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Revista Psicologia Política

versão On-line ISSN 2175-1390

Rev. psicol. polít. vol.19 no.46 São Paulo set./dez. 2019

 

HOMENAGEM

 

O jasmim e a vespa: memória do PPGSI à professora Tania Mara Galli Fonseca

 

Jasmine and wasp: PPGSI memorie to the teacher Tania Mara Galli Fonseca

 

El jasmin y la avispa: memoria del PPGSI a la profesora Tania Mara Galli Fonseca

 

Le jasmin et la guêpe: PPGSI mémorie à la professeur Tania Mara Galli Fonseca

 

 

 

Luis Artur Costa

Docente e pesquisador do Programa de pós-graduação em Psicologia Social e Institucional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS

 

 

Construa um tablado de madeira. Coloque-o no tempo e deixe-o viver sua vida por 20 anos. Veja o que lhe aconteceu, o que passou por ele e o marcou, o que o arruinou, afundou e onde pode ainda sobreviver apesar das catástrofes ao seu redor, tão vizinhas que se fazem nele próprio. O que pode um plano senão desenvolver os efeitos de seus encontros? Talvez possa ver que algo, na catástrofe, algo após a explosão, ainda resiste e sobrevive. O que pode essa sobrevida? O que fará acontecer ainda no mesmo plano? O que passará ainda para fazê-la surgir em sua humilde gagueira, em sua insistente fragilidade teimosa que reluta em viver. A vida possui mais volteios do que nossos próprios sonhos. (Fonseca, 2000, p. 1)

A figura esguia de passos leves e olhos vivos faz dançar o pensamento diante dos ouvintes atentos. O início frágil, aparentemente titubeante, dá sequência a uma associação de ideias que não parece ter muito futuro. Mesmo assim, a plateia segue a dança descrente do desfecho. Pouco a pouco os movimentos do pensamento vão construindo seu próprio chão, e aquilo que parecia um passeio banal e gratuito se revela uma rigorosa aventura. A senhora de gestos sutis e vivos olhos emoldurados por seus óculos não parece mais uma figura tão frágil. Seus movimentos que pareciam sem rumo se revelam precisos, seu corpo esguio dá passagem a intensas afetações sem sucumbir à violência destas forças. Tão forte quanto frágil. Mal adivinharam, aqueles que lhe escutavam, que sua força provinha exatamente de sua fragilidade, de sua capacidade de lançar-se na experimentação desconhecida. Um olhar de frente para a morte e a finitude sem querer-se forte, mas sem virar o rosto para evitá-las.

Certa feita, um aluno um tanto quanto impertinente interrogou a dançarina das ideias após uma aula na qual realizaram um percorrido bastante enosado pelas linhas do texto rizoma (Deleuze & Guattari, 1996). A longa e imbricada digressão tinha deixado uma pulga atrás da orelha e o aluno ainda meio impúbere foi afobado inquerir sua interlocutora. Tania recebeu-o à beira da porta da sala de aula com um olhar curioso e sua habitual generosidade. "Professora, pelo princípio do rizoma eu não posso produzir uma hierarquia entre ele e a árvore afirmando que o rizoma deve prevalecer, pois seria adotar uma lógica do 'ou', do juízo...". Ela não retirou os olhos do aluno enquanto pensava um instante. "Sim, certamente, tens razão". O júbilo juvenil de ter pego a docente no contrapé não durou um átimo sequer. Ela logo complementou aguda e cirúrgica: "mas tu não esperes de mim falta de compromisso ético". O aluno ficou absorto na crua franqueza da pensadora que abre o flanco e fica frágil, sem defesa, mas forte, sem abrir mão de uma posição política ético-estética nítida, implicada e aguerrida. Postura rara dos que são atravessados pelas operações de um niilismo ativo que colapsa grandes sonhos sem dirimir o próprio sonhar como gesto menor.

