SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.1Apresentação à 2ª ediçãoPsicanálise: dificuldades e impasses no fim do século author indexsubject indexarticles search
Home Pagealphabetic serial listing  

Cógito

Print version ISSN 1519-9479

Cogito vol.1  Salvador  1996

 

EDITORIAL

 

 

O CÍRCULO PSICANALÍTICO DA BAHIA (CPB) vem lançar, agora, sua revista veículo de seu pensar sobre a teoria e a clínica psicanalíticas. Pensar este que se manifesta, já de início, neste CÓGITO que a nomeia. CÓGITO escolhido por seus membros, reunidos num momento de algazarra e alegria, em meio a muitos outros nomes propostos. Fênix, por exemplo, mais bonito, mais poético, e – recusado. Como outros. Por que CÓGITO? Por que o escolhemos, dentre uma lista que era muito extensa?

Qual o compromisso do CPB com o pensar?

Naturalmente este CÓGITO remete ao cógito cartesiano; ao pensar em seu estatuto de sujeito, sujeito do pensamento, da consciência; da certeza: cogito ergo sum; da dúvida também. E é sobre esta dúvida – do quem sou eu - sobre a vacilação, que a certeza se instaura. É o sujeito amaterial, destituído do estatuto da matéria, dessubstancializado. Passo fundamental para Freud instituir o Inconsciente. A CÓGITO é o compromisso com o pensar, o pensar consciente, a argumentação, a elaboração atinente às questões que constituem a Psicanálise.

É também – e acima de tudo – o compromisso com a descoberta genial de Freud: lá, já onde não penso, além do cógito, está o sujeito do inconsciente; aquém e além; o sujeito da contradição, o sujeito atemporal; o sujeito que escapa no chiste, na vacilação, no ato falho. É o compromisso com o inconsciente, com a clínica, que a CÓGITO vem renovar.

 

 

Lúcia Azevedo
1996

Creative Commons License