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Cógito

Print version ISSN 1519-9479

Cogito vol.6  Salvador  2004

 

APRESENTAÇÃO

 

 

TEMA: ENCONTRO NO ADMIRÁVEL MUNDO NOVO

Expressão cunhada com pessimismo e ironia por Aldous Huxley, o Admirável Mundo Novo, tempo imaginário futuro do século XXI é o nosso tempo atual. É neste mundo “admirável” e transformado que situamos nosso congresso.

ARGUMENTO:

Pós-modernidade é apenas uma expressão pouco clara sobre os possíveis estragos e distorções deixados pela tão festiva modernidade. Sobrou a anomia encarregada de desfazer idealizações otimistas e comemorar o triunfo do narcisismo. Em vez da criação de um mundo com novas esperanças, a tentativa de transformação apontou para a alienação do sujeito, o consumismo econômico e a valorização da perda de diferenças pela globalização.

 

SUBTEMA: O PSICANALISTA

Recusa a trabalhar dentro do dispositivo analítico: negociação de honorários, freqüência das sessões, o cliente de convênio.
A medicalização do neurótico e da criança.
A clínica psicanalítica e as psicoterapias e outras práticas oferecidas.

ARGUMENTOS:

Disponibilidades de tratamento. Mais do que um aumento da demanda de análise provocada pelas adversidades criadas pelos novos estilos de vida, tivemos uma grande ampliação na oferta de atendimentos. A eficiência de novos psicotrópicos recolocou a psiquiatria como principal aliada dos neuróticos na busca de alívio de seus sintomas. A proliferação de terapias e psicoterapias oferece um sedutor leque de opções mais amenas e rápidas que a difícil travessia de uma análise.

O Acesso ao analista, antes produto de uma escolha personalizada, espécie de germe da transferência, passou à subordinação basicamente econômica que inclui o convênio, suas listas e definições sobre o tipo e o tempo de atendimento. Se na época de Freud existiam as análises de seis vezes por semana, estas foram posteriormente reduzidas a três sessões semanais como essenciais para qualquer tratamento analítico. As condições adversas produziram sua redução substancial, chegando-se ao atendimento eventual.

 

SUBTEMA 2: O CLIENTE

Como a psicanálise suporta a transferência hoje e como a transferência pode suportar a psicanálise.
Em nome de que se opera agora uma demanda de análise.
A resistência e a negatividade em uma psicanálise vulgarizada.
O sujeito do consumo e os laços afetivos
O estatuto do Édipo face às novas modalidades de parentesco.

ARGUMENTO:

Relação entre as pessoas. O sujeito perdeu o seu lugar. A falência da figura paterna vem criando um novo tipo de família, com alterações fundamentais em todas as relações estabelecidas, sejam elas intrafamiliares, escolares, sociais, amorosas, de trabalho, médico-paciente e é claro transferencial. No jogo do tempo, a pressa e o imediatismo viram espécie de pragmatismo atual.

 

SUBTEMA 3: A INSTITUIÇÃO

A regulamentação e legalização da transmissão psicanalítica.
Psicanálise e universidade: o saber, o ensino e a transmissão.
Vínculos, poder e permanência da Instituição

ARGUMENTO:

A instituição encarregada do que se chamou formação ou que se chama transmissão, perdeu sua forma, o seu prestígio e sua autonomia como modelo, e passou a atender a demanda dos associados e futuros analistas. A instituição psicanalítica não mais institui, sendo principalmente uma associação representativa de seus membros. Os psicanalistas sem instituição fizeram uma denúncia do sistema de afiliação, que produziu a proliferação de grupos. De início psicanalistas dissidentes, depois de interessados e agregados e, em uma espécie de terra de ninguém, vieram os não analistas, oportunistas que tentam se beneficiar do legado de Freud.

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