatividade-impulsividade presentes e análise de variância do efeito da faixa etária sobre resultados de testes de desempenho. Tendo em vista que o comprometimento associado à presença do TDAH é significativo na infância, é esperado que a conclusão do estudo amplie conhecimentos sobre o transtorno na vida adulta e a evolução clínica. Estes achados podem contribuir futuramente para diagnóstico e tratamento.

Palavras-chave: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, avaliação, adulto.

 


 

P.16 A RELAÇÃO ENTRE A FUNCIONALIDADE DE COMUNICAÇÃO DE PESSOAS COM MÚLTIPLAS DEFICIÊNCIAS E AS DIFICULDADES DE COMUNICAÇÃO RELATADAS PELOS RESPONSÁVEIS E PROFISSIONAIS QUE OS ACOMPANHAM

Leny Ferreira de Oliveira e Cibelle Albuquerque de La Higuera Amato
E-mails: cibelleamato@gmail.com | leny.oliveira@gmail.com

INTRODUÇÃO: Deficiências múltiplas segundo o MEC (Brasil, 2006) é caracterizada como sendo a associação de duas ou mais deficiências de ordem física, mental, sensorial, comportamental ou emocional. O individuo pode desenvolver ao longo da vida nos períodos da concepção, pré-natal, natal e pós-natal. Boas, et., al (2017), constata que pessoas com deficiências múltiplas podem não falar na idade esperada, não desenvolver a linguagem de forma eficiente, pois a combinação de deficiências reduz e limita sua participação. Na linguagem, a pragmática tem como funções compreender os fatores contextuais que determinam os usos lingüísticos em situações de comunicação. De acordo com Miilher e Fernandes (2013), envolve conhecimentos de estrutura da língua comportamento social e de conhecimento de mundo, e compreensão os sinais não-verbais. Justificativa: Faz se necessário uma pesquisa que investigue as habilidades de comunicação de um grupo que não se comunica verbalmente como pessoas típicas e tenha como característica múltiplas deficiências, cujos pais ou responsáveis sentem diariamente necessidade de comunicar-se, mas não tem entendimento de que alguns sinais podem ser compreendidos como forma de comunicação e que uma vez trabalhados podem melhorar a qualidade da comunicação entre familiares, cuidadores e profissionais.
OBJETIVO GERAL: Relacionar a funcionalidade da comunicação de pessoas com múltiplas deficiências com as dificuldades de comunicação a partir do relato dos pais e, cuidadores e profissionais que os acompanham. Método Trata-se de uma pesquisa transversal e do tipo quantitativa e qualitativa. Participarão do estudo 60 pais ou responsáveis e 15 profissionais da instituição escolhida. A instituição escolhida está localizada em um bairro da zona norte de São Paulo. A instituição oferece tratamentos terapêuticos e educacionais especializados para s pessoas com deficiências. Os instrumentos utilizados serão um questionário, utilizado em um estudo anterior realizado por Macharey (2008) e trata da percepção de pais de crianças com dificuldades de linguagem envolvendo questões de estigmatização e rotulação pelos pais, por outras pessoas, por crianças ou pessoas da família, e adaptado por Balestro e Fernandes (2012). O segundo instrumento, checklist, que será utilizado na investigação do Perfil Funcional da Comunicação de pessoas com deficiências múltiplas e é uma adaptação de um protocolo feito por Neubauer e Fernandes (2013). Esse checklist será utilizado na entrevista com profissionais, da instituição, que trabalham diretamente com os pacientes com deficiências múltiplas.

Palavras-chave: Deficiências múltiplas; Funcionalidade da comunicação; Comunicação.

 


 

P.17 PERFIL SOCIOEDUCACIONAL DOS ESTUDANTES DO EJA MACKENZIE

Marcia de Souza Leite Nepomuceno e Cristiane Silvestre de Paula
E-mails: marciasouza_1@hotmail.com | csilvestrep09@gmail.com

A Educação de Jovens e Adultos-EJA se destaca como meio privilegiado de mudança e inclusão social àqueles que por alguma circunstância desfavorável não puderam prosseguir com os estudos. Por se tratar de educação não obrigatória, frequentam a EJA aqueles que por escolha pessoal o fazem motivados para tal. Em 1993 a Universidade Presbiteriana Mackenzie organizou a EJA por identificar que muitos funcionários não haviam concluído os estudos, desde então esta Universidade tem ampliado a oferta desta modalidade educacional, reorganizando e aprimorando a qualidade do ensino, formando ao longo do tempo centenas de pessoas por meio de bolsas 100% filantrópicas, viabilizando a seus alunos, a construção de uma nova identidade, nova vida e progresso financeiro. No entanto, nenhuma pesquisa foi realizada a fim de traçar o perfil socioeducacional destes alunos, o que favoreceria o processo de ensino-aprendizagem. O objetivo do presente trabalho foi descrever o perfil socioeducacional de adultos estudantes do fundamental I e II da Escola AEJA MACK. Participaram do estudo 87 alunos com média de 48 anos de idade (DP+12,9), sendo 67% mulheres. O instrumento utilizado foi desenvolvido pelos pesquisadores com dados demográficos, sociais e sobre o processo de escolarização na infância e no momento atual. O questionário foi aplicado sob forma de entrevistas individuais, realizadas no ambiente escolar em horário de maior conveniência para os participantes, por professoras da escola. Os principais resultados do estudo relativos ao processo de escolarização durante a infância indicaram que 55,2% não aprenderam a ler quando criança; 43,7% havia frequentado escolas rurais; a maioria não recebia estímulo dos pais para estudar e não abandonou a escola por opção pessoal, sendo que em 65% dos casos o fizeram por necessidade de trabalhar. Sobre a situação escolar atual, verificou-se que 85% dos alunos só tiveram a oportunidade de iniciar os estudos formais no AEJA-MACK; 54% referiram dificuldade na aprendizagem com menor compreensão em Português do que em Matemática e 35% havia reprovado no semestre letivo da pesquisa. Quanto às estratégias para lidar com dificuldades de compreensão, a maioria declarou pedir ajuda aos professores, enquanto os demais optavam por pedir ajuda aos colegas ou tentavam aprender por conta própria. A partir desses resultados é possível concluir que a ausência de escolarização na infância não se deu por escolha pessoal, mas por falta de oportunidade, apoio familiar e questões financeiras. Atualmente, parte significativa dos alunos enfrenta dificuldades de aprendizagem, principalmente nos conteúdos de leitura e escrita, supostamente pela alfabetização tardia, enquanto que nos conteúdos de Matemática apresentam maior facilidade provavelmente pelo uso social. Apesar da exclusão experimentada pelos estudantes, os mesmos conseguem aplicar estratégias adequadas ao lidar com dificuldades na aprendizagem, possivelmente pela necessidade e interesse em aprender.

Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; dificuldade de aprendizagem; processo educacional.