Tania Mara Galli Fonseca nos demonstrou tal força frágil não apenas em suas magníficas aulas-dança, mas também em sua escrita dançarina que nos deixou uma memória viva, um arquivo pulsante que seguirá a fluir delicado e iridescente transfazendo mundo. Nos seus últimos anos, por exemplo, explorou na escrita o campo de possibilidades de afetação da sua própria experiência de luto quando do falecimento do seu amado Paulo. No texto "AfterLife", proveu-nos de palavras para descrever algo próximo do que sentimos hoje ao vê-la partir:

Não poderia deixar de escrever sobre este 'after life' impulsionado, agora, pelo 'nachleben', ou seja, por este impulso de fazer sobreviver aquilo que não temos mais em nossa presente vida. Tudo se passa no compasso de dois tempos: o de "um tarde demais" e o do "por vir". Enclausurados na passagem dos instantes, já não decidimos voluntariosamente o que nos acontece. Diante do morto e da perda que ele suscita, tornamo-nos náufragos à deriva do que os momentos nos reservam. Ondas grandes e pequenas nos balançam e desequilibram, nossos pés não atingem o fundo, suspensos ficamos nas águas do ir e vir das sensações sequenciais, em cada onda, em cada balanço, um novo rosto se descortina, nossa paisagem interior se transmuta na imediatez dos afetos que as águas dos momentos nos traduzem. Por isso, dizemos que nos tornamos náufragos. Foram para longe o leme e a bússola, tudo o que temos é um corpo sensível e em sofrimento, ainda mudo para as vibrações que o afetam, mas que se torna barco, precário e solitário abrigo do que podemos frente às forças do fora da morte e de um morrer que permanece, como expressão de um negativo radical. Constatamos que há ocasiões em que precisamos nos tornar suficientemente humanos para que possamos nos deixar desmaiar diante do desastre." (Fonseca, 2018)1

Uma fagulha sutil, suave, mas também intensa a queimar o ar em ardor de incêndio das ideias. Uma fagulha que faz tremeluzir em seu balé a escuridão noturna da sala de aula. Noite e dia se unem em um fogo frágil que não nega a noite em dia, mas nos permite entrever lusco-fuscos muitos. Ninguém tem dúvidas de que Tania era ela mesma um dos vagalumes sobreviventes que faz da noite o labor do dia e o dia, por sua vez, labor da noite. Uma fagulha frágil, fina, rápida, mas que irrompe imensidões em sua entrega ao desconhecido. Tania jamais cessara de experimentar, aprender novos autores, abrir novas questões. Todo início de semestre voltava com aquele brilho no olhar vivo a nos contar sobre novas leituras, novos interlocutores, novas aventuras e novas terras longínquas a serem experimentadas. Distribuía na larga mesa de professora a pilha de livros lavrados por post-its coloridos e anotações caleidoscópicas nas margens das folhas. Com fulgor e espanto pelos novos encontros compartilhava em uma conversa animada os companheiros de aventuras cultivados nas férias. Nunca passou pela sua cabeça sentar-se na fortaleza conceitual construída com rigor em estudos passados. Sempre queria passar através do portão e ir a novos mundos e experienciar descobertas, invenções e não-saberes. Uma professora e pesquisadora que tanto sabia, mas que sempre se apresentava como se fora uma ignorante que a tudo desconhecia. Sua força frágil lhe permitia desbravar desconhecidos mesmo onde isso parecia impossível. Frágil e forte, suave e intensa, sutil e cortante. Em outubro de 2018, na conferência de encerramento do evento comemorativo aos 20 anos do PPGPSI cujo título era "A Psicologia em tempos extremos", Tania reflete sobre os desafios que se impõem à Psicologia Social entre eventos como a tragédia de Mariana em MG e o retrocesso agudo dos direitos sociais no país. A sensação de asfixia diante da rarefação extrema dos possíveis, faz com que Tania descreva esse confronto com o trágico de um modo que nos recorda os dias que sucedem a notícia de sua morte:

