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Cadernos de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento

versão impressa ISSN 1519-0307versão On-line ISSN 1809-4139

Cad. Pós-Grad. Distúrb. Desenvolv. vol.19 no.1 São Paulo jan./jun. 2019

http://dx.doi.org/10.5935/cadernosdisturbios.v19n1p126-143 

Relação entre o estado nutricional e o desenvolvimento neuropsicomotor de pré-escolares de uma creche escola particular na cidade de Maceió-AL

 

Relationship between the nutritional state and the neuropsicomotor development of preschools from a particular school nursery in the city of Maceió-AL

 

Relación entre el estado nutricional y el desarrollo neuropsicomotor en preescolares de una guardería privada en la ciudad de Maceió-AL

 

 

Clarissa Cotrim dos AnjosI; Lara Freire de Menezes CostaII; Amália Freire de Menezes CostaIII; Renata Sampaio Rodrigues SoutinhoIV; Hugo Souza BiitencourtV; Evanisa Helena Maia de BrumVI

IUniversidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) e Centro Universitário Cesmac, Maceió, AL, Brasil. E-mail: clacotrimanjos@gmail.com
IIUniversidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), Maceió, AL, Brasil. E-mail: larafreiremenezes@hotmail.com
IIIUniversidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), Maceió, AL, Brasil. E-mail: amaliafreirenutri@gmail.com
IVCentro Universitário Cesmac, Maceió, AL, Brasil. E-mail: renata.sampaio@cesmac.edu.br
VCentro Universitário Cesmac, Maceió, AL, Brasil. E-mail: hugo.bittencourt@cesmac.edu.br
VICentro Universitário Cesmac, Maceió, AL, Brasil. E-mail: evanisa.brum@gmail.com

 

 


RESUMO

INTRODUÇÃO: O desenvolvimento infantil depende de fatores intrínsecos e extrínsecos para que ocorra de forma adequada, o que inclui desde a maturação do sistema nervoso central (SNC) até um estado nutricional favorável.
OBJETIVO: Investigar a relação entre o estado nutricional e o desenvolvimento neuropsicomotor em pré-escolares de uma creche escola particular na cidade de Maceió-AL.
MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal-quantitativo realizado em uma creche escola particular. Participaram 38 crianças de dois a seis anos, avaliaram-se as medidas antropométricas e o desenvolvimento neuropsicomotor por meio do Teste de Denver II, e realizou-se análise estatística de associação entre as variáveis.
RESULTADOS: Com relação ao estado nutricional, 57,9% foram classificadas com índice de massa corporal adequado para idade, 94,7% com altura baixa para idade e 76,3% com peso adequado para idade. Observou-se que 88,2% das crianças apresentaram desenvolvimento compatível com a normalidade e 17,8% apresentaram falhas no desenvolvimento. O domínio que mais apresentou falhas foi o pessoal-social (31,6%). Identificou-se uma relação estatisticamente significativa entre o peso e a altura e o desenvolvimento neuropsicomotor com p < 0,05. Não houve diferença estatisticamente significativa entre os sexos com relação ao desenvolvimento por meio do Teste de Denver II e entre o índice de massa corporal e o desenvolvimento.
CONCLUSÃO: Nota-se a importância deste estudo para a detecção de déficits no crescimento e desenvolvimento ainda no período pré-escolar, possibilitando uma intervenção precoce e multidisciplinar.

Palavras-chave: Fisioterapia. Crescimento e desenvolvimento. Desenvolvimento neuropsicomotor. Estado nutricional. Nutrição em saúde pública.