 


 

P.18 PADRÕES DE LEITURA DE PALAVRAS, NÚMEROS E LETRAS EM SISTEMA BRAILLE DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL

Márcio da Silva Ribeiro Maria Cristina Triguero Veloz Teixeira
E-mails: msripf@hotmail.com | mctvteixeira@gmail.com

A verificação de indicadores de consciência fonológica em padrões de leitura de alunos com deficiência visual (DV) que usam o sistema Braille é um indicador de competências de leitura. O estudo teve como
OBJETIVO GERAL: verificar padrões de leitura de palavras, números e letras no sistema Braille em pessoas com DV; e como objetivos específicos: a) identificar e classificar os tipos de erros durante a leitura de palavras em Braille; b) verificar associações entre o número de acertos na leitura de palavras, letras e números em Braille com o tipo de DV, idade de perda da visão, idade cronológica, anos que frequenta a escola e o tempo de exposição ao Braille; c) identificar padrão de leitura em Braille em função do tipo de palavras. O estudo adotou um desenho transversal do tipo exploratório. A seleção amostral seguiu critérios de conveniência e foi formada por 22 alunos cegos sem indicadores de deficiência intelectual (média de idade=29,09; desvio padrão=11,09, 8 são do sexo feminino e 14 do sexo masculino) do total de 47 alunos com DV que frequentam o AEE da cidade de Marabá, no Pará. Instrumentos de coleta de dados: a) Teste de Nomeação Automática Rápida (RAN/provas de letras e números), transcrito para o Braille; b) Teste de Leitura de Palavras transcrito para o Braille (TCLP); c) Formulário de classificação socioeconômica familiar. Os principais resultados mostraram melhor desempenho no RAN se comparado ao TCLP adaptado. No TCLP adaptado o padrão de leitura mostrou médias maiores de acertos nas palavras correta regular (média=0,89) e correta irregular (média=0,80). Os piores desempenhos verificaram-se nas pseudopalavras homófonas (média=0,29) e pseudopalavras estranhas (média=0,42). Correlações positivas estatisticamente significativas foram observadas entre o tempo de execução no RAN (provas de letras e números) e a idade em que a pessoa adquiriu a DV. Correlações negativas estatisticamente significativas foram verificadas entre a idade que a pessoa adquiriu a DV e o número de acertos no RAN- Letras. Os erros na leitura de palavras no TCLP adaptado foram por trocas de letras, seguidas das omissões e das adições. Em função da escrita das palavras em Braille levantou-se a hipótese que os padrões de escrita de letras em Braille com inversão de pontos (superior/inferior e 1ª coluna/2ª coluna) tenham contribuído com erros na leitura de palavras. Conclui-se, a partir das análises de dados, que nos padrões de leitura de palavras em Braille houve um predomínio de erros de leitura com trocas de letras, omissões e adições que em associação com a representação em Braille contribuiu consideravelmente com o número elevado de erros ortográficos. Muitas das trocas, omissões e adições de letras contribuíram com um padrão de leitura com um número expressivo de erros por aproximação semântica de leitura evidenciando os déficits fonológicos e dificuldades de leitura dos participantes.

Palavras-chave: deficiência visual; sistema Braille; leitura.

 


 

P.19 CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE SOBRE OS MARCOS ESPERADOS DO DESENVOLVIMENTO E SINAIS PRECOCES DE AUTISMO

Nadia Maria Giaretta Ranalli e Maria Cristina Triguero Veloz Teixeira
E-mails: nagiaretta@gmail.com | mcris@mackenzie.br

INTRODUÇÃO: O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) se caracteriza por déficits persistentes na comunicação e interação social e por padrões repetitivos e restritos de comportamentos e interesses. O diagnóstico precoce que os primeiros sinais devam ser rastreados entre 18 e 24 meses de idade. Os profissionais da saúde que atuam especificamente na atenção primária, são os principais agentes dessa observação, por estarem em contato constate e por longo tempo com as crianças e família. Porém necessitam estar capacitados para que possam atuar com base teórica e segurança no encaminhamento da criança que apresenta comportamento e/ou desenvolvimento atípico indicativo de suspeita de TEA. O Ministério da Saúde publicou em 2014 o documento “Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo”, fruto do trabalho conjunto de pesquisadores, especialistas e representantes da sociedade no campo da habilitação/reabilitação na Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, que serviu de base para essa capacitação.
OBJETIVO: Os objetivos do estudo foram verificar mudanças em conhecimentos, atitudes e práticas de profissionais da Atenção Básica de Saúde sobre marcos de desenvolvimento e sinais em função de um curso de formação com potencial de uso em seu contexto de trabalho.
MÉTODO: Este estudo foi de tipo experimental exploratório, com medidas pré, pós e follow-up com amostra de conveniência composta por 55 profissionais de Unidades Básicas de Saúde que prestam serviços de Atenção Primária no município de Itatiba. O estudo foi dividido em quatro fases: (1) Avaliação da pré-capacitação, (2) Curso de capacitação, (3) Avaliação pós-capacitação e (4) Avaliação Follow-up. e (4) Follow-up 6 meses após a fase pós.
RESULTADOS: Os dados encontrados, no item “conhecimentos”, apontou um poder estatístico de 99,78%, que pode ser considerado um alto índice de precisão. Os resultados mostram, que, tanto em pesquisas nacionais como nas provenientes de outros países, os indicadores de conhecimento sobre autismo de profissionais da saúde continuam sendo baixos e alertam para a falta de investimento nestes profissionais. Um desses déficits de formação diz respeito ao desenvolvimento de competências para diferenciar marcos de desenvolvimento neurotípicos de indicadores e sinais de alterações e/ou de transtornos do neurodesenvolvimento.
CONCLUSÃO: Em linhas gerais, observou-se que a capacitação apontou as maiores mudanças nas questões que abordaram os conhecimentos sobre TEA. O estudo atingiu bons resultados em vários indicadores e especificadores de sinais precoces de TEA quando comparados os percentuais de acerto entre as fases do estudo, como linguagem, comunicação, interação social, brincar e cognição social.

Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista, Atenção Básica, sinais precoces.

 


 

P.20 O MODELO DE RESPOSTA À INTERVENÇÃO EM SALA DE AULA PARA PREVENIR, IDENTIFICAR PRECOCEMENTE E ACOMPANHAR ALUNOS COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Patricia Félix Mitsunari, Maria Cristina Trigueiro Veloz Teixeira e Elizeu Coutinho de Macedo
E-mails: patymitsunari@gmail.com | mctvteixeira@gmail.com | elizeumacedo@uol.com.br

O modelo atual de ensino no Brasil é eminentemente remediativo, uma vez que costuma esperar o aluno falhar para posteriormente intervir, não levando em consideração a possibilidade de prevenção e identificação precoce. Assim, o foco do modelo de RTI é garantir que as crianças recebam instruções adequadas às suas necessidades, logo no início da escolarização, de forma monitorada para que seja possível perceber seu desempenho escolar gradativamente e se necessário fazer intervenções precoces. A prevenção é extremamente importante no combate às dificuldades de aprendizagem, caso a criança tenha a oportunidade de descobrirem as mesmas e com isso serem devidamente trabalhadas, pois a criança tem uma maior neuroplasticidade nos primeiros anos da infância, com isso, uma maior adaptação funcional ou estrutural que permite a aquisição do conhecimento (Casella; Amaro Junior; Da Costa, 2011). De acordo com Almeida et al (2012), o modelo de RTI emprega diversos níveis de intensidade de intervenções baseadas nas necessidades do grupo e, posteriormente, nas necessidades individuais dos alunos. Inicialmente é feita uma avaliação geral dos alunos, e a mesma é repetida várias vezes. As estratégias necessárias para que todos os tenham bom desempenho é colocado à disposição. Os alunos que não respondem a essa intervenção geral, recebem um nível mais intenso de intervenção, sem a necessidade de diagnóstico de deficiência. Se houver um grupo menor que não responde positivamente ao segundo nível de intervenções, esse grupo receberá atenção mais individualizada e sistemática. Os quatros componentes essenciais dos modelos RTI são rastreio, monitoramento de progresso, tomada de decisão baseada em dados e um nível de multi-níveis como sistema de prevenção. O objetivo geral do presente estudo é adaptar e implementar em uma escola brasileira um dos modelos mais aceitos de prevenção e intervenção nas dificuldades de aprendizagem, o de Resposta à Intervenção (RTI).
MÉTODO: A pesquisa está sendo realizada em uma escola particular da zona leste da cidade de São Paulo. Participam do estudo 100 crianças de ambos os sexos com idade de 9 anos, estudantes do Ensino Fundamental I, 1 coordenadora e 5 professoras. Os procedimentos são: A duração do programa de RTI será de quatorze meses, cujas etapas são: pré-testes com os alunos e coleta de dados com os professores e responsáveis pelos alunos, capacitação da equipe gestora e professores em três encontros, com duração de três horas cada, em janeiro de 2018; monitoramento de todo processo implementado a cada 15 dias, no primeiro semestre de 2017; pós-testes no final do primeiro semestre letivo de 2018, e a etapa de seguimento, para verificar a efetividade do programa, em setembro de 2018.
CONCLUSÃO: Os resultados produzidos pelo presente estudo poderão contribuir para que educadores e gestores da educação do Brasil desenvolvam suas práticas escolares com base em evidências científicas, adquirindo melhores desempenhos.

