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Revista Psicologia Política

versão On-line ISSN 2175-1390

Rev. psicol. polít. vol.11 no.22 São Paulo dez. 2011

 

NOTÍCIAS

 

Mensagem da Diretoria da Associação Brasileira de Psicologia Política - ABPP

 

Message from Directors of Brazilian Association of Political Psychology – ABPP

 

Mensaje de la Junta de la Asociación Brasileña de Psicología Política – ABPP

 

 

Salvador Antonio Mireles Sandoval*

Associação Brasileira de Psicologia Política

 

 

Com o presente número da Revista Psicologia Política comemoramos o décimo ano da Revista e da Associação Brasileira de Psicologia Política que ao longo desses anos vêm lutando para consolidar a Psicologia Política como área de pesquisa e atuação dentro da comunidade acadêmica nacional. Esses esforços, liderados pelos editores da Revista, vem ganhando terreno na medida em que anualmente aumenta o número de pesquisadores e estudantes interessados em pesquisar fenômenos políticos de um enfoque psicossocial.

No segundo semestre de 2011 foi realizado o VI Simpósio Brasileiro de Psicologia Política na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo reunindo pesquisadores de todo o país e do exterior. Nos trabalhos desse Simpósio foi possível atestar essa tendência de um renovado interesse em estudar a dinâmica da política de um enfoque psicossocial. Essa nova tendência é notavelmente marcada por uma presença maior de pesquisadores vindos dos diversos campos das ciências sociais e não apenas da área de Psicologia como era o caso nas primeiras edições do evento. Este passo na direção de uma maior interdisciplinaridade é saudável considerando que os fenômenos políticos são por natureza transdisciplinares e não poderiam ser compreendidos em sua plenitude apenas de um enfoque analítico disciplinar. Sendo assim, é com muita satisfação que recebemos a colaboração de pesquisadores de outras disciplinas para colaborar na consolidação de uma área das ciências humanas como é a Psicologia Política. As duas últimas edições do Simpósio Brasileiro de Psicologia Política, presididas pelo Prof. Dr. Alessandro Soares da Silva, ocorreram em uma Escola que não abriga uma graduação em Psicologia e que possui um grupo de pesquisa em Psicologia Política, Políticas Públicas e Multiculturalismo que é liderado por professores com formações variadas (Filosofia, Educação Física, Fonoaudiologia e Jornalismo) o que contribui para essa tendência.

Ao mesmo tempo, destacamos nas atividades do Simpósio de 2011 a participação significativa de colegas pesquisadores da Argentina, Peru e Espanha. A vinda dos pesquisadores argentinos marca uma nova fase na evolução da Psicologia Política brasileira na medida em que se inaugura uma colaboração científica internacional como colegas de países vizinhos no estudo de temas políticos semelhantes. Essa nova colaboração potencializa o desenvolvimento da área na medida em que traz para os pesquisadores brasileiros a oportunidade de traçar comparações entre resultados, enfoques e métodos com seus colegas de outros países. Essa possibilidade de um trabalho colaborativo faz com que a área de Psicologia Política ganhe em termos acadêmicocientíficos, como também inaugura uma nova fase da Psicologia Política brasileira no cenário da colaboração latino-americana e ibérica.

Nesse sentido, outras ações que visavam fomentar a colaboração latino-americana se materializaram no segundo semestre de 2011. Em novembro, a Associação e a Revista de Psicologia Política foram representadas no I Encontro Ibero-Latino-Americano de Grupos e Equipes de Psicologia Política realizado na Universidad Nacional de Córdoba, Argentina. O encontro foi organizado pelo Grupo de pesquisa em Psicologia Política liderado pela Drª. Silvina Alejandra Brussino. O encontro reuniu pesquisadores da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Espanha, México, Peru, Portugal, Uruguai, Venezuela como o propósito de intercambiar experiências de pesquisa e estados de arte da Psicologia Política nos distintos países, assim como debater e fundar a Associação Ibero-Latino-Americana de Psicologia Política.