ABSTRACT

INTRODUCTION: Child development depends on intrinsic and extrinsic factors to occur properly, which includes since the maturation of the central nervous system (CNS), to a favorable nutritional status.
OBJECTIVE: To investigate the relationship between nutritional status and neuropsychomotor development in preschool children at a private day care center in the city of Maceió-AL.
MATERIALS AND METHODS: This is a cross-sectional, quantitative study conducted at a private day care center. A total of 38 children aged 2 to 6 years were evaluated. The anthropometric measures and neuropsychomotor development were evaluated through the Denver II Test, after statistical analysis of the association between the variables.
RESULTS: Regarding the nutritional status, 57.9% were classified with adequate body mass index for age, 94.7% of height for age and 76.3% for weight for age. It was observed that 88.2% of the children presented development compatible with normality and 17.8% presented developmental failures. The domain that presented the most failures was personal-social (31.6%). We identified a statistically significant relationship between weight and height and neuropsychomotor development with p < 0.05. There was no statistically significant difference between the sexes regarding development through the Denver II Test and between body mass index and development.
CONCLUSION: It is important to note the importance of this study for the detection of deficits in growth and development in the pre-school period, making possible an early and multidisciplinary intervention.

Keywords: Physical therapy. Growth and development. Neuropsychomotor development. Nutritional status. Nutrition Public Helth.


RESUMEN

INTRODUCCIÓN: El desarrollo infantil sufre influencias de factores intrínsecos y extrínsecos para que fluya de forma correcta, lo que incluye en la madurez del sistema nervioso central (SNC), hasta el estado nutricional favorable.
OBJETIVO: Analizar la relación existente entre el estado nutricional y el desarrollo neuropsicomotor en preescolares de una guardería en escuelas privadas de la ciudad de Maceió-AL.
MATERIALES Y MÉTODOS: Se trata de un estudio trasversal, con características cuantitativas, realizado en una guardería en escuelas privadas. Participaron 38 niños de 2 a 6 años, fueran evaluadas las mediciones antropométricas y el desarrollo neuropsicomotor, con el Test Denver II, luego fueran analizadas las estadísticas de la asociación entre las variables.
RESULTADOS: Lo que se refiere al estado nutricional 57,9% fueran clasificados con índice de masa corporal adecuada a la edad, 94,7% tenían baja estatura para la edad y 76,3% tenían peso adecuado para la edad. Se observa que en 88,2% de los niños presentaron desarrollo compatible con la normalidad y 17,8% presentaron fallas en el desarrollo. El dominio que más presentó errores fue el persona-social (31,6%). Es notable la relación estadística significativa entre el peso y la altura y el desarrollo neuropsicomotor con p < 0,05. No hubo diferencias estadísticas entre los géneros con relación al desarrollo através del Test Denver II y entre el índice de masa corporal e el desarrollo.
CONCLUSIONES: Se nota la importancia de esto estudio, para la detección de los déficits en el crecimiento y en el desarrollo aun en el periodo preescolar, lo que conlleva a una intervención precoz y multidisciplinar.

Palabras clave: Fisioterapia. Crecimiento y desarrollo. Desarrollo neuropsicomotor. Estado nutricional. Nutrición en salud pública.


 

 

INTRODUÇÃO

O Brasil vive o processo de transição nutricional, em que ocorre um declínio da prevalência de desnutrição e aumento progressivo de sobrepeso e de obesidade infantil. Alterações no estado nutricional interferem diretamente, em curto e longo prazos, na criança, trazendo modificações pondoestaturais, de desempenho escolar e maior morbimortalidade. Como o estado nutricional sofre influência de diversos aspectos, deve ser monitorado (SAWAYA, 2006; BARBOSA; SOARES; LANZILLOTTI, 2009; PEREIRA et al., 2017; SILVA et al., 2017). A presença de alterações nutricionais tende a possuir uma relação direta ou indireta com o desenvolvimento motor, ocasionando restrições e comprometimentos futuros. Tanto em crianças obesas quanto em crianças desnutridas, poderão ocasionar trajetória do desenvolvimento alterada (PAZIN; FRAINER; MOREIRA, 2006; VELADA; SOARES; CÉSAR-VAZ, 2011; MURTA et al., 2011).

A avaliação antropométrica das medidas de peso, altura e consequentemente índice de massa corporal (IMC) é relativamente simples e traz objetividade, pois pode ser usada como comparativo com padrões de referência (BARBOSA; SOARES; LANZILLOTTI, 2009).