Palavras-chave: RTI; Dificuldade de aprendizagem; Resposta à intervenção.

 


 

P.21 FORMAÇÃO DE EDUCADORES DE COMUNIDADES RIBEIRINHAS: ARTICULANDO CONHECIMENTO CIENTÍFICO À PRÁTICA DOCENTE

Patrícia de Melo Batista e Marina Monzani Da Rocha
E-mails: patrícia.little@hotmail.com | marinamonzani@gmail.com

INTRODUÇÃO: As condições de moradia e ambientais interferem na vida da população ribeirinha do Amazonas e, consequentemente, no desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem dos moradores da região. O baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica dos alunos (IDEB) indica que existe uma demanda de aperfeiçoamento profissional do educador, uma vez que o IDEB está estritamente atrelado à condição de melhoria na educação, além do fato de serem estes atores multiplicadores locais, o que contribui para a sustentabilidade da ação. No ano de 2016, foi levantado com os profissionais da educação as queixas e interferências no âmbito da educação que fazem parte do cotidiano escolar, para alinhar os objetivos do projeto às reais necessidades locais. Foram aplicados questionários, com o perfil do educador e seu cotidiano de trabalho. O resultado mostrou a necessidade dos professores em entender de forma mais ampla os fenótipos e característica mais comuns de dificuldades e transtornos de aprendizagem. Assim, planejou-se que as formações em 2017 deveriam abordar conteúdos teóricos sobre desenvolvimento infantil, maturação cognitiva, bem como atividades práticas, estratégias para alfabetização, desenvolvimento de leitura e escrita e ensino multissensorial, considerando os diferentes perfis de aprendizagem dos alunos.
OBJETIVO: O objetivo do projeto foi ampliar o repertório de estratégias do educador, proporcionando enriquecimento do olhar e planejamento da dinâmica pedagógica em sala de aula, além de contribuir para seu aperfeiçoamento e valorização profissional. Metodologia: Foram realizadas expedição em 7 comunidades ribeirinhas do Amazonas, atingindo 16 escolas e 159 professores. Foi realizada a formação dos educadores e fornecido um Manual Piafex - Programa de Intervenção em Autorregulação e Funções Executivas com o estojo de atividades para auxiliar na prática diária da formação para cada uma das escolas. Principais
RESULTADOS: Observou-se que realizar a formação de educadores de comunidades ribeirinhas, articulando conhecimento científico à prática docente, é um campo fértil para a formação de educadores, já que alguns profissionais que atuam na docência não possuem qualificação específica para esse tipo de trabalho.
CONCLUSÃO: A atuação junto a comunidades ribeirinhas permitiu pontuamos nossa principal defesa no campo da educação, e desta forma promover formações com educadores que estão alocados em regiões mais fragilizadas do país, no decorrer de ampliar sua formação e qualificar a educação. Os impactos visam atingir a comunidade local e também os alunos. Os principais impactos iniciais, através da formação com estes educadores, são de requalificá-los em sua atuação profissional, além de possibilitar maior variedade no uso de estratégias pedagógicas, visando o ensino de todos os alunos, independentemente de seu perfil de aprendizagem.

Palavras-chave: Comunidades Ribeirinhas, Formação, desenvolvimento infantil.

 


 

P.22 PROJETO DE PESQUISA PARA FORMAÇÃO DO PROFESSOR PARA INCLUSÃO ESCOLAR DE ALUNOS COM TEA E SEUS EFEITOS NA PRÁTICA DOCENTE

Paula Nascimento Frade, Izabella Trinta Paes e Luiz Renato Rodrigues Carreiro
E-mails: nascimento.paula83@gmail.com | bell30p@hotmail.com | luizrenato.carreiro@mackenzie.br

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, em sua 5ª edição (DSM-5), o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é classificado na categoria de Transtornos do Neurodesenvolvimento caracterizado déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, incluindo déficits na reciprocidade social, em comportamentos não verbais de comunicação usados para interação social e em habilidades para desenvolver, manter e compreender relacionamentos. Além dos déficits na comunicação social, o diagnóstico do transtorno do espectro autista requer a presença de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. O objetivo deste estudo é de avaliar o impacto de um programa de capacitação sobre práticas pedagógicas em inclusão relacionadas ao autismo para professores do Ensino Fundamental I. As participantes deste estudo serão duas professoras polivalentes, sendo uma do 4º ano e outra do 5º ano, ambas com alunos diagnosticados com TEA, incluídos em classe regular. A pesquisa será realizada em uma Escola Municipal de Ensino Fundamental. O estudo acontecerá em 4 fases. Nas fases 1 e 2 serão utilizados um questionário de identificação, um roteiro de questões orientadoras para as entrevistas semiestruturadas com essas profissionais e observação das aulas para analisar a prática docente com alunos. As entrevistas com as professoras estão pautadas nos seguintes pontos: desafios e preparação em relação a inclusão, cursos realizados, estratégias utilizadas, suporte recebido da gestão escolar e dificuldade em relação a inclusão de aluno com TEA. As observações estarão centradas nos seguintes aspectos: relação professor e aluno, relação colegas e aluno, proposta e atividades pedagógicas, intervenções realizadas pela professora para mediar a aprendizagem, estratégias que a professora utiliza para incluir o aluno e participação dele durante a aula. Serão observadas antes da formação e após a formação quatro aulas. Cada aula com duração de 45 minutos. A 3ª fase inclui uma formação para as professoras sobre inclusão de TEA. A formação abordará os seguintes temas: expectativas em relação a inclusão, manejo comportamental e adaptação curricular para TEA. A 4ª e última fase incluirá entrevista e observação pós-formação. A entrevista tem como foco saber como as professoras começaram a se preparar para a inclusão após a formação, as mudanças, estratégias e a postura da gestão escolar em relação a inclusão. Quanto a observação, ela seguirá o mesmo utilizado antes da formação. Os dados das entrevistas serão analisados qualitativamente e as observações quantificadas em frequência de ocorrência e comparadas antes e após a intervenção. Esses procedimentos permitirão coletar informações sobre o cotidiano dos professores em sala de aula e mediante as discussões poderão refletir e contribuir na melhoria da prática pedagógica dos sujeitos envolvidos no processo educativo numa perspectiva inclusiva.

Palavras-chave: Transtorno Espectro Autista, formação de professores e prática docente.