Momentos de crise, de ruptura e colapso, oscilantes entre o ser e o nada, suspensão entre o tudo é possível e o nada é possível. Emudecemos diante do que ouvimos, do que vemos e imaginamos, como se nos defrontássemos diante de signos de um acontecimento improrrogável que se aproxima e abate nosso atual mundo. Tal como no filme Melancolia, estrelado em 2011, sob a direção do dinamarquês Lars Von Trier, diante do que se aproxima de forma incontrolável parece-nos que o que podemos produzir não passa de uma pequena cabana de galhos rarefeitos que não suportariam sequer o sopro de uma brisa. Desamparo, solidão, desespero e medo. Eis um quadro importante que assoma em nós como um reflexo do que nos afeta, do que está por vir, do que já está vindo, e, sobretudo, do que já aconteceu sob o silêncio dos costumes e da distração, sem que nos déssemos conta da periculosidade que transportava. Periculosidade e surpresa, pois fomos, sim, surpreendidos pelo aparecimento de fissuras nas porcelanas das chávenas de nosso usual convívio. (Fonseca, 2018)1

Em sua dedicação às artes como território de uma clínico-política dos nossos tempos, Tania sempre surpreendia com um olhar singular e muitas vezes perturbador em sua diferença sobre temas já muito debatidos. Sua escuta aguçada e sensível davam ares clínicos aos encontros com ela em diferentes situações, das orientações às aulas, passando pelos encontros com o grupo de pesquisa e seus lindos pareceres para bancas. Ar de clínica que ia facilmente da brisa à ventania em lufadas a trazerem novos odores e provocarem núpcias em exasperantes expirações e intensas inspirações. Suas palavras eram ditas com uma voz levemente tremeluzente, voz de vagalume, em um sopro sussurado. Sussurro que não conotava nem denotava pequenez, mas sim uma força revolucionária menor na qual arte e clínica encontravam-se no seu corpo.

Desse ponto de vista, os artistas são como os filósofos, têm freqüentemente uma saudezinha frágil, mas não por causa de suas doenças nem de suas neuroses, é porque eles viram na vida algo de grande demais para qualquer um, de grande demais para eles, e que pôs neles a marca discreta da morte. Mas esse algo é também a fonte ou o fôlego que os fazem viver através das doenças do vivido - o que Nietzsche chama de saúde. (Deleuze & Guattari, 2013, p. 223)

Tania, em sua força revolucionária, é uma das fundadoras do Programa de Pós-graduação em Psicologia Social e Institucional da UFRGS. Seu gosto pela aventura e seu compromisso ético-político a fez abrir estas sendas pelas quais centenas de novos professores e pesquisadores se formaram e formam ainda hoje. Ela imprimiu aqui o gosto pelo desassossego e o ímpeto pela experimentação. Essa força frágil e forte daqueles que se colocam como inventores em meio ao desconhecido. Assim, podemos acompanhar na trajetória de transformações do próprio programa alguns atravessamentos desta que tanto dedicou-se a constituir tal território propício às fugas e tensões de si. De certo modo, o pendão à reinvenção de si presente ainda hoje no PPGPSI/UFRGS dá corpo a uma série de variações da qual Tania é uma das forças instituintes. Ao modo de uma conversa de contágios incessantes entre a orquídea e a vespa, seguem defesas e pesquisas a atualizarem suas virtualidades em um eterno retorno.