As creches escolas são ambientes em que a criança passa longos períodos e, portanto, são fundamentais nas aquisições motoras e cognitivas da criança. Nesses locais, a criança recebe cuidados, desde higiene e alimentação até estímulos como educação, socialização e autonomia. É um ambiente favorável para as atividades de promoção da saúde e prevenção a ela, uma vez que o público é homogêneo e facilitador na propagação do conhecimento adquirido por seus familiares, o que propicia mudança de hábitos (FISBERG et al., 1997; SABATÉS; MENDES, 2007; LOOSLI et al., 2012).

O desenvolvimento infantil das crianças depende de fatores intrínsecos e extrínsecos para que ocorra de forma adequada, o que inclui desde a maturação do sistema nervoso central (SNC) até um estado nutricional favorável, além de uma estimulação ambiental da família e da escola nos aspectos social, cultural, afetivo e cognitivo. Assim, profissionais da saúde e da educação são cruciais na detecção de desvios no crescimento e no desenvolvimento infantil (BISCEGLI et al., 2007; MORAES et al., 2010; BRITO et al., 2011).

As medidas de monitoramento do desenvolvimento são imprescindíveis nas crianças pré-escolares, por causa da presença de um número elevado de crianças com alterações do desenvolvimento nessa faixa etária, e essas alterações podem interferir na qualidade de vida e interação social (BISCEGLI et al., 2007).

A infância compreende um período de diversas modificações no desenvolvimento físico e neuropsicomotor, o que exige acompanhamento regular da criança e, assim, favorece a detecção precoce de possíveis agravos à saúde (REICHERT et al., 2012). Sabendo que a criança se desenvolve ao mesmo tempo que cresce e ganha peso e altura (BRASIL, 2017), é de fundamental importância avaliar o desenvolvimento neuropsicomotor de pré-escolares em relação ao seu estado nutricional e compreender a correlação entre eles.

Portanto, o objetivo do presente estudo foi investigar se existe relação entre o estado nutricional e o desenvolvimento neuropsicomotor em pré-escolares de uma creche escola particular na cidade de Maceió-AL.

 

MATERIAL E MÉTODOS

Trata-se de um estudo transversal-quantitativo realizado em uma creche escola particular, localizada na cidade de Maceió-AL. O presente projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Estadual de Ciências da Saúde (Uncisal) sob o Parecer nº 2.737.308.

A creche escola onde o estudo foi realizado é cenário de prática do módulo de Saúde da Criança e do Adolescente II do curso de Fisioterapia de uma universidade pública de Alagoas. Esse cenário foi inserido após a mudança da matriz curricular do referido curso.

Nesse cenário de prática, desenvolvem-se atividades de promoção da saúde e de prevenção a ela, de acordo com a demanda detectada, incluindo ações de triagem do crescimento e do desenvolvimento, por meio das medidas antropométricas e da triagem do desenvolvimento por meio do Teste de Denver II.

Esta pesquisa utilizou os resultados inerentes às ações de triagem do crescimento e do desenvolvimento infantil realizadas nas crianças da creche escola mencionada.

Participaram do estudo 38 crianças com idade entre dois e seis anos, regularmente matriculadas na creche escola. Foram incluídas no estudo crianças de zero a seis anos de idade (apesar de não existirem crianças menores de dois anos matriculadas na creche), de ambos os gêneros e regularmente matriculadas. Excluíram-se aquelas que apresentaram diagnóstico de alteração neurológica, deficiência visual, distúrbios que afetassem a expressão da fala e malformações congênitas. Determinaram-se também o estado nutricional e o estado de desenvolvimento neuropsicomotor.

O estado nutricional foi determinado por meio da aferição das medidas antropométricas (peso e altura). A altura foi medida com a criança em posição ortostática por meio de um estadiômetro compacto de 0-210 cm da marca Wiso. O peso foi aferido com uma balança digital Eletrônica Camry EB9013 que tem capacidade máxima de 150 kg, quatro sensores e precisão de peso de 100 g. Após a coleta dessas duas medidas, calculou-se o IMC: peso (kg) dividido pela altura (m) elevada ao quadrado.