 


 

P.23 PERFIL COGNITIVO DE CRIANÇAS COM QUEIXAS DE DESATENÇÃO E HIPERATIVIDADE

Paula Racca Segamarchi, Vivian Mascella, Marina Monzani da Rocha
E-mails: paula@nucleoalia.com.br | marina.rocha@mackenzie.br

INTRODUÇÃO: O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado pela presença de um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que interfere no funcionamento e no desenvolvimento do indivíduo. A avaliação neuropsicológica é um recurso importante que pode contribuir para diminuir os erros no processo diagnóstico.
OBJETIVO: Verificar o perfil cognitivo de crianças encaminhadas para avaliação neuropsicológica por médicos(as), fonoaudiólogos(as) e psicólogos(as) sob suspeita TDAH.
MÉTODO: 25 crianças, com idades entre 8 e 11 anos, foram avaliadas em quatro encontros: (1) Anamnese com os pais/responsáveis e preenchimento da escala SNAP-IV; (2) Avaliação da criança com a Escala Wechsler Abreviada de Inteligência (WASI) e os subtestes que compõem o Índice de Memória Operacional da Escala Wechsler para Crianças (WISC-IV); (3) Teste de Atenção por Cancelamento (TAC), Teste dos Cinco Dígitos (FDT) e Teste de Desempenho Escolar (TDE); e (4) Devolutiva. Principais
RESULTADOS: Das 25 crianças encaminhadas, 17 (68%) eram meninos. O QI total dos participantes, avaliado pela Escala WASI, variou de 47 a 116, sendo que 2 apresentaram déficit intelectual (QI total < 70) e 1 desempenho limítrofe (70 < QI < 79). A média do QI verbal (96,8) foi superior à do QI de execução (88,3) e a média da memória operacional (IMO) foi 90,6 (DP 10,2), com classificação “normal”. Quanto ao desempenho escolar total, 63,6% das crianças obtiveram resultados abaixo da média, 22,7% na média e 13,6% acima. Em avaliação da sustentação da atenção, 36% das crianças alcançaram resultados abaixo da média, 44% na média e 20% acima da média. Já em avaliação da capacidade de focar a atenção e lidar com interferências (controle inibitório), 60% obtiveram desempenho na média quanto ao tempo de execução da tarefa, 12% acima e 24% abaixo da média. A média do desempenho total no TAC foi de 94,6 (DP 16,4), ou seja, “normal” em comparação com a amostra normativa. Quanto aos sintomas de desatenção, a média relatada pela família foi de 3,2 (DP 2,9). Quanto aos sintomas de hiperatividade/impulsividade, a média relatada pela família foi de 4,91 (DP 2,1). Ao final do processo de avaliação neuropsicológica, 18 (72%) crianças foram diagnosticadas com TDAH, 3 (12%) tiveram esse diagnostico excluído e 4 (16%) avaliações não foram conclusivas.
CONCLUSÃO: De acordo com os resultados, o funcionamento intelectual da maioria das crianças encaminhadas com suspeita de TDAH foi normal, porém o desempenho do nível cognitivo verbal foi superior ao nível cognitivo de execução. Constatou-se que o desempenho escolar da maioria (63,6%) está dentro da média, assim como o IMO e o desempenho no TAC. Apesar de terem sido encaminhadas sob suspeita de TDAH, as famílias relataram menos sintomas de desatenção e de hiperatividade/impulsividade do que o que é considerado necessário para diagnóstico.

Palavras-chave: Avaliação neuropsicológica, Déficit de atenção, Hiperatividade.

 


 

P.24 CORRELAÇÃO ENTRE STRESS, SINTOMAS DE DESATENÇÃO E HIPERATIVIDADE E DESEMPENHO ESCOLAR EM CRIANÇAS COM SUSPEITA DE TDAH

Paula Racca Segamarchi, Vivian Mascella e Marina Monzani da Rocha
E-mails: paula@nucleoalia.com.br | marina.rocha@mackenzie.br

INTRODUÇÃO: O stress infantil está relacionado a diversas causas, sendo fator de risco em relação à saúde mental na adolescência e vida adulta. Estudos afirmam que experiências estressantes no início do desenvolvimento podem produzir resultados psicofisiológicos duradouros. A escola é um possível agente estressores na infância, uma vez que a criança passa parte do seu tempo dentro dela. Isso é verdadeiro especialmente para crianças com sintomas de desatenção e hiperatividade, visto que eles podem não se sentir confortável nesse ambiente, no qual precisam lidar com constantes frustrações devido ao mau desempenho escolar.
OBJETIVO: Verificar a correlação entre sintomas de stress, déficit de atenção, hiperatividade, comportamento opositor e o desempenho escolar em crianças encaminhadas para avaliação neuropsicológica por profissionais da saúde por apresentarem sintomas relacionados ao Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH).
MÉTODO: 22 crianças (14 meninos e 8 meninas) com idades entre 8 e 11 anos (média = 9,09 anos, desvio padrão = 1,11 anos) responderam aos seguintes instrumentos: Escala de Stress Infantil (ESI) e Teste de Desempenho Escolar (TDE). Além disso, os responsáveis pelas crianças responderam ao SNAP-IV. Principais
RESULTADOS: Foi encontrada alta prevalência de dificuldades em leitura e escrita, com 72,7% das crianças apresentando desempenho inferior ao esperado. Já na matemática, 22,7% das crianças obtiveram desempenho inferior, 36,4% ficaram na média e 40,9% acima da média. Na classificação total do desempenho escolar avaliada pelo TDE, 63,6% crianças obtiveram resultados inferiores. A avaliação do estresse das crianças indicou que 31,8% apresentavam sintomas físicos, 31,8% apresentavam sintomas psicológicos e 40,9% apresentavam sintomas psicofisiológicos. Na classificação total da ESI, 50% das crianças apresentaram sintomas de stress. Nos diferentes domínios da ESI, certa de 10% dos avaliados estavam em fase de quase-exaustão, indicativo da gravidade dos sintomas. O teste de correção de Pearson indicou que quanto mais sintomas de desatenção são indicados pela família no SNAP, maior é o stress psicológico vivenciado pela criança (r = 0,434). Além disso, foram encontradas correlações positivas entre os comportamentos opositores e os sintomas de stress psicológico (r = 0,484) e total de stress (r = 0,447). Não foi encontrada correlação entre o número de acertos nas diferentes provas do TDE e o número de sintomas de stress avaliados usando a ESI.
CONCLUSÃO: Foi possível verificar que sintomas de desatenção, oposição e desafio estão relacionados a alto número de sintomas de stress em crianças. No entanto, o estudo não encontrou correlação entre desempenho escolar e sintomas de stress.

Palavras-chave: stress, desempenho escolar, desatenção.

 


 

P.25 DESEMPENHO EM TESTE DE INTELIGÊNCIA FLUIDA E INDUÇÃO DE HUMOR: ESTRATÉGIAS COGNITIVAS E PADRÕES DE MOVIMENTOS OCULARES

Paulo Guirro Laurence e Elizeu Coutinho de Macedo
E-mails: p.laurence@hotmail.com | elizeu.macedo@mackenzie.br

A inteligência fluida é uma habilidade de alto valor cognitivo pois está ligada a diversas habilidades necessárias do nosso dia a dia e está relacionada a diversos domínios cognitivos. O objetivo principal do estudo é analisar os efeitos de uma tarefa de indução de estresse no desempenho em teste de inteligência fluida. Esse é um estudo preliminar e conta com 84 participantes com idade entre 18 até 32 anos (M=21,58 anos; DP=2,80). Os participantes foram divididos em 3 grupos, em que cada um assistiu um vídeo com conteúdo emocional ou não, sendo eles: estresse induzido (29 participantes), bem-estar induzido (27 participantes) e neutro (28 participantes). Os participantes responderam a escala analógica de humor (EAH) para ver se os vídeos tiveram efeito na indução de humor e em seguida fizeram o teste de inteligência fluida WMT-2 em um computador com o equipamento de registro de movimentos oculares. Também foi analisado o índice de eficiência reversa, IES (i.e., a latência média por item dividido pela porcentagem de acertos) e os movimentos oculares. Foi conduzido ANOVA com os grupos como variável independente para os fatores da EAH, para o WMT-2 e seus grupos de raciocínios, para o IES e também para as medidas de movimentos oculares. Foram encontradas diferenças significativas no Fator de ansiedade da EAH (p<0,001; η²=0,395) com o grupo estresse induzido (M=51,78; DP=13,35) demonstrando uma média maior que o grupo bem-estar induzido (M=23,11; DP=15,64) e o grupo neutro (M=34,59; DP=16,31). Além disso, o fator “outros sentimentos e atitudes” da EAH também demonstrou diferença significativa (p=0,027; η²=0,173), com o grupo estresse induzido (M=45,17; DP=13,56) tendo média maior que o grupo neutro (M=33,59; DP=17,51) e grupo bem-estar induzido (M=29,38; DP=14,44). Em relação aos escores do teste de inteligência e seus grupos de raciocínio, houve diferença marginal apenas no grupo de itens que demandavam tipo de raciocínio “direção da regra” (p=0,096; η²=0,056) e diferença significativa no IES desse mesmo grupo (p=0,045; η²=0,075), sendo que o grupo estresse induzido foi o que apresentou melhor desempenho nos dois casos. Não foram encontradas diferenças significativas no padrão dos movimentos oculares. A pontuação da EAH aponta para uma eficácia na indução emocional pelos vídeos, com o grupo estresse induzido ficando mais ansioso e menos motivado. A diferença no tipo de raciocínio “direção da regra” para um melhor desempenho do grupo estresse induzido pode ser explicado por mais atenção dos participantes devido ao estado de estresse. Por fim, é necessário ressaltar que há chances de serem encontradas diferenças nas outras medidas se houver aumento no número de participantes.