A ideia de formar uma relação mais institucionalizada dos intercâmbios de pesquisadores na região Ibero-Latino-Americana tem raízes profundas. Desde a década de 1990 a ideia de uma associação que congregasse os pesquisadores interessados em desenvolver uma compreensão da política de uma perspectiva psicossociológica vem ganhando força na medida em que a problemática da consolidação democrática passou de questões constitucionais e estruturais até problemáticas de cultura política e formas de participação da sociedade civil. Nesse terreno, a Psicologia Política tem muito a contribuir e por esse motivo ganhou realce no mundo acadêmico entre pesquisadores interessados em aprofundar os dilemas de processos de democratização permeados de clientelismos, populismos e estilos autocráticos de governar. Frente a essas imperfeições de nossos processos de democratização, tornou-se relevante produzir enfoques que estudam os aspectos de valores, crenças e a consciência de membros da sociedade civil frente às estruturas e praticas políticas.

Nessa perspectiva, a necessidade de desenvolver um maior e sistemático intercâmbio entre pesquisadores de vários países foi ganhando força visando debater análises, métodos e enfoques teóricos que melhor contribuem para nossa compreensão do processo político atual. A partir desse anseio, um grupo de pesquisadores se reuniu, durante o último Congresso da Sociedade Interamericana de Psicologia em Medellín – Colômbia, com a finalidade de traçar passos para a criação de uma entidade mais permanente que facilitasse futuros intercâmbios. Presente nessa reunião representando a Associação Brasileira de Psicologia Política foi o atual editor da Revista, Prof. Dr. Alessandro Soares da Silva. Os participantes resolveram formalizar uma Rede de pesquisadores em Psicologia Política como primeiro passo para a fundação da nova associação. Foi justamente no I Encontro de Grupos de Pesquisa Ibero-Latino-Americanos, realizado em Córdoba, em novembro de 2011, que foram finalizados os detalhes da formação da entidade e fundada a Associação Ibero-Latino-Americana de Psicologia Política como a participação desta presidência e do editor da Revista Psicologia Política. Em integrando essa nova associação internacional podemos dizer que se deu um passo decisivo na direção de uma consolidação da área de Psicologia Política no plano nacional e Latino-Americano.

Por esse motivo, o presente número da Revista Psicologia Política marca nosso décimo primeiro ano de existência e o primeiro ano de início de uma fase de internacionalização de formação científica e da pesquisa brasileira em Psicologia Política. Saudamos com muito ânimo e satisfação o advento dessa fase de internacionalização como um elemento chave no processo de aperfeiçoamento do campo de Psicologia Política no Brasil.

Uma última questão importante a registrarmos nessa mensagem, é a eleição da nova diretoria da ABPP. Esta, eleita durante o VI Simpósio Brasileiro de Psicologia Política, ficou assim composta:

Presidente: Salvador Antonio Mireles Sandoval – UNICAMP/PUCSP;

Vice-Presidentes: Centro Oeste – Wilson Luconi Jr. – UFMT;
Nordeste – Ana Raquel Rosas Torres – UFPb;
Norte – Marcelo Gustavo Aguilar Calegare – INPA;
Sudeste – Márcia Prezotti Palassi – UFES;
Sul – Maria de Fátima Quintal De Freitas – UFPR;

Secretário Geral: Cornelis Johannes van Stralen – UFMG;

Conselho Fiscal: Aline Reis Calvo Hernandez – UERGS;
Felipe Corrêa Pedro – USP;
Frederico Alves Costa – UFMG;

Suplentes: Enock da Silva Pessôa – UFAC;
Vanilda Ap. dos Santos – PUCSP.

Esta gestão deve cumprir mandato até 2012. Também foi confirmado como editor, para o período de 2012-2015, o Prof. Dr. Alessandro Soares da Silva. Nesse sentido, queremos agradecer ao Prof. Dr. Celso Zonta, que durante os anos de 2008-2011 trabalhou arduamente juntamente com o Prof. Dr. Alessandro Soares da Silva na Gestão da Revista Psicologia Política. Com esse número, encerra-se a segunda gestão de editores da RPP, sendo ela marcada pelo esforço de fazer da revista um veículo eficaz capaz de colaborar para esse processo de internacionalização da Psicologia Política brasileira, bem como para a integração da Psicologia Política Ibero-Latino-Americana.

Necessitamos ainda realizar muitas tarefas rumo à consolidação da Psicologia Política e 2012 será um ano importante para isso e contamos com o apoio de todos e todas.

17 de novembro de 2011.

 

 

* Presidente da ABPP.