A classificação quanto ao IMC baseou-se na caderneta da criança, proposta pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2017), em que as curvas relacionam idade versus IMC (kg/m2). As crianças são classificadas em magreza acentuada (escores < -3), magreza (escores < -2 e > -3), adequada ou eutrofia (escores < +1 e > -2), risco de sobrepeso (escores < +2 e > +1), sobrepeso (escores < +3 e > +2) e obesidade (escores > +3).

A avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor foi realizada individualmente pelo Teste de Denver II. Para essa avaliação, utilizaram-se régua, cópia da escala, caneta, manual de aplicação e objetos propostos pelo manual para aplicação. Destaca-se que a pesquisadora foi treinada para a aplicação do teste e que todas as avaliações, após serem realizadas, foram revisadas por uma segunda pesquisadora.

O Teste de Triagem de Desenvolvimento de Denver (TTDD), criado em 1967 por Frankfurt et al. (1992) e atualizado em 1990 para Teste de Triagem do Desenvolvimento de Denver II (TTDD-II), é um instrumento de triagem do desenvolvimento de crianças de zero a seis anos que pode ser usado por profissionais da saúde para a detecção precoce das condições de desenvolvimento da criança.

Ele consiste em 125 itens distribuídos em quatro domínios: pessoal-social (aspectos da socialização da criança dentro e fora do ambiente familiar), linguagem (produção de som, capacidade de reconhecer, entender e usar a linguagem); motor fino adaptativo (coordenação óculo-manual) e motor grosseiro (andar, pular, correr). Os itens podem ser questionados à criança ou aos seus responsáveis (BISCEGLI et al., 2007; SANTOS; ARAÚJO; PORTO, 2008; SOUZA et al., 2008).

Os dados obtidos na aplicação do teste sugerem que, se a criança está evoluindo conforme o esperado para a sua idade cronológica e sua maturação, o TTDD-II indica a intervenção escolar e a orientação necessárias para a família e a criança. É importante salientar que o TTDD-II não foi criado para diagnosticar atrasos, mas para direcionar os cuidados com a criança (BISCEGLI et al., 2007; SANTOS; ARAÚJO; PORTO, 2008; SOUZA et al., 2008).

O Teste de Denver II correlaciona cada item com a idade e com o percentual da população padronizado que realizou determinado item ou comportamento. Cada um dos itens avaliados é classificado como: normal - quando a criança executa a atividade prevista para idade ou não executa uma atividade realizada por menos de 75% das crianças da mesma idade; cautela - quando a criança não executa ou se recusa a realizar atividade que já é feita por 75% a 90% das crianças daquela idade; falha - quando a criança não executa ou se recusa a realizar atividade que já é executada por mais de 90% das crianças que têm sua idade (FRANKFURT et al., 1992; REZENDE; BETELI; SANTOS, 2005; MORAES et al., 2010).

A interpretação dos itens permite classificar o teste como: normal, quando a criança não apresenta nenhuma "falha" ou uma cautela no máximo; cautela, quando apresenta duas ou mais "cautelas" e/ou uma ou mais "falhas"; atraso, quando apresenta duas ou mais falhas (FRANKFURT et al., 1992; RE-ZENDE; BETELI; SANTOS, 2005; MORAES et al., 2010).

A análise dos dados foi realizada por meio da estatística descritiva e analítica. Na descritiva utilizou-se de média, de mediana, de percentual, de mínimo, de máximo e de percentis (5 e 95).

Para a estatística analítica, adotaram-se medidas de associação, segundo as categorias das variáveis de interesse, utilizando os testes Mann-Whitney e t de Student, em nível de significância de 95% (p < 0,05). Os testes foram realizados por meio do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS®) versão 22.0. Os dados foram apresentados por meio de tabelas e gráficos.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A amostra totalizou 38 crianças, a média de idade foi de 4,3 ± 1,2 anos, sendo 42,1% (16) do sexo masculino e 57,9% (22) do sexo feminino. No tocante aos dados antropométricos das crianças avaliadas, a média de peso encontrado foi de 19,8 ± 5,1 em kg (peso adequado para idade), altura de 0,92 ± 0,09 m (altura baixa para idade) e IMC de 16,5 ± 2,9 kg/m2 (IMC adequado).