Palavras-chave: inteligência; raciocínio lógico; eye tracking.

 


 

P.26 FUNÇÕES EXECUTIVAS: PROGRESSÃO ESCOLAR E DESEMPENHO ACADÊMICO EM CRIANÇAS DO 1º AO 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Priscilla Almeida Pedroneiro Correia e Alessandra Gotuzo Seabra
E-mails: pripedroneiro@gmail.com | alessandragseabra@gmail.com

Funções executivas são um conjunto de habilidades cognitivas que inclui os componentes de memória de trabalho, flexibilidade cognitiva e controle inibitório. São essenciais para direcionar o comportamento voltado para objetivos não imediatos. Esses componentes têm grande importância no desempenho das habilidades acadêmicas. A memória de trabalho permite a compreensão do que está sendo armazenado no sistema cognitivo. Por exemplo, a leitura de um artigo ou livro; sendo que é necessário reter e processar as informações recentes, enquanto o conhecimento é codificado e integrado. Nesse caso, a memória de trabalho permite a junção das informações atuais com as informações resgatadas da memória de longo prazo, a fim de facilitar o agrupamento dessas informações com o conteúdo. O controle inibitório é demandado quando é necessário administrar e selecionar pensamentos e impulsos para impedir as distrações ou hábitos, parar para pensar, antes de executar. Esse componente inibe condutas imponderadas. Além disso, também é utilizado quando há necessidade de inibir os distratores impeditivos de concentração em tarefas importantes. A flexibilidade cognitiva é a capacidade de mudança entre uma tarefa e outra ou entre diferentes formas de solução de problemas, envolvendo diferentes respostas aos mesmos estímulos. Deste modo, o presente estudo teve por objetivo geral investigar diferenças nas funções executivas ao longo dos anos escolares e sua relação com o desempenho acadêmico em crianças do Ensino Fundamental I. Participaram 80 estudantes com idades de 6 a 10 anos, estudantes de 1º ao 5º ano do ensino fundamental de duas escolas particulares da cidade de São Paulo. Os instrumentos foram: TAFE (Teste Informatizado para Avaliação das Funções Executivas) que avalia a Memória de Trabalho Visual, Memória de Trabalho Verbal, Flexibilidade Cognitiva e Controle Inibitório. Foram também coletadas as notas escolares dos alunos. Análises de Variância do revelaram efeito significativo de série sobre todas as medidas de funções executivas (memória de trabalho, flexibilidade cognitiva e controle inibitório). Análises de correlação de Pearson entre notas escolares e medidas de funções executivas foram significativas principalmente para a memória de trabalho, com menos correlações do desempenho acadêmico com flexibilidade cognitiva e controle inibitório. Destaca-se que a pesquisa contribuiu com dados relevantes sobre o efeito de série escolar sobre as funções executivas, bem como sobre a relação com as notas escolares.

Palavras-chave: Funções executivas, desempenho acadêmico, teste informatizado.

 


 

P.27 UM MODELO DE TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIAS DE AVALIAÇÃO PARA IDENTIFICAÇÃO DE ALUNOS COM SINAIS DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

Raquel Suriano e Maria Cristina Triguero Veloz Teixeira
E-mails: raquel.suriano@hotmail.com | mctvteixeira@gmail.com

INTRODUÇÃO: O professor é o principal agente da identificação de alunos com algum tipo de dificuldade escolar, emocional ou de atraso de desenvolvimento. Estudos no cenário educacional brasileiro reportam as dificuldades que educadores e equipes gestoras enfrentam para garantir que os alunos com queixas acadêmicas e de atraso de desenvolvimento tenham as devidas avaliações e intervenções educacionais necessárias. O objetivo geral do projeto foi desenvolver para Educação Básica dois modelos padronizados de avaliação de alunos com indicadores de TEA e DI mediante a utilização de um ambiente Big Data. Os objetivos específicos foram: a) Desenvolver em ambiente Big Data modelos que auxiliem na tomada de decisões para atribuir a um aluno da educação básica a suspeita compatível com DI e TEA; b) Instrumentalizar professores e psicopedagogos no uso de procedimentos padronizados de avaliação para a triagem de alunos com essas suspeitas; c) Verificar indicadores de sensibilidade dos procedimentos padronizados de triagem e avaliação cognitiva e comportamental em função do número de casos falsos positivos.
MÉTODO: A amostra do estudo foi composta pelos alunos com queixas de DI e TEA de 16 escolas de Ensino Fundamental I das 55 escolas que compõem a rede de Ensino Fundamental do município; os professores e pais desses alunos; 16 psicopedagogos que acompanham as escolas; 10 profissionais da secretaria de Educação Inclusiva. Os instrumentos para coleta de dados foram: a) Dois checklists para identificação de sinais de DI e de TEA; b) Escala Wechsler abreviada de inteligência; c) Breve Monitor de Problemas-Formulário para Professores e para Pais; d) Inventário de Comportamentos Autísticos; e) Roteiro de orientações de manejo de alunos com sinais e/ou TEA em sala de aula. Foram conduzidas análises descritivas para caracterização da amostra de alunos e profissionais envolvidos no estudo. Foram conduzidas análises descritivas para caracterização da amostra de alunos. Os instrumentos de coleta de dados WASI, BPM-T e BPM-P foram corrigidos conforme padronização de cada um. Foi calculado o número de casos falsos positivos em função da confirmação ou não das suspeitas. Foram conduzidas análises preditivas mediante o uso de técnicas de Mineração de Dados.
RESULTADOS: Foram identificadas com suspeita de TEA (9 crianças) e DI (18 crianças).
CONCLUSÃO: O modelo de processo para tomada de decisões na identificação de alunos com sinais dos dois transtornos do neurodesenvolvimento permitiu uma definição mais precisa da problemática desses alunos, bem como possibilitou que o processo fosse conduzido em um período menor. O projeto permitiu testar a possibilidade de um uso mais eficaz dos recursos públicos para avaliações de sinais dos transtornos do neurodesenvolvimento em alunos.

Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista, Deficiência intelectual, Rede pública de ensino.