Sua trajetória de desassossego marca também as variações no seu grupo e projetos de pesquisa: "Modos de trabalhar e subjetivar" (Fonseca, 2003; Fonseca & Barros, 2004; Fonseca, Neves, & Amador, 2008), "Corpo, Arte e Clínica" (Fonseca & Engelmean, 2004; Fonseca & Kirts, 2003), "Arquivo e testemunho" (Fonseca, 2010, 2012, 2014, 2016; Fonseca & Costa, 2016). Tania sempre manteve-se no tensionamento das suas potências do dizer, ver e pensar: da Psicologia do Trabalho a fazer questões feministas à realidade industrial na sua tese de doutoramento "Vozes e silêncio do feminino: de mulher à operária" de 1996 (Fonseca, 1996, 2000, 2003, 2006), passando pelo feliz encontro com os autores Henri Bergson, Deleuze e Guattari (Fonseca, 1999; Fonseca & Kirst, 2003), sobre os quais se debruçou com sua singular mistura de rigor e leveza; até seus últimos trabalhos acerca das imagens e suas narrativas testemunhais envoltos em novas e felizes descobertas como Didi Huberman e Walter Benjamin (Fonseca, 2017; Fonseca, Albuquerque, Cardoso, & Siegmann, 2018). Da questão do trabalho, pela questão do tempo, até a questão da imagem e testemunho, podemos acompanhar a constante reinvenção desta pesquisadora que jamais se acomodou na autoridade constituída pelos rigorosos estudos anteriores, sempre se lançando em um porvir desconhecido e intempestivo.

Dedicou-se a pensar os impactos do neoliberalismo dos anos 1990 no mundo do trabalho no projeto "Modos de Trabalhar, Modos de Subjetivar no Contexto da Reestruturação Produtiva". No início dos anos 2000, com a realidade da lei nacional da Reforma Psiquiátrica, por meio do projeto "Modos de Trabalhar, Modos de Subjetivar no Contexto da Reforma Psiquiátrica" passou a concentrar seus esforços nas transformações dos modos de trabalhar dxs profissionais do SUS a partir dos novos desafios colocados pelo trabalho transdisciplinar em rede. Foi quando se deu seu reencontro com o velho hospício e sua nova Oficina de Criatividade. O alegre encontro com os trabalhos da Oficina de Criatividade do Hospital Psiquiátrico São Pedro ampliaram e intensificaram as relações entre corpo, arte e clínica nas pesquisas coordenadas por Tania. Emergiu, assim, em 2006 o projeto "Corpo, Arte e Clínica nos Modos de Trabalhar e Subjetivar" que seguiria uma década com o mesmo nome e formato. Foi no decorrer deste projeto que surgiu o Acervo da Oficina de Criatividade. Também foi neste período que sua famigerada cadeira das quartas pela manhã mudou-se do prédio interditado do Instituto de Psicologia para o interior do Hospital Psiquiátrico São Pedro e lá ficou até sua última aula. A construção do Acervo com as obras produzidas durante décadas na Oficina de Criatividade do HPSP deram corpo a dois projetos de pesquisa que serviram de casa para dezenas de orientandxs desde 2009 até 2019: "Potência Clínica das Memórias da Loucura" e "Arquivo e Testemunho de Vidas Infames: Restos que insistem". Em 2016, já experienciando intensamente os limites da vida e as dores das possíveis perdas, lançou-se em um projeto tão íntimo quanto transversal a todas as suas pesquisas anteriores e atuais: "O Interminável Limiar da Experiência: o cotidiano a contrapelo". Pesquisa tão pessoal quanto impessoal que de certo modo nos parece um esforço de sistematização conceitual da prática de toda uma vida: como manter-se sempre na experiência limiar em sua intensidade e riqueza singulares a forçarem novos possíveis?

Na sua maquinação do mundo, Tania nos ensinava a responder ao tempo com paixão e precisão, delicadeza e determinação, resistência e criação. Arte, afeto e imaginação marcavam tudo o que ela expressava no seu modo porcelana-vulcão.

 

Referências

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1 Fonseca, T. M. G. (2018, outubro). A Psicologia em tempos extremos. Trabalho oral apresentado no Seminário Temas em Debates do PPGPSI/ UFRGS. Porto Alegre; UFRGS Brasil. Não publicado.

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