A estratificação dos dados antropométricos está descrita na Tabela 1.

 

 

O relatório do estado nutricional encontrado no site do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) do Ministério da Saúde (BRASIL, 2018), com dados do ano de 2017 de crianças de zero a cinco anos, ao relacionar o peso versus idade, mostra que 87,79% das crianças apresentam peso adequado para a idade; 7,76%, peso elevado para idade; e 3,13%, peso baixo para a idade. Esses dados corroboram os achados desta pesquisa, que também encontrou uma adequação do peso em relação à idade, apesar de ter constatado dados superiores em relação à alteração do peso (superior).

De acordo com o Sisvan, 87,06% das crianças apresentaram altura adequada para idade, e 7,13%, altura baixa para idade. Trata-se de achados semelhantes aos encontrados nesta pesquisa. Além disso, os dados referentes ao IMC indicam que 59,43% das crianças estão classificadas como eutróficas e 18,74% com risco de sobrepeso.

Quando se compararam os resultados deste estudo com as pesquisas realizadas com escolares, no tocante ao estado nutricional, identificaram-se dados semelhantes aos obtidos por Loosli et al. (2012), Pinho et al. (2010) e Passos et al. (2015).

Entretanto, é importante mencionar que, quando se somam as crianças com sobrepeso, risco de sobrepeso e obesidade, obtém-se um total de 34,2% da amostra de escolares. Tal fato demonstra uma preocupação, pois se acredita que, quando se comparam crianças eutróficas e aquelas com excesso de peso, estas têm maior risco de desenvolver obesidade na vida adulta e as obesas de permanecer nesse estado até a vida adulta (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2012).

O processo de transição nutricional no Brasil se deu de forma rápida e peculiar. Nesse contexto, a desnutrição diminuiu, destacando-se que a maior redução ocorreu na região Nordeste por causa de fatores como: alteração no padrão alimentar, aumento da renda familiar e escolaridade materna. Ao mesmo tempo, o sobrepeso e a obesidade aumentam de forma exacerbada em todas as faixas etárias, com prevalência em ascensão de obesidade em crianças de cinco a nove anos (BRASIL, 2013).

De acordo com Souza (2010), a redução da desnutrição e o aumento do sobrepeso e da obesidade são causados por diversos fatores, como mudanças no padrão alimentar dos brasileiros, redução da prática de atividade física, entre outros. Os números apresentados no presente estudo e nos demais citados corroboram a ocorrência desse processo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2000), a obesidade infantil é fator de risco para hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes melito do tipo 2 e aterosclerose. Além desses malefícios, o estudo de Poeta et al. (2010) demonstra que crianças obesas apresentam diferenças significativas no desenvolvimento quando comparado ao de crianças eutróficas em itens como equilíbrio, global e esquema corporal. Em consonância com esse resultado, Berleze, Haeffner e Valentini (2007) mostram que, nas habilidades de equilíbrio, saltar e correr, essas crianças também apresentam desvantagem. Por causa disso, é necessário ficar atento ao desenvolvimento tanto de crianças com alteração inferior do peso como aquelas com alteração superior.

Observou-se ainda que 88,2% das crianças avaliadas apresentaram desenvolvimento compatível com a normalidade, considerando o TTDD-II e apenas 15,8% apresentaram falhas no desenvolvimento.

No estudo de Huiracocha-Tutiven et al. (2019), realizado na cidade de Cuenca, no Equador, com 214 crianças de 12 a 23 meses de idade acompanhadas pelo "Programa Criança Saudável", em que o estado nutricional, as variáveis sociodemográficas e o desenvolvimento neuropsicomotor são monitorados, constatou-se que apenas 11,7% das crianças apresentaram possível risco de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, o que corrobora os resultados obtidos pelo presente estudo.