 


 

P.28 INTERVENÇÃO NO AMBIENTE ESCOLAR COM CRIANÇAS COM BAIXO DESEMPENHO EM LEITURA E ESCRITA: UMA REVISÃO DA LITERATURA

Regina Luisa de Freitas Marino, Ana Paula Caterino, Patrícia Melo Batista, Alessandra Seabra, Maria Cristina T. V Teixeira e Luiz Renato Carreiro
E-mails: regina.marino@yahoo.com.br | anapaulacaterino@hotmail.com | patricia.batista@mackenzie.br

A leitura e a escrita são competências acadêmicas fundamentais para o processo de aprendizado escolar. No entanto, aprender a ler e a escrever é um processo complexo que demanda diferentes habilidades cognitivas. A intervenção para crianças com dificuldade em leitura e escrita é necessária e pode ser ofertada pela própria escola, o que proporciona avanços consideráveis no desenvolvimento de tais habilidades já que é nesse contexto que a criança permanece a maior parte do seu tempo. O objetivo foi mapear a produção bibliográfica nos últimos dez anos com relação às possibilidades de intervenção realizadas dentro da escola de crianças e adolescentes com baixas habilidades de leitura e escrita. Foi realizada uma revisão da literatura de artigos selecionados por meio de uma busca eletrônica nas bases de dados PubMed, Redalyc, Pepsic e Scielo, com os seguintes descritores: “Reading intervention”, “School-based”, “Reading”, “Dyslexia” e “Learning disorders” em diferentes combinações, sendo utilizado o operador boleano “and” em todas as equações de busca. Os critérios de inclusão foram: a) publicação nos últimos dez anos (a partir de 2008); b) pesquisas que realizaram intervenção no ambiente escolar de crianças com dificuldade em leitura e escrita, podendo ser implementada nas aulas regulares da criança, ou no contra-turno, c) amostra limitada a estudantes do Ensino Infantil, Fundamental ou Médio; d) artigos em português, inglês ou espanhol; e e) acesso ao artigo na íntegra. Os artigos selecionados foram lidos na íntegra e os dados extraídos e tabulados em programa Excel. Da busca realizada pelos descritores, apenas doze artigos preencheram os critérios de inclusão, dos quais a maioria era da América do Sul (6), seguido pelos Estados Unidos (3) e demais países (1 estudo para Canadá, 1 para Espanha e 1 para Reino Unido). Houve discrepância com relação ao objetivo e tamanho amostral dos estudos de países desenvolvidos com relação aos países em desenvolvimento, sendo que os do primeiro grupo têm tamanho amostral muito superior aos do segundo, bem como o primeiro grupo parece mais preocupado nas especificidades das intervenções com base no método fônico e como melhorá-lo, e os do segundo grupo ainda querem provar a eficácia de tais programas. Claramente existe uma diferença de estágio na construção do conhecimento entre países desenvolvidos e os em desenvolvimento no que se refere à intervenção em crianças com baixas habilidades de leitura e escrita. A constatação já consolidada em países desenvolvidos da eficácia do método fônico de alfabetização para tais crianças parece ainda não se estender para a realidade de países em desenvolvimento, como o Brasil, que segundo os estudos, precisam ainda despender esforços e recursos com pesquisas que comprovem evidências científicas para angariar mudanças em políticas públicas nacionais, quando, na verdade, os esforços deveriam ser em adaptar as experiências internacionais à realidade de tais países.

Palavras-chave: intervenção; escola; habilidades acadêmicas.

 


 

P.29 REVISÃO DA LITERATURA: ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL DA ESCALA MOVEMENT ASSESSMENT BATTERY FOR CHILDREN (MABC-2)

Ricardo Henrique Rossetti Quintas, Kamila Santos Ressureição e Silvana Maria Blascovi de Assis
E-mails: ricardo.quintas@uol.com.br | kamila.ressurreicao@hotmail.com | silvanablascovi@gmail.com

INTRODUÇÃO: A escala Movement Assessment Battery for Children (MABC) é uma escala de avaliação motora que foi publicada em 1992 e vem sendo utilizada em diversos países, sua segunda edição MABC-2 foi publicada em 2007 trazendo novos estudos de validade dos conteúdos e melhores descrições em relação a sua aplicação. A bateria de testes motores MABC-2 é dividida em 03 bandas por faixa etária B1 (03 a 06), B2 (07 a 10) e B3 (11 a 16) e cada seção contém 08 tarefas divididas em habilidades manuais, habilidades com bola e equilíbrio estático e dinâmico, traçando um perfil motor nas três áreas avaliadas e um desempenho motor global. É considerada padrão ouro para a detecção de transtorno do desenvolvimento da coordenação (TDC) e vem sendo amplamente utilizada para a detecção de comprometimentos motores. O objetivo deste estudo foi levantar e analisar os artigos que utilizaram a escala MABC em processo de validação transcultural.
MÉTODO: Foi realizada uma busca sistemática (Abril/2017) nas bases eletrônicas Bireme, Pubmed, Science Direct, Scopus e Web of Science como os descritores “Movement Assessment Battery for Children” AND “MABC-2” AND “Validation” AND “MABC”, considerando para a inclusão na pesquisa os objetivos, métodos e resultados independentemente do ano da pesquisa e que estivessem em sua versão disponível na forma eletrônica.
RESULTADOS: Foram encontrados 136 artigos e após a leitura dos resumos foram excluídos 94, restando 42 de interesse para este estudo. Após a exclusão dos artigos duplicados em mais de uma base de dados, foram incluídos na pesquisa 15 artigos. Em consulta junto à detentora dos direitos autorais da escala foram incluídos mais dois artigos que realizaram a tradução e adaptação transcultural para a língua Portuguesa/Europeia, sendo esses trabalhos incorporados na presente pesquisa, totalizando 17 artigos. A escala MABC foi traduzida e adaptada em 09 países (Brasil, EUA, Grécia, China, Holanda, Israel, Hong Kong, Alemanha, Japão, Portugal) e em três continentes (América, Europa, Ásia). Dos 17 artigos localizados, 14 referenciavam a validação e adaptação transcultural do componente de atividade motora da escala e 3 artigos realizaram validação e adaptação transcultural da lista de checagem da escala MABC. Discussão: Os resultados demonstram que a escala MABC está difundida e adaptada pra diversas culturas e por ser um instrumento de fácil aplicação é uma excelente ferramenta para a avaliação do desempenho motor.
CONCLUSÃO: Concluímos que apesar da escala MABC ser um instrumento clínico e de pesquisa difundindo em diferentes países, os estudos apontam para a necessidade de adequação em diferentes culturas, podendo ser útil para avaliação do desempenho motor mesmo em populações para as quais não foram adaptadas, como pessoas com deficiências visuais ou transtorno do espectro autista, já que na presente pesquisa pode ser observada a ampla gama de populações avaliadas de diferentes etnias e padrões culturais.

Palavras-chave: Desempenho Motor, Destreza Motora, Estudos de Validação.

 


 

P.30 CORRELAÇÃO DE COMPORTAMENTOS RELATADOS POR PAIS, PROFESSORES DE SALA DE AULA E PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM CRIANÇAS DO 4º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Ronê Paiano, Maria Cristina Triguero Veloz Teixeira e Luiz Renato Rodrigues Carreiro
E-mail: rone.pefe@gmail.com |renato.carreiro@gmail.com |mctvteixeira@gmail.com

INTRODUÇÃO: A utilização de múltiplos informantes possibilita que uma avaliação seja feita de forma criteriosa visando a emissão de um diagnóstico mais correto sobre uma criança com uma determinada queixa. Além dos informantes usuais, que são os pais e professores,este trabalho utilizou também a observação de comportamentos pelo professor de educação física algo pouco explorado em função da carência de instrumentos.
OBJETIVO: Verificar se existe correlação entre instrumentos preenchidos por pais e professores quanto aos comportamentos observados de crianças.
MÉTODO: Participaram 17 crianças com 9 anos, sendo 7 meninas e 10 meninos, estudantes do quarto ano de uma escola particular da cidade de São Paulo, seus pais, um professor de educação física e uma professora de sala de aula. O instrumento preenchido pelo professor de educação física foi o Motor BehaviorChecklist para crianças (MBC) que é um inventário que leva em consideração a observação da criança em uma situação de brincar livremente ou na aula de educação física. O MBC para crianças consiste em 59 comportamentos motores separados em sete subescalas, das quais utilizamos quatro: Quebrar Regras, Hiperatividade e Impulsividade, Falta de Atenção e Falta de Autorregulação. Para os professores de sala e pais foi utilizado o Inventário de Funções Executivas e Regulação Infantil (IFERI) quetem como finalidade avaliar o funcionamento executivo por meio de uma medida funcional. O IFERI é constituído por 28 itens divididos em cinco subescalas: Memória de Trabalho, Controle Inibitório, Flexibilidade, Aversão à demora e Regulação. Para a análise de correlação foi utilizado o teste Spearman.
RESULTADOS:Ocorreu correlação significativa entre a pontuação total do IFERI, preenchido por pais, com a pontuação total do IFERI preenchido pelo professor de sala (r=0,48; p=0,05) e entre a pontuação total do IFERI preenchido pelo professor de sala e a pontuação total do MBC (r=0,68; p=0,002)preenchido pelo professor de educação física. O único item do IFERI avaliado pelos pais a ter correlação significativa com itens do MBC avaliado pelo professor de educação física foi a Memória de Trabalho que teve correlação significativa com os itens Quebrar Regras e Hiperatividade e Impulsividade. Ocorreu correlação significativa entre Memória de Trabalho, Controle Inibitório e Regulação. Avaliados pelo professor de sala com todos os itens do MBC avaliado pelo professor de educação física.
CONCLUSÃO: Estes dados indicam uma proximidade de comportamentos observados por diferentes informantes em contextos variados (sala e casa e quadra) e reforçam a importância da observação criteriosa e de diferentes instrumentos para a avaliação de comportamentos de crianças. A concordância de professores de sala com professores de educação física, que observaram as crianças em demandas diversas de atividade e ambiente, confirma o MBC como um importante instrumento de avaliação comportamental.

Palavras-chave: alunos, comportamento, avaliação.

 


 

P.31 MAPEAMENTO DO USUFRUTO DOS DIREITOS DAS PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA - TEA APÓS O DIAGNÓSTICO

Rosana Ponomavenco, Maria Eloisa Famá D'Antino e Cibele Albuquerque de la Higuera. Amato
E-mails: rponomavenco@hotmail.com | eloidantino@gmail.com

O autismo é considerado um transtorno do desenvolvimento de causas neurobiológicas, as características básicas são anormalidades qualitativas e quantitativas que afetam de forma mais evidente as áreas da interação social, da comunicação e do comportamento. O objetivo geral deste estudo foi mapear o usufruto dos direitos por pais/responsáveis de pessoas com TEA, em relação aos serviços oferecidos pelas redes públicas de saúde, educação, assistência social e transporte após o diagnóstico. A pesquisa foi realizada com os responsáveis por indivíduos já diagnosticados com TEA no laboratório TEA-MACK e com grupos de mães de autistas na rede social Facebook. Como critério de inclusão, os participantes deveriam possuir laudo médico com código de Classificação Internacional de Doenças (CID-10) F.84 e/ou o nome da condição. O “Instrumento TEA-MACK sobre os Direitos das Pessoas com TEA” foi respondido, única e exclusivamente de forma eletrônica, por 1.360 pais/responsáveis, sendo que foram descartados 12,00% deles por não possuir laudo médico e 18,30% por não saber o código CID ou o nome da condição para TEA. Restaram 975 respostas válidas. Os principais resultados encontrados indicaram que 84,00% dos respondentes eram mães; 32,23% dos respondentes concluíram o Ensino Médio, 38,40%, o Ensino Superior e 24,13%, pós-graduação. Em 51,03% as crianças com TEA estudavam em escolas públicas, e 44,82% eram atendidas no SUS. Em relação ao nível de escolaridade das crianças com TEA, 47,02% estavam na Educação Infantil, 33,25% no Ensino Fundamental I e 12,42% no Ensino Fundamental II, com 89,84% em escola regular e 9,93% em escola especial. No ambiente escolar, 36,21% não recebiam qualquer tipo de apoio profissional, e para 42,36% não havia qualquer tipo de adaptação curricular. Os profissionais mais buscados eram o neurologista (30,32%), o fonoaudiólogo (25,90%) e o psicólogo (17,57%). Os direitos/benefícios mais buscados eram o passe especial (24,21%), a inclusão escolar (22,36%) e o atendimento prioritário (20,51%). Nesta amostra, 15,59% dos respondentes já recorreram à Defensoria Pública e 11,90% à advogado particular; 72,52% nunca recorreram ao judiciário para buscar os direitos da pessoa com TEA. Como fonte de informação sobre TEA, 87,69% usam buscadores tipo Google e 71,08% usam grupos do Facebook. Conclusões: Os pais/responsáveis desta amostra ainda usam pouco os direitos/benefícios já garantidos pelo governo; as escolas tanto públicas como privadas, ainda não oferecem as acomodações e o apoio profissional necessários para o desenvolvimento da pessoa com TEA no ambiente escolar; e ainda falta um canal de diálogo entre a escola e a saúde levando em consideração as diferenças dentro do espectro e as necessidades de cada pessoa com TEA.

Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista, Autismo, Direitos legais.

 


 

P.32 AS CONCEPÇÕES DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL SOBRE HABILIDADES PREDITORAS DA ESCOLARIZAÇÃO

Simei Martins Lima Sales, Carla Cristina Esteves Martins e Ana Alexandra Caldas Osório
E-mails: simei.sales@mackenzie.br; simeilima07@hotmail.com | ana.osorio@mackenzie.br

RESUMO: A organização da Educação no Brasil compreende: a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. A Educação Infantil, primeira etapa do ensino básico ofertada a crianças de 0 a 5 anos de idade em creches e pré-escolas, tem o objetivo de desenvolver integralmente a criança, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade (LDB). Historicamente, o atendimento em creches e pré-escolas, foi marcado por desigualdades sociais e precariedade. Crianças pobres eram atendidas em creches vinculadas a órgãos de assistência social e crianças de classe média/alta frequentavam escolas ditas “Jardins de Infância”, com papel educacional. Hoje, a primeira infância recebe destaque tanto da ciência quanto das políticas públicas e há relatos de que a qualidade das aprendizagens e experiências vivenciadas nessa fase geram importantes consequências ao nível de estrutura e funcionamento de circuitarias cerebrais. Assim, considerando a importância do contexto, como a educação infantil pode contribuir para o sucesso da criança? Que experiências são necessárias para a transição bem-sucedida da Ed. Infantil para o Ens. Fundamental? Nessa discussão, surge o tema habilidades preditoras da escolarização (HPE, em inglês, School readiness), expressão pouco discutida e viabilizada no meio docente. Experiências realizadas apontam a necessidade de atenção especial da família e professores nessa transição entre a Ed. Infantil para o Ens. Fundamental. Destacamos a relevância desse estudo, buscando contribuir para a formação integral do aluno, de maneira prazerosa, provendo meios para que a transição ocorra de maneira sadia, tranquila e bem fundamentada na perspectiva educacional. Porém, é necessário, ouvir educadores, conhecer suas ansiedades, dúvidas e saber quais competências e habilidades focar no aprendizado das crianças. O objetivo deste estudo é identificar as concepções que os educadores da Educação Infantil julgam importantes aos seus alunos, ante às HPE. A pesquisa será quantitativa correlacional, a amostra constituída por 150 professores, recrutados em escolas particulares e públicas de várias cidades do país. Será pedido aos professores que avaliem o grau de importância de um conjunto de características e habilidades das crianças para o ingresso no Ens. Fundamental: a) Bem-estar Físico, Saúde e Desenvolvimento Motor; b) Desenvolvimento Social e Emocional; c) Abordagens à Aprendizagem; d) Cognição e Conhecimento Geral; e) Linguagem e Alfabetização. O trabalho está em fase inicial de desenvolvimento, pelo que apresentaremos o estado da arte bem como discutiremos o questionário de avaliação das HPE.