Sabatés e Mendes (2007) e Moraes et al. (2010) identificaram, de acordo com o Teste de Denver II, valores semelhantes de normalidade aos encontrados nesta pesquisa: 72,7% e 68,5%, respectivamente.

O percentual de falhas foi maior no estudo de Moraes et al. (2010) com 28,5% com alteração e 27,3% em Sabatés e Mendes (2007). Os achados de falhas encontrados nesta pesquisa foram inferiores aos dois estudos mencionados.

A identificação de falhas, a partir do TTDD-II, e de possível atraso no desenvolvimento neuropsicomotor significa que algum fator determinante, biológico, social ou familiar/ambiental está inadequado (MIRANDA; RESE-GUE; FIGUEIRAS, 2003; SACCANI et al., 2007). Essa descoberta permite um melhor prognóstico, visto que a intervenção será possível de forma precoce com o cuidado especializado de uma equipe multidisciplinar (BRASIL, 2016).

Os domínios do Teste de Denver em relação ao percentual de falha estão descritos no Gráfico 1.

 

 

Neste estudo, identificou-se que, de acordo com o Teste de Denver II, o domínio com mais falha foi o domínio pessoal-social, seguido de linguagem. Esse achado é diferente do encontrado nos estudos de Rezende, Beteli e Santos (2005), Biscegli et al. (2007), Brito et al. (2011) e Costa, Cavalcante e Dell'Aglio (2015), nos quais o mais acometido foi o da linguagem.

O domínio pessoal-social explora a conquista da habilidade de independência da criança para realizar atividades do dia a dia, como lavar as mãos, alimentar-se, vestir-se e escovar os dentes (REZENDE; BETELI; SANTOS, 2005).

Segundo Paula e Griebeler (2017), as creches e as pré-escolas exercem influência direta ao criarem condições para estimular a independência da criança e a aquisição das habilidades de cuidado do próprio corpo, realizando ações de saúde e de higiene. Logo, existe a possibilidade de a escola não estar exercendo tal papel no desenvolvimento das habilidades exigidas no domínio pessoal-social. O ambiente familiar, igualmente, exerce papel fundamental no desenvolvimento afetivo-social por meio da interação entre adultos e crianças e a partir de experiências variadas e de qualidade.

Quando se realizaram comparações entre os resultados obtidos com a avaliação do desenvolvimento e as variáveis antropométricas, verificou-se que não existe diferença estatística entre os sexos (Tabela 2).

 

 

Ao verificarem a correlação entre o desenvolvimento neuropsicomotor e o estado nutricional, os estudos de Biscegli et al. (2007), Pereira e Tudella (2008) e Paula e Griebeler (2017) obtiveram achados semelhantes ao verificarem que não houve diferença significativa entre os sexos quanto ao resultado global do teste.

Todavia, quando se realizaram medidas de associação entre a avaliação do desenvolvimento e as variáveis antropométricas, identificou-se uma relação estatisticamente significativa entre o peso e a altura, como mostra a Tabela 3.

 

 

Os estudos de Biscegli et al. (2007) e Loosli et al. (2012) encontraram resultados semelhantes aos desta pesquisa. No estudo de Biscegli et al. (2007), que avaliou, por meio do Teste de Denver II, o estado nutricional e o desenvolvimento neuropsicomotor de 113 crianças de seis meses a seis anos de idade, numa creche na cidade de Catanduva, São Paulo, não houve diferenças significantes na prevalência de casos suspeitos entre a população eutrófica, com desnutrição aguda e com obesidade. Tal fato pode ser explicado pela não confiabilidade da medida IMC para avaliar o estado nutricional de crianças.

E o estudo de Loosli et al. (2012), realizado com crianças de uma creche na cidade de Presidente Prudente, em São Paulo, identificou que o IMC não influenciou em nenhuma das áreas do Teste de Denver II, o que também se verificou nesta pesquisa.

Já o estudo de Velada, Soares e César-Vaz (2011), realizado com 220 crianças de oito a doze meses, que analisou os possíveis fatores associados ao atraso no desenvolvimento a partir do Teste de Denver II, concluiu que crianças que tinham o estado nutricional inadequado apresentaram oito vezes mais chance de ter o teste suspeito, bem como a variável peso para idade teve relação estatisticamente significativa com o desenvolvimento suspeito no mesmo teste, o que está em conformidade com os resultados obtidos no presente estudo.

Quando se analisaram os resultados no que se refere ao peso e à altura das crianças e relacionando-os com os achados do TTDD-II, obteve-se, nesta pesquisa, uma relação estatisticamente significante. Resultado semelhante foi encontrado nos estudos de Guardiola, Egewarth e Rotta (2001) e Braga, Rodovalho e Formiga (2011).

O estudo de Guardiola, Egewarth e Rotta (2001), que avaliou 484 crianças da primeira série de escolas municipais, estaduais e particulares de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, mostrou que crianças com índices peso-idade e altura-idade baixos apresentaram distúrbio da função cortical e, consequentemente, no desenvolvimento neuropsicomotor.

O estudo de Braga, Rodovalho e Formiga (2011), que acompanhou o desenvolvimento e o crescimento de 39 crianças de zero a dois anos, em Goiânia, em Goiás, em três momentos, mostrou que, quanto menores o comprimento e o peso, maior o risco para o atraso no desenvolvimento neuropsicomotor.

No estudo de Jacob et al. (2016), realizado em uma comunidade rural no sul da Índia, que avaliou 114 crianças de um a seis anos, quando se calcularam os índices peso-idade e altura-idade, observou-se que crianças com índices baixos dessas variáveis apresentam desenvolvimento intelectual inferior àquelas com estado nutricional adequado.

Também em um distrito na Índia, o estudo de Chowdhury et al. (2010), que avaliou o estado nutricional e o desenvolvimento motor de 841 crianças de cinco a doze anos, mostrou que crianças com índices altura-idade baixos apresentam desenvolvimento motor (agilidade, coordenação, corrida) inferiores àquelas com índices normais.

Em contrapartida, o estudo de Silva et al. (2017), realizado em Maceió, que avaliou o desenvolvimento, por meio do Teste de Denver II, de crianças que tinham baixa estatura e estavam sendo acompanhadas em um centro de recuperação nutricional e de crianças eutróficas de uma creche, mostrou que não houve diferenças estatisticamente significativas entre o desenvolvimento delas a partir desse teste, diferentemente dos resultados obtidos por esta pesquisa.

O estado nutricional é considerado peça-chave para o crescimento e desenvolvimento da criança (GUARDIOLA; EGEWARTH; ROTTA, 2001), pois reflete o ganho de altura e de peso da criança de forma adequada (NASCI-MENTO; FERREIRA; MOLINA, 2010). De acordo com Guardiola, Egewarth e Rotta (2001), a desnutrição crônica aumenta a probabilidade de ocorrência de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. No estudo de Pazin, Frainer e Moreira (2006), as crianças obesas apresentaram desenvolvimento motor inferior à idade cronológica.

 

CONCLUSÕES

No presente estudo, a maioria das crianças apresentou desenvolvimento neuropsicomotor compatível com a normalidade. As falhas encontradas foram predominantemente no domínio pessoal-social do Teste de Denver II. No tocante ao estado nutricional, verificou-se a relação estatisticamente significativa entre as variáveis antropométricas peso/altura e o desenvolvimento neuropsicomotor, e não significativa entre o IMC e o desenvolvimento. Não se observou relação estatisticamente significativa entre a variável idade e o desenvolvimento neuropsicomotor. Diante dos resultados encontrados, nota-se a importância deste estudo para a detecção de déficits no crescimento e desenvolvimento ainda no período pré-escolar, possibilitando uma intervenção precoce e multidisciplinar.

 

REFERÊNCIAS

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Recebido em: 08.03.2019
Aprovado em: 25.04.2019

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