Palavras-chave: Habilidades preditoras da escolarização, Educação Infantil, professores.

 


 

P.33 OS EFEITOS DOS JOGOS E BRINCADEIRAS NA ATENÇÃO DE CRIANÇAS DE 5 A 7 ANOS

Marila Basso Braga Stephanie Halpern e Ronê Paiano
E-mails: shalpern92@hotmail.com | maribbraga@hotmail.com | rone.pefe@gmail.com

INTRODUÇÃO: A motricidade é um dos pilares da psicomotricidade, junto com o cognitivo e o social. Estes três pilares são fundamentais para o desenvolvimento global da criança, mas são vistas poucas práticas para incentivar a motricidade nas escolas, já que estas focam normalmente somente nos aspectos cognitivos. Por outro lado, pesquisas têm demonstrado melhores resultados em testes de atenção em crianças submetidas a um programa de estimulação motora, sendo a atenção entendida como a capacidade de focalizar recursos mentais de forma intencional sobre as informações mais relevantes em um dado momento.
OBJETIVO: Investigar os efeitos dos jogos e brincadeiras com foco no estimulo ao esquema corporal, na atenção das crianças de 5 a 7 anos.
MÉTODO: Para este estudo foi realizada uma pesquisa experimental com uma amostra escolhida intencionalmente e por acesso composta por de trinta e duas crianças do primeiro ano do Ensino Fundamental de uma escola particular da cidade de Santo André, com média de idade de 6 anos, divididas da seguinte forma: Grupo Experimental (GE) com 15 alunos e Grupo Controle (GC) com 17 alunos. As crianças do GE participaram 14 intervenções com jogos e brincadeiras realizadas duas vezes por semana por dois meses e as crianças do GC não realizaram nenhum atividade extra neste período. Com as duas turmas foi realizado o Teste de Atenção por Cancelamento (TAC), antes e depois do período de intervenção, que foi aplicado coletivamente sendo que os alunos tiveram um minuto para responder cada parte. O TAC possui três partes sendo que na primeira e segunda se avalia a atenção seletiva e na última atenção alternada.
RESULTADOS: Os resultados do TAC demonstraram que, enquanto o GC manteve o mesmo desempenho (acertos e erros), quando comparamos o pré e o pós teste, o GE melhorou a quantidade de acertos nos testes 1 (22%) e no teste 3 (69%) e reduziu a quantidade de erros nos testes 2 (55%) e no teste 3 (20%).
CONCLUSÃO: Os resultados demonstraram que as intervenções que foram feitas tiveram influência na atenção dos alunos do GE, resultado este similar ao encontrado na literatura. Dessa forma, pode-se inferir que as atividades lúdicas, voltadas para a motricidade com um foco no estimulo ao desenvolvimento do esquema corporal, base de muitas aprendizagens, podem contribuir no processo de aprendizagem ao melhorar os indicadores de atenção das crianças.

Palavras-chave: Motricidade, atenção, brincadeiras.

 


 

P.34 CONCEPÇÕES SOBRE AUTISMO E ESTIGMA SOCIAL: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Vanessa Madaschi e Cristiane Silvestre de Paula
E-mails: vmadaschi@gmail.com | csilvestrep09@gmail.com.

INTRODUÇÃO: O presente estudo refere-se a uma revisão sistemática, cujo objetivo foi conduzir uma análise da produção científica sobre Autista, estigma social e campanha anti- estigma.
MÉTODO: A busca bibliográfica foi realizada na base de dados PUBMED, incluindo os descritores autism, social stigma and campaign, no período de 2013 a 2017.
RESULTADOS: Foram encontrados 53 artigos com os citados descritores. Tais publicações abrangeram quatro continentes, com evidente predomínio do Americano (77,5% das publicações). Entre os publicados no continente americano, a vasta maioria tratava de estudos realizados nos Estados Unidos, com exceção de um artigo do Canadá e dois da América Latina. Em relação aos outros continentes, o Asiático foi responsável por 11,3% das publicações enquanto o Europeu e o Africano 5,6% das publicações respectivamente. De forma geral, a maioria dos artigos baseou-se em amostras pequenas. Em relação ao conteúdo, o principal tema de pesquisa abordado foi o impacto do diagnóstico de TEA, comorbidades no estigma e a representação do estigma entre autistas adultos. Dos 53 artigos somente três tratavam de campanha anti-estigma visando minimizar o estigma social em relação ao TEA.
CONCLUSÃO: Os resultados desta revisão revelam o predomínio das pesquisas americanas, assim como a necessidade de novos estudos com grandes amostras que tratem de treinamentos e campanhas que favoreçam a mudança da visão social estigmatizante em relação a pessoas com TEA.

Palavras-chave: autismo; estigma social, campanhas.

 


 

P. 35 PROCESSAMENTO VISUAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES DISLÉXICOS

Ézia Cristina Cavalcante e Alessandra Gotuzo Seabra
E-mails: ezia.cris@hotmail.com | alessandra.seabra@mackenzie.br

INTRODUÇÃO: A dislexia é um transtorno especifico de aprendizagem e os critérios de diagnóstico devem ser seguidos com base no histórico familiar, do desenvolvimento e educacional. Os sinais do transtorno específico de aprendizagem da dislexia são: leitura lenta e com esforço, dificuldade na compreensão da leitura, dificuldades para ortografar, dificuldades na escrita, dificuldades para dominar senso numérico e dificuldades no raciocínio. O processamento visual é a capacidade de gerar, perceber, armazenar, analisar, transformar imagens visuais e recuperar. Faz uso das imagens mentais com cálculos automáticos e os resultados desses cálculos são usados por processadores de nível superior que inferem nos aspectos mais complexos da imagem, como por exemplo: reconhecimento de objeto, precisão de movimento, configuração espacial. Portanto, capta informações do ambiente, que permite identificar, organizar, interpretar e significar o que é visto.
OBJETIVO: avaliar subsistemas do processamento visual em crianças e adolescentes de 09 a 16 anos com diagnóstico de dislexia e de crianças e adolescentes sem dificuldades de leitura e escrita, pareadas, por idade, sexo. Os critérios de inclusão serão crianças e adolescentes com diagnóstico do transtorno específico de aprendizagem da dislexia de acordo com o DSM-5 e os critérios de exclusão será a presença de alterações neurológicas e/ou psiquiátricas.
MÉTODO: Serão avaliadas 30 crianças divididas em dois grupos: 15 do grupo disléxico (GD) e 15 do grupo controle (GC). Os instrumentos utilizados nessa pesquisa serão: 1) Testes As Matrizes Progressivas de Raven Escala Geral. 2) Teste Figuras Complexas de Rey. 3) Teste Blocos de Corsi ordem direta e inversa. 4) Teste Hooper de Organização Visual. 5) Teste Gestáltico Visuomotor de Bender. A análise dos resultados será realizada por meio do teste t de Student e o nível de significância adotado será de 5%.
RESULTADOS: Estudos apontam que questões quanto às dificuldades de problemas de leitura e escrita nos disléxicos parecem especificas do material verbal, ou advindas de problemas mais gerais, tais como: de natureza perceptual, temporal e/ou relacionados à memória de longo prazo. Contudo, evidências de desempenho superior no processamento visuo- espacial vem sugerindo que disléxicos tem melhor desempenho do processamento visual no que se refere à memória visual, mas, não no que se refere ao processamento visual mais detalhado envolvendo formas.
CONCLUSÃO: Portanto, este projeto pretende conhecer as potencialidades e as fraquezas dos subsistemas do processamento visual mais detalhado a fim de valorizar essas habilidades e identificar as fraquezas.

Palavras-chave: Dislexia; testes; processamento visual